CAT

Eu estava esperando o momento certo para atacar. Aquilo já tinha ido longe demais. Se eu conseguisse a guerra ia acabar e nós venceríamos. Se eu falhasse tudo estaria perdido. Sinalizei para Sammy, Harry e Fred para confirmar se eles estavam prontos.

–Eles estão em posição! - Du avisou.

Respirei fundo. Era agora ou nunca.

–ATACAR!

Uma rajada de bolas de neve voou de várias direções e quase soterraram Luke, Rony, Jorge, Ethan e Cassie.

–EMBOSCADA! BATER EM RETIRADA! - Cassie gritou, mas nós já os tínhamos cercado.

–Vocês se rendem? - perguntei.

–Nunca! - Rony gritou e os outros concordaram.

Dei de ombros.

–Fogo! Ou neve... sei lá... atirem!

Mais uma saraivada de bolas de neve os atingiu.

–Ok, nos rendemos.

Meu time comemorou.

–Hora do chocolate quente!

E então voltamos para o castelo.

–É uma ótima capitã, Hayles - disse Fred, sorrindo.

–Valeu, Weasley.

Fred entrou na cozinha e eu ia entrar atrás quando o Du puxou meu braço.

–Ai. Meu. Merlin. Ele tá tão na sua!

–Ele quem?

Du revirou os olhos.

–O Papai Noel, Catherine.

–Isso é meio assustador...

Ele bateu a mão na testa.

–Tava falando do Fred, anta.

–Não entendi...

–Merlin, você é mais lerda que uma lesma quando se trata disso.

Ele entrou na cozinha. Revirei os olhos e entrei também. O Du é uma pessoa estranha.

Peguei um chocolate quente e sentei com os outros. Eles estavam discutindo sobre o melhor jeito de passar nutella no pão (assunto que causa muita treta entre nutelógolos).

Dumbledore entrou na cozinha. Todo mundo parou o que estava fazendo.

Achei estranho, mas aí lembrei que:

A) Alunos não devem entrar na cozinha.

B) O Dumbledore nunca vem na cozinha, ele pede para os elfos levarem a comida para o escritório dele.

–Hã... nós podemos explicar - começou Rony.

Dumbledore revirou os olhos.

–Não estou aqui para isso, senhor Weasley. Estou aqui porque preciso da ajuda de vocês.

–NÃO VOU ENTRAR NO SEU ARMÁRIO DE NOVO! - Fred e eu gritamos, ao mesmo tempo.

–Não, dessa vez não é isso.

–Não vamos ajudar do mesmo jeito - disse Jorge.

–Vão sim. Vocês estão cometendo uma infração. Ou ajudam ou vai todo mundo para detenção.

Velho filho da Pansy.

–Do que você precisa?

–Tá vendo aquela lua que brilha lá no céu?

–Mas tá de dia.

–Vai buscar!

–O que?

–O Hagrid disse que ia ser engraçado. Parece que alguém se enganou, não é mesmo?

–Então você não precisa de nada? - Sammy perguntou, esperançosa.

–Não. Preciso que vocês façam algo muito importante.

–E o que seria?

–Preciso que vocês busquem uma encomenda de pudim.

–Você encomendou pudim?

–Encomendei.

–Por que não pediu para os Elfos Domésticos fazerem pudim?

–Digamos apenas que é um pudim especial.

–Especial como? - Cassie perguntou, desconfiada.

–Não tenho boa experiência com pudins especiais... - resmungou Luke.

–Tudo vai ficar claro no final. Agora vão!

–Mas você ainda não disse onde, quando e nem como vamos encontrar o entregador! Nem por que precisa de dez alunos para pegar um pudim - Sammy lembrou.

–Aff, posso nem mais fazer drama.

–Fala logo - mandei.

–Calma, minha filha. Tá me achando que eu sou quem pra falar assim comigo?

Cassie emitiu um som exasperado.

–Pelos sapatos mágicos de Merlin! Diga logo o que quer, velho esdrúxulo!

Todo mundo olhou para a cara dela.

–Que foi?

–Sapatos mágicos de Merlin? - perguntei.

–Esdrúxulo? - Harry perguntou.

–Velho? - Dumbledore perguntou.

Cassie revirou os olhos.

–Apenas diga logo o que temos que fazer.

–Portão de entrada, duas e meia, amanhã de madrugada. Vão!

–Mas não é só de madrugada? - Du perguntou?

–E por que tem que ser tão cedo? - Rony reclamou.

–E você ainda não disse por que raios precisa de dez alunos para isso. - Sammy apontou.

Dumbledore bateu o pé (cena que me pareceu um tanto cômica considerando as vestes de bruxo).

–Mas só sabem perguntar? Vocês tem o que? Cinco anos de idade?

–Olha tenho certeza de que a idade mental do Rony não é muito maior.

–Hey! Eu estou aqui e não sou surdo, ok?

Dumbledore bateu a mão na testa.

–Precisa de dez pessoas e precisa ser tão cedo porque é um pudim realmente especial. Na verdade, acho que é melhor onze. Levem a Granger com vocês. Agora vão!

–Mas você não disse...

–EU SÓ QUERO FAZER DRAMA, OK? Ah, foda-se. Só não se atrasem.

Dumbledore saiu da cozinha batendo os pés e assustando os elfos domésticos.

–Nós vamos mesmo fazer isso? - Cassie perguntou.

–Acho que sim - respondi.

–Nesse caso eu vou dormir.

Ela se levantou e saiu.

–Mas são só oito e meia... - disse Rony, para ninguém em especial.

–Não estou nem aí. Eu vou dormir também. - Sammy anunciou.

–Eu também - disse Luke.

Todo mundo acabou indo, mas eu não estava com sono.

Resolvi ficar por ali mesmo. Fred também não devia estar cansado, já que também não foi embora. Conversamos um pouco. Comecei a pensar no que o Du me disse. Depois parei porque era muito estúpido. Devo ter feito uma cara estranha, já que o Fred perguntou:

–Ei, tudo bem?

–Aham. Claro. Acho que vou dormir também.

–Eu vou ficar por aqui mesmo.

–Tudo bem.

Só então percebi que ele não saiu junto com o Jorge. Estranho.

–Boa noite.

–Boa noite.

Sai da cozinha e encontrei o Du com uma cara muito shipper.

–Eu não disse?

–Disse o que?

–Que ele gosta de você!

–O quê?

–Manja nada, Jão das Neve!

Ele foi embora. Menino estranho. Eu fui dormir.