SAMMY

Adivinha quem está de detenção de novo? É, isso mesmo. Só porque eu disse que lição de casa era desnecessária porque nós moramos na escola. E a aula acabou antes de eu pensar em uma boa desculpa para não ficar de detenção. Yey!

Entrei na sala do professor Snape. Ainda podia enrolar ou chantagear ele. Se tudo falhasse, eu tinha vomitilhas.

–Olha, você vai ter que me libe... Professora McGonagall?

–Estava esperando quem, Worthington? O coelhinho da Páscoa?

–Não, só o professor Snape mesmo.

Ela revirou os olhos.

–Eu fiz ele te liberar da detenção. De nada.

Estreitei os olhos. Se ela fez isso, é porque tem treta no meio.

–Por quê?

–Porque eu gosto de ajudar meus alunos favoritos, ora!

Ergui uma sobrancelha.

–E eu sou sua aluna favorita desde quando?

–Você sempre foi!

Revirei os olhos.

–Fala logo o que você quer.

–Ok, tivemos um problema.

–Olha o Dumbledore tem que aprender que os alunos não estão aqui para procurar as roupas dele.

Ela tirou os óculos. Parecia cansada.

–Na verdade, dessa vez o próprio diretor Dumbledore é o problema.

Franzi a testa.

–O que você quer dizer com "o Diretor Dumbledore é o problema"?

–Digamos que ele está passando por uma... crise de meia-idade.

–Hã... Semm querer ofender, mas... Ele não é meio, hum, digamos... Velho para uma crise de meia-idade? Quero dizer, quantos anos ele tem? Duzentos?

Ela revirou os olhos.

–Não, Sammy. Tenho certeza de que ele ainda não chegou a cento e vinte. De qualquer jeito, o professor Dumbledore tem "crises de meia-idade" a cada cinco anos mais ou menos.

–Entendo. Espera, se ele sempre tem essas crises por que dessa vez você precisa da minha ajuda?

Ela colocou os óculos de volta. Mulher indecisa.

–É que dessa vez ele fez uma coisa que ele nunca tinha feito antes.

–E o que seria?

–Ele viajou para a terra da lasanha.

Meu queixo caiu.

–Eu sempre achei que a terra da lasanha fosse só um mito!

–E era. Até o Dumbledore criá-la.

Ai, meu Merlin. Eu adoro as crises de meia idade do Dumbledore!

–E você quer que eu vá atrás dele?

Pela primeira vez na minha vida eu realmente quero fazer um favor para a escola.

–Bom...

Por favor, diz que sim, por favor, diz que sim, por favor, diz que sim!

–Você, a senhorita Hayles e o senhor Campbell.

Isso!

–Tudo bem.

McGonagall estreitou os olhos.

–Sem choro nem vela? Vai concordar fácil assim?

Dei de ombros.

–Claro.

–Você só quer uma desculpa para ir à terra da lasanha, não é?

Coloquei a mão no peito e fiz cara de magoada.

–Claro que não! Eu só quero ajudar meu querido diretor! A senhora duvidando das minhas motivações dói tanto que...

Ela revirou os olhos.

–Para de cena, nós duas sabemos que você só quer ir pra terra da lasanha com seus amigos e se livrar de algumas aulas. Por mim tudo bem, desde que vocês tragam o Dumbledore de volta.

Dei de ombros.

–Acho que podemos achar ele no caminho.

–Ótimo. Tem spray de pimenta, um taco de baseball, corda e um saco de pano nessa mochila. Para o caso dele resistir.

–Um estupefaça não serve?

–Serve, mas assim fica mais emocionante.

–Ah.

Ela se levantou.

–Creio que vocês já tenham as roupas de ninja.

–Sim, nós temos.

–Então só tem mais uma coisa que precisa saber.

–E o que é? - perguntei, me levantando também.

–A terra da lasanha tem uma parte sombria. Essa parte é um lugar cheio de perigos, armadilhas e, obviamente lasanha. Cuidado com lasanhas mofadas, as bestas de lasanha, lasanha tóxicas e lasanhas feitas por gigantes.

–Certo. O que tem de errado com a lasanha feita pelos gigantes?

McGonagall deu de ombros.

–Eles nunca lavam as mãos antes de cozinhar. Ah, e o povo lasanha pode ser um pouco agressivo, principalmente agora que estão em guerra com o povo macarrão.

–Povo lasanha?

–Você já sabe tudo o que precisa. -Tem um GPS que vai indicar a posição do Dumbledore na mochila. Vou abrir um portal para lá hoje a noite depois do jantar.

Saí da sala e fui para a cozinha falar com Luke e Cat, que estavam brincando de tiro ao alvo com batata frita.

–Ei gente, quem está afim de ir para a terra da lasanha procurar o Dumbledore diz: "o quê?".

–O quê? - disseram os dois.

Dei um sorriso.

–Ótimo, então todo mundo vai.

–Todo mundo vai para onde? - Luke perguntou, confuso.

–Para a terra da lasanha!

–Esse lugar não era só um mito? - Cat perguntou, surpresa.

–Era, agora não é mais.

Expliquei a história toda para eles.

* * *

–Prontos? - McGonagall perguntou.

–Prontos! - Cat e eu respondemos.

–Espera, eu quero ir ao banheiro! - Luke disse.

–Problema seu.

Ela nos empurrou para dentro do portal.