Ele a procurou em vários cômodos, tentando pensar no que diria quando a encontrasse. Será que ela aceitaria suas desculpas? Bem, ela vira o porquê de tudo que ele fez. Apesar de que, no final, suas tentativas de protegê-la foram quase inúteis. Onde estivera com a cabeça quando terminaram há um ano? Devia ter quebrado a fuça de Rony, aquele hipócrita, e assim ficado com ela. Mas ela teria ido com eles e... Não, não dava para ficar remoendo o que fizera. Precisava encontrá-la logo. Foi precisamente perto do campo de quadribol que a viu. Ela estava sozinha, jogando a goles, provavelmente tirada do armário de vassouras, para cima, provavelmente  chateada com alguma coisa. Ele pediu à Merlin que não fosse com ele.
- Ginny? - Harry chamou.
Ela sabia que ele viria, porque nem ao menos se mexeu, apenas respondeu: Olá, Harry.
- Er... Podemos conversar? - ele perguntou. Incrível como agora, mesmo depois de ter derrotado Voldemort, ele ainda pudesse ter medo de alguma coisa.
- Já estamos, não é?
- Então... Ao menos... Você poderia se virar para mim? - ele pediu, tentando colocar determinação na voz.
- Claro. - ela disse e quando se virou ele pode ver que ela chorava.
- Ginny, eu...
- Você, você, você! Mas que saco, Potter! É sempre você! - ela gritou, jogando a goles no chão - Nós ficamos um ano separados porque VOCÊ poderia ser atrapalhado por mim! Porque EU poderia impedir que VOCÊ completasse seu plano! Isso não me tirou da linha de fogo, tirou? No final das contas eu ainda tive de me esconder, não foi?
- Eu só não queria que eles pegassem você pelo que você significa pra mim. - ele respondeu, assustado com a frieza da voz.
- Eles não teriam como fazer isso. Eu não sou a garotinha indefesa que todo mundo pensa, Harry Potter. - ela ficou de costas de novo.
Ele suspirou, resignado. Ela estava certa. Foi-se o tempo em que foi preciso que ele a salvasse de uma Câmara Secreta.
- Sim, Ginny. Você não é uma donzela indefesa. É uma guerreira que está me deixando derrotado.
Ela riu, ele pode ver, mas continuou de costas.
- Sabe aquela hora que você saiu com a Luna? Eu odiaria que você tivesse saído com aquela chinesa v...
- Eu sei, Ginny. Eu percebi. - ele cortou - Acho que todo mundo percebeu.
- Não foi só ciúme bobo. Você também viu que ela estava interessada em ficar sozinha com você, não?
- Bom... Posso garantir que não era recípocro.
O silêncio se instalou como o Iceberg na rota do Titanic. Os dois se mantiveram na mesma posição por um bom tempo. Harry foi quem quis quebrar o gelo primeiro e chegou perto dela. Perto o bastante para falar em seu ouvido.
- Quando eu estava para morrer, sabem quem pensei, Ginevere Molly Weasley? - ele perguntou, sério, segurando o riso.
- Em uma tonta ruiva baixinha que não deveria ter deixado o namorado dela se arriscar para a morte? - ela não conseguiu conter mais nenhuma lágrima.
- Eu teria passado por você de qualquer forma. Eu queria que você vivesse, mesmo que sem mim.
- Isso não seria vida, seu idiota. - ela se virou finalmente e deu um tapa no rosto de Harry - Nunca mais, Harry James Potter, jure que nunca mais você vai fazer isso comigo de novo! Ou eu quebro toda essa sua cara, impedindo que as pessoas vejam até mesmo essa sua cicatriz besta e esses seus... Sexys... Olhos... Verdes.
E ela pulou no colo dele. O susto foi tanto que eles cairam no chão, rindo e em um beijo sincero. Ficaram ali durante um bom tempo. Até que uma voz cavernosa os tirou de seu delírio.
- Caham! - eles se assustaram e se levantaram, apontando a varinha para quem tinha pigarreado - Ei! Não precisam ficar tão alarmados. Professora, quero dizer, Diretora MacGonnagal mandou chamá-los. Ela preferiu que viesse eu a um dos Weasley ou Hermione, porque vocês poderiam estar... Como estavam. De qualquer forma, venham. Ela tem alguns anúncios a fazer.
Os dois, muitos corados, tiraram a sujeira das vestes e deram as mãos, seguindo Hagrid de um pouco longe. Harry de repente riu e Ginny olhou para ele.
- O que foi?
- É só eu ou Hagrid fica dando olhadelas para trás como se a gente fosse fugir?
- Até que não é má idéia...
- E olha como ele está vermelho!
- Hei, Potter! Presta atenção em mim... Aliás... Depois desse espaço enorme que ficou entre a gente, prestar atenção em mim é o que espero que você faça por um booooom tempo.