— E ai suas fracassadas! Esta na hora de uma linda filha de Afrodite da um trato em vocês duas – comemorou Caroline segurando uma maleta de maquiagem e algumas roupas.

POV Annalisy:

— O que vocês têm contra a frase “bata na porta antes de entrar”? – pergunto irritada ao extremo pelo simples falto de pensarem que o chalé de Hefesto virou a casa da mãe Joana, pois só pode!

“Poxa, cadê a minha privacidade?!”

Caroline por fim nem respondeu, apenas bufou e entrou de vez no chalé.

— Vim aqui em uma missão de paz Annalisy, portanto, podem ir sentando essas duas bundas gordas de vocês duas ai – apontou para o sofá — e me deixem fazer o meu lindo trabalho, pois as duas são um belo de um pé no saco.

— Ok, não precisa humilha também neh – reclamou Milene.

Mas antes da mesma poder retrucar, Selena entrou eufórica no chalé junto a Louise que tentava recuperar o ar.

— Me desculpem! Não consegui segurar ela – se desculpou Selena olhando para a meia irmã que agora fazia uma cara de nojo devido à aparência da mesma e de Louise.

— Céus, Selena! Vocês duas por acaso foram atacas por uma fuinha?! Porque vocês duas estão horríveis!

— Hã?! Eu só estou assim porque vim correndo atrás de você, que disparou como uma maluca quando soube que Annalisy e Milene deixaram as arrumarem – retrucou a irmã.

— Eu não tenho culpa se você teve que correr atrás de mim – defendeu-se — mas não é todo dia que essas duas deixam as arrumarem. Eu só queria garantir que você e EU façamos um bom trabalho com elas – explicou-se.

— Ahh, eu to com fome – reclamou Milene de repente tentando dar um fim na discussão boba das duas — alguém vai querer miojo?

Por fim ninguém a respondeu, até que a mesma perguntou:

— O que foi?

— Milene, ninguém come miojo antes de uma festa – respondi.

— Hã?! Mas eu como e você já comeu também – retrucou.

— Isso porque naquele dia a Katy tinha esquecido de novo de passar no mercado e como só tinha água e miojo de comestível, não nos restava muita alternativa a não ser o miojo mesmo. Se bem que lembrando... Se eu não me engano tinha um purê na geladeira também...

— Halooo. Annalisy não sei se você se lembra, mas aquilo nem purê era, porque estava mais para uma gosma verde e pegajosa, que foi uma tentativa inútil da Katy tentando faze algo comestível pra nós duas, que na verdade era pra ser um purê, mas não foi. Então, brigadeiro de panela? Alguém quer? – perguntou incerta.

— Brigadeiro de panela? O que é isso? – perguntou Louise.

— Espera! Você não sabe o que é brigadeiro de panela?- perguntei chocada.

— Não.

— Isso é sério mesmo? – perguntou Milene a ela.

— Sim.

— Eu já ouvi falar desse doce, mas nunca comi – confessou Selena.

— Nem eu – concordou Caroline.

— Fala sério! Brigadeiro de panela é um doce feito para gordas, que se empanturram dele quando as mesmas estão depressivas ou tristes – respondi simplesmente.

— Então eu sou uma gorda depressiva Annalisy?! Porque se eu sou você também é! – reclamou Milene.

— Calma que isso só foi à resposta simples do o que é o brigadeiro de panela – expliquei.

— Então qual é a outra resposta? – perguntou a mesma.

— Brigadeiro de panela é muito bom, e nele vai chocolate em pó, leite condensado e manteiga – respondi.

— Deveria ter falado essa resposta desde o começo. – reclamou. — Então quem vai querer brigadeiro de panela?

— EU! – gritamos todas juntas.

— Mas a gente deveria realmente comer isso? – perguntou Louise. — Porque já vai ter aperitivos na festa, então...

— Relaxa Louise – coloquei minha mão direita em seu ombro esquerdo. — É melhor nós já nos empanturrarmos disso do que ficarmos com fome na festa, sem contar que com certeza vai ter alguns engraçadinhos ou outros que vão batizar os ponches e muitas outras coisas como bebidas e comidas, e como a gente já tem alma de pobre e gordo, sempre é bom encher um pouco o estoque antes da festa – massageei minha barriga.

— Concordo com a Annalisy, sem contar que eu também quero experimentar esse tal brigadeiro de panela – falou Caroline entusiasmada. — Mas eu não tenho alma de gordo e nem de pobre, ok?!

— Ok, então eu já vou indo fazer. E enquanto eu faço, tentem irem já se arrumando, ok?! – pediu Milene.

— OK! – respondemos todas nós.

“Desde quando nós viramos Hazel Grace e Augustus para ficarmos falando tantos ok?! -_-”

— Para tudo! – exclamou Selena fazendo todas pararmos o que estávamos fazendo. — Como é que tem uma mini cozinha nesse chalé e nos nossos não tem?

— Nem queira saber – respondi simplesmente voltando a fazer o que estava fazendo, no caso me esborrachando no sofá.

Meia hora depois:

— Hummm, isso é muito bom! – comentou Caroline com a boca toda lambuzada, coisa que todas nós tínhamos em comum.

— Nem me fala – concordou Selena.

— Poderia comer isso pelo resto da minha vida se fosse preciso – falou Louise.

— Eu também – concordou as duas filhas de Afrodite.

Assim que acabamos com resto que sobrou do brigadeiro – coisa que só sobrou por milagre, porque Milene comeu metade do leite condensado enquanto preparava o mesmo – decidimos ir nos arrumar o mais depressa o possível, pois a festa já estava para começar.

50 minutos depois:

— Não sei não... Eu acho que estou meio chamativa demais – reclamei meio incerta.

— Você não tem que reclamar de nada Annalisy – disse Milene — pois a mais chamativa de todas nós é a Louise.

— Prevejo um certo filho de Hefesto tento um treco depois de te ver assim Louise – cantarolou Caroline.

— E-eu não vou conseguir ficar assim na festa! – falou a pequena filha de Zeus envergonhada.

— Ahh, mas vai sim! – retrucou Selena.

— Verdade – concordou Caroline — pense pelo lado positivo, pelo menos você vai ter toda a atenção do Bryan só para você depois que ele te ver assim, e com certeza você ainda vera um monte garotas que estarão com uma fantasia mais ousada do que a sua.

Com essas palavras, Caroline conseguiu acalmar um pouco Louise.

Já havia se passado vinte minutos desde que Selena e Caroline conseguiram extorquir algumas informações de Louise, e uma dessas informações foi dela gostar do Bryan, meu irmão, que pateticamente nem percebeu isso ainda.

— Então, vamos? – perguntou Selena com a sua fantasia de policial.

—Humm... Podem ir já indo na minha frente, já já...

— Nada disso Annalisy! Se for pra passar vergonha nessa festa com essas fantasias, que passemos juntas – interrompeu Milene me puxando para fora do chalé.

— Espera! Milene...

Continuei sendo arrastada por ela até que tivéssemos fora do chalé. Chegando ao local a onde a festa ocorreria, e que por acaso já estava ocorrendo, percebemos que havíamos chegado um tanto atrasadas, pois já havia muita gente dançando e bebendo.

— Nossa... Vocês não acham que tem muita gente aqui não? – perguntei desconversando tentando escapar dali.

— Eu não sei o que você esta planejando com essa perguntar, mas daqui você não sai até eu decidir ir dormir – cortou Milene acabando com todos os meus planos de fuga que tinha em mente.

— Fala sério – resmungo baixinho.

— Vamos? – perguntou Milene me arrastando sem ao menos eu poder responder.

Adentramos mais um pouco a multidão. Vi que tinha muitas pessoas fantasiadas de diversas coisas, alguns homenageavam os seus pais olimpianos, outros apenas com fantasias, digamos, um tanto normais, e algumas ousadas. Ainda caminhávamos a procura de um lugar para sentar, mas ao darmos mais um passo sequer, fomos impedidas de continuar quando vimos o grandioso Deus da Guerra passando apresado sobre nós resmungando de alguma coisa enquanto uma garota filha de Deméter ia atrás do mesmo.

— Ah... Aquele é o meu pai? – perguntou Milene um tanto incerta.

— Acho que sim – ri baixinho.

— E ai meninas?! Alguma novidade? – perguntou Apolo aparecendo do nada ao nosso lado.

Apolo estava fantasiado de Robin Hood, coisa que fazia todas as meninas a sua volta suspirarem.

— Oi Lorde Apo...

— Annalisy! – interrompeu Apolo me dando um pequeno susto. — quantas vezes eu vou ter que te dizer que é só Apolo?! Nada de Lorde. Ok?

— Ok! – respondi. — Me desculpe é que às vezes eu me esqueço. Digamos que eu não estou muito acostumada a lidar com os Deuses.

— Mas você chama sem problema nenhum o Dionísio pelo seu codinome aqui no acampamento – falou Apolo.

— Mas, é que desde que eu cheguei aqui no acampamento, eu conheço o Sr.D. – explico — portanto é mais fácil chamá-lo assim.

— Hum... Mas também têm o Ares, você também o chama só pelo o nome. Nunca a vi o chamando de Lorde, Lorde Ares.

— Bom... Ares é uma exceção – ri sinicamente — digamos que ele odeia que eu trate todos os Deuses com respeito, os chamando de Lordes e Ladys, então quando ele vê a diferencia usada de mim entre ele e você, ele acaba se irritando por não chamá-lo também de Lorde, e vendo ele irritado e indignado, o meu dia acaba ganhando um pouco de felicidade e diversão.

— Mente maligna – piscou para mim — nunca pensei que existia esse lado malvado em você.

— É. legal! Mas ainda não entendi o do porque do meu pai estar rodeado de garotas e ainda possível irritado, sendo que era ele que queria mais realizar essa festa aqui no acampamento – falou Milene. — Lorde Apolo, o senhor sabe o que esta acontecendo?

— Novamente Lorde – suspirou o Deus do Sol. — Antes de responder sua pergunta, peço que me chame só de Apolo e nada de Lorde, ouvi? – relou a ponto do dedo de leve no nariz dela fazendo-a fazer um sinal de positivo com a cabeça. — Bom, pelo que eu soube e ouvi, parece alguém acabou espalhando por ai que ele dançaria com todas as garotas bonitas da festa, então eis no que deu esse boato – aponta para Ares.

Ao ouvir aquilo apenas tentei disfarça o riso. Ainda não acreditava que aquilo realmente funcionou, digo, a maioria dos meus planos costumam a não dar certo, mas esse... Esse... Não tenho uma definição para esse plano -_-.

Quando finalmente eles perceberam que eu estava rindo, Milene e Apolo apenas me olharam com uma cara de acusação, e a filha da guerra mesmo sabendo a resposta perguntou:

— Annalisy, foi você?

— Ah, qual é Mih? Ele tacou, ou melhor, arremeçou uma bola de vôlei com tudo na minha cabeça. Diz ele que não foi de propósito, mas eu sei que é mentira.

— Então para se vingar inventou e espalhou esse boato? – perguntou decepcionada.

— Sim – respondi.

— Cada vez mais eu descubro algo novo em você – comentou Apolo sorrindo. — Se vingar de Ares espalhando uma mentira e fazendo sua festa virar um pesadelo para si mesmo, A-DO-RE-I!

— Eu sei. Eu sou demais – me vangloriei.

— Vocês dois! Isso não é coisa que se admire e vanglorie – repreendeu Milene dando dois petelecos em nossas testa.

— Aii! – exclamamos Apolo e eu juntos.

Por um momento me senti mal por ter feito aquilo. Talvez eu tivesse exagerado, mas ao parar para pensar, percebi que aquilo nem chegava perto do que ele fazia comigo; porem eu não sei o porquê, pois mesmo sabendo que aquela vingança é apenas fixinha comparado com tudo aquilo que ele me faz passar, eu ainda não consigo me sentir bem com isso...

— Com licença, preciso pensar um pouco – murmurei saindo de perto dos dois.

Não muito longe dali escutei Apolo perguntar:

— O que ela tem? Ela esta passando mal?

— Não, ela apenas deve estar se sentindo mal pelo que fez – Respondeu Milene — bom, não era nada de se espera, sendo Annalisy.

Caminhei por alguns minutos pensando no que eu havia feito. Sentia-me mal pelo que eu havia feito ao Deus da Guerra, porem ao mesmo tempo, também me sentia mal por me sentir mal por aquilo...

“Droga Milene! Por que você tinha que ter aberto a maldita bocona?”

Sem ao menos prestar um mínimo de atenção por aonde andava, algo passou por mim me fazendo cair com tudo no chão e quase o levando junto.

— Hey! Presta atenção por aonde anda! – exclamou o sujeito irritado ajudando a me levantar do chão.

— Me desculpa... – me desculpei sem ainda nos olharmos. — Ah, é você – fiz uma cara de decepção ao finalmente olhar o indivíduo em minha frente.

— Fala sério – reclamou baixinho o Deus da Guerra enquanto soltava minha mão e fazendo-me levar o terceiro tombo do dia.

— Hey! – reclamei ao sentir minha bunda indo de impacto ao chão.

“Esquece tudo que eu disse! Ele mais do que merece essa vingança boba minha!”

Ares estava fantasiado de caçador, e em sua mão direita podia se ver um machado que acompanhava sua fantasia. Assim como Apolo, Ares fazia sucesso com as garotas, ainda mais fantasiado daquele jeito.

Levantei-me irritada do chão, e quando finalmente olhei para Ares, vi o mesmo rindo da minha cara.

— Do que esta rindo seu babaca? – perguntei irrita.

— De você. Não é obvio pirralha?! – respondeu feliz. — Finalmente eu vou ter um pouco de diversão nessa festa.

POV Ares.

— Hã?! Como assim “Finalmente eu vou ter um pouco de diversão nessa festa?” – perguntou a pirralha tentando imitar minha voz.

— Não é obvio? Irei me divertir a suas custas – respondi revirando os olhos.

Ao ouvir aquilo, ela apenas cruzou os braços e se virou para sair dali, mas acabou sendo impedida de concluir tal ato quando segurei seu braço a impedindo de andar mais um paço sequer.

— Mas você não vai embora mesmo! Agora que eu finalmente consegui um pouco de diversão nessa festa, você quer estragar tudo – bufei enquanto segurava o seu outro braço a impedindo de se soltar de mim.

— Me solta Ares, eu não vou ficar pagando otária nessa festa para você fica rindo e se divertindo as minhas custas – pisou com tudo no meu pé me fazendo soltar seu dois braços por impulso.

— Pirralha idiota! O que você pensa que esta fazendo!? – exclamo irritado devido ao pisão que a mesma deu em meu pé direito.

— Isso – respondeu se virando e indo embora dali.

Fui atrás dela irritado, porem quando a mesma percebeu que estava a seguindo apressou mais seus passos em uma tentativa fajuta de me despistar. Por fim, quando percebeu que seu plano não funcionou, adentrou em uma pequena multidão que tinha perto do bar da festa e sumiu de repente da minha vista.

— Não adianta se esconder Annalisy. Sei que esta por aqui e quando eu te achar...

Procurei por ela por toda parte. Não a encontrava em lugar nenhum. Já estava começando a achar que a pirralha era boa nisso até escutar um pequeno grito de dor vindo perto da onde eu estava.

Reconhecia aquele grito de longe, e com certeza era ela que havia gritado.

Caminhei até o local até ver ela agachada atrás de uma pantufa grande enquanto reclamava com o garoto por ter pisado no seu rabo de gato. O garoto não entendendo nada apenas tentou se defender falando:

— Não sei por que você esta tanto reclamando. Isso é apenas um rabo falso de uma fantasia não é? Não é como se eu tivesse machucado você.

— Ô meu filho! Não me importa se isso é um rabo falso ou seja lá o que for, pois se fosse uma rabo de verdade você tinha me machucado. E eu to tentando me manter no personagem então não quero saber se me machucou ou não, pois esse pisão no meu rabo me machucou – exclamou alto ainda fazendo uma careta de dor.

O garoto nada disse e apenas saiu a deixou falando sozinha ali. Eu me divertia rindo daquilo.

“Assim como pensei, é só ela estar por perto que a diversão começa.”

— Poxa que azar em pirralha?! Pisar no seu precioso rabinho “verdadeiro” de gato deve ter doido a pacas – disse rindo a ela.

Annalisy apenas bufou e perguntou:

— Como me achou?

— Não é obvio?

— Ah, cala boca – suspirou se sentando no pufe.

Joguei-me ao seu lado – já que o pufe era grande e espaçoso – e suspirei tentando achar o que falar. Porem meu momento de paz acabou quando uma garota filha de Hermes chegou dizendo que havia ouvido sobre o tal “boato”, assim me perguntando se eu queria dançar.

— Claro – suspirei derrotado.

Não podia negar, pois se eu negasse estaria sendo injusto e arrogante com ela. Não queria perde minha pose de fodão com as garotas daqui.

Não muito longe dali escutei a pirralha gritar:

— Bons divertimentos Ares, pois a sua noite vai ser muito longa, ainda mais quando se tem muitas pessoas, principalmente garotas, pedindo para dançar com você – riu malignamente me dando tchauzinho com a mão.

— Sua pirralha maldita. Foi você! – rosnei a ela.