POV. ANNIE

Take my hand, I'll teach you to dance

I'll spin you around, won't let you fall down

Would you let me lead, you can step on my feet

Give it a try, it'll be alright

–He Is We, All About Us

Depois que sai do quarto de Thomas fui ver meus pacientes da área pediatra então fui chamada urgentemente pro quarto do meu suposto noivo, pois era assim que ele dizia que eu era a noiva dele, mesmo eu dizendo não. Por mais que eu tenha corrido entrar em seu quarto e ver a cena que eu vi não foi a das melhores, ver o Mark tentando ressuscitar o Sr. Malcon deu um aperto no meu coração eu amava aquele senhor como um avô.

–Annie, declara.-Mark olha pra maquina sem sinal e então pra mim.

–Hora da morte 19:45.-digo olhando no meu relógio.

–Obrigado, eu vou informar a família-diz Mark saindo.

Fica só eu e o corpo do Sr. Malcon, puxo uma cadeira e sento próxima dele, segurei suas mãos ainda com os tubos de soro e lembro do dia em que Lippe estava no mesmo estado, sei como as filhas do Walter deve estar agora, receber uma noticia que alguém próximo a você morreu nunca é fácil.

–E Walter voce me deixou, me abandonou no altar ne-rio- mesmo eu dizendo que não ia me casar com voce, saiba que vou sentir saudades suas.-digo chorando- obrigada por me fazer feliz esses dias que voce estava aqui.-digo beijando suas mãos.

Decido retirar os tubos, desligar as maquinas e voltar a me recompor.Suas filhas entram desesperadas pra abraçar o corpo do pai , aproveito a deixa e saio do quarto. Marih pergunta se estou bem eu digo que preciso de alguns minutos, vou pro meu canto preferido do hospital, suspiro vendo a imagem da cidade com as luzes nunca irei me cansar da vista, mas agora não estava com o clima de ficar olhando a vista, deitei no sofá e fechei meus olhos deixando as lagrimas virem.

–Quer conversar?-pergunta alguém me assustando-Desculpa não queria te assustar.

–O que faz aqui?-pergunto assim que reconheço o dono da voz.

– Vi voce correndo secando as lagrimas e fiquei preocupado-diz ele.

–Não preciso da sua preocupação , e voce não deveria estar aqui.-digo

–Olha eu fiquei sabendo do Walter-diz ele sentado ao meu lado, seu cheiro me embriagando com o vento

–Como você conhece ele?-pergunto

–Eu paciente e ele era paciente, e gostávamos das mesmas coisas, eu ia no quarto dele conversar com ele, matar meu tédio sabe-diz ele rindo- mas quando acordei vi voce chorando então eu te segui.

–Não sabia que você era próximo a ele-disse.

–E não era-ele ri- mas não tem como você não gostar do cara, ele era uma comédia, dizia pra mim que estava noivo da medica mais linda-ele olhou pra mim- e eu concordei com ele, mesmo sabendo que você não estava de fato noiva dele.-Vem cá- ele me puxa pros braços dele- Não é so pelo Wlater que voce esta chorando ne?-ele pergunta beijando o topo da minha cabeça.

–Não-digo com a voz sufocada porque meu rosto esta enterrado no seu peito, meu Deus será que poderiam proibir de pacientes com corpo definido de usar essas roupas.

–E voce quer falar sobre isso?-ele pergunta me abraçando mais forte, espero nunca sair desse abraço.

–Lembrei do Lipe-digo ainda com meu rosto no seu peito.

–Lipe? Seu namorado?-ele pergunta

–Não-eu rio- Lipe é meu irmao caçula que faleceu-vejo q ele ficou em silencio pra mim continuar- ele faleceu a três anos atrás e cenas como essa do Walter me faz lembrar dele-digo chorando de novo.

–Voce era próxima a ele?-pergunta

–Sim, ele era uma criança diferente-rio lembrando dele expulsando meus amigos que iam na minha casa e ele pensava que eram meus namorados- Ele era cativante todo mundo amava ele, mas infelizmente quando estava com 8 anos ele teve que partir, foi o pior ano da minha vida então tento levar a minha o normal possível, mas quando acontece algo assim me abala, principalmente quando é um paciente que acabei criando um vinculo-digo olhando pra ele.

–Então é por isso que voce não quer sair comigo?- ele pergunta rindo.

–Inacreditável eu aqui me abrindo meu coração e voce fazendo piadinhas porque não aceitei sair com você.-digo rindo.

–Viu só consegui fazer você sorrir-ele diz olhando pros meus lábios- não gosto de te ver chorando-diz ele enxugando minhas lagrimas- gosto de você quando esta sorrindo ou esta brava, porque você fica linda.

–Ah tá-eu rio- eu não sei o que você viu em mim, me diga?-pergunto

–O que eu vi em você no primeiro momento foi a sua beleza, mas então eu te conheci na verdade perguntei pras enfermeiras e elas me diziam que você era a melhor doutora, pois você não se abalava com nenhum dos seus pacientes e as crianças que você cuida a amam. A Sofi é uma delas que te ama-ele me diz rindo- na verdade nunca vi a Sofi gostar de ninguém como ela gosta de você logo de primeira, ela geralmente é mais fechada-ele me olha com os olhos brilhando, eu abaixo meu rosto envergonhada então ele ergue meu queixo- O que eu percebo agora é que você é linda tanto por dentro como por fora e eu não só aprendi a gostar de você como também eu acho que...-ele parou- olha esquece, só tenha em mente que você é a alegria desse hospital-diz rindo.

–Obrigada Thomas, por me fazer se sentir bem-digo deitando no seu ombro.-Até que você não é tão irritante assim.

–Viu só, o Branco de neve pode legal também-nós rimos.

Ficamos em silencio olhando a vista.

–Não querendo tocar no assunto mais já tocando, e seus pais?-ele pergunta.

–Estão bem, eu acho-digo encarando- eu não sei na verdade, acho que pra eles é tudo tão recente mesmo que já faz 3 anos, o Lipe era a alegria da casa era só os três eu vivia na faculdade, somente a noite podia ficar com ele, mas e você? Me conte mais sobre a sua vida-digo mesmo já sabendo a historia dele.

–Não vou te contar, se quiser saber sobre a minha vida terá que aceitar a sair comigo-ele diz rindo

–Quem sabe um dia eu não aceite a sair com voce-digo- e assim voce ira me contar tudo sobre a sua vida.

–Então eu ficarei feliz de compartilhar com voce-disse ele.

Continuamos a olhar a vista até que caímos no nosso.