The Avengers: XY-32 Experiment escrita por july_hta66, JulieAlbano, Haverica


Capítulo 11
Capítulo X - Qual É O Seu Problema?


Notas iniciais do capítulo

Olá de novo!
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** Contém dois links de música camuflados **



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♪♫ Apesar de saber o que é errado
Como posso ter tanta certeza
Se você nunca disser o que sente?

Devo ter segurado sua mão tão forte
Que você não teve vontade de lutar
Acho que você precisava de mais tempo para se curar

Amor, os meus band-aids acabaram
Eu não sei nem por onde começar
Pois não se pode fazer curativo nesse ferimento
Você nunca vai poder realmente consertar um coração
♪♫

Lola adentrou o banheiro feminino do décimo oitavo andar subterrâneo, estava tão atordoada. Primeiro, ao levantar da cama naquele dia estava completamente decidida a tentar conquistar Steve e inteiramente ciente de que estava apaixonada por ele. Então, ao chegar ao prédio da SHIELD, finalmente após meses, se esbarra com uma mulher antipática que a insulta de graça por preconceito, depois seu mundo cai ao ir almoçar com Barton e Natasha e descobrir que a mal-educada era a nova namorada de Steve.

E como se não bastasse a decepção, uma raiva gigantesca a dominou quando encontrou Rogers sozinho no primeiro dos novos treinos que teria com ele. Lola ficou tão confusa e desnorteada que uma dezena de pensamentos equivocados a dominaram. Pensamentos que denegriam a imagem do inocente Capitão América.

Mas agora, parada diante de uma das pias em frente ao espelho gigante do banheiro, a consciência da Stark começava a atingi-la.

– O que estou fazendo? - A garota perguntou para seu próprio reflexo. Ombros caídos, pálpebras servindo como bolsas de contenção para a quantidade enorme de lágrimas que queriam cair, mas ela não deixava.

– Qual é o meu problema? - Lola se perguntou, resolveu abrir a torneira para limpar o sangue de Rogers do meio de seus dedos.

Remorso. No que ela estava pensando? O banho de raiva e ciúme foi tão grande e inesperado que a cegou para a verdade, mas agora a realidade voltava a si. Lola já estava tomando noção de que fora tudo um erro. Steve não era nenhum lobo em pele de cordeiro, ele não era nenhum conquistador nem um mulherengo que queria todas as garotas para si, ele era só... Steve. Lola sabia que ele não seria capaz de brincar com ela desse jeito, ele era bom, sempre foi e sempre será.

Seus pensamentos estavam retornando a sua clareza e sanidade. Steve era incapaz de ser um cafajeste, se ele tinha interesse nela antes, agora isso não era mais relevante, e se ele escolheu aquela outra garota nojenta para ser sua namorada, a Stark tinha que aceitar sem atribuir falsos defeitos ao pobre Capitão. Afinal, se ele escolheu a Agente 13, com certeza algum valor ela tem para merecer seu coração.

A morena fechou a torneira e terminou de engolir o choro, havia se decidido a ir até Steve e pedir desculpa pelo golpe. Ele não merecia aquilo, ela já tinha plena certeza.

Lola encarou os próprios dedos e começou a sentir a dor que estava ignorando antes, seus dedos estavam ficando completamente roxos num tom púrpuro mais escuro do que qualquer outro hematoma que tenha adquirido ao longo da vida. Ir de encontro com uma placa óssea de um super-soldado definitivamente não era algo agradável, deixaria um rastro em si por um tempo, pelo menos.

E foi quando Lola estava decidindo passar na enfermaria que uma das portas dos compartimentos das privadas se abriu atrás dela e uma Sharon Carter saiu de lá. De todas as pessoas no prédio, aquela era a única que a Stark desejava não encontrar até alcançar Steve mais uma vez.

– Boa tarde. - Lola cumprimentou.

A loira só a olhou por cima dos ombros e a ignorou. A morena não suportou a atitude e teve que falar alguma coisa enquanto a Agente 13 lavava as mãos.

– Já sei porque você não gosta de mim sem nem me conhecer!. -.

– Sabe?! - Sharon soltou um sorrisinho irônico.

– Sei! Você me detesta por causa dos boatos da mídia de que eu e o SEU namorado temos alguma coisa, mas não precisa me odiar por isso, Steve é seu e não sou do tipo de garota que se envolve com caras comprometidos. Não gosto de dividir e muito menos de roubar sobras dos outros. - Lola explicava.

– O fato de eu não morrer de amores por você, como o resto do mundo, não tem nada a ver com isso. – Sharon não se dignava a olha-la nem por reflexo, continuava ignorando-a.

– Então, com o que tem? Qual é o meu problema? Qual é o seu problema? – Lola queria todas as cartas na mesa. Tinha acabado de conhecer aquela mulher, mas a maneira da loira trata-la realmente a incomodava.

– Já disse. Você não é digna de estar nesse prédio, não merece os privilégios que Fury te dá de graça, não merece se relacionar com Os Vingadores. Sabe quantos agentes sonham em dar um aperto de mão no Capitão América? Quantos cientistas adorariam sentar com o Dr. Banner para discutir sobre radiações? Você tem tudo isso sem ter feito um esforço sequer. Não passa de uma garotinha rica e mimada que possui os padrinhos certos. – Sharon acusava finalmente encarando Lola.

– Não sou nada disso! Você não me conhece! – Lola se ultrajava.

– Não preciso conhecer você para saber que deveria estar presa e ser severamente punida por ter soltado um prisioneiro de alta periculosidade e inimigo da humanidade como Loki Laufeyson! -.

– Ele não feriu ninguém! – Lola protestou defendendo Loki e a si mesma.

– Por sorte, e porque localizaram vocês a tempo. Você acha mesmo que ganharia só uma “suspensãozinha” se não fosse irmã do Homem de Ferro e o Fury não fosse o seu padrinho?! Você pertence a Geladeira! – Sharon continuava suas acusações.

– Geladeira? – Lola disse sem conseguir disfarçar sua confusão.

– Você não sabe o que é a Geladeira?! Mas é claro que não sabe! Você não é uma agente de verdade! Só passa de uma distração inconveniente atrapalhando as pessoas que trabalham de verdade por aqui! Até um agente nível 1 sabe o que é a Geladeira! – Carter partiu sem nem mesmo secar as mãos.

[...]

Steve terminava de tirar o sangue de seu rosto, estava meio irritado. Não por causa do nariz que latejava ao queimar pela dor, mas pelo comportamento esquisito de Lola e a ofensa que ela jogou sobre ele.

– Precisava ver com meus próprios olhos. – Uma voz da porta o despertou.

Rogers virou a cabeça para descobrir quem era seu visitante.

– Já ficou sabendo do soco? – Steve voltou a desinfetar sua ferida com algodão e água oxigenada encarando o espelho.

– Não é todo dia que alguém arranca sangue de você, então não julgue alguns agentes por bancarem os fofoqueiros. – Natasha deu de ombros recostando-se na porta.

– Veio contemplar a obra da Lola? – Steve ironizou.

– Na verdade, vim terminar o que ela começou. – Romanoff irritada cruzou os braços.

– O que? – Steve questionou atordoado.

Natasha desencostou-se da parede e começou a andar na direção dele de forma inquisidora.

– QUAL É O SEU PROBLEMA? – A ruiva estava inconformada. – Passo um tempão tentando te convencer a sair com a Agente 13, você sempre escapando das minhas cobranças. Aí você conhece a Lola, que é perfeita para você. Começa a gostar dela, e quando ela praticamente está assumindo que gosta de você, você vai e segue o meu conselho e começa a se relacionar com a primeira garota que não deveria mais existir nesse presente! -.

– Lola “praticamente está” o quê? – Steve perguntou perplexo.

– Ah, Steve! Pare de bancar o estúpido! Cansei dessa brincadeira de fingir que ninguém está vendo que rola algo entre vocês, ou rolava, né?! Já que você estragou tudo... Isso que você fez é uma cretinice! Tinha que ver a cara de decepção no rosto da Stark quando o Barton contou a ela que você e a Carter estavam namorando! Parecia que alguém tinha morrido e que... – Natasha foi interrompida por Rogers.

– Ela... Ela ficou triste? – Steve sabia que não deveria, mas ficou um tanto contente por isso.

– Já falei para parar de estupidez! Essa garota estava completamente apaixonada por você e você mesmo estragou tudo! Está preparado para apanhar de mim, agora? – Natasha não estava brincando, estava com bastante raiva da burrice de Steve e avançou na intenção de agredi-lo.

[...]

Lola utilizou da ajuda de seus “contatos” para descobrir em qual enfermaria de qual andar o Capitão se encontrava, e lá foi ela. Adentrou a saleta encontrando ele guardando em um armário os materiais que havia usado para se limpar e pegando curativos próprios para o tipo de machucado que havia conseguido.

A garota envergonhada e nada orgulhosa do que tinha feito a ele decidiu pigarrear da porta para chamar a atenção do soldado distraído que estava sozinho.

– Com licença. – Ela disse quando Steve finalmente a notou.

– Me deixe adivinhar... Veio para tentar terminar a surra que queria me dar? – Ele disse parando o que estava fazendo e encarando-a da distância que estavam.

– Na verdade, vim tentar me desculpar. – A garota forçou um sorriso momentâneo.

– Desculpar? – Steve ficou estranhamente intrigado.

– Sim, claramente me empolguei com o treino hoje. – Lola falou o óbvio tomando coragem para se aproximar mais.

– Sua reação não parecia a de quem havia “se empolgado” e sim de alguém que havia “se irritado” pra valer com alguma coisa. – Steve constatou.

– Me irritado? Eu não! – Lola olhou para os lados buscando alguma maneira de se safar. – Quer dizer! A adrenalina do exercício e... e... e você dizendo que eu tinha que entender que o treino não era mais brincadeira, como se já não estivesse ciente disso, me deixou um tanto aborrecida. Aí eu explodi, sinto muito por isso. – Ela encontrou a desculpa perfeita aos seus olhos.

– Pensei que tivesse algo haver com o tipo de relacionamento que tenho com a Agente 13, já que você mencionou antes de me abandonar na sala. – Steve a pressionou, secretamente aquilo o divertiu um pouco.

– NÃO! Não tem nada a ver com isso! Por que teria? Espero que vocês dois sejam muito felizes juntos. – Lola tentou sorrir mais uma vez.

– Espera? – Steve a olhou de uma forma intensa.

– Err... Espero. Espero mesmo! Você é meu amigo, e espero que seja feliz obviamente. Mas não é sobre isso que vim falar contigo, só queria realmente dizer que sinto muito, e que queria muito não ter feito o que fiz. – Ela se explicou.

– Está tudo bem, Lola. Dor, alguns ferimentos, um osso fraturado ou outros acidentes fazem parte das consequências de um treinamento intensivo. Você precisa se acostumar com isso, e não pense que é uma ofensa nem nada, mas é preciso mesmo te lembrar que não é uma brincadeira. Um dia pode ser você vindo aqui para estancar o seu nariz. – Steve confessou.

– Isso é uma ameaça? – Lola fez uma cara de chocada, mas logo sorriu denunciando estar brincando.

– Você descobrirá em breve. – Steve também brincou.

Os dois riram brevemente.

– Ok. Fico contente que esteja tudo bem conosco, mas agora tenho que ir para casa, o Tony ainda me pediu pra passar na sua adega favorita pra trazer pro jantar uma garrafa do Richebourg que ele mais gosta. – Lola já estava se despedindo e pronta para partir.

– E a sua mão? – Ele perguntou preocupado.

– O que? – Ela disse confusa.

– Como ela está? Deixe-me vê-la. – Steve caminhou até a Stark e tomou sua mão direita.

– Au. – Lola resmungou baixinho quando ele a tocou.

– Espere aí, deixe-me cuidar dela pra você antes de ir embora. – Rogers a soltou e foi mexer em uma das gavetas. – Achei. – Ele comemorou tirando um tubo de pomada de dentro da gaveta.

Steve pegou a mão de Lola virada para baixo, apoiou-a com cuidado sobre a palma de uma das próprias mãos, e com muita delicadeza começou a passar o conteúdo gelatinoso sobre os dedos momentaneamente roxos dela.

A garota observava o processo acompanhando o que ele fazia com os olhos, mas por um instante pequeno levantou as vistas para olhar o rosto concentrado dele que não desviava os olhos do trabalho minucioso que fazia. A Stark viu o nariz vermelho, mas já estancado, dele. O remorso a pegou com mais culpa ainda. Ela havia feito aquilo com ele, e nem sequer magoado ele ficou, pelo contrário, agora cuidava até de forma carinhosa da mão ferida dela.

Steve era tão bom que não podia ser real. Lola sentia muito por ter batido nele, mas principalmente sentia muito por tê-lo perdido sem nunca sequer tê-lo tido de verdade. Ela sorriu irônica e melancólica balançando a cabeça para o próprio azar.

Logo no primeiro dia de guerra havia perdido uma batalha, não poderia mais conquistar Steve, mas em seu outro objetivo ela não aceitaria a derrota com as mãos atadas. Ela iria prender XY-32 e o faria pagar por todas as mortes que ele causou, ah se ia!

– Pronto. – Steve sorriu para ela voltando a olhar seu rosto.

– Obrigada. – Ela sorriu em agradecimento. – Posso pelo menos retribuir? – Lola apontou para o nariz dele.

– O que? -.

– Colocar o curativo no seu nariz. – Ela explicou melhor.

– Pode. – Steve sorriu de forma terna. Lola estava tão perto, queria poder roubar-lhe um beijo, como tantas outras vezes, só que agora ele era compromissado, diferente de antes.

Ela pegou o esparadrapo do balcão e começou a tirar seu plástico de proteção.

– Se tivesse chegado um pouco antes acabaria encontrando com a Natasha aqui, ela poderia te dar uma carona já que mora mais perto do seu bairro. – Steve comentou enquanto Lola começava a colocar o curativo no lugar.

– Sem problemas, vou de táxi mesmo. – Ela ficou na ponta dos pés para alcançar a altura certa de colocar o esparadrapo. – Abaixa um pouquinho. – Lola pediu concentrada. Foi a vez de Steve assisti-la agir.

Ele a observava colocar o curativo de uma forma diferente de como costumava olhar para Ela. Lola não pôde notar isso já que estava distraída, mas ele vasculhava e a analisava buscando uma prova mínima que seja de que Natasha estava certa.

– Prontinho. – Lola sorriu para ele ao ter terminado e ia se afastar, mas um braço a reteve.

Steve segurou-a por um braço e a apertou suavemente, afagando a pele dela com um polegar. Ela o olhou surpresa com a atitude dele.

– É bom ter você aqui de volta. – Ele a olhava no fundo dos olhos assustados dela, ainda em busca de sua resposta/confirmação.

♪♫ O sol está preenchendo o quarto
E eu posso ouvir você sonhando
Você se sente da mesma forma que eu me sinto agora?
Eu queria que pudéssemos simplesmente desistir
Porque a melhor parte está caindo
Chame isso de qualquer coisa, menos de amor

E eu continuo esperando que você me pegue.
Você continua esperando salvar o que nós temos.

Então eu faço questão de manter a minha distância,
Digo "eu te amo" quando você não está ouvindo.
Quanto tempo podemos continuar com isso?

Vou me certificar de manter a minha distância,
Dizer "eu te amo" quando você não estiver ouvindo.
Quanto tempo até nós chamarmos isso de amor?
♪♫


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Notas finais do capítulo

O título do próximo capítulo é "Capítulo XI - Faça Um Pedido ", não vou colocar trailer já que foram dois capítulos de vez hsauashahusashu ;)
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Me digam o que acharam, o que estão achando, certo? Estou muito curiosa.
E vocês já sabem, quando comentam posto mais rápido :D
Beijinhos!