Mudança de Planos escrita por Policromo


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Olá para aqueles(as) que tiveram a bondade de clicar no link dessa minha humilde one-shot! Voltei com mais uma fic RinxHaru para vocês (eles dois juntos são a essência da minha vida, mds). Como já dito no Disclaimer, essa fic é a continuação direta da cena entre Rin e Haru no quarto, e em minha opinião, justamente a parte deletada do anime por motivos de "isso não é anime yaoi" (-qq). Portanto, cá estou reproduzindo-a para vocês (poisé, imaginação é uma coisa de doido!). Boa leitura!



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O silêncio nunca fora tão perpétuo e angustiante quanto naquele momento. Um estava de costas para o outro, vasculhando em suas mentes qual seria a ação ou a fala mais cabível para pôr em prática. Ambos estavam receosos de fazer qualquer coisa, então mantiveram-se imóveis e calados.

O quarto estava escuro. A penumbra cobria os dois rapazes com sua aura apreensiva e instigante. Rin fitava um espelho de aparência singular, o qual estava próximo a um pequeno jarro de flores brancas. Haru, por sua vez, vagava em seus próprios pensamentos, pensando em qualquer coisa que não o fato de estar na mesma cama que Rin. Já não conseguia conter mais sua excitação por ele, porém não queria render-se outra vez. Aquela era uma viagem para fazê-lo refletir sobre seu futuro profissional, e apenas isso.

Haru levou um susto quando ouviu a voz de Rin afastar o silêncio, dando espaço a uma aceleração cardíaca considerável.

— Está acordado?

O moreno murmurou um "hum-hum" em resposta. Rin sorriu. Virou-se para o lado, observando o dorso de Haru enquanto um emaranhado de palavras ensaiadas — porém nunca usadas, sendo sempre substituídas pelas improvisadas — formava-se em sua mente.

— Desculpa.

— Pelo quê? — indagou Haru, confuso, mas não deixando isso perceptível em seu tom de voz.

— Por nos meter nessa situação. Quero dizer... Não estava nos meus planos disso acontecer. — "Apesar de já estarmos acostumados com isso" pensou em acrescentar, mas repreendeu-se.

— Rin...

— Desculpe se está sendo desconfortável para você — continuou. — Eu realmente... Queria que fosse num momento mais propício...

— Não precisa se desculpar — apressou-se o moreno, cobrindo seu rosto corado com o cobertor. — Fico feliz que você esteja se preocupando comigo.

Rin piscou os olhos, atônito.

— Não está chateado comigo?

— Não.

— Então — ele fez uma pausa e esboçou um sorriso maliciosamente inebriante — por que não olha nos meus olhos?

Haru quase cedeu quando sentiu os dedos quentes do ruivo percorrendo sua nuca, fazendo seu corpo inteiro entrar em êxtase. Mas então lembrou-se do verdadeiro propósito daquela viagem e logo impossibilitou que qualquer outra sensação como aquela pudesse manifestar-se novamente.

— Não, Rin. Nós já conversamos sobre isso...

— Então ao menos olhe para mim, ou não levarei essas suas palavras a sério. — Provocou o ruivo.

Haru suspirou e abaixou um pouco as cobertas, virando-se logo em seguida. Quando fez isso, sentiu os lábios de Rin tocarem os seus num movimento rápido, fazendo o moreno arregalar os olhos em surpresa.

— Rin! — exclamou ele, repreendendo-o. Mas o ruivo não parava de rir. — Não teve graça!

— Claro que teve! Você tinha que ver sua cara!

Haru, irritado, decidiu dar o troco. Saiu debaixo das cobertas e sentou-se sobre o corpo de Rin, prendendo seus pulsos com as mãos e aproximando seu rosto do dele, com uma expressão vitoriosa no rosto. O ruivo sequer acreditava no que estava vendo, calando suas risadas instantaneamente e olhando para o rapaz com uma expressão de espanto — e um tanto de admiração, também.

— Quer apostar quem fica mais surpreso agora?

Os lábios de Haru selaram os de Rin, sem sequer dando tempo para o ruivo reagir. Suas mãos agarraram com ainda mais força os pulsos do rapaz, e sua língua explorava ardilosamente todos os cantos de sua preciosa boca. Logo seus gemidos vieram em resposta aos gestos tão lascivos, e o moreno então tratou de morder o lóbulo de sua orelha e chupar o pescoço e o restante de sua pele alva.

Finalmente largara os pulsos de Rin para então percorrer os dedos por debaixo de sua camiseta, traçando de maneira libidinosa as linhas de seu abdômen. Ambos já estavam um pouco ofegantes após tantos beijos e toques, mas o ruivo conseguiu dizer:

— Nada mau — elogiou, passando as mãos pela cintura de Haru e então jogando-o contra a cama, debruçando-se sobre seu corpo rapidamente. Depois aproximou-se de sua orelha e acrescentou, com um sorriso largo cruzando seu rosto e os olhos escarlates brilhando como nunca: — Mas agora é minha vez.

~x~

Passos propagavam-se pelos corredores, indicando que os hóspedes saíam de seus respectivos quartos para realizarem suas tarefas matinais. Rin abriu seus olhos no momento em que Haru remexeu-se placidamente em seus braços, ainda adormecido. O ruivo acompanhou o ritmo de sua respiração suave, os cabelos pretos caídos sobre a testa, os lábios rosados entreabertos, e não pôde deixar de sorrir. Beijou levemente sua bochecha e sentou-se na cama, bocejando e desarrumando ainda mais seus longos cabelos.

Haru despertou quando sentiu que os braços de Rin não mais abraçavam seu corpo, sentindo um frio repentino e desconfortável com tal ausência. Seus olhos azuis eletrizantes abriram vagarosamente, focando assim nas costas de Rin, cujo tronco era iluminado pela luz da manhã que atravessava sorrateiramente a janela e espalhava-se pelo cômodo.

O ruivo levantou-se logo em seguida, revelando um esbelto corpo nu espreguiçando-se, tensionando todos os seus músculos a cada movimento. Haru acidentalmente encolheu-se ainda mais, emitindo um som alto o suficiente para que Rin ouvisse. Ele virou-se surpreendido e cruzou seu olhar com o do moreno, que imediatamente escondeu seu rosto orgulhoso e corado sob as cobertas. Os olhos e lábios de Rin sorriram alegremente com aquele simples e convidativo gesto, e então aproximou-se novamente de Haru, apoiando suas mãos e joelhos sobre a cama.

— Bom dia para você também — cumprimentou carinhosamente, engatinhando vertiginosamente em direção ao rosto do moreno. Em seguida, beijou-lhe os cabelos e a testa exposta repetidas vezes. — Vamos sair?

Haru abaixou o cobertor até a altura do tórax e fitou as belas orbes rubras de Rin. Soltou um leve suspiro.

— Agora?

— Bem... É que eu ainda preciso te mostrar mais algumas coisas antes de voltarmos ao Japão... — respondeu, coçando a nuca em sinal de timidez. — Mas...

— Não, tudo bem. Já que é assim, então vamos.

O moreno sentou-se com um tanto de dificuldade e afastou as cobertas de si, ignorando a expressão indecisa tomar conta do rosto de Rin. Assim que levantou-se, viu que o ruivo mordia o lábio inferior enquanto observava seu corpo também nu. — O que foi?

Rin hesitou por um momento antes de responder, agora voltando a olhar para os olhos do moreno.

— Tudo bem.

— Tudo bem o quê?

— Bem, já que você está insistindo tanto, podemos ficar aqui por mais algumas horinhas antes de sairmos.

— Mas eu não estou insistindo em nada. — retrucou Haru, tentando não rir do semblante manhoso do ruivo.

— Internamente, sim — argumentou. — Mas se não quer mesmo, vamos sair logo.

Haru ergueu uma das sobrancelhas em sinal de provocação, abrindo um sorriso desafiador enquanto voltava lentamente para a cama. Segurou então a cintura de Rin e aproximou ainda mais seu rosto do dele.

— Você não tem jeito, francamente.

O ruivo sorriu em resposta e beijou seus lábios antes de dizer:

— Ah, cale a boca.

— Vai ter que tentar, porque eu não vou fazer isso. — Acariciou sua nuca, provocando uma onda de arrepios no ruivo.

— Quer apostar, é? — Desafiou, distribuindo diversos beijos em seu rosto e descendo até chegar em seu peito.

— Com certeza você perderá. — Anunciou o moreno, agora deitando sobre o corpo de Rin e roçando a língua em sua clavícula lentamente.

— Vamos ver. — Encerrou o ruivo, prendendo o corpo de Haru com as pernas e selando suas bocas com outro beijo, dessa vez mais profundo e demorado.

Certamente não estava nos planos de Haru em ter uma viagem como aquela, mas também já devia ter previsto que jamais conseguiria resistir aos encantos do ruivo que o conquistara à primeira vista.


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