November rain escrita por DarkLady


Capítulo 27
Peteleco




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Olhei mais uma vez para xícara que eu segurava. O chá já tinha esfriado.

— A sra. quer eu esquente mais uma vez? — Olhei para o rosto do garoto que já tinha feito a mesma pergunta várias vezes. E em todas aceitava e espera aquela demora trouxa para fazer um simples trabalho como esquentar um chá. — Se a sra. me permitir o comentário…

— Não permito. — Falei com o máximo de educação que minha frase permitia. Não aguentava mais o sotaque extremamente escocês do garoto e de todas as pessoas ao meu redor. Olhei com mais atenção para o garoto, que tinha acabado de perder o sorriso que colocara no rosto quando começou a frase. Tinha provavelmente 16 anos, olhos claros e cabelos escuro, muito magro.

— Desculpe, não queria ser intrometido. — Falou voltando a sorrir. — Mas não sei se no seu país a situação também esta estranha ultimamente, com os casos das pessoas atacadas sem um culpado encontrado. — Dei uma risada sem humor, a situação do meu país estava muito mais caótica. — Meu gerente não acha prudente a sra. ficar sentada aqui fora por tanto tempo, sem companhia e neste frio.

— A cada quatro minutos tenho sua agradável companhia, perguntando se quero esquentar meu chá mais um vez ou se eu aceito alguma coisa para comer. — Falei tentando sorrir de forma agradável para o garoto me deixar em paz. — E minha companhia esta chegando.

— Tudo bem, então. Volto em quatro minutos. — O garoto falou sorrindo. Porém com aquele típico olhar de adolescente contrariado. Apenas assenti. Olhei pela milésima vez para o final da rua e nada. Tudo ao meu redor era trouxa, cotidiano trouxa, carros trouxa, cidade totalmente trouxa, quase impossível ter alguém com magia neste lugar. O que era ótimo. A rua estava começando a ficar vazia desde a hora que tinha chegado. O céu estava escuro e a imagem que finalmente apareceu combinava tanto com o escuro que quase se camuflava.

— Não ouse me deixar esperando tanto tempo novamente! — Falei ríspida ajeitando a postura já ajeitada.

— Um convite tão inusitado de última hora! Tenho muitos compromissos, deveria agendar com mais antecipação. — Falou sentado na cadeira em frente a minha.

— Me respeite! Sabe muito bem quem eu sou, e quem deve exigir agenda aqui, Severo. — Falei buscado qualquer resquício de orgulho que ainda me restava.

— Já se foi o tempo Narcisa. — Por mais que a frase soasse descontraída, sua fisionomia era a mesma amarga, fria e um tanto quanto triste. — O que eu estou fazendo no meio da Escócia, em plena época letiva? Para escolher uma distância tão grande, algo bom não pode ser.

— Quero que me atualize sobre o Draco. — Falei e observei o garoto garçom colocando minha xícara na mesa, com o chá aquecido.

— O sr. aceita alguma coisa? — O garoto perguntou se referindo ao Severo, que o olhava com desdém.

— Não! — Falou simplesmente e o garoto se retirou entrando no pequeno estabelecimento. — Garoto trouxa, local trouxa, cidade trouxa, tudo trouxa. Como você esta aguentando Narcisa? Ainda não a vi enrugando o nariz.

— Não tenho mais tempo para isso. — Falei por fim bebendo meu chá. Não estava ruim como pensei que estaria. — Vamos ao Draco.

— Seria muito mais fácil mandar uma coruja. — Severo falou com tédio.

— Sabe muito bem os queridos hospedes que eu tenho. — Falei me referindo aquele bando de comensais que saiam e entravam da minha casa.

— O Lorde adoraria saber o quanto você adora a presença dele.

— E você é um devoto seguidor de Você sabe quem. — Falei ironicamente.

— O que esta insinuando Narcisa?! — Falou com um tom severo.

— Bella não confia em você.

— Já provei o suficiente com o voto. E Bella é louca! Pensa que é a única seguidora fiel do Lorde.

— Basta Severo! — Falei sem paciência. — Vamos direto a Draco. Esta vigiando ele como o combinado?

— O tempo todo! — Falou empinando o nariz. — Mas você sabe como seu filho é orgulhoso e quer fazer tudo sozinho. Quase pôs tudo em risco com um erro e uma ideia infantil.

— Draco não é assassino. — Falei e molhei minha boca com mais um pouco de chá. — Bom que esta o tempo todo vigiando Draco.

— Temos um trato.

— Bom. — Falei concordando com a cabeça. — Como a Hermione Granger esta? — Falei e Severo arregalou os olhos confuso.

— Como? — Perguntou confuso. — Do que esta falando? Conhece a Hermione Granger?

— Vejo que realmente esta vigiando o Draco o tempo todo. — Falei tentando não parecer nervosa. O que não foi difícil, considerando que escondo minha emoções o dia inteiro, todos os dias.

— Estou verdadeiramente confuso. — Severo, falou me encarando. — Do que você esta falando?

— Que tipo de cuidado é esse? Que tipo de segurança Hogwarts tem? — Perguntei o mais controlada possível. — Como dois alunos conseguem sair de Hogwarts, quando bem entendem debaixo dos narizes de todos os professores, principalmente do seu e de Dumbledore! O trato era cuidar do Draco! E você não sabe ao menos o que esta acontecendo!

— Do que você esta falando? — Severo vociferou.

— O Draco e a garota Granger!

— O que? Draco odeia a garota com todas as forças e ela também o odeia, talvez mais do que ele!

— Não é o que parece! Já que o Draco e ela estão saindo juntos e escondidos de Hogwarts, para a garota fazer um tratamento no meu médiobruxo particular. — Falei e Severo, pareceu ficar mais confuso ainda.

— O que?

— Draco está pagando um tratamento para Hermione Granger, pagando o silêncio de todos os funcionários envolvidos no tratamento e acompanhando ela. — Falei e terminei o chá.

— Mas… Estou sem palavras! — Falou e respirou fundo. — O que a srta. Granger tem? Como eles estão conseguindo fazer isso? Como você descobriu?

— Eu deveria ter descoberto com você me contando. — Falei e vi Severo fazendo menção em se defender, mas parou percebendo que eu estava certa, que ele deveria saber daquilo muito antes. — Achei estranho o Draco estar me pedindo tanto dinheiro e vi os dois se escondendo de mim no consultório do Dr. FitzWilliam, que me contou que a garota que eu tinha visto com com Draco. Juntei os fatos, me comuniquei com o Blásio Zabini. Tinha pedido para ele nas férias, para que ficasse de olho no Draco. Pois ele estava um tanto depressivo nas férias. Mas o Zabini não sabia de tanta coisa, me mandou uma única carta me respondendo que sim, o Draco andava estranho e que sim, que ele estava tendo contato com a Hermione Granger. Mas eu sei que o garoto é leal ao Draco.

“Pensei em mandar para outros amigos do Draco, como Crabbe e Goyle, mas sabia que seria em vão e eles contariam para o Draco. Então conversei com o Dr. e agora sei de tudo. Fiquei pensando em como eles conseguiam sair de Hogwarts. Se fosse tão fácil Draco não precisaria estar tentando consertar aquele maldito armário. Então eu pensei que você estaria ajudando, mas vejo que não, ainda mais sabendo que você teria me contado. Meu filho saindo de Hogwarts, acompanhado de uma nascida trouxa em tempos como estes!”

— Pelo jeito, ele não sabe que você sabe. — Observou o óbvio.

— Claro que não!

— E o que você vai fazer em relação a isso? Ou melhor, o que quer que eu faça?

— Nada. — Falei por fim e vi a feição de confuso voltar ao rosto de Severo.

— Como assim? Seu filho, namorando uma sangue ruim e você não quer fazer nada?!

— Basta com essa farsa Severo! — Falei ríspida. — Sei o jogo que você joga. Somos amigos a tempo suficiente e lembro muito bem do meu primo e os amiguinhos dele te atormentando por causa daquela ruivinha. E sei exatamente o motivo fazia preferir aqueles tormentos a deixar de amar a ruiva! Só não comentei aquele dia na sua casa pois Bella estava presente

— Não sei onde quer chegar com isso Narcisa, já expliquei minha fidelidade.

— Enfim. — Falei ríspida sabendo que Severo não admitiria. — Não quero afastar meu filho da nascida trouxa porque pode ser a melhor saída para ele.

— “Nascida trouxa”, “Você sabe quem”, sem nariz enrugado perto de trouxas e frequentando locais trouxas! O que esta acontecendo com você Narcisa? Por um acaso esta mudando de lado?

— Nunca me alistei para ser comensal, não tenho a marca!

— Mas mesmo assim concordava com os pensamentos do Lucius!

— Concordava sim! Com minha criação como uma Black e com meu marido. — Falei encarando os olhos de Severo sem desviar um minuto. — Mas agora tudo está mudando, Voldemort quer fazer meu filho pagar pelo erro do meu marido. Que tipo de mãe eu seria se concordasse com o ser que colocou uma corda no pescoço do seu filho?

— Então por isso não quer fazer nada? Agora você compactua com o lado dos sangues ruins?

— Nunca vou estar do lado dos sangues ruins. Também não estou no lado de Você Sabe Quem. Estou do lado do meu filho.

— Então não estou entendendo aonde quer chegar!

— Você não enxerga a oportunidade que apareceu para Draco? Ele esta com a Hermione Granger, já li Profetas Diários com o suficiente com o nome dela para saber que ela esta completamente do lado do Potter. Draco também já falou o suficiente sobre ela. Ela é uma luz, se Draco falhar, se você falhar, nós temos uma escapatória! A Ordem, jamais nos aceitariam, Malfoys! Achariam que é algum truque. Mas com essa conexão, temos um Plano C.

— O Lorde vai adorar descobrir que tem uma traidora bem do lado dele.

— Não sou uma traidora! E ele só descobrirá se você contar.

— Fale isso para o melhor Legilimente de todos os tempos. — Severo falou com desdém.

— Duvidando das minha habilidades Severo? Sou uma excelente oclumente! Você também é.

— Mas então, se você não quer que eu faça nada, então qual o motivo de me contar e me chamar para este lugar?

— Consegue imaginar a irresponsabilidade do meu filho! Imagina o que pode acontecer com ele se Você Sabe Quem, descobrir que o Draco esta ajudando uma sangue ruim! Alguém pode ver eles! É uma grande perigo sair de Hogwarts, ou mesmo em Hogwarts, se algumas crianças vazarem a informação.

— Quer que eu fiquei de olho para ninguém descobrir! Como você pode pedir que eu traia o Lorde dessa forma!?

— Já falei para parar com essa farsa! Severo, somos amigos a muito tempo, te conheço o suficiente para saber que amava a ruiva o suficiente para não ficar do lado da pessoa que causou a morte dela. Você sabe quantas vezes eu te confortei sobre um “amor” perdido e você me confortou sobre as atitudes de Lucius. — Severo estava sério. — Só te peço mais uma coisa, e dessa vez sem voto ou compromisso, cuida do Draco! Não deixa ninguém ver eles, descubra como eles estão saindo de Hogwarts e me contate. Preciso saber se é seguro o suficiente. Não deixe ele saber sobre você e me informe qualquer coisa que você descobrir. — Severo ficou em silêncio por um tempo, me olhava com atenção, como se estudasse todos meus movimento e repassasse todo meu pedido em sua mente.

— Meu chefe pediu para eu perguntar mais uma vez se vão querer alguma coisa?

— Aceito uma porção de Rowies, me acompanha Severo? — Ele assentiu sem olhar para o garoto. — E duas xícaras de chá.  

— Finalmente! — O garoto falou feliz e voltou para dentro do estabelecimento.

— A garota está muito ruim! Pelo o que o Dr. me falou ela deveria estar tendo um tratamento adequado, e o plano dela e do Draco, está muito longe disso. A garota não pode morrer! Isto estragaria tudo para Draco.

— Quer evite que ela morra também! — Falou irritado.

— Claro que não quis dizer isso, estou pensando em uma solução para isso, preciso fazer isso o mais rápido possível.

— Estou tentando entender onde o Potter e o Weasley estão envolvidos. Não é possível que eles não estejam envolvidos.

— Até onde o Dr. me falou, ninguém além do Draco sabe.

— Isso é muito estranho! — Severo falou e observou o garoto colocando os Rowies, e chá na mesa.

— Obrigada. — O garoto se retirou e eu peguei um do doces escocês que estavam na minha frente.

— Você realmente mudou. — Severo falou pegando sua xícara.

— Sempre adorei doces.

— E nascidos trouxas! — Falou enrugando o nariz como eu costumo fazer. — Me conte tudo o que você sabe e que deseja que eu faça. — Severo falou e bebeu seu chá enquanto eu pegava outro doce. Sorri sabendo que aquilo significava que ele me ajudaria.

Draco Malfoy—_____

Olhei mais uma vez para o teto da minha cama, tentando ignorar Crabbe falando sem parar sua falta de sorte em relação a uma quintanista que ignorava ele o tempo todo.

— Acho que se ela te ignora é por um motivo. — Falei dobrando meus braços no meu travesseiro.

— O que você quer dizer?

— Ignora ela. — Falei simples.

— A Draco, não é fácil assim ! Para você deve ser, nunca se apaixona por ninguém e todas se apaixonam por você! — Crabbe falou pegando os sapatos dele e empurrando os meus para perto da minha cama. — Ah Draco, você não sabe como é olhar para alguém e tudo parar, esquecer de todo o resto que está ao redor, de esquecer tudo na verdade.

— Gosta dela tanto assim? — Perguntei curioso.

— Acho que sim, pelo menos essa é a descrição que a Pansy me deu sobre se apaixonar por alguém. — Falou dando uma risada, ri com ele.

— Pansy é apaixonada em apaixonar. Boa notícia para você e para o Goyle, a festa do Blás não foi cancelada! — Falei sentando e pegando meus sapatos para calçar.

— Sério? Isso é bom, vou falar para ela convidar a Danielle e você Draco? Esta estranho ultimamente.

— Não estou com cabeça isso.

— A missão né! — Crabbe sussurrou.

— Quieto! Tem mais coisas além disso, você não faz ideia. — Falei levantando e seguindo em direção a porta. Crabbe me seguiu. Fomos para o Salão Principal para jantar.

Notei Granger me encarando durante todo meu caminho da entrada a minha mesa. Não fazia ideia do que tinha acontecido depois que montei na vassoura e sai rápido do campo. Talvez eles tenham me visto ou ao menos visto o vulto de alguém que voando. Quando sentei, encarei a Granger, que levou um pequeno susto ao encontrar meus olhos, mas não desviou o olhar. Apontei, com os olhos, para o prato de comida dela, esperando que ela entendesse. Ela revirou os olhos, sorriu de lado de um forma irônica e olhou para o meu prato depois voltou para os meus olhos. Dei um pequeno sorriso e cruzei meus braços, ela fez o mesmo.

Apertei meus olhos e tentei parecer sério enquanto tentava parar de sorrir, mas na hora Granger deu uma rápida risada alta que foi tampada pela própria mão. No canto de seus olhos covinhas apareceram. Vetando minha tentativa de parar de sorrir e parecer sério. Ela revirou os olhos mais uma vez e tirou a mão da boca, revelando o sorriso de lado a lado. Respirei fundo e voltei a visão aos olhos dela, que finalmente diziam claramente “desisto”. Observei ela colocando a primeira garfada de comida na boca e me encarando como que quisesse dizer “satisfeito?”. Sorri, dobrei os braços mais uma vez e me encostei na cadeira levantando a sobrancelha como um vencedor enquanto ela revirava os olhos.

—… né Draco? — Alguém cutucou meu braço com força. — Por Merlin Draco!

— O que foi!? — Falei chacoalhando minha cabeça e olhando para meus amigos que me encaravam com curiosidade.

— Você está viajando desde a hora que chegou aqui, não percebeu que eu estava falando com o você!?. — Pansy, perguntou brava.

— A é? Ok, pode falar agora. — Falei me ajeitando na cadeira e olhando diretamente para Pansy, para ela não perder minha atenção para Granger.

— Como eu estava falando, tenho que começar a festa depois da sua ronda? Tem como escapar para ir para festa?

— Não precisa me esperar pode começar depois eu chego lá.

— Se você não se importar.

— Não me importo! — Falei e procurei pelo Blás, que não estava na mesa. — Ele ainda está magoado com você. — Sussurrei no ouvido da Pansy, que tinha começado a falar com o Theo sobre bebidas.

— Eu sei. — Sussurrou e me encarou. — Vocês dois estão escondendo alguma coisa! — Sussurrou.

— Não sei do que você está falando. — Falei desviando meu olhar dela. — Potter está te encarando.

— Ciúmes Draquinho?

— Morrendo. — Falei sarcástico.

— Vou procurar o Blás. — Falou levantando e sorrindo. — Theo, quer vir comigo. — Parecia uma pergunta mas não era. Olhei para os dois, inclinei a cabeça, olhei novamente para os dois saindo.

— Não. — Falei balançando a cabeça. — Preciso comer alguma coisa para tirar essa imagem da minha cabeça.

— Está falando comigo? — Goyle perguntou.

— Estou falando sozinho. — Falei lotando meu prato de comida, para tirar a imagem que eu tinha formado do Theo com a Pansy.

Olhei para mesa do professores enquanto comia lentamente cada alimento que estava no meu prato. Dumbledore não estava lá. Snape também não estava lá. Olhei para Granger, e esta conversava calmamente com Potter enquanto comia. Talvez eu que estava muito calmo, não todas as pessoas ao meu redor.

Harry Potter—____

— Até você! Eu esperava que pelo menos fosse anotar as aulas. Vou ter que fazer resumos baseados em quem? — Hermione falou colocando um pedaço de cenoura na boca.

— Qual é Hermione? Não tenta desviar do assunto. — Ron falou.

— Você ficou insistindo o dia inteiro Ron. Eu fui ver vocês!

— E aquela marca que nós vimos no seu pescoço. — perguntei olhando cutucando o pescoço dela que agora não tinha marca nenhuma. Hermione me olhava incrédula.

— Até você Harry! Merlin vocês não tem nada para fazer né? Harry vai se concentrar nas aulas do Snape, que você ganha mais. Ron vai fazer seja lá o que você tem feito ultimamente. — Hermione falou não tão irritada quanto eu achava que ela estaria.

— Snape cancelou. — Hermione olhou para mesa dos professores e depois olhou para mim.

— Ok, o que vocês querem saber?

— O que era aquela marca no seu pescoço? Quando você vai terminar com o Zabini? O que você estava fazendo lá no campo?

— Já disse que fui por causa de vocês. — Hermione falou terminando o prato dela.

— Você não sabia que nós íamos para o campo. — Ron fazia gestos com o garfo. — Saiu daqui antes mesmo de nós dois.

— Fui no banheiro e depois para o campo, precisava de um ar fresco e sabia que já imaginava que vocês iriam ir para o campo.   

— Ótima desculpa. — Falei pegando meu pudim.

— É a verdade. — Falou nervosa tomando meu pudim.

— Ei! Tem vários pudins na mesa.

— Mas eu quero o seu, você não merece. — Falou sorrindo, segurando meu pudim.

— Do que você esta rindo? — Perguntei confuso tentando pegar o doce da mão dela.

— Nada… Quer dizer, Ron, terminou com a Cho! É algo para comemorar. — Hermione falou comendo o pudim. — Aquele namoro falso e desnecessário!

— Mas eu até que gostava dela. — Ron falou olhando para o seu prato.

— Ronald! — Hermione reclamou e o bateu com a colher.

— Só falta você terminar com o Zabini. — Ron falou.

— Concordo plenamente. — Hermione me lançou um olhar reprovador e afastou a colher com pudim que ela já ia colocar na minha boca. — Qual é?! Ele é amigo do Malfoy e por causa dele vou ter que substituir a Katie tão perto do jogo contra a Sonserina.

— A não, não começa com isso de novo!

— Não entendo você defendendo o Malfoy, tenho certeza que foi ele.

— Só não acredito que o Malfoy possa ser um Comensal, e muito menos fazer isso com a Katie. — Falou e nós olhamos para o Malfoy, que comia lentamente e sorria enquanto Crabbe falava alguma coisa. — Sem contar que você sabe muito bem que o Malfoy estava doente aquele dia, eu mesmo o vi na ala hospitalar.

— Você o viu? — Ron perguntou curioso arregalando os olhos.

— Sim, fui ver como Katie estava, eles já estava resolvendo que moveriam ela para st. Mungo's, e vi Malfoy em uma maca comendo e reclamando de tudo, como sempre.

— Ele pode ter pedido para outra pessoa! — Falei pegando minha própria sobremesa, já que Hermione se recusava me dar o pudim.

— Esquece isso. — Falou arrumando a touca na cabeça.

— Você tem que se concentrar em achar outro artilheiro. — Ron falou e Hermione concordou.

— Tenho, mas não dá tempo de fazer outro teste. — Falei levantando da mesa, quando Ron levantou. — Vamos? — Perguntei para a Hermione, oferecendo a mão para ela levantar.

— Podem ir, eu vou conversar com a Gina. — Falou e lançou um olhar frio para Ron. — Já que você não tinha que ter falado com ela daquela forma. — Fiquei sabendo de tudo!

— Ela não deveria estar beijando garotos em público. — Ron falou dando e ombros e eu olhei para Gina, que conversava nervosa com Dino.

— Vamos Ron. — Falei segurando seu braço. — Te esperando lá no salão.

— Não precisam me esperar! — Hermione falou alto enquanto Ron e eu já nos afastavamos. Enquanto andávamos, Ron não parava de falar sobre como achava muito estranho o comportamento da Mione em relação ao Malfoy e em como ela tinha que terminar logo com o Zabini, e eu concordava com tudo mas parei de prestar atenção quando vi Nott saindo de uma sala, no final do corredor com a Pansy, que ria e falava alguma coisa animada.

— Ron pode indo, sei que você ainda tem que se arrumar para ronda, eu preciso fazer algo urgente. — Falei me afastando do Ron, que não tinha notado os sonserinos, só acenou e continuou reto enquanto eu entrava no corredor que tinha visto os dois. Quando cheguei Pansy já não estava mais lá e eu escutei passos se afastando na esquina do corredor que eu tinha acabado de entrar, provavelmente era a Pansy indo embora.

— Nott! — Falei para o sonserino que me olhava sorrindo, de uma forma não amigável.

— Potter! Pronto para acabar de vez com o namoro da sua amiga? Tive uma excelente ideia, mas primeiro você decide se quer que ela termine com o Blás ou o Blás com ela?

— Nenhum. — Falei cruzando os braços.

— O que? Por que?

— Percebi que agora esta tudo se normalizando finalmente, não quero envolver com vocês sonserinos, não sei o que eu estava pensando, nem o Ron, ou muito menos a Hermione. Por mais que eu realmente queira que ela termine com seu amigo, não quero ser responsável por isso. — Nott me encarava descrente.

— Mas, eu tinha um plano ótimo!

— Um ótimo plano para separar a Mione do Zabini, que tentador mas...

— Potter, pensei que você estava comigo nessa. — Falou me interrompendo.— Íamos separar os dois, você já tinha tido algumas ideias.

— Como eu já disse… — Parei de falar quando escutei um barulho, olhei para todos os lados mas não vi ninguém. — Não me envolverei mais nisso. Tenha uma boa noite. — Falei deixando Nott extremamente nervoso para trás.

Draco Malfoy ___

— Anda! Alguém pode nos ver! Por que você está tão distraído?

— Nada, só estava pensando. — Falei finalmente olhando para Granger que carregava uma mochila. — Me dê isto. — Falei tomando a mochila das costas dela.

— Não precisa posso levar ela.

— Você que sabe. Está mais pesada que você. — Falei entregando a mochila para ela.

— Eu dou conta! — Falou jogando a mochila nas costas e eu dei uma risada. Porém não consegui tirar o que eu tinha acabado de escutar da minha mente. — Malfoy, você está muito distraído hoje, meio lerdo, não que você não seja lerdo todos os dias.

— Só me sinto mais leve.

— Ok, legal! Como eu estava falando, acho que eles não notaram você saindo voando.

— Que bom.

— Eles só ficaram curiosos e estranhando tudo. Sempre foram meios possessivos.

— Meio? Extremamente! Já reparei. — Granger me lançou um olhar reprovador.

— Ron está achando tudo muito estranho. Sobre ontem a noite, a fita e hoje.

— O Cenoura pensando? Novidade. — Granger me deu uma cotovelada. — O que você quer que eu faça, brigue com você na frente de todo mundo de novo?

— Não sei o que eu quero. Mas não é uma ideia ruim.

— É terrível! Quer que eu mande uma carta falando “Weasley, não sei o que você está pensando mas não é isso não, para de encher a Hermione por que ela fica me enchendo. Com nenhum amor: Draco Malfoy.”

— Hermione. — Falou imitando minha voz. — Me chamou de Hermione.

— Nem tinha notado. — Não tinha notado, arregalei os olhos. — Não se acostuma.

— Malfoy, já estamos envolvi…

— Carta! Recebi uma carta do Dr. FitzWilliam, já faz um tempo e ainda não li! Como eu pude esquecer? — Interrompi Granger bruscamente. — Não estava com paciência para nada que envolvesse grifinória, olhos castanhos e doença. — Falei tentando achar a carta nas minhas vestes. — O problema é que eu tenho uma capa para cada dia da semana e sempre mando lavar.

— Pior que eu não estou surpresa. — Falou cruzando os braços e piscando.

— Ah! Não está aqui! Agora só perguntando para ele pessoalmente.

— E se fosse algo importante?

— Com todo certeza era algo importante. — Falei e Granger bufou, mas não parecia tão estressada.

— Toma minha mochila, você merece levar ela. — Falou retirando a mochila.

— Agora eu não quero ela! — Falei pegando a mochila e jogando nas minhas costas, deixando pendurado somente uma alça.

— Isso é muito engraçado, você faz tudo que eu quero! — Falou rindo e tirando todo meu humor do dia.

— Cala boca! — Falei desanimado encarando seus olhos.

— Vem calar. — Falou colocando as mãos nas costas e sorrindo de maneira animada.

— Está bonitinha e engraçadinha hoje, não? — Falei a encarando de cima a baixo, ela vestia uma roupa diferente por baixo da capa. — Por isso não quis me encontrar logo após o jantar? Teve que passar no dormitório primeiro.

— Sim, também para pegar está mochila que você está carregando.

— Realmente não entendi o por quê da mochila.

— Parkinson. — Falou de repente.

— O que tem a Pansy? Vai bater nela com a mochila? — Perguntei rindo.

— Não, Draquinho, ela estava me anunciado. — Gelei ao escutar a voz da Pansy atrás de mim, e me virei.

— O que você está fazendo aqui? — Perguntei assustado.

— Eu que te pergunto, o que você está fazendo aqui com ela? — Pansy perguntou confusa apontando para Granger.

— Encontrei o Malfoy no caminho e estava perguntando onde o Blás esta.

— Aí que amigável vocês dois. — Falou irônica. — Agora até o Draco vai virar amigo da Granger por causa do Blás. — Falou mais para ela mesma. — Bom, já que estou de mãos atadas, o Draco te falou da festa de aniversário do Blás?

— Já disse que eu só perguntei sobre o Blás. — Granger falou séria.

— Que pena, você poderia já ter chamado ela. — Falou me olhando e então se virou para Granger. — Bom, Granger, no dia 09 de novembro, no sábado, eu vou fazer uma festa de aniversário para o seu namoradinho. Vai ser na Sala Precisa, sei que você conhece já que você e seus amiguinhos usavam bastante ela para brincar de heróis.

— Ai que engraçado. — Granger falou fingindo bocejo. — Uma festa de aniversário para Blás? Você me convidando? É algum truque? — Granger perguntou desconfiada me encarando rápido depois voltando para Pansy.

— Não é minha culpa que o Blás tem um péssimo gosto. — Falou dando de ombros, fazem Granger revirar os olhos.

— Não confio em você Buldogue, muito menos entrar um ninho cheio de cobras! Uma festa da Sonserina? Sério. — Granger desdenhou e eu tive que segurar Pansy, para a mesma não atacar a grifinória.

— Ok, ok. — Pansy bufou tentando se acalmar. — Eu sinto muito, sinto muito que que você é amiga do cenoura! Mas faça o favor de comparecer na festa do seu namorado, isso se vocês não terminarem depois que eu falar que você me ofendeu. — Olhei para Pansy, ela estava mais infantil do que o Crabbe.

— Você está mais infantil que o Crabbe! — Falei.

— Draco! — Exclamou me olhando irritada. — Odeio quando você está certo.

— Você me ama Pansy! — Falei rindo bagunçando os fios do cabelo da Pansy.

— Engraçadinho. — Pansy falou empurrando minha mão. — Granger, eu não achei o Blás, Theo não achou o Blás e o Draco claramente não achou o Blás, pode ir, outro dia eu vejo se estou com humor para me desculpar pelo incidente. — Pansy segurou meu braço. — Vamos Draco.

— Vamos? — Perguntei confuso e Pansy me encarou mais confusa. — Vai ficar aqui, colocando a conversa em dia com a … espera… esqueci de perguntar, por que você esta com a mochila dela? — Gelei mais uma vez.

— Ele roubou das minhas costas para me irritar. — Granger que estava quieta falou rápido.

— Vocês estavam rindo!

— Malfoy, estava rindo!

— Eu estava rindo!

— Isso não faz sentido! — Pansy falou confusa e eu me apressei em falar.

— Pansy, honestamente, o que você esta pensando? Vai dormir para ver se coloca sentido nesta sua cabecinha linda, eu vou depois porque agora eu tenho que ir para biblioteca. — Pansy bufou.

— Olha, cansei! Não sei o que você vai fazer na biblioteca essa hora! Mas vocês realmente me cansaram. — Falou virando as costas e saindo apressada xingando baixo.

— Não sei nem o que falar. — Falei encarando a Granger, que me olhava irritada.

— Que loucura! — Falou bom fim.

— Você tem razão!

— Sempre tenho. — Falou orgulhosa. — Sobre o que exatamente?

— Sua mentira, nossa mentira, esta com dias contados! — Falei e a vi arregalando os olhos.

— Malfoy. — Falou tocando minha bochecha com uma mão, senti seus dedos gelado arrepiar minha pele. — Seu bobinho. — Recuei em um reflexo rápido. — Você realmente acha que eu vou deixar alguém descobrir alguma coisa. — Falou se aproximando e mais uma vez no dia, eu gelei. Encarei seus olhos, que estavam indescritíveis. Então ela me deu um peteleco.

— Que isso?! — Falei passando a mão na minha testa. — Você é louca! — Gritei para um Hermione Granger, que ri, ou melhor, gargalhava na minha frente. Preparei mil xingamentos para ela, mas nenhum saiu da minha boca.

— Vamos logo, e não me fale comigo, estou tentando pensar em uma solução. — Falou começando a andar.  

— Morra. — Falei começando a andar.

— Para de cutucar essa testa, vai virar o Harry, daqui a pouco. — Falou rindo.

— Cala a boca! —  Não olhei para ela, só continuei a andar. Quem ela pensa que é? Que sou eu para não azarar ela logo alí? Merlin só podia estar tentando me pregar um grande peça! Hermione Granger, sangue-ruim! — Te odeio! — Estava fazendo o que queria comigo e eu não fazia nada a respeito! Por Merlin! O que estava acontecendo comigo? Por mil Merlins!

— Por Merlin! — Granger exclamou alto e eu finalmente acordei. — Harry!

— Potter! — Falei encarando Potter e Dumbledore no meio do escritório do mais velho, nos encarando.

— Por mil Merlins! — Granger falou.

— Mas o que?! — Potter vociferou.

— A Granger me deu um peteleco! — Falei alto, sem me entender.


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Notas finais do capítulo

Muitas desculpas, como sempre...
Muitos artigos científicos para escrever...
Amo cada leitor que esperou ou não este capítulo novinho.
Amou? Odiou?
Beijos da escritora turista.
Desculpas!!



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