P.O.V Autora

Além do horizonte, raios de sol emergiam do mar trazendo a luz da noite escura, a grama era molhada trazendo o cheiro do orvalho e a erva doce refrescante.

Está era uma manhã corrida no Comércio de Dragões, novos clientes e os mais antigos, estariam comprando novos dragões para si, tudo teria que estar pronto e bem preparado.

Soluço estava ansioso para ver seus novos clientes e saber se eles eram de confiança, se vestiu com suas melhores roupas, assim que estava pronto, saiu de seu quarto ás presas para cozinha e mandarem já fazer o café da manhã de Astrid.

Na cabeça de Soluço, ele era sinceramente calmo em relação aos clientes novos, o que o deixava nervoso e ansioso, era ele querendo sair correndo de sua venda e ir passar o resto do dia com a beleza Divina, mal sábia como o destino já havia preparado seu caminho.

Soluço estava descendo ás escadas da catacumbas com uma bandeja de um bom café da manhã.

Descendo os últimos degraus, se dirigiu onde sua Astrid repousava, assim que chegou a sua cela, seu olhar caiu em cima de uma jovem no chão coberta com pedras e inconsciente com uma pequena poça de sangue ao redor.

O mundo parou para ele, não lembrava de como era respirar, suas pernas negavam seus comandos de movimento, seu coração se recusava a abrandar, e desta forma, um único som ouvido deste silencio mortal, foi uma bandeja conhecendo o piso duro.

'' As,... Astrid.... ''. tenaz e rouca era a voz de Soluço.

Sem hesitação, abriu a cela ás presas e se apressou em socorrê-la.

'' Astrid?... Astrid acorda !.... eu juro pelos deuses que se estiver brincando comigo vai se arrepender pelo resto de sua vida ! ''. A voz de Soluço era dura e engascada, toda emoção de culpa e preocupação penetrou dentro dele.

Soluço empurrou e tirou ás pedras de cima dela, a pegou delicadamente em seu colo e pós a mão suavemente em seus rosto e traçou o polegar com cuidado em sua bochecha.

'' Astrid... ''. sussurrou seu nome com medo que fosse a última vez.

Seus olhos voltaram ao seu corpo fazendo uma análise de qualquer abertura ou ferimento.

Soluço a segurou perto de seu peito como se fosse uma boneca de vidro, ele passou ás mãos cuidadosamente em suas pernas e viu que a perna esquerda tinha um risco meio aberto coberta de sangue, seu corpo pegava fogo, deduziu que a febre era bem alta e suas roupas eram encharcadas.

A visão de Soluço ficou estranha, seus olhos estavam ficando molhados e carregados, Soluço nunca iria trazer uma lágrima e hoje não era o dia, ele agora ameaçava suas lágrimas a caírem, isso não era bom, ele deveria ser firme e não deixar ninguém mexer com suas emoções, deixando os pensamentos de um lado , pegou Astrid estilo noiva e se atirou para cima para mansão.

Soluço carregou Astrid como se fosse uma carga preciosa, seu olhar caiu em seu rosto pálido, seus lábios estavam secos e quebrados, suas bochechas coradas de maça desapareceram por completo, tudo que ele chegou a adorar nela foi embora, mais ele estava mais do que disposto de trazer tudo de volta.

'' Brutos ! ..... Viollete ! Aqui ! ....... Agora ! ''. Soluço gritou no topo de seus pulmões.

Finalmente, chegando ao salão principal, Brutos e Viollete apareceram vindo até ele, suas caras normais foram alteradas para descrença e preocupação, os dois já estavam correndo até ele com os olhos arregalados.

'' O que aconteceu com ela ?, Ela morreu ? , pelo deuses olha a perna dela ! '' . Viollete estava assustada, estava imaginando o que teria acontecido.

'' Viollete Cala Boca !... eu não sei direito o que aconteceu com ela, mas agora minha preocupação é ajuda-lá eu e você vamos levar ela pro meu quarto e resolver tudo ''. ele falou ás presas.

'' Senhor, temo que não tenha tanto tempo assim, você está atrasado para seus comerciantes principais ''. Brutos o advertiu com cuidado.

'' Brutos ! não seja indelicado, não vê que precisamos ajudar a pobre moça ''. Viollete o bateu no braço.

'' Sim, Sim eu sei Viollete, mas Mestre Soluço não pode perder os clientes e ainda mais os novos ''. Brutos revirou os olhos pra ela.

'' Escutem aqui, enquanto vocês ficam brigando uns com os outros, tenho uma pessoa em meus braços que pode morrer, então Viollete você vem me ajudar e Brutos, esse comércio está no buraco das minhas preocupações. '' Soluço disse venenosamente com seu olhar de fúria implacável.

Brutos se mexeu nervosamente e com um aceno de cabeça, saiu correndo para tomar conta do comércio.

Viollete e Soluço estavam subindo ás escadarias.

'' Viollete traga cobertores e medicamentos, depois das vendas, temos que ir atrás de um médico pra ela ''. Soluço disse solenemente.

'' Sim senhor... ''. Viollete acenou em compreendimento.

Viollete estava preocupada com o estado da jovem, ela não chegou a conhecer a princípio, mas sabia que a jovem já havia se instalado aqui um tempo, e sentiu pena de sua família que deve estar morta de preocupação.

Chegando ao quarto de Soluço, Viollete abriu ás portas deixando ele passar, Soluço estava nervoso e preocupado com situação de Astrid, ela não se mexeu ou acordou até agora, só sabia que estava viva pelo coração que batia devagar, ele a colocou em sua cama com cuidado.

Viollete chegou com os cobertores e medicamentos, Soluço começou a lavar algumas contusões e enfaixou sua perna, logo Soluço saiu do quarto para que Viollete pode-se tirar suas roupas molhadas e colocar umas novas que ela se ofereceu para dar, Soluço foi ao seu escritório onde em sua escrivaninha tinha guardado uns calmantes, Soluço tomava remédios por conta do stress de comandar tudo sozinho e por muitos problemas que continha, sem contar com preocupação das pessoas descobrirem o que ele faz.

Soluço voltou para o quarto dele e viu que Astrid estava com uma camisola branca de seda.

'' Senhor vou ajudar Brutos com o Comércio para logo ir buscar o médico, o Senhor por acaso vai aparecer por lá ? ''. Viollete ergue uma sobrancelha.

'' Não Viollete, vou ficar aqui de olho nela, assim que acaber ás vendas me avise se formos bem ou não ''. Soluço nunca deixou de olhar sair de Astrid.

'' Não se preocupe, é capaz de Brutos os ameaçar dar mais do que já deram só de olhar pra ele ''. Viollete deu uma risadinha e se foi.

Soluço se sentou na cama ao lado de Astrid e tirou a franja de seus olhos, (lindos), ele pensou, ele daria tudo só pra ver seus belos olhos mar de novo, ele cobriu Astrid com mais alguns cobertores e ficou lá a observando, Soluço pegou uma toalha molhada e colocou em sua testa, seu corpo ainda estava quente, com cuidado pegou sua mão delicadamente e a segurou, a respiração de Astrid era superficial.

Mil coisas de passaram na cabeça de Soluço naquele momento.

Ele acariciou seu rosto e deu a ela um sorriso triste, agora e mais do que tudo ele faria qualquer coisa pra ver seus olhos brilhando com vida junto ao seu sorriso.

Os pensamentos de Soluço correram sem parar e por fim, aquele silêncio angustiado foi retirado por um gemido.

'' Astrid ? ..... ''

Continua...