Com os olhos fechados Isabella sente o pincel fofo deslizar por sua bochecha várias vezes. Suspira se controlando para não gritar de tédio.

Não teve a chance de contar, contudo tem mais que certeza de que está ali, na mesma posição a horas.

Na verdade passara toda a manha e tarde cuidando da pele, fazendo massagens, hidratando o cabelo, decorando as unhas, e perdendo a paciência a cada segundo que se passava.

Todo esse exagero de cuidado se deve a uma comemoração especial: O centenário das empresas dos Cullens.

É como se o mundo todo estivesse virado para Grécia, em todos os jornais, revistas, programas de TV e sites na internet a notícia em destaque é esta.

Meche-se vagarosamente na cadeira apertando as mãos nas alças macias. Não vê a hora de sair dali e ir direto para os braços de Edward.

Suspira se controlando para não sorrir. Aquele grego perfeito. Sente seu coração se inundar de felicidade ao lembrar-se do namorado. Nunca acreditara em príncipes encantados, em homens ideais e cavalheiros até encontra-lo.

Diariamente ele consegue fazê-la se apaixonar ainda mais. Cafés na cama, frases e palavras carinhosas... Ele é perfeito. Seu Edward, muito mais que perfeito.

Morde os lábios respirando profundamente, nunca em toda sua vida, estivera tão feliz.

–Não, não, não! - os olhos da morena se abrem de uma vez ao ouvir a voz fina exclamar. –Não morda os lábios Bella, irá borrar o batom. - Victória se aproxima olhando-a repreensiva.

–Desculpe. - pede arqueando as mãos. Por rápidos minutos olha suas unhas perfeitamente pintadas em tom nude. –Mas eu já estou impaciente de ficar aqui... - bufa. –Vai demorar muito ainda Vic? - a ruiva a olha sorrindo e nega com a cabeça.

–Não meu bem, já terminei com você. - feliz Isabella dá um pulo da cadeira. Espreguiça-se esticando seus músculos preguiçosos. –Venha, eu vou ajudar você a se vestir, já ligaram e informaram que o seu namorado gostosão está vindo te buscar. -

Os orbes marrons da Swan fuzilam Victória que gargalha.

–Olha como fala dele. - diz entredentes. –Ele é meu, só meu! - bate o pé, apertando o laço do roupão em sua cintura.

–Ok, ciumentinha! - rindo a ruiva concorda. –Que possessiva. -

As duas entram na sala espelhada com teto e chão dourados, os pufes de um vermelho intenso deixam o cômodo ainda mais luxuoso.

–Sim sou muito ciumenta. - murmura empinando o queixo. –Mas eu sei que o meu grego me ama. - suspira saudosa. –Ai eu quero vê-lo logo. Não gosto de ficar longe dele. - diz vendo Victória ir até manequim onde seu vestido permanece intacto.

Para seu olhar nele rapidamente, o admirando.

A peça é simples, de um ombro só com a manga longa seu comprimento se estende até os pés. O pano chiffon coberto por cristais pequenos, com uma leve marcação na cintura.

O tom bege claro faz um par excelente com o esmalte nas mãos.

Chacoalha a cabeça se recordando de quantas provas tivera de fazer, e como elas eram incrivelmente chatas e demoradas, já que segundo a estilista de Alice, a morena poderia engordar muito ou simplesmente não engordar nada durante os meses até a festa.

–Quanto amor, Theós mou. - a grega diz a dispersando de seus pensamentos. Isabella observa atenta a mulher retirar com extremo cuidado o vestido do manequim. –Como ele está? Já se recuperou da cirurgia? -

–Graças a Deus sim. - murmura tirando seu roupão. Não pode deixar de corar ao ficar apenas de roupa intima na frente da moça. –Estamos cuidando dele, o nutricionista, o médico... Todos nós estamos de olho. - as duas riem juntas.

–E essa barriguinha que não cresce? - a ruiva muda completamente se assunto ajudando Isabella vestir o belo vestido.

–Pois é. - dá de ombros. –Sioban disse que é normal por causa de eu ser magra e ainda estar com menos de quatro meses. -

–Ah sim... - com cuidado a mulher sobe o zíper na lateral do corpo da Swan. –Tem sorte querida, tem mulheres que com quatro meses já estão uma baleia, e perder o peso que se ganha na gestação é difícil. - comenta divertida. –Mas e quanto ao sexo, já sabe o que terão? -

–Não. - responde pesarosa, quer tanto saber o sexo de seu filho, contudo o bebê o não ajuda, sempre vira nas consultas de ultra, deixando toda a família frustrada e ansiosa. –Eu acho que é um menino. - cobre o ventre com as mãos sorrindo de canto.

–Você acha ou você quer? - Victória a indaga indo buscar o belo par de sandálias ao canto da sala.

–Eu acho. - sibila respirando fundo. –Para mim sendo menina ou menino, eu vou amar da mesma forma. - se apoia na parede fria enquanto a ruiva calça as sandálias em seus pés. –Fora que Alice fica enchendo o saco, dizendo que tem certeza que é uma menina e tal. - bufa cruzando os braços.

A mulher ri com gosto se pondo de pé.

–Tenho certeza que sendo menina ou menino, essa será a criança mais amada de toda a Grécia. - as duas trocam um sorriso rápido. –Mas enquanto ela não nasce... Venha se ver mamãe, veja como está bonita. - a puxando para um ponto estratégico da sala Victória aponta para seus reflexos.

Surpresa abre mais os olhos para ter certeza de que a pessoa refletida ali é ela mesma. Sorri ao comprovar que sim, é ela a dona de belos olhos esfumaçados, lábios avermelhados, bochechas rosadas e os cabelos mais brilhosos que já vira presos de lado.

É realmente está bonita.

[...]

Parada ao lado de Edward, Bella troca a perna de apoio respirado profundamente.

Já tem quase uma hora que se encontra ali, tirando fotos e mais fotos. Assim que descera da limusine com o namorado já começara os flashes. Ficara um bom tempo, parada com Edward, e agora se encontra no meio da família Cullen.

Carlisle e Esme no centro, mantendo Emmet e Alice a sua direita, enquanto a morena e o grego se encontram do lado oposto.

–Essas fotos não acabam nunca? - se estica levemente até alcançar a orelha de Edward.

–Já estamos acabando prinkípissa. - responde após rir baixinho. –Mais porque está perguntando? Está se sentindo mal? - a preocupação brilha nos orbes claros.

–Não meu amor. - sorri ao negar. –É que isso é chato mesmo. - rindo o Cullen deixa um breve beijo nos lábios da Swan.

Se desvencilhando dos abraços, os três casais se separam deixando a morena aliviada. Mais alguns segundos e estaria cochilando no ombro de Edward.

Entrelaçando seus dedos o casal caminha até a grandiosa entrada do salão.

Isabella eleva a cabeça ficando admirada com o esplendor das grades grossas, que certamente tem mais de três metros de altura.

Esperava que Carlisle fosse alugar o mesmo salão onde fizera a festa de fim de ano da empresa, contudo até a entrada do novo espaço é mais luxuosa. Passando pelo tapete vermelho ao lado de Edward a moça se sente como uma atriz na premiação do Oscar.

Ri baixinho chegando ao grande salão da recepção. Garçons servem os convidados com bebidas postas em lindas taças, sobre bandejas que dão a impressão de serem de ouro.

Consegue detectar alguns jornalistas presentes, certamente Carlisle deve ter autorizado a entrada de alguns. Morde os lábios, tentando olhar mais a gente as delicadas portas em arco. Esculturas foram perfeitamente esculpidas na porcelana brilhosa.

–Bonito o salão. - comenta com o loiro que sorri de lado.

–Gostou amor? - indaga a ela, entrelaçando seus dedos com facilidade.

–Sim. - sorri encantada com o olhar amoroso dele. É incrível como consegue praticamente enxergá-lo por dentro apenas o olhando nos olhos.

–Podemos reservar aqui para dar a festa do nosso casamento então. - a voz rouca se arrasta sensualmente até os ouvidos de Bella que sente seu peito se encher de alegria ao ouvir a palavra casamento.

Depositando um beijo na testa da Swan, Edward a puxa com cuidado em direção as portas que a cada passo se tornam maiores.

Os olhos marrons estalam ao ver o tamanho da escada. Mais de cinquenta degraus. Conclui após uma contagem rápida.

–Tome cuidado para não pisar em falso mikró mou. - o grego a adverte enlaçando o braço em sua cintura. É inevitável não sorrir. Ele a mantem segura, como se nada pudesse lhe atingir.

Com extrema elegância Bella segura o vestido o elevando poucos centímetros do chão e em sincronia com o namorado desse alguns degraus coberto pelo carpete vermelho.

Assim que alcançam o piso espelhado do salão rebaixado, Isabella percebe que boa parte dos presentes mantém a atenção nos dois. Respira profundamente beliscando os lábios com a ponta dos dentes.

–Belinha está causando. - a voz de Emmet sai alta deixando clara a brincadeira.

–Não está? - Alice sorri a encarando. –Está vendo como vale a pena passar um dia no SPA? - a baixinha se aproxima, sendo seguida por Emmet. –Está maravilhosa cunhadinha. - as duas se abraçam rapidamente.

–Você que está Alie. - sorri para ela que prontamente retribui. Olhando rapidamente para a irmã de Edward, fica ainda mais certa de tal afirmação.

Um vestido rosa bebê de cetim modela perfeitamente as curvas delicadas de Alice. O decote em V segue desde as alcinhas finas nos ombros estreitos até a metade da barriga nevada.

Sendo absolutamente sexy a grega não deixa a delicadeza e jeito de menininha para trás, tendo nos cabelos negros apenas um topete prendendo a franja.

–Hey, Cullens! - rolando os olhos aperta os dentes ao ouvir a voz de Tanya. Vira-se em direção a ela bufando.

Mesmo a detestando não pode ignorar o fato de a loira estar linda em um vestido gelo de véu. Sorrindo ela se aproxima os cabelos presos num coque perfeitamente alinhado deixa os traços dela ainda mais belos.

Com carinho ela cumprimenta Emmet e Alice, antes de se aproximar de Edward. A mão comprida se apoia no peito do grego e com tamanha intimidade ela deixa um beijo demorado na bochecha dele.

Isabella morde os lábios se segurando para não estapeá-la.

–Olá Bella. -

–Oi. - se aperta em Edward deixando a voz mais seca o possível.

Uma tensão paira em volta das duas, deixando os Cullens incomodados.

–Bom, vamos cumprimentar os convidado. - Emmet anuncia puxando Alice. –Nos vemos por ai. - a baixinha apenas acena para eles, seguindo o namorado.

–Então Ed. - começa a falar pousando a mão no ombro forte do loiro. –Como está? Faz tempo que não nos vemos. -

–Estou bem, Tanya. - mantendo um tom cordial o loiro se afasta um passo, fazendo um sorriso estampar os lábios da Swan.

–Está seguindo a dieta corretamente não está?-

–Sim, estou me alimento de acordo. -

O sorriso de Tanya se alarga e a loiro volta a se aproximar.

–Se precisar de algo, ou mesmo se voltar a se sentir mal pode me ligar e... -

–Escute meu bem. - impaciente Isabella a corta. – Já faz dois meses que ele saiu do hospital, e até agora ele está maravilhosamente bem, está se alimentando perfeitamente, seguindo tudo o que o médico dele disse, a risca. - se pondo entre os primos a morena a fita mortalmente. – Então não se preocupe, ok? Agora se nos dá licença eu preciso conversar com a minha sogra. - deixando um sorriso cínico para a Denali, Bella praticamente arrasta Edward para longe dela.

–O que foi aquilo? - o loiro questiona divertido abraçando a britânica.

–Não gosto da sua prima. - afirma novamente o fazendo rir. –Não tem graça Edward! - exclama o empurrando. Um biquinho se forma nos lábios de Bella que cruza os braços emburrada.

–Desculpe amor. - pede a abraçando com carinho. –Vamos ignorar ela tudo bem? -

–Ela gosta de você. - fala parecendo uma criancinha sem presentes para abrir na manhã de natal.

–Amor... - segurando o rosto alvo entre as mãos, ele o eleva deixando seus olhares se unirem. –Para mim pouco importa os sentimentos de Tanya, é você que eu amo, é você que está me dando um filho, e é com você que eu quero ficar para sempre. -

Um sorriso bobo se espalha nos lábios da moça.

–Para sempre? - pergunta enlaçando seus braços no pescoço do loiro.

–Hunrum, para sempre. - afirma a ela, que sem se importar com as pessoas em volta, o puxa para um beijo.

[...]

Em pé no centro do salão chacoalha a taça observando o coquetel de frutas, girar. Edward pedira que ela esperasse que iria conversar com uns convidados, acompanhado do pai e o avô paterno. Isso a quase meia hora

–Está com uma cara de tédio que mata qualquer um! - um sorriso se abre nos lábios da Swan ao ver Jéssica se aproximar. Contente a abraça.

–Jéss! - aperta os braços em volta de grega que retribui o abraço com felicidade. –Onde esteve? Sumiu por semanas! -

As duas se afastam se olhando sorrindo.

–Tive de ir viajar... Problemas familiares. - explica a Swan que morde o lábio assentindo.

–Hm, espero que já esteja tudo bem. -

–Está sim querida. - sorri carinhosa. –E Edward, onde está aquele grego? Estou morrendo de saudades dele. - as duas riem juntas.

Jéssica é uma das poucas mulheres que Bella não sente ciúmes ao ver perto de seu grego. Além da mãe e da irmã, claro.

–Foi conversar com umas pessoas ai. - profere suspirando.

–Vamos procura-lo, enquanto isso me conte como vai o bebê? - andando entre os convidados com a grega, Bella sorri.

–Bem. - os olhos brilham ao se lembrar do pequeno borrãozinho na ultrassonografia. –Só que o danadinho, ou a danadinha fica fazendo suspense e não deixa ninguém saber se é menino ou menina. -

–Ah! - exclama rindo. –Você e Edward acham oque? -

–Edward e a família inteira dele acham que é menina. - murmura rindo de leve. –Estão quase me convencendo já. - Jéssica ri tomando um gole de seu champanhe.

–Te convencendo por quê? Acha que é um menino?-

–Não é que eu ache. - morde os lábios. –É que quando eu imagino, sei lá... Vem-me um menininho na cabeça, igual ao Edward. -

–Menino ou menina eu quero ser madrinha. - brinca a encarando.

–E você será. - afirma. –Alice e Emmet também. - completa se relembrando da breve conversa que teve com o namorado sobre isso.

–Own meu Deus, é serio? - para de andar se voltando para a britânica.

–Sim Jess, é serio. - afirma com a cabeça, vendo a grega sorrir em contentamento.

–Ah, Bella...- Jéssica a abraça emocionada. –Você e Edward são os irmãos que eu não tenho, e esse bebê... Ai meu Deus, estou tão feliz! -

–É o mínimo que eu e ele podemos fazer para agradecer você. - segurando na mão da amiga, se respira profundamente contendo as lágrimas. –O que você fez por ele, por mim... Nós nunca vamos esquecer. -

–Ok, pare de me fazer chorar. - pede abanando os olhos. Bella gargalha encarando Jéssica, porém uma imagem atrás da grega gela seu estômago.

–Eu vou matar o Edward. - sussurra para a amiga que sem entender segue seu olhar. Poucos metros a frente o loiro se encontra mantendo uma conversa cheio de toques íntimos com a priminha querida.

–Xii... Bella se acalme, você não pode se estressar e não vá fazer nenhum escândalo aqui, ok? - sem responder a secretária, a morena marcha até o Cullen.

Se raiva matar, ela já pode se despedir da vida.

–Então era esse tipo de convidado que você ia cumprimentar não é amor? - o cinismo na voz da britânica é palpável.

Sem entender Edward se vira para a morena. Os olhos azuis ficam surpresos, e gaguejando tenta explicar-se.

–Bella... Eu, amor... Não... -

–Fica quieto Edward. - controla a voz, mesmo querendo gritar não pode fazer um escândalo em uma data tão importante para Carlisle.

–Bella, nós dois só estávamos conversando, coisa comum entre dois primos. - a cobra loira diz tentando parecer menos falsa, a mão dela pousada no ombro do loiro.

–Se eu fosse você queridinha, eu calaria a minha boca, porque não é de hoje que eu quero te encher de socos, então não atice ainda mais a minha vontade. - se aproxima da Denali para ameaçar entredentes.

Dá as costas para os dois, encarando Jéssica.

–Vamos até o banheiro comigo, Jéssica?- a voz fraca da Swan deixa o loiro assustado.

–Você está bem meu amor? Olha para mim Bella, eu posso explicar.- segurando-a pelos braços Edward a vira de frente para ele.

–Me solta. - o tom dela sai tão autoritário e forte que o Cullen sem pestanejar a deixa livre.

–Você está gelada Bella. - a amiga comenta com a mão encostada na bochecha da Swan. Mordendo os lábios fecha os olhos, segurando fortemente as lágrimas.

–Estou bem Jéss, eu... Só me acompanhe até o banheiro. -

–Claro meu bem. - responde docemente. –Vamos. -

[...]

Encostada no banco de couro da limusine, Bella retira as sandálias dos pés com cuidado. Estica as pernas sentindo as duas pesadas e inchadas.

Suspira fechando os olhos. Tudo que quer é chegar em casa e dormir. Até a vontade de xingar Edward passara devido ao cansaço extremo que a domina.

–Bella, nós temos que conversar. - ouve a voz de Edward após o baque da porta ao ser fechada.

–Não temos não. - responde depois de um longo tempo.

–Amor deixe de ser teimosa. - pede se aproximando dela, que permanece de olhos fechados. –Não precisa ficar assim comigo por causa daquilo que viu. Tanya e eu somos só primos. -

–Edward, estou cansada, não quero conversar agora. - a voz da Swan sai extremamente fria.

–Então só me diga se está bem. -

–Não eu não estou bem. - o olha rapidamente. –Agora me deixa em paz. -

–Me to Theó! (Por Deus) -

Sente seus olhos lacrimejarem novamente, contudo os fecha deitando a cabeça no banco alto. Um silêncio absurdo os rodeando.

Tiveram de sair do carro para entrar no jatinho que os levaria para Creta e mesmo assim, não trocaram nenhuma palavra.

Passa a escova nos cabelos mais umas vezes se certificando de que desembaraçara bem os fios compridos.

Suspira deixando o pente preto sob o balcão de mármore negro. Com passos arrastados sai do banheiro encontrando o quarto vazio.

Dá de ombros seguindo até a cama. Sem paciência puxa apenas o primeiro lençol, se deitando por cima do monte de travesseiros.

Soltando o ar pela boca, fecha os olhos. O sono e o cansaço são quase membros do corpo da jovem.

–Bella... - a voz doce e arrastada de Edward soa perto de seu ouvido. Mesmo não querendo sente todo seu corpo se arrepiar. –Quero conversar com você. -

–Quero dormir Edward. - murmura sem esconder seu cansaço.

–Converse comigo e eu deixarei você dormir. - ainda de olhos fechados, morde os lábios sentindo os dedos de Edward lhe acariciarem a face.

–Edward... -

–Por favor, Bella serei rápido. Eu prometo. - com um suspiro a moça abre os olhos. Edward está próximo de mais. Pensa se sentando na cama, os braços se cruzam em frente ao peito. –Está com raiva de mim? -

–O que você acha? - bufa devido à pergunta idiota do homem.

–Eu não queria te deixar assim, me desculpe. - fala se acomodando ao lado da morena.

–Já te falei mil e uma vezes sobre Tanya e mesmo assim você me deixa sozinha para ir conversar com sua priminha querida. - despeja sem olhá-lo. –Você não pensou em momento algum que eu iria me estressar com isso? -

–Bella, eu não te deixei sozinha, você estava com Alice. - o tom é a paciência pura. Rola os olhos se levantando da cama.

–Pouco importa você me deixou para ir ficar com ela. - aumenta o volume da voz abrindo as portas da sacada. O vento frio bate contra o corpo esguio coberto apenas por uma camiseta de banda.

–Eu não te deixei Bella, pare de ser infantil. -

–Infantil é a porra! - se vira para ele que caminha com passos largos até ela. –O que você tinha me dito mesmo? Vamos ignorá-la meu amor. - engrossa a voz tentando imitar a do Cullen. –Se aquilo for ignorar eu não quero nem imaginar o que vai fazer quando der atenção a ela. -

–Já te falei que você fica linda enciumadinha, melachriní̱ mou (minha morena) - exibindo todo seu charme Edward se posta a frente dela deixando um braço de cada lado. Encurralada, Isabella mantém a postura firme, não cederia a ele hoje, não mesmo.

–Não adianta fazer isso. - murmura pausadamente. –Estou com raiva de você e muito chateada. -

–Bella... - um suspiro sai da boca do loiro. –Quantas vezes eu vou ter que repetir que Tanya não significa nada para mim? -

–Palavras, apenas palavras. -

–Não, não são apenas palavras. - nega passando a língua nos lábios. –Você sabe que eu te amo. Você é a minha namorada, ela é apenas minha prima. -

–O problema é que ela não entende isso, Edward! - grita o empurrando. –E o modo como você a trata só a faz ficar mais e mais afim de você. Você não faz nada para cortá-la, pelo contrário é todo carinhoso, como se retribuísse o sentimento dela. -

As lagrimas presentes nos olhos da jovem, fazem seus orbes arderem. Respira fundo, tentando ignorar o nó em sua garganta.

–Mas eu não retribuo. E você quer o que? Que eu a trate mal? Ela é minha prima Bella. - ele tenta se aproximar novamente, contudo com a mão a britânica o impede.

–Não quero que a trate mal, só não precisa olhar do jeito que a olha, mostrar tanta intimidade com toques aqui e ali. - sente os lábios tremerem devido ao choro que aperta a garganta da jovem. –Como acha que eu me sinto vendo isso? Hein? -

–Eu sei que você fica mal com isso e...-

–Não Edward, você não sabe. - nega com a cabeça deixando duas lágrimas caírem de seus olhos. –Se você soubesse como eu realmente me sinto, não a trataria mais assim. - esfrega as mãos no rosto tentando se acalmar.

Ficar nervosa só fará mal ao bebê.

–Me desculpe amor. - ignorando todos os afastamentos de Bella, Edward se aproxima dela.

–Não adianta pedir desculpas da boca para fora. - soluça sem olhá-lo.

–Shii...- deixa um beijinho no alto da cabeça da morena. –Deixe-me falar agora. - pede segurando o pequeno rosto entre as mãos. –Juro para você que irei conversar com ela, e deixar bem claro que entre nós não haverá nada. - os dedos longos dele limpam delicadamente cada lágrima da face de Isabella. –Odeio ver você chorar prinkípissa mou...- sussurra se aproximando ainda mais dela. –Odeio ver você sofrer e te prometo que essa será a ultima vez, por que eu darei a minha vida se preciso para fazer você feliz. - os lábios dele se encostam brevemente no nariz empinado da Swan. –Eu não esperava conhecer a mulher da vida de um jeito tão cômico, como te conheci. - ri de leve acariciando o rosto dela.

–Você trouxe a razão que faltava na minha vida. Me fez sair daquele hospital maravilhosamente bem, tão bem como nunca estive em toda minha vida. Deu motivos para o meu coração não desistir, não parar de bater e se há um motivo pra que ele bata tão forte desde quando me levanto até mesmo a hora de ir deitar, esse motivo leva seu nome. - respirando profundamente Edward faz uma pausa antes de continuar.

–Como explicar tudo o que você consegue despertar em mim sem ao menos um toque? Como pode me passar tanta segurança sem ao menos um olhar? Como pode me fazer sorrir sem ao menos dizer nada?- em silencio Isabella apenas o olha, emocionada com cada palavra proferida pelo grego. –Eu não sei o que você fez comigo, mas é em você que eu penso todos os minutos e segundos, é você que está presente em todos os meus sonhos, você que me faz acordar todos as manhãs, você que eu sempre penso antes de dormir, para você que eu dedico cada dia da minha vida...-

–Edward... - abraçando o pescoço dele com os braços ela já se sente derreter por dentro, ele nunca tinha dito coisas tão lindas a ela.

–Shii amor, ainda não terminei. - a interrompe. –É a lembrança do seu abraço que me aconchega quando preciso, o desejo de seu beijo que deixa minha mente embaralhada, a esperança de te ver que faz minhas pernas bambearem, é lembrando dos seus olhos e de seu sorriso que eu posso sorrir... Você é tudo para mim Isabella. Não me imagino sem você, sem seus beijos, seus abraços, seus ataques de ciúmes. - sem controlar o riso Bella ri, deixando mais e mais lágrimas caírem de seus olhos.

–Uma vez assumimos um título que não era nosso. Mesmo com todo o querer desse mundo o anel em seu dedo não representava nada para nós. - levando uma das mãos ao bolso da calça de moletom, Edward retira uma caixinha azul de veludo deixando Bella em extase. –Mas dessa vez, vai ser diferente. - completa e com maestria abre a caixinha librando os anéis para a vista de Bella.

Ela ofega baixinho, cobrindo os lábios com as mãos. Um dos anéis possui um belo e brilhante diamante oval, com pedrinhas pequenas em volta, enquanto o outro se mantem sem brilhantes ou pedras preciosas. Sorri encantada vendo as alianças brilharem a luz da lua.

–Então, Srta. Swan, você aceita se casar comigo? - a pergunta final do Cullen só faz a emoção e o sorriso de Bella aumentarem.

–Sim! - exclama se jogando nos braços do homem que a rodopia no ar. –Sim, sim, sim, sim! Mil vezes sim. - os dois riem, enquanto o loiro a põe no chão novamente.

Com cuidado retira os anéis do travesseirinho fofo pegando a mão da jovem entre a sua. Olhando para seu dedo, observa o anel deslizar com precisão por sua pele.

Sorri emocionada, colocando a aliança em Edward da mesma forma.

–Eu te amo, Edward. Te amo muito. - declara abraçada ao grego.

–Eu também te amo, melachriní̱ mou. - encostando sua testa na dela, ele busca seu olhar. –Eu prometo que eu vou te fazer feliz, todos os dias, todas as horas, todos os minutos, todos os segundos das nossas vidas. -

Acariciando a face do noivo, ela deixa um breve selinho nos lábios finos.

–Eu sei que vai. - abraça o pescoço do grego se apertando mais a ele. –Mas agora, que tal se você me mostrar o quanto você me ama, hein? - mordendo os lábios ela o encara sapeca.

–Acho uma ótima ideia. - a pegando no colo, ele adentra novamente no quarto. Deitando-a no centro da cama, acomoda-se sobre a britânica. –Acho que eu irei precisar da noite toda para isso. - sussurra em seu ouvido, enfiando as mãos fortes por baixo da camisa que ela veste.

–Hmm, acho que posso aguentar. - os dois riem juntos deixando seus olhares se conectarem por uma ultima vez, antes de darem inicio a uma longa noite de amor.