Lembranças Perdidas escrita por Day Marques


Capítulo 7
Capítulo 7


Notas iniciais do capítulo

Heeeello girls and boys!!!! Essa semana ta macabra e dando nos nervos, Deus abençoe a quem vai fazer o bendito e maldito ENEM. Aqui está mais um capítulo e agradeço muito a todos que comentaram. Galera, bora comentar ai né! Isso dá uma motivação extra danada para voltar aqui. Se houver muitos comentários, o próximo capítulo será mais que perfeito para quem já está mais que ansiosos kkkkkk. Beijos



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– Desculpe não ter ligado, mãe. Saí tão desesperada que nem me lembrei disso.

– Aqui também é sua casa. Mas por que resolveu sair assim, tão inesperadamente?

– Ah mãe, eu sinceramente acho que não sou mais bem-vinda lá. O Edward cada vez mais me chuta para fora, sempre colocando defeito em tudo que faço. Acho que ele ainda não entendeu ou não acredita que eu perdi a memória. Você acredita que ele me acusou de tentar matar a Nessie? Só porque eu estava dando banho nela e a perdi nas espumas – Renee riu.

– Isso é coisa de quem quer chamar atenção. E que história é essa de espumas?

– É uma longa história – Suspirei sentando.

– Vai ficar aqui de vez?

– Não sei, eu já não sei de mais nada. Que droga de vida, ás vezes queria nem ter acordado, ai só talvez as coisas seriam mais fáceis.

– Eita, bota essa boca para lá – Bateu na mesinha ao lado – Eu me importo com você e teria morrido aos poucos se ainda estivesse naquele hospital. Sua filha também, Bella. Todo dia ela ia no seu quarto e passava horas, não exatamente horas, conversando com você. Mesmo que você não estivesse sendo uma boa pessoa com ela nos últimos anos, essa menina te venera, é o deus particular dela – Sorri com o que disse.

– Eu senti isso, ela é maravilhosa. Estou tentando ser uma boa mãe, mas eu não sei se está dando certo. Eu nunca sei o que fazer direito, eu nem sei quem é a criança de verdade quando estou com ela.

– Ela sorri no final do dia? Depois de tudo o que fizeram? - Assenti – Então você está indo pelo caminho certo – Aproximei-me dela a abraçando – Ninguém nasce sabendo como ser mãe, temos que aprender aos poucos. Errando quase sempre, quantas vezes eu te derrubei dos meus braços?

– Mãe! - Encarei seus olhos brincalhões – Deus, pensei que estivesse falando sério – Riu.

– Não é totalmente mentira – Encolheu os braços – Deve ser por isso que és assim, meio doidinha – Apertou-me, me fazendo rir – O que dizem é: Uma boa filha, é uma boa esposa e mãe. E você é maravilhosa para mim.

– Obrigada, mãe. Mas acho que tenho que melhorar muito ainda, com a Nessie está sendo fácil, mas ele é o problema. É como se ele acordasse já pensando como me evitar. Não forço muito a barra porque eu descobri que eu era uma completa vadia. Eu era um monstro mãe, todos me odeiam agora e eu me sinto péssima porque eu não sei o que fazer quanto a algo que eu sequer lembro – Gemi de frustração - Não sei se consigo voltar para casa, muito menos para o trabalho.

– Claro que consegue, que conversa é essa? Você podia ser uma vadia, mas não é mais. E tenho certeza que você está se esforçando muito para mudar isso. Quantas vezes você chegou em casa segurando o choro quando as coisas estavam difíceis, mas erguia a cabeça e dizia que jamais desistiria? Deus, eu perdi as contas. O Charlie ficava louco pensando que irias desabar a qualquer momento, mas isso nunca aconteceu. Você conheceu o Edward e sua vida mudou. Era Edward para cá, Edward para lá, seu sorriso, olhar e até o jeito de ser mudou. Para muito melhor! Foi engraçado no dia que ele te pediu em casamento, você teve uma crise de risos e depois saiu correndo. O evitou por um mês. Ai acordamos numa noite, no meio da madrugada, com ele fazendo uma serenata tosca debaixo da sua janela. Claro, você não perdeu a vez e lhe deu um banho de água fria, mas desceu correndo e se jogou nos braços dele. Estavas sempre me deixando saber que ele era o homem da sua vida e não se arrependia de ter casado com ele, e querendo ou não, eu acreditei. Muitas pessoas diriam que eram meras palavras de uma mulher adolescente apaixonada, mas não você. Você nunca foi uma mulher normal, como as outras. Por isso, cada decisão que você tomava, eu apoiava, porque eu sabia que você tinha certeza que era o certo. Bella, se você gosta, ama o Edward, não sei, lute por ele. Ele ainda te ama, eu sei disso, que homem continuaria com uma bruaca se não gostasse dela? Todos passamos por turbulências no casamento, dez anos não é pouca coisa não. Eu e Charlie já brigamos e nos separamos tantas vezes.

– Mas você não era uma megera com ele.

– Quem não enlouquece numa parte da vida? Mudanças tem que acontecer, mesmo que para pior, para um dia levarmos um tombo feio e abrirmos os olhos. É com os erros que aprendemos a descobrir quem realmente somos. Está na sua vez agora, você já errou e levou o troco. Agora vá e descubra quem você é – Afagou meu rosto – Junto com sua família, querida.

– Não sei se quero voltar agora – Falei – Preciso de um tempo para colocar meus pensamentos em ordem.

– Tudo bem, eu te entendo. Leve o tempo que precisar, aproveite e traga a Nessie para cá.

– Pode ser – Sorri fraco – Eu vou me deitar, mãe. Estou realmente cansada.

– Seu quarto está limpinho, tem lençóis no... Ah, você sabe onde ficam. É que faz tanto tempo.

– Boa noite, mãe.

– Boa noite, e obrigada por conversar comigo – Assenti e subi. Vi a porta do quarto da minha mãe entre aberta e espiei. Charlie dormia de barriga para cima com sua fisionomia de cansado, tinha chegado de viagem e não quis acordá-lo. Meu quarto está exatamente como deixei quando sai de casa, até o mesmo cheirinho. Peguei meu moletom preferido e tomei um rápido banho. Cai na cama e suspirei, de fato, é bom estar em casa. Meu celular tocou e olhei para ver quem era, número desconhecido.

– Sim? - Mas ninguém falou nada. Ao longe eu escutava uma respiração descompassada, nervosa – Oi? Quem é? - Desligou na minha cara. Ah cachorro! Recostei a cabeça, pus os pés para fora da cama e o sono não tardou em vir.

[…]

– Filha? - Assustei-me com o sacudido.

– O que? Onde? Juro que não foi eu – Disparei. Renee gargalhou.

– Ainda continua com essa mania? Anda, você vai se atrasar para o trabalho.

– Não vou – Tapei o rosto com o travesseiro.

– Quer mesmo travar essa briga comigo? Você sabe que perde. Levanta, agora! - Ordenou. Virei bruscamente, esquecendo que não tenho uma cama muito espaçosa, e dei de cara no chão.

– Au – Gemi – Acho que não consigo sair daqui.

– Isabella.

– Ta bom, já levantei – Pus me de pé e segui pro banheiro, batendo em algo no caminho – Desculpa, mãe – Pedi.

– Isso é a parede – Fazer o que se sou retardada ao acordar? - Se apresse antes que o café esfrie – Já no banho, senti um cheiro maravilhoso e me apressei. Oba, panquecas do Charlie. Meus olhos brilharam quando vi a mesa posta.

– Bom dia, pai – Beijei sua bochecha.

– Bom dia, minha vida. Com fome?

– Sempre – Sorrimos.

– Essa é minha garota – Batemos nossas mãos – Sinto muito não ter ido te visitar, estava em uma viagem muito longe a trabalho.

– Sem problemas, não ia adiantar de muito coisa mesmo.

– Eu sei, mas isso não quer dizer que não seja importante.

– Compense-me com deliciosas panquecas e estamos entendidos.

– É para já! - Depois de comer quase dez panquecas com cobertura de chocolate, sai em disparada para o trabalho. Não é o lugar que eu queria estar, mas tenho que tirar a bunda do sofá. Jessie já me esperava animada com o café na sua mão.

– Bom dia e Jessie?

– Sim?

– Chega de cafés – Ergueu a sobrancelha.

– Está parando?

– Não, só mantenha distância da máquina de café – Sorri amigável – Vamos trabalhar?

– O Everton ligou – Meu professor particular – E perguntou se queria que ele viesse hoje.

– Diga que estou bem, por enquanto – Na hora do almoço, não me importei nem sair da sala, sei bem que não sou bem-vinda no grupinho das meninas. Estou pensando em dar férias ao pessoal, não a todo mundo de uma vez, senão tudo desanda. Mas em grupos e coloco alguém para substituí-los. Quando todos voltaram, pedi a Jessie que reunissem todos no auditório.

– Olá pessoal, obrigado por virem. Eu venho aqui para fazer um comunicado.

– Vai tirar nosso horário de almoço, de novo? - Alguém gritou no fundo, fazendo todos se manifestarem.

– Não, gente... - Não dava para falar – Gente, calma! - Gritei e fizeram silêncio – Obrigada. Bom, é um comunicado muito interessante para vocês. Eu estava olhando a ficha de todos e percebi que falta algo. Férias.

– Que você tirou – Gritaram de novo.

– Para eu falar, vocês tem que calar a boca. E por favor, eu ainda mando aqui, então mais respeito – Pigarreei – Como uma forma de me desculpar com todos, até mesmo com você, Rebecka – Sorri falsamente - Resolvi dar férias para todo mundo. Mas calma, vai ser por ordem, grupos. A cada mês, um grupo sairá em férias e será substituído enquanto está fora. Claro, a empresa não pode parar de funcionar. Mas uma coisa, vai ser tudo pago pela empresa, uma semana totalmente pago por mim onde vocês quiserem. Menos na lua, ainda não sou rica o bastante – Sorri, mas ninguém me acompanhou – Não? Ok. Essa semana já começo a fazer os relatórios e separar as pessoas que vão. Não pensem que são melhores ou piores por irem primeiro ou por último, jamais, é só que infelizmente tem que ser desse jeito. Alguma pergunta?

– Não vai nos demitir? Deve ser por isso que está nos dando férias.

– Isso está fora de questão, quero que fiquem tranquilos quanto a isso. Mas alguém? Tudo bem, estão dispensados – Foram se levantando – Ah, mais uma coisa – Respirei fundo – Eu quero me desculpar com vocês, por tudo o que fiz. Digamos que eu não estava em um momento muito bom da minha vida.

– Por cinco anos? - Falou uma garota.

– Talvez não tenha justificativa para o que fiz com vocês, ninguém merece ser tratado assim. Não sei onde estava com a cabeça. Como minha mãe disse, todo mundo tem momentos difíceis, mas é com eles que aprendemos. Apesar de não lembrar do que eu fazia, já percebi que não era coisa boa. E eu me sinto mal por isso. Não é fácil conquistar a confiança de uma pessoa, não digo reconquistar, porque tenho certeza que aqui, ninguém chegou a confiar em mim um dia. Então, eu quero que vocês confiem em mim, aprendam a me respeitar pela boa pessoa que eu sou, assim como também irei lhes respeitar. Só espero que um dia, vocês possam me perdoar por tudo que fiz – Desembuchei.

– Vadia! - Falaram do fundo, de novo, disfarçando com uma tosse.

– Ô garoto, você está pedindo para ser demitido – Apontei para o idiota do fundo – É, eu vi que foi você. Bom, acho que é isso. Obrigada pela atenção – Desci do mini palco e Jessie veio ao meu alcance.

– Oi querida, eu fico feliz que você esteja bem. Não falei com a senhora antes, porque não tive a oportunidade – Disse um homem de meia idade – Obrigado por se preocupar conosco, essas férias chegou em um bom momento.

– Eu que agradeço – Sorri.

– Ah, e saiba que não tenho ressentimentos. Eu sei como uma pessoa pode enlouquecer nesse meio de trabalho. E tente não se importar com as opiniões maldosas.

– Eu não me importo – Assentiu e nos deixou.

– Uau, chefinha, você arrasou agora – Disse Jessie animadamente – As pessoas te olharam tão chocadas quando você falou das férias, eu particularmente amei a ideia, ainda mais sendo de graça – Ri – Mas, isso é sério mesmo?

– Claro que é. Então, eu quero que você me ajude a formar o primeiro grupo, pode ser? E você será uma das primeiras. E por duas semanas, uma recompensa por não ter me abandonado.

– Ai meu Deus, assim você acaba comigo – Pulou no lugar – Deus te abençoe, mulher – Gargalhei.

– Tudo bem, Jessie, se controle. Ainda preciso de você, vamos começar.

[…]

Tinha terminado de ajudar a mamãe a limpar tudo, quando meu celular toca.

– Pronto.

– Como você sofre um acidente, fica em coma e ninguém liga para me avisar?

– Jacob?

– Quem mais seria, sua idiota?

– Não foi minha culpa se eu estava impossibilitada de te ligar e minha mãe não teve essa noção – Debochei.

– Você é uma sem coração, eu quase tive um avc quando fiquei sabendo. Deus, você está bem? - Baixou o tom de voz.

– Estou bem, mas perdi um pouco da memória.

– Tipo, perdeu mesmo?

– Sim, quer dizer, eu lembro de quase tudo. Só algumas coisas foram apagadas.

– Exemplo?

– Eu não lembrava do meu marido e filha, dos meus sogros e todo o pessoal do meu trabalho. Incluindo o fato de que eu era uma megera.

– É, isso você era mesmo. Mas Bella, deixa eu te fazer uma pergunta secreta.

– Claro, manda ai.

– Você não lembra do Richard?

– Quem é Richard? - Perguntei alertada.

– Bells, é o seu amante – Falou sério.

– Como é que é? - Gritei – Que história é essa? Eu tinha um amante? - Sussurrei olhando pros lados.

– Foi o que me disse. Você conheceu ele em uma viagem a trabalho.

– Não, não, não, não! Não pode ser, eu jamais faria isso com o Edward. Jacob, por favor, diz que você está brincando – Ele desatou numa estrondosa gargalhada.

– É, eu estou – Falou entre risos – Cara, gostaria de ver sua cara nesse momento.

– Seu babaca – Desmoronei no sofá com a mão no peito – Se estivesse aqui, te daria um soco.

– Desculpe, eu não pude evitar. Mas falando sério, eu sinto sua falta, posso te ver hoje?

– Não – Falei – Você é um idiota, não quero mais te ver... Ta bom, talvez na sexta-feira – Sorriu.

– Onde você está?

– Na casa da minha mãe, chego do trabalho ás cinco horas.

– Estarei ai ás sete. Beijos, te amo. Ah, eu não levarei a Leah, amanha seremos só você e eu. Ai – gemeu do outro lado – Leah, pare de escutar atrás da porta.

– Coloca no viva voz – Ouvi ela dizer – Oi Bella, descontei o que esse idiota aprontou por você.

– Fico agradecida – Sorri.

– Vou desligar, não quero essa cumplicidade debaixo do meu nariz, não. Tchau, Bells. Te amamos.

– Idem, beijos seus loucos – Deitei no sofá e fiquei assistindo a qualquer coisa, até cair no sono.

[…]

– Ô de casa, estou entrando – Ouvi a voz do Jake e sai correndo.

– Jake – Gritei e ele me abraçou – Ta bom, eu não consigo respirar – Riu me soltando.

– Você cresceu, e está mais gostosa também.

– Vai se ferrar – Bati em seu braço – O que é isso que está escondendo nas costas?

– Tchan, tchan, tchan, tchan! Chocolate suíço.

– Eba, me dá – Peguei a caixa me jogando no sofá.

– Calma, eu também quero – Ficamos comendo e relembrando fatos que vivemos. Foi muito engraçado quando o Jake lembrou da nossa primeira vez. Eu e ele, aos dezessete anos, não aguentávamos mais ser virgens e fizemos um acordo. Decidimos perder a virgindade juntos, sempre fomos amigos, então não vimos problema nisso.

– Jesus amado, foi horrível – Gargalhei – Você tremia mais que tudo.

– Cala a boca, eu tinha medo de te machucar.

– Eu sei, meu amor. Você foi um completo cavalheiro. O engraçado é que logo depois conhecemos as pessoas que estamos casados até hoje.

– É, mas valeu a pena – A campainha tocou – Eu abro.

– Vou levar essa sujeira pra cozinha – Tocaram de novo.

– Já vai – Jacob gritou. Lavei os copos e pratos que sujamos e enxuguei as mãos.

– Jacob, quem é? - Apareci na sala – Edward? - Meu sorriso morreu – O que faz aqui?

– Mamãe – Nessie se jogou em meus braços, mas eu e Edward não paramos de nos encarar.


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Notas finais do capítulo

Dan dan dan daaaaaaaan, não percam o próximo capítulo de Lembranças Perdidas kkkkkkkk. Comentários e recomendações serão sempre bem vindas, comentem e não irão se arrepender com o próximo. Beijão e boa semana para todos...