Pov Anna.

Ares havia saído em passos pesados dali, mas não antes de dar uma olhada a mim e a Josh que naquele momento era ajudado por Bryan, tinha certeza que eu o vi sorrir de lado ao ver a situação que Josh se encontrava, e isso fez com que minha raiva por ele aumentasse ainda mais. Fui até a enfermaria do acampamento, minha mão doía muito e podia até pressentir que eu a havia quebrado apenas com aquele soco. Como havia pressentido, Matt um filho de Apolo confirmou tudo que eu já sabia. Eu realmente havia quebrado minha mão e para piorar, por eu ter desrespeitado um Deus, Quíron e Sr. D havia decido que Matt e nem mais um filho de Apolo deveriam curar a minha mão. Dito e feito, teria que passar esse longos dias inteiro com a minha mão direita quebrada. Mais como tudo em minha vida só tende a piorar, Ares tinha o seu direito perante as leis dos Deuses de me punir pelo que havia feito a ele. Sua punição foi a mais simples e pior do que eu poderia imaginar. Ares havia decido que a partir daquele momento era ele quem iria cuidar dos meus treinos durante sua estadia aqui no acampamento. Claro que se fosse qualquer outra garota desse acampamento já estaria feliz por essa noticia, mas eu não estava.

–----''-----''-----

Havia se passado exatamente uma semana desde o meu ocorrido com o Deus da guerra, e nessa uma semana tinha absolutamente comprovado minha hipótese. Nesses últimos dias Ares sempre estava a pegar no meu pé, eu não tenho um minuto sequer de sossego, desde que ele decidiu que eu seria o seu mais novo brinquedinho pra assim se divertir em seus dias entediantes aqui no acampamento. Minha vida havia virado de cabeça pra baixo, literalmente.

Nesse exato momento estava a cair pela vigésima vez desde que eu tentava me defender dele em mais uma tentativa fajuta. Eu nunca fui boa em lutas, ainda mais em luta corpo a corpo. Eu era fraca, não serviria nem de longe para ser uma guerreira em uma ultima hipótese. Não vou negar que eu me sentia envergonhada por isso, alias sou uma semideusa e pelo menos deveria saber a como me portar em uma batalha e por esse motivo já fui motivos de chacotas no acampamento, ainda mais quando se tratava dos filhos de Ares e Atena.

— Anda filhote de ferreiro. – Esbravejava Ares a mim, que nesse momento me encontrava, pra variar, mais uma vez beijando o chão. — Nunca vi uma guerreira tão pior e horrível como você. Não sei nem como você conseguiu ganhar daquela filha de Afrodite na luta de ontem. – Riu em escárnio.

— Ah, vê se da um tempo já estou cansando. – Rosnei a ele recebendo um sorriso de lado do mesmo.

—Ahh, que dó a filhinha de Hefesto esta cansada. – Debochou ainda se divertindo com a situação que me encontrava.

— Cala boca, não fui feita pra isso. Fui feita pra inventar e criar coisas e não para ficar aqui brincando de lutinha com você. – Disse já nervosa me levantando e saindo da arena que estava. – Maldito ditador. – Sussurrei por fim a mim mesma.

— É, mais se você não souber pelo menos o básico em uma luta, você morre rapidinho assim que ponhar os pés pra fora desse acampamento, alias só pra te avisar, lá fora não haverá ninguém pra te proteger. Céus, nem sei como você conseguiu sobreviver por todos esses anos. Sério, já era para você estar morta. Filhote de ferreiro. – Debochou novamente enquanto segurava meu braço me impedindo de sair dali.

— Eu sei o básico. Não preciso de que ninguém me proteja. Enquanto a minha sobrevivência, sei que você esta pouco se lixando pra isso, alias não finja se importar comigo sei que nesse momento deseja a minha morte mais do que ninguém. – Vociferei me soltando logo em seguida de sua mão.

Sai da arena de combate em passos largos, não conseguia ficar mais nem um segundo sequer perto dele. Mas saindo de lá ainda pude o ouvir a gritar.

— Tem razão ! Sabe o que me deixaria bastante feliz nesse exato momento? É de poder vê o seu corpo a sete palmos abaixo da terra e sua alma sofrendo no campo de punição do submundo.

— Maldito. – Rosnei entre dentes.

–----''-----''-----

Parei em frente ao chalé de Hefesto, observando o mesmo que já estava com a tinta bem desgastada. Entrei e olhou ao redor a procura de uma alma viva naquele lugar, não encontrei nada e ninguém. Sai de lá e me dirigi à casa grande, mas não antes de arrumar um pouco a minha roupa que já estava toda amassada devido o treino que tive com o Deus da guerra há poucos minutos atrás. Precisava conversar com Quíron e Sr. D. Devia a ver algum jeito de me livrar das aulas que Ares sempre fazia questão de me dar, aquilo já estava me desgastando muito, alem de eu ter planos e esses planos incluíam concluir meu projeto que ate agora – desde a confusão – não mexi um dedo sequer nele para fazê-lo acontecer, e ainda tinha os vários hematomas já espalhados pelo meu corpo que em todas as vezes que Ares lutava contra mim – que pra variar era todo santo dia – aparecia mais sete para coleção. Estava farta disso, ele sempre debochava e ria pelo fato de eu ser péssima em uma luta e sempre estava de algum jeito a tentar me machucar, se não era fisicamente era psicologicamente, e ah, não podemos esquecer-nos de eu ter quase morrido 50 vezes pela sua espada ou força bruta que o mesmo usava nas lutas contra mim. Chegando à casa grande, entrei nela. Parei de repente ao ver Bryan, Liam e Josh com uma mochila nas costas, conversando com Quíron enquanto Sr. D jogava xadrez com um sátiro.

— A onde pensam que vão ? – Perguntei a eles franzindo o cenho.

— Não sabe bater mais na porta Annierize ? – Perguntou Sr.D a mim sem tirar seus olhos no jogo.

— É Annalisy, Sr. D ! – Corrigi.

— Tanto faz ninguém se importar. – Resmungou dando um xeque mate em seguida.

— Eu me importo. – Retruquei baixinho.

— O que disse ? – Perguntou ainda sem desviar os olhos do jogo.

— Nada não. Mas então porque estão com essas mochilas nas costas ?

— Bom é que... É que nos vamos partir em uma missão Anna. – Diz Liam meio incomodado com a situação.

— E vocês não iriam me contar ? Ou iam-me deixar ficar sabendo dessa missão quando já estivessem longe daqui. – Perguntei alterando um pouco minha voz.

Eu me preocupava com eles, pois eles eram a minha única família ainda viva. Por isso gostava de saber sempre o que estava acontecendo. E saber que eles iram partir pra uma missão sem ao antes se despedirem de mim, me fez ficar meio mal com isso.

— Não Anna, é que essa missão veio assim de repente. – Dizia Josh tentando os defender.

— Ta bom. – Suspirei tentando esconde minha magoa.

— Anna você não esta brava com nós por causa disso neh ? – Perguntou Bryan meio preocupado com o meu silencio repentino.

— Não.

— Annalisy minha querida, sei que esta chateada com seus irmãos por não terem à avisado sobre essas missões. Mas veja bem, eles também foram pegos de surpresa com essas missões. – Defende Quíron.

— Pera aí, como assim missões ? Então é mais de uma ? – Perguntei me virando a Quíron.

— Bom, sim. A primeira missão irá Liam e Josh e a segunda irá somente Bryan.

— Hum e posso saber do que se tratam essa tais missões ? – Perguntava mais interessada no assunto.

— Liam e Josh iram atrás de um artefato roubado de Hefesto, seu pai, e Bryan vai em busca de uma provável semideusa filha de Zeus. – Respondeu-me Quíron novamente.

— Mais uma ? Pelos Deuses, Zeus não perdoa nenhuma heim?! . Só quero ver como ele vai lidar com a Rainha do Olimpio quando ela descobrir que levou mais um chifre do marido. – Disse meia indignada e dando um pequeno riso acompanhada pelo Sr. D. Até ouvir um grande raio cortando o céu e caindo perto da casa grande.

— Ta bom, ta bom. Mas ninguém disse nenhuma mentira aqui. – Resmunguei com as mãos para cima, recebendo mais raios e trovões como reprovação pelo que eu havia dito. — Mais Quíron será que não tem nenhum tipo de missão pra mim também ? – Perguntei meio manhoso para o centauro na minha frente.

Tinha esperança que ele estivesse alguma missão pra mim. Queria me livrar o mais rápido possível do Deus da guerra. Mas ao invés da minha tão esperada resposta, eu recebi um longa gargalhada do Sr. D e de meus irmão, até mesmo o sátiro ria de mim.

— Você Annierize em uma missão ? – Perguntava Sr. D em meio das gargalhadas que ele dava. — Como se você fosse capaz de sobreviver um dia fora do acampamento. Todos sabemos das suas incríveis habilidades em lutas que não são as das melhores. – Debochou ainda rindo.

— Isso não é verdade, eu conseguiria sobreviver sim lá fora, alias eu sou filha de Hesfesto não dos três grandes. Qual é a probabilidade de algo maior do que uma fúria me atacar ? – Argumentava tentando me defender.

— Infelizmente não temos nenhuma minha pequena Anna. Mais porque dessa súbita pergunta ? – Interviu Quíron.

— É porque ... Porque... Eu to cansada dos treinos que Ares me dá, alem de eu ter planos que eu ainda quero realizar, mais devido esses treinamentos não tenho tempo para por em pratica nenhum. Na verdade eu queria que você voltasse a minha rotina como era antes. – Despejei tudo pra cima do centauro.

— Anna, Ares só quer ajuda – lá, apesar do que o Sr. D disse eu tenho que concorda com ele. Treinando com o próprio Deus da guerra você terá chances de melhorar e muito, alem de aprender coisas que nenhum outro semideus aprendeu. Pense nisso como uma oportunidade que os Deuses a ofereceram. – Falou calmamente.

Tá, a última coisa que Ares iria querer fazer, é me ajudar, como se isso fosse possível. Tive vontade de rir com esse pequeno comentário de Quíron. Que infeliz destino que os Deuses me deram, me condenar a ficar presa em um acampamento junto ao um Deus que me odeia e quer fazer eu em picadinhos. Como aproveitar essa infeliz oportunidade ?

Despedi-me de meus irmãos que logo depois partiram. Ainda inconformada pelo o que tinha acontecido, sai bufando da casa grande dando um pequeno tchau a Quíron e Sr. D. Não acredito que terei que passar meus dias trancados junto ao Deus da guerra.

— Pode ficar tranquila pirralha, eu não vou a lugar nenhum e muito menos você pelo que eu vejo. – Diz Ares surgindo do nada ao meu lado.

— Ah qual é ? Agora deu pra ficar espionando as conversas dos outros ? – Me virei encarando ele com o cenho franzido.

— E quem disse que eu estava ouvindo sua conversa . – Retrucou na maior inocência, fazendo eu apenas revirar os olhos com pequena mentira que havia dito. — Ta bom talvez eu tenha ouvido algumas partes. Mais não fica assim não bebezinha, nós vamos no divertir muito ainda aqui no acampamento. – Diz com um sorriso maldoso nos lábios.

— Eu não quero me divertir com você ! – Exclamei me afastando dele por precação.

— Seu inferno esta apenas começando, filhote de ferreiro. – Diz por fim saindo e me deixando sozinha plantada no lugar que eu estava.