Realmente cada dia é de uma cor, mas existe diferentes tons de cada cor. Diria que hoje é laranja uma cor ativa e em movimento, na minha opinião é claro, mas ao decorrer do dia o laranja foi ficando mais neutro mais ou menos salmão uma cor de harmonia e um pouco de felicidade o dia finalizou com o bege uma cor que para mim é melancólica e depressiva.

Olhei para imagem refletida no espelho e vi uma garota forte, inteligente e bonita a garota que eu odeio é a garota com mais qualidades que eu preso. Quando Granger conseguiu se acalmar, Sr. Magda e Dr. FitzWilliam entraram no quarto perguntando o que tinha acontecido, mas quando eles viram os fios de cabelo no travesseiro e na mão da Granger eles entenderam tudo.

—Está pronta querida? –Sr. Magda perguntou.

—Ainda não. –Granger respondeu sorrindo levemente mas não alegremente. –Eu posso ficar sozinha por uns minutos?

—Claro. –Todos falaram até o auxiliar Medibruxo Edward que tinha me ajudado a carregar o espelho.

—Malfoy fica. –Granger falou quando eu fui para porta.

—Se você insiste. –Falei sorrindo e fechando a porta.

—Desculpa pelo escândalo, sua mãe poderia ter escutado e eu fiquei te cobrando algo que você não pode fazer e não é sua culpa.

—Tudo bem Granger eu entendo perder o cabelo não é legal.

—Não é só por causa do cabelo, eu ainda tenho cabelo é porque eu finalmente me dei conta de verdade do que está acontecendo, me dei conta de que isso é real de que eu vou piorar e piorar.

—Para melhorar.

—Sim para melhorar, e já falei isso várias vezes mas quando eu olhei para aqueles fios de cabelo no travesseiro, na sua mão e depois na minha mão eu levei um choque de realidade pois eu sabia que isso acontece mas não passou pela minha cabeça em momento algum porque eu não estava enxergando a doença de verdade e voltando ao que eu já falei várias vezes é que essa doença mata e eu realmente posso morrer e eu não falo isso com a melancolia rebelde de antes eu falo agora enxergando a realidade.

—Veja o lado positivo, eu fiquei sabendo que cair cabelo quer dizer que seu corpo está reagindo ao tratamento.

—Sim, mas o que eu faço? Eu simplesmente faço o que a Sr. Magda falou cortar o cabelo curtinho e tomar aquela poção para crescer quando ele voltar a cair.

—Você sabe que não vai adiantar tomar a poção com o cabelo longo, ele não vai ter força e você não vai poder tomar a poção todo dia porque interfere na quimioterapia.

—Mas ai eu apareço do nada com o cabelo curto em Hogwarts?!

—Melhor que careca, você não acha?

—Sim, mas vai ficar mais curto que o seu.

—Granger é isso ou ficar careca, você escolhe.

—Tudo bem, chama a Sr. Magda.

—Essa não é a primeira vez que eu faço isso, ou você acha que é a única bruxinha que já teve câncer?

—Eu não acho. –Granger falou receosa olhando para o espelho.

—Vai logo! –Falei impaciente e Edward concordou.

—Então vamos lá. –Granger falou soltando um suspiro e Sr. Magda pegou uma mecha do cabelo dela.

—Pergunta. –Falei levantando a mão e fazendo todos falarem não por ter interrompido quando ela finalmente deixou cortar. –Eu posso cortar pelo menos essa mecha? –Perguntei sorrindo.

—Por que? –Granger perguntou nervosa.

—Eu sempre quis cortar o seu cabelo de vassoura.

—Eu deixo com uma condição. –Granger falou.

—Qual?

—Você vai contar essa mecha e depois vai esperar lá fora.

—Concordo plenamente. –Edward falou rindo.

—Você também Edward. –Granger falou sorrindo e eu ri.

—Eu fico sou seu médico.

—Claro. –Granger falou com sorriso de satisfação olhando para mim pelo espelho e eu me adiantei em pegar a tesoura e a mecha da mão da Sr. Magda.

—Posso?

—Pode.

—Que legal sempre quis cortar um cabelo! –Falei preparando a mecha grossa e então eu fechei a tesoura cortando a primeira mecha. –Essa foi a primeira. –Falei colocando na mão da Granger.

—E sua última, agora sai você também Edward.

—Vamos. –Edward falou e nós saímos em direção ao refeitório dos Medibruxos. –Ela é sua namorada?

—Não credo! Você não sabe quem nós somos?

—Claro que sei Hermione Granger e Draco Malfoy.

—Então como você acha que nós namoramos?

—Vocês estão aqui juntos, talvez seja por isso.

—Nós não somos namorados, não mesmo.

—Tudo bem eu acredito, na verdade eu tenho que acreditar em tudo o que você fala, você me paga para isso.

—Sério eu te pago? –Perguntei rindo. –Como funciona isso?

—Só a Sr. Magda, Dra. Elenor, Dra. Bennet e eu sabemos sobre vocês aqui, nós recebemos a mais para não falar nada para ninguém nem para nossa família menos a Sr. Magda ela não quis receber ela é muito legal.

—Sério? Ela é legal mesmo menos dinheiro gasto mas você não né.

—Seja sincero é uma forma de ganhar muito galeões sem fazer nada!

—É eu faria o mesmo. –Falei sentando em uma cadeira e comendo o que tinha na mesa. –Mas você tem quantos anos? Vinte?

—Dezenove sou auxiliar ainda.

—Como será que ela vai ficar com o cabelo curto? –Perguntei pensativo.

—Bonita. –Falou abrindo um sapo de chocolate e eu me assustei. –O que foi? Ela é bonita, muito bonita eu acho que ela vai ficar bonita de qualquer jeito, você falou que ela não é sua namorada então eu posso falar isso.

—Vamos voltar lá, eu não condigo esperar! –Falei levantando e pegando um prato com pães, ovos e presunto.

—Isso é uma péssima ideia.

—Por que?

—Ela não nos que lá. –Edward falou como se fosse a coisa mais óbvia do mundo.

—Primeiro, eu acho que ela só estava fazendo graça. Segundo, eu não obedeço a Granger e terceiro por que ela não nos quer lá?

—Sério? Você não sabe? –Neguei com a cabeça já que estava de boca cheia e ele continuou. -Ela está com vergonha.

—Vergonha de que? –Perguntei confuso.

—De nós! –Edward falou impaciente.

—Por que ela teria vergonha de nós?

—Porque nós somos homens e da idade dela.

—Bom você é mais velho que ela.

—Você entendeu?

—Sim mas eu não posso acreditar que a Granger me veria como uma opção. –Falei rindo descrente.

—Não sei, mas essa é minha opinião pois da mesma forma que você não iria querer que ela te visse todo feio e fedido, desculpe o termo. –Edward falou levantando da cadeira que tinha sentando. –Ou você iria querer que as garotas de Hogwarts o vissem de forma degradante.

—Realmente não. –Falei dando uma pequena risada. –Mas eu não acho que ela vai ficar com uma aparência “degradante” e vamos logo porque eu estou curioso e acho que ela está muito ruim para ficar sozinha.

—Ele não está sozinha!

—Estou falando, sem alguém para apoiar ela, aposto que ela adoraria ter o Potter aqui sabe um amigo.

—Mas você é um amigo e está aqui.

—A não, não Granger e eu não somos amigos! –Falei rindo do óbvio.

—Como não? Vocês estão aqui juntos e não são namorados ou amigos, o que vocês são? –Edward perguntou confuso.

—Boa pergunta. –Falei baixo indo para porta e olhando para o chão. –Nós nos odiamos a ponto de não conseguirmos perder um ao outro, resumindo minha vida assim como a dela seria uma linda bosta sem ela para eu odiar, desculpe a palavra. –Acrescentei.

—_____________________________________Harry Potter_____________________________

—O dia está bege.

—Falando sozinho Potter?

—Estou falando com a vida Parkinson. –Respondi quando vi ela sentando ao meu lado.

—E como exatamente se fala com a vida? –Perguntou olhando para o céu escuro, assim como eu.

—Você está olhando para o céu, não está? Fingi que ele é sua vida e fale com ele como se ele fosse sua vida.

—E por que o céu seria minha vida? Ou sua vida? –Perguntou rindo levemente.

—Para mim funciona pois é a única coisa que sempre esteve presente na minha vida, sempre, todos os dias e nunca falta.

—Obrigada. –Parkinson falou de repente fazendo eu olhar para ela e perguntar:

—Pelo que?

—Eu não tive a oportunidade de agradecer antes então estou agradecendo hoje por não ter sido um idiota comigo.

—Como assim.

—Não é comum alguém me tratar como você me tratou, nem meus amigos mas isso já dá para saber sendo um deles o Draco.

—Draco não presta! –Falei voltando a olhar para o céu.

—Não mesmo mas ele beija bem. –Fiz cara de nojo.

—Não quero saber sobre o beijo do Malfoy!

—E eu não quero falar sobre meninos!

—Mas eu sou um menino sabia? –Falei dando uma pequena risada.

—Sabia mas você não é o Draco ou pior o Weasley.

—O Ron fez mesmo o que você falou?

—Sim e hoje ele falou comigo.

—Sério? O Ron que eu conheço ou conhecia não era tão corajoso com garotas assim. –Falei surpreso.

—Mas o que eu conheço é!

—Vou falar com ele. –Falei percebendo a tristeza na voz dela.

—O que? Não, não, não precisa perder tempo por mim além do mais o que você falaria para ele? Eu não vou voltar com ele.

—Eu vou falar que ele não pode fazer o que ele fez com você com ninguém e vou exigir um pedido de desculpas da parte dele pois eu concordo que foi um completo idiota e não, não vai ser uma perca de tempo.

—Mais uma vez obrigada, obrigada mesmo você não precisava fazer. –Parkinson falou levantando tristonha.

—Você gostava mesmo dele né?

—Sim, o Draco sempre me rejeitou e quando eu pensei que finalmente alguém gostava de mim de verdade, não gostava.

—Bom, você não é tão insuportável como eu pensava, só um pouquinho. –Falei sorrindo e ela voltou a sentar.

—Então por que o dia está bege? –Sorri com sua escolha de palavras.

—Não sei eu só me sinto deprimido, ou seja, um dia bege.

—E por que você está deprimido? Você pode me contar já que você me escutou duas vezes.

—Não sei, de repente me senti triste como se algo estivesse errado, tudo está errado na minha vida ultimamente e tudo em um mês, mas o que eu estou sentindo agora é estranho uma tristeza me invadiu.

—E isso é motivo para estar aqui depois do toque de recolher?

—O Ron é motivo para estar aqui depois do toque de recolher? –Rebati sorrindo e ela sorriu também.

—Não fomos devidamente apresentados, não?

—Realmente garota que caiu em cima de mim.

—Tudo bem garoto que apareceu debaixo de mim, meu nome é Pansy Parkinson mas pode me chamar de Pansy sou da Sonserina.

—Meu nome é Harry Potter mas pode me chamar de Harry e eu não sou da Sonserina. –Nós rimos.

—______________________________________________Draco Malfoy__________________

—Granger deixa eu entrar. –Falei pela décima vez.

—Não!

—Granger deixa eu entrar. –Falei pela décima primeira vez sentando de costa para porta.

—Não! –Falou do outro lado da porta.

—Por Merlin pintado com as cores da Grifinória, por que não?

—Porque eu estou feiona!

—Fala sério Granger, o que que isso importa para mim?

—Eu não vou abrir!

—Desculpa por ter aberto no meio “projeto”!

—Metade do meu cabelo estava cortado e outra metade não e você sabe muito bem porque eu estou brava.

—Desculpa por eu te rido!

—Você não riu, você gargalhou.

—Qual é Granger seu cabelo estava engraçado.

—Vou pintar metade do seu cabelo de preto!

—Não. –Falei colocando as mão no meu cabelo. –Você é louca de mexer no meu lindo cabelo loiro!?

—Só não faço isso porque você vai ficar parecendo a Cruella de Vil.

—Quem?

—Esquece.

—Abre!

—Não!

—Eu vou destruir essa porta!

—Como? Você não pode usar magia fora de Hogwarts. –Falou eu consegui identificar seu tom se gozação atrás da porta.

—Abre!

—Não!

—Então eu vou voltar para Hogwarts e te deixar ia.

—Pode ir eu não ligo.

—Vou mesmo, olha Edward você está de prova que eu tentei. –Falei para o Edward que estava apoiado na parede na minha frente.

—Estou de prova. –Levantei e fingi eu estava andando.

—Malfoy espera, fica comigo. –Granger falou e eu olhei para porta esperando que ela estivesse aberta. –Você acreditou, eu sei que você não foi embora Malfoy eu não sou burra.

—A Granger não estou brincando se você demorar mais eu vou... Por Merlin minha mãe está lá na frente corre. –Então a porta abriu rápido assim como fechou, e Edward e eu entramos correndo. –Mentira! Cadê você Granger?

—Estou aqui. –Falou levantando do chão e ficando na minha frente, fiquei sem palavras.

—Estou muito feia? –Perguntou calma.

—Você quer que eu responda com total sinceridade?

—Sim. –Concordou.

—Já que estamos no lugar onde podemos fazer e falar o que queremos, bom você pode mas eu vou aderir agora, eu vou falar o que eu realmente acho sem pensar na consequência.

—Pode falar, por favor. -Pediu triste.

—Você está lindamente triste.