O tempo fechado, com nuvens carregadas no céu, prende a atenção de Isabella. Há dias que o sol não aparece na ilha grega, o que segundo Edward, é raro na época do ano.

Se ajeitando no banco de couro, uma careta estampa a feição da jovem que sente as costas arderem.

—Amor, tudo bem? – a voz rouca de Edward sai preocupada. Olhando-o rapidamente, concorda com a cabeça, antes de suspirar longamente.

—Tudo amor, só minhas costas que estão terríveis hoje. – murmura esticando as pernas inchadas.

—Você não devia andar de carro, Bella. Sioban nos avisou que não é bom para você. – adentrando com o carro pela fortaleza de sua mansão, Edward a repreende.

—Ela disse que não seria bom se eu estivesse passando mal, mas eu estou bem. – justifica enrolando os cabelos em um coque frouxo. —E essa queimação nas costas é normal... –

—Hm... – entortando a boca, o grego estaciona o carro em frente a casa. —Você é teimosa de mais Bella. – diz antes de sair do carro, e ir abrir a porta para a mulher.

Sorrindo, ela se levanta com a ajuda do loiro.

—Eu sei... – pisca para o Cullen que rola os olhos. —Amor, Sioban disse que as dores nas costas iam aumentar com o avanço da gravides. – fala deixando leves beijinhos no rosto do marido. —Por isso. – brinca apontando para o barrigão. —Sua filha está pronta para nascer! – bate palminhas animada. Sorrindo bobamente, Edward coloca as mãos soba a barriga de Bella.

—Ela não tem mexido muito ultimamente, não é? – os olhos azuis se voltam para a moça, meio preocupados.

—Edward estamos na contagem regressiva para ela nascer, já não tem tanto espaço aqui dentro. – responde acariciando a face do Cullen. —Por falar nisso, precisamos de um nome... Nossa filha irá nascer em breve e até agora a pobrezinha só tem o sobrenome. –

Rindo, Edward entrelaça sua mão com a da morena a guiando até o elevador recém instalado ao lado da casa.

—Te dei sugestões e você não gostou de nenhum. – murmura beijando a testa da jovem.

—Você também não gostou das minhas, então... – encostando a cabeça no ombro do marido, fecha os olhos bocejando.

—Cansada? –

—Muito. – responde baixinho. —Amor... –

—Hm? –

—Estava pensando, não queria fazer cesariana. – lamenta olhando para o marido.

—Agápi, já conversamos sobre isso. – a voz dele sai docemente arrastada. —Já está de quarenta semanas e até agora nada... Sabe que é o melhor para você e para a nossa filha também. —

—Eu sei mais... – deixando um selinho sobre os lábios da esposa, Edward a cala.

—Xii... Não vamos pensar nisso agora. Vai ser como tiver que ser. E tenho certeza que será lindo. – com os olhos conectados, o loiro contorna os lábios de Bella com o polegar. —E de qualquer forma, eu vou estar do seu lado, segurando a sua mão. –

Emocionada a jovem sorri, pegando o marido em um abraço forte.

—Eu te amo. –

—Eu também te amo, prinkípissa. – deixando mais um beijo casto nos lábios da moça ele se afasta. —Agora vem, vou preparar a banheira para você. –

Sorrindo grandiosamente, a morena concorda, seguindo com o marido até o quarto.

[...]

Com um sorriso estampando o rosto, Bella adentra lentamente no quarto da filha. Um suspiro satisfeito sai dos lábios rosados da moça, ao ver tudo pronto.

Passando os orbes, pelo grande cômodo, chega à conclusão de que terá que agradecer a sogra e a cunhada novamente, pelo maravilhoso trabalho.

Aconchegante, o quarto tem cores suaves, móveis femininos e delicados. A parede principal recebeu iluminação indireta e foi revestida em Solarium Murale branco. O berço em palhinha branca tem estilo provençal e é um dos modelos que mais a agrada, da Quarteto.

Ao lado do berço e da poltrona de amamentar, uma mesa apoia os futuros retratos do bebê, onde recebe iluminação de um pendente de cristal.

Encantada desliza os dedos pelo urso branco na poltrona, sentindo toda a macies da pelúcia, enquanto admira as várias roupinhas já devidamente postas no armário ao lado.

Com portas de correr transparentes e iluminação independente, ele parece um mini closet, com prateleiras e cômoda com trocador no seu interior.

Belisca o lábio inferior não se contendo com tamanha felicidade e ansiedade. Não vê a hora de poder trazer a filha para o quarto.

Sorridente caminha até o espaço para as visitas. Seus olhos brilham em deleito com o charme do ambiente.

O tecido floral, foi aplicado nas paredes e no teto; deixando-o ainda mais bonito e aconchegante.

A poltrona para as visitas segue o mesmo estilo provençal do quarto, tendo diversas almofadas com diferentes formatos e texturas para contemplar ainda mais a decoração.

Imagens da filha brincando no cercadinho do quarto invadem sua mente, ao olhar o espaço revestido de carpete para dar mais conforto, pufes em formato de flores e uma linda pintura lúdica cheia de recortes, formando uma linda carruagem com cavalo branco.

—Com licença... – duas batidas na porta se misturam com a voz de Sue, fazendo a morena desviar a atenção para a madrasta.

—Hey Sue! – exclama indo lentamente na direção da madrasta. —Chegaram a muito tem... – começa a falar porém para ao ver o semblante sério se formar no roso da mulher. —O que foi? –

—Bella, meu Deus! – com os olhos arregalados, ela adentra no quarto visivelmente nervosa.

—Sue, o que foi? Está me deixando nervosa! –

—Seu... Seu short, ele... Bella, você está sangrando. –

As palavras da madrasta soam como eco no ouvido da morena.

—O que? – indaga num sussurro.

—Escute meu bem, não fique nervosa ok? Vou chamar o Edward, fique aqui... Não, venha se sentar... – ainda em choque Sue, encaminha Isabella até a cadeira de balanço. —Fique calma ok, não levante... –

Atordoada, leva a mão até o meio das pernas. Sente o corpo gelar, quando as pontas dos dedos se molham com um liquido quente.

Lentamente, volta a erguer o braço, observando assustada os dedos sujos de sangue.

Tremendo, deixa um grito escapar pela sua garganta. Os olhos ficam turvos e a respiração ofegante.

—Edwwward! – choraminga, chamando pelo marido. —Edward! – a voz se entrecorta pelos soluços e num flash, vê o grego adentrar no quarto.

—Bella... Agápi̱... O que ... – assim que avista o sangue na roupa e na mão da mulher, o loiro se agonia. —Theós... – solta infiltrando os dedos no cabelo. —Meu amor, se acalme ok? Vou ligar para Sioban, vai ficar tudo bem... Se acalme. – segurando na mão de Bella, o loiro se ajoelha, retirando rapidamente o celular do bolso.

Ainda chorando, vê o pai e a madrasta entrarem no cômodo. Os dois assustados.

—Filha, meu Deus, o que foi? – correndo até ela, Charlie a abraça forte.

—Pai... – soluça. —Eu não, não sei... – tenta explicar. —Minha... Minha filha... –

—Não querida, não se estresse... Você vai ver, sua filha vai ficar bem... – Sue murmura tentando acalmar a moça.

Beijando a mão da esposa, Edward suspira aliviado quando a médica atente ao telefonema.

—Sioban, sou eu Edward. – a apreensão na voz do Cullen é palpável. —Não, Bella... Ela... Está sangrando, eu não... Theós... – por instantes ele fica em silencio. —Irei perguntar, espere um minuto. – pede antes de olhar para Bella. —Amor, está sentindo dores? –

—Não... – responde prendendo o choro.

—Ela disse que não... Só chorando, está nervosa e assustada. – explica lubrificando os lábios com a ponta da língua. —Ok, tudo bem... Obrigado. –

Sem nem mesmo se despedir, o loiro desliga o aparelho.

—O que ela disse? – indaga nervosa.

—Charlie, peça ao Taylor que prepare o jatinho imediatamente. – concordando com o pedido do genro, o homem sai às pressas do quarto.

—Amor... – chama deixando mais lágrimas cair de seus olhos. —O que ela disse? –

—Bella me escute... – segurando as mãos da esposa, Edward entrelaça seus dedos. —Ela pediu para você se acalmar, parar de chorar e para irmos a maternidade agora mesmo. – tomando folego ele faz uma longa pausa, antes de sorrir com o canto dos lábios. —Ela acha que você entrou em trabalho de parto. –

[...]

A chuva caindo forte pela cidade de Atenas, complicou um pouco o pouso do jatinho particular de Edward. Contudo assim que pousaram no heliporto da maternidade, Isabella foi rapidamente levada a sala de pré-parto acompanhada por Edward, enquanto Sue e Charlie ficaram fazendo a ficha de dados da moça.

Deitada na maca, a morena belisca os lábios com os dentes. Não sente dor, a não ser pelas costas que queimam avidamente, fora isso nada.

E é exatamente isso que a preocupa, pelo o que andou lendo nos livros sobre gravidez, quando uma mulher entra em trabalho de parto as dores estão presentes.

Suspira profundamente, olhando de soslaio para o marido.

—Como eu previa, você está com três centímetros de dilatação... Entrando em trabalho de parto. – Sioban murmura, retirando as luvas e se afastando da morena.

—O sangramento é disso então? – mais tranquilo, Edward indaga a médica que sorri ao assentir.

—E as dores? Eu não tenho dor, era pra ter não é? –

—Bella, pode ficar tranquila as dores virão assim que sua bolsa se romper, e não demorará. – a tranquiliza abaixando a máscara cirúrgica. —Vamos fazer mais uns exames em você, e logo virão te aplicar o soro... Não acredito que irá demorar para dar à luz. –

—Ok. – solta respirando fundo. O coração batendo acelerado.

—Fique tranquila que vai dar tudo certo. – a ruiva diz ao casal, antes de se voltar para as enfermeiras.

—Estou com medo. – diz se voltando para Edward. —E se eu... Não conseguir? Me faltar força... Ain, eu quero fazer cesariana. – rindo o loiro, deposita um beijo na testa da mulher.

—Agápi mou, não ouviu ela dizer que vai dar tudo certo? – deixando seus olhos se unirem com os de Edward, ela assente. —Então... Não ponha coisas nessa cabecinha linda, você consegue. E eu vou estar aqui do seu lado, para te ajudar. –

Sorrindo ela passa os dedos no rosto do Cullen, admirando a beleza do marido. Nunca se cansará de admirá-lo.

—Mamãe de primeira viajem? – desviando os olhos do marido, Bella focaliza a enfermeira com cara de vovó se aproximar. Um sorriso aparece nos lábios da jovem, que afirma com a cabeça. —Afaste o braço um pouco querida, vou colocar o termômetro. – obedecendo ao pedido da senhora, Isabella afasta o braço do corpo.

—Uaal! – solta baixinho ao sentir, uma pontada forte por baixo. Um calafrio percorre sua espinha rapidamente, e logo sente a cama se molhar.

—O que foi amor? –

—Acho que... Preciso ir... Ao banheiro. – sussurra no ouvido do marido, corando levemente.

—Está se sentindo mal? –

—Não só... –

—Olha só, sua bolsa rompeu! – cortando a fala da jovem, uma das enfermeira exclama chamando a atenção de todos presentes no quarto.

—Ai meu Deus... – sussurra tentando se levantar.

—Não querida, não levante... – a senhora a para com delicadeza. —Não está com dor ainda? –

Abre a boca para responder porém se cala ao sentir pela primeira vez a “dor”. Os olhos ficam turvos, e os membros do corpo tremulo enquanto uma dor horrenda se forma em seu ventre.

—Bella? O que foi? – ainda abobalhada, ouve Edward perguntar.

—Se acalme papai, pela a carinha da sua esposa ela acabou de ter a primeira contração. –

[...]

Apertando a mão de Edward fortemente, Bella deixa mais um gemido sair de sua boca enquanto faz os movimentos explicados pela médica.

A dor aos poucos se dissipa, e logo volta a repousar a cabeça na maca.

—Sioban, por favor diz que eu já posso fazer força... Não aguento mais essa dor... – lamuria tomando fôlego.

—Não temos dilatação o suficiente Bella... Já aplicamos o remédio na sua veia, vamos aguardar mais uns minutinhos, ok? –

—Minutinhos? Eu já estou aqui há horas... Meu Deus, ela vai ser filha única! – range os dentes ao ouvir a risada de Edward. —Não ria, seu grego infeliz... Queria que fosse você no meu lugar, Ain... –

Se curvando para frente volta a apertar a mão do marido, sentindo a contração ainda mais intensa.

—Senhora, a contração dela está vindo de cinco em cinco minutos...– mordendo os lábios vê uma das enfermeiras comentar com Sioban.

—Oito centímetros de dilatação. – a médica informa a mesma enfermeira que assentindo, anota na ficha.

—Tenho cinco minutos para respirar. – brinca fazendo o loiro rir levemente. —Desculpe ter falado daquele jeito com você, é que a dor é terrível. Preferia quando estava sem ela. –

Deixando um beijo na testa suada da mulher, Edward a olha nos olhos.

—Eu te amo. –

—Eu também te am... – para de responder quando outra contração envolve seu corpo, por um longo minuto. —Meu Deus! – exclama tremula. —Está cada vez mais forte... Siobaaaan! –

Rindo a médica faz o exame de toque novamente.

—Já temos dez centímetros de dilatação. – informa novamente a enfermeira.

—Contrações de dois em dois minutos. – a mesma responde de olhos na fixa em mãos.

—Ok, querida está na hora trazermos a menininha de vocês ao mundo! – sorrindo Bella olha rapidamente ao marido, que mantém a mesma expressão que a jovem. —Me escute atentamente, agora falta pouco. Quero que aproveite ao máximo o intervalo entre as contrações para relaxar. No meio da contração, tente achar a posição em que se sentir melhor tudo bem? Mantenha a respiração ritmada. – demonstra para a moça que permanece atenta. — Inspire pelo nariz e expire pela boca, com os lábios relaxados, e, se tiver vontade de gritar, urrar e gemer, não se acanhe. –

Antes de poder responder a ruiva, Bella sente outra contração. Incapaz de falar, cerra os dentes apertando com toda força a mão de Edward.

—Lembre-se, inspira.... Expira... – Sioban a relembra.

—Batimentos do bebê normalizado, Sioban. – a enfermeira volta a avisar a médica. —Os da paciente também. –

—Contração? –

—Já não está batendo mais. – a mulher volta a afirmar rabiscando a olha presa na prancheta.

—Bella, quando as contrações voltarem, você vai sentir a pressão da cabeça do bebê entre suas pernas. Quando vier a contração, quero que você faça força, empurre. Assim que a dor cessar, pare e respire, se lembra? Inspira, expira... Tudo bem? –

—Tudo. – afirma enchendo o pulmão de ar, antes de ser arrebatada por outra contração. Fazendo como a médica pedira, Bella começa a fazer força sentindo a bebê descer um pouco em sua bacia.

—Não prenda a respiração durante a contração querida, você vai poder fazer mais força assim. Quer mudar de posição? –

Respirando do jeito que lhe foi dito, nega com a cabeça. Volta seus olhos rapidamente para Edward, exibindo um rápido sorriso. Deixando seu olhar conectado ao do loiro, se sente mais forte.

Com gesto rápido Edward entrelaça seus dedos no de Bella, vendo em seguida a jovem gritar em meio a contração.

—Sioban... – murmura ofegante. —Eu sinto ela descer mas... Quando para de doer, ela recua! –

—Não se desespere Bella, é normal. Sua filha está avançando um pouquinho por vez, está tudo bem. – garante a moça que logo volta a fazer força em meio a dor.

Tomando fôlego, Bella aperta seus dedos nos de Edward, quando uma sensação quente, de ardor se apossa de sua vagina.

—A bebê está coroando Bella. – com os ouvidos meios embaçados, ouve a médica anunciar. Deita a cabeça na maca tentando relaxar, enchendo o pulmão de ar pelo nariz, antes de esvaziá-lo pela boca.

Então outra contração. A dor ainda mais forte, quase insuportável, a faz gritar ainda mais alto.

—A cabeça está começando a sair Sioban, não há nenhum risco de lacerações no períneo. –outra auxiliar avisa a médica, enquanto a morena toma fôlego.

—Nem há necessidade de uma episiotomia. –

—Ok. – responde rapidamente as mulheres antes de se voltar para a enfermeira que mantém uma prancheta em mãos. —Batimentos do bebê e da paciente normais? –

—Sim, senhora. – afirma alto, enquanto Bella grita novamente.

—Tudo certo Bella, sua filha está nascendo, força! – então ao ouvir as palavras da médica, a morena respira profundamente, a mão apertando a de Edward, e dos lábios sai um último grito, antes de fazer toda a força que consegue.

Solta o ar pela boca, caindo cansada na maca. Por segundos não ouve, nem enxerga nada. Contudo assim que seus sentidos vão retornando, a única coisa que consegue prestar atenção é no choro agudo que enche a sala.

Seus olhos ainda turvos conseguem focalizar um pequeno ser nas mãos de Sioban. Ao contrário do que pensava, vê pouco sangue presente no bebê.

—Quer cortar o cordão umbilical, papai? – ouve ao fundo a voz da médica, antes de sentir Edward depositar um beijo em sua testa.

Por minutos se sente nas nuvens. Como se estivesse bebido a noite toda. Não consegue prestar atenção em nada.

Sente o marido deixar beijos em sua face, e novas dores a dominarem. Mas tudo passa despercebido.

—Olha que menina mais linda a sua mamãe! – colocando o pequeno bebê sobre Bella, a médica sorri.

—Ela é loira. – comenta ainda abobalhada para Edward, que sorri grandiosamente.

—Ainda é cedo para dizer... – murmura acariciando a menininha que chora avidamente sobre Bella.

—Vamos leva-la para dar banho, e logo a traremos de volta para vocês. – uma das enfermeiras avisa, pegando a menina e a embrulhando numa manta verde.

—Nem peguei ela... – lamenta grogue.

—Logo a trarão para você amor. – beijando a testa da jovem, Edward a tranquiliza. —Você me deu o melhor presente do mundo hoje. Eu te amo muito minha Bella. –

Segurando a mão de Edward, Bella deixa um beijo nos dedos dele.

—Não, foi você que me deu... Eu também te amo Edward, amo muito. –

Trocando um rápido sorriso, os dois deixam seus lábios se unirem em um beijo casto cheio de amor, e emoção.

[...]

Se mexendo preguiçosamente na cama, Bella abre os olhos. A claridade fere seus orbes escuros, e com as mãos coça as pálpebras lentamente.

Um longo bocejo escapa de sua boca. Nunca se sentira tão cansada.

—Olha só quem acordou! – ao ouvir a voz de Edward, volta a abrir os olhos. O quarto de hospital chama sua atenção e rapidamente relembra dos acontecimentos.

Volta sua atenção para o marido que mantém nos braços um pequeno embrulho rosa. Sorri encantada, com os olhos se inundando.

—Meu Deus! – sussurra rindo. —Deixe eu ver minha filha! – pede animada, não se contendo de alegria.

Com cuidado pega a bebê dos braços de Edward, a ajeitando nos seus. Assim que seus olhos se encontram com a feição adormecida e relaxada da bebezinha em seu colo, Isabella tem certeza de que toda a dor valera a pena.

Com os olhos turvos e o coração disparado não consegue acreditar que ela fora capaz de gerar por nove meses, algo tão lindo e especial como a filha.

—Ela não é linda? –

—Ela é perfeita... – sussurra desviando rapidamente sua atenção para Edward. —Te disse que ela é loira. – brinca, alisando os fios de dourados e bagunçados da neném. —Ela tem seus cabelos, Edward. –

Sorrindo para a mulher, Edward se senta ao lado dela deixando um beijo em seu ombro.

—Eu acho ela a sua cara. – comenta segurando com zelo uma das mãozinhas da filha. —Amor, tem uma multidão de pessoas ali na sala de espera querendo entrar aqui... –

Rindo a moça olha para o Cullen por sobre o ombro.

—Esperava que você fosse me dizer isso. – responde o fazendo rir. —Eles ainda não a conhecem? –

—Só por foto... Mamá está pirando já. – diz arrancando mais risos de Bella.

—Imagino... Está vendo meu amor, todos estão malucos para te conhecer! – diz baixinho para a bebê, beijando levemente a face macia. —Amor, antes de você manda-los entrar, nós precisamos decidir sobre o nome dela. –

Dando um selinho na mulher o loiro concorda com a cabeça.

—Com licença... – interrompendo a fala do Cullen, Sioban adentra no quarto. —Vim ver como a mais nova mamãe está passando! –

—Estou muito bem, Sioban. Muito obrigada por ter me ajudado a dar à luz a minha filha! – agradece sorrindo.

—Eu não fiz nada querida, os méritos são todos seus. – pisca para a morena, indo até a grande janela coberta pela persiana branca. —E devo dizer que o seu marido também foi espetacular, por aguentar sem reclamar, seus apertos na mão dele. – brinca abrindo as cortinas.

Sorrindo Bella, se encanta ao ver o sol iluminar ainda mais o quarto. Por dias que ele sumira, e agora voltara para iluminar aquele momento tão especial.

—Brincadeiras à parte eu vim avisar aos novos papais que a filha de vocês é absolutamente saldável. Fizemos o teste de Apgar e a nota dela foi dez. Está tudo perfeito com a menininha de vocês! – anuncia deixando o casal ainda mais feliz. —Mandarei uma enfermeira ficar de olho em vocês duas, caso esteja tudo bem até as cinco da tarde estarão em casa. –

—É muito bom saber disso Sioban... Nem sei como agradecer seu excelentíssimo trabalho com minha mulher minha filha. –

—Imagine querido, foi prazer atender essas princesas aqui! – fala sorrindo docemente para o loiro. —Até mais tarde, e parabéns pela linda garotinha! –

Assim que a médica fecha a porta da sala, Isabella se volta para o marido.

—Amor... Sobre o nome da nossa filha, eu quero algum relacionado a luz. – diz contente, beijando a face do grego.

—Grego? –

—Sim amor, grego! Algo que se refira a luz, brilhante... –

—Elena. – murmura o loiro de imediato, fazendo os olhos da moça brilharem. —O significado é: Aquela que veio para brilhar, iluminar!. –

—Elena... Elena é perfeito! – sorri emocionada.

—Então vai ser esse? Elena? –

Olhando para a filha, Isabella suspira profundamente. Certamente sua filha viera para iluminar ainda mais, não só sua vida, mais a de todos que a rodeiam.

—Sim, é esse mesmo. – afirma olhando para Edward. —É Elena! O que você acha? –

—Acho que não poderia ser mais perfeito. – diz dando um rápido beijo na mulher.

—Eu te amo Edward... – declara acariciando o rosto do marido.

—Eu também te amo, agápi mou. – responde dando mais um beijo na esposa.

Se acomodando no abraço do marido, Bella deixa seus olhos irem novamente para a filha. Um sorriso largo volta a enfeitar seus lábios.

Realmente não existe nada mais lindo e iluminado, que sua pequena filha. Sua Elena.

“O amor supera as diferenças. Supera os erros. Supera a dor. O amor, supera tudo! “