Lembranças Perdidas escrita por Day Marques


Capítulo 6
Capítulo 6


Notas iniciais do capítulo

ENEM chegando e estou me borrando de medo kkkkkkkk. Mas eu não poderia deixar de postar mais um cap fresquinho para vocês. Agradeço por todo o carinho, vocês me fazem feliz pakas. Beijos



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A segunda-feira chegou e com ela a despedida dos meus sogros. Foi ótimo o tempo que passamos juntos, a Esme me ajudou muito no que podia e até mesmo no que não podia. É um verdadeiro amor de pessoa. Ainda não tinha ido trabalhar, estou esperando a Nessie para levá-la á escola. Quão grande foi sua surpresa ao me ver.

– Algum problema, mãezinha? - Desceu as escadas devagar.

– Nenhum, eu só quero te levar á escola hoje. Ou está grandinha demais para isso?

– Nunca vou estar grande demais para isso – Sorriu.

– Que bom, vamos tomar café e partimos. Não quero que se atrase por minha causa -Segurou minha mão e fomos para o jardim, pedi que servissem o café lá. Percebi logo que a Nessie puxou o meu apetite. Só fatia de bolo, ela comeu umas cinco. Estou brincando não, e se eu não tivesse a puxado de lá, ela teria comido mais. Durante o caminho todo, ela sorria e cantava as músicas que passava na sua rádio predileta. Hoje estou com meu carro, não quero ninguém dirigindo para mim, se intrometendo no meu momento com minha filha. Quero ser normal, nem que seja por um dia. Não foi tão difícil achar sua escola, a Nessie era uma boa guia.

– Tchau, mamãe. Te vejo em casa – Abriu a porta.

– Espera, eu vou te levar até lá – Tirei o cinto e segui ao seu lado.

– Não liga para o que as pessoas dizem – Falou do nada.

– Sobre o que? Até aqui falam de mim, também?

– Algumas mães, elas dizem que eu não tenho uma boa mãe. Que você é uma completa vadia.

– Renesmee, nunca mais repita essa palavra. E elas não vão poder falar mais isso, porque eu vou ser uma ótima mãe, agora. Com a ajuda da filha maravilhosa que tenho – Sorri.

– Eu não ligo para elas, eu sei que você tinha problemas demais para resolver.

– Nunca mais eles serão mais importantes que você. Prometo – Abaixei-me dando-lhe um beijo e a deixei na porta da sala. Ela acenou de sua banca e sorriu.

[…]

Agora o assunto ficou mais sério. A empresa! Durante o final de semana, contratei um professor particular, de confiança da família, para me ajudar a me socializar de novo com os assuntos que mexo no trabalho. Estudo com ele em casa, pelo menos quatro horas por dia, ás vezes apenas duas. Mas ele sempre me visita no trabalho, caso eu não esteja me dando bem com algo. Também quero ficar de bem com as pessoas de lá, então vou me esforçar para conquistar a confiança deles, de todos! Comprei caixas muito boas de bombons de chocolate e deixei uma em cada mesa, espero que todos gostem.

– Bom dia, Jessie – Saudei.

– Bom dia, e obrigada pelos bombos. São deliciosos.

– Fico feliz que gostou. Você viu se todos os outros receberam de bom agrado os seus?

– Eu dou uma olhada – Falou – Aqui está todo o seu trabalho, não tem muito o que fazer hoje. A senhora vai até poder ir para casa mais cedo, se quiser.

– Amém! E Jessie, por favor, me chame de você, Bella, qualquer coisa, menos de senhora. Sinto-me estranha quando me chamam assim – Ri.

– Tudo bem, não está mais aqui quem falou. Você quer que eu lhe traga alguma coisa para beber?

– Eu mesma pego, obrigada. Por enquanto é só, você pode ir – Comecei pelos contratos mais fáceis e fiquei tão orgulhosa de mim quando vi que estava conseguindo resolver tudo sozinha. Algumas contas eu fazia mais de duas vezes, para não ter prejuízo, qualquer erro aqui pode custar milhões. Tinha papeis dizendo que o salário tinha aumentado, o que aceitei de bom agrado. Eu devia ser muito boa mesmo, porque as pessoas aqui fazem um trabalho excelente. Tenho certeza que esse é um dos motivos dessa empresa ainda estar de pé. A hora do almoço chegou rápido, resolvi chamar a Jessie para almoçar comigo. Peguei meu blazer e fui a sua procura, deve estar no setor ao lado. Andei devagar por conta dos saltos e me embaralhei com o celular ao ajeitar os cabelos, o fazendo cai. Abaixei para pegar e ouvi vozes femininas mencionando o meu nome.

Eu não como mesmo esses bombons. Não sei se podem esta envenenados – Falou uma loirinha.

Rebecka, para com isso. Ela está tentando se desculpar com todos. Ela mudou muito depois do acidente. Acredite, eu era a que mais sofria nas suas mãos e não estou reclamando agora – Disse Jessie.

Isso é porque ela está sem memória. Quero ver esse amor todo quando ela se recuperar – Debochou uma ruivinha. Cabelo lindo, aliás!

Talvez devêssemos dar uma chance a ela – Essa é a garota de bom coração do outro dia.

Não sei, ela vai ter que ralar muito para quem sabe, eu possa acreditar nela. Conheço cobras como ela e não vou baixar minha guarda até ter certeza – Concordaram com a Rebecka.

Estou gostando dela assim e espero que não mude. Ela está me tratando como uma amiga – Jessie sorriu.

Eu tenho pena é do marido delicia, dela. Como alguém despreza um homem como aquele?Eu seria sua eterno submissa -Por que sempre tem que ter uma despeitada no lugar que você trabalha? Essa Rebecka está pedindo para provar do meu veneno. Sai do lugar onde estava e elas logo se calaram.

– Oi meninas – As saudei. Menos a Rebecka, ela não. Vou cuspir no café dela se o ver perto de mim – Vocês estão saindo para almoçar?

– Sim, por que? - Perguntou a ruiva.

– Nada, eu gostaria de ir com vocês – Olharam-me como quem diz que não.

– Bom, eu não sei se é uma boa ideia – Disse a Rebecka.

– Posso ir com vocês? - A ignorei.

– Bella, é que... - Ah, já entendi tudo.

– Ok, Jessie. Eu alomoço por aqui mesmo – Sorri.

– Quem sabe outro dia? - Falou a ruiva.

– Claro...

– Victória – Sorria.

– Adorei seu cabelo, são naturais? - Sorriu os alisando e vi a sebosa loira revirar os olhos.

– Obrigada, são sim. Bom, vamos garotas? Temos hora para voltar – Foram todas para o elevador e peguei meu telefone para ligar para uma pizzaria. Deitei no sofá por um momento e gemi pela pequena dor na coluna. Deus, esse trabalho não é fácil, não. Se engana quem pensa que trabalhar sentada é bom. Escutei batidas na porta.

– Oi, Bella – Jessie apareceu – Tudo bem se eu almoçar aqui, com você?

– Oi – Alegrei-me – Por favor, Jessi. Mas e as garotas? Elas não vão ficar chateadas?

– Elas vão sobrevive. E cá entre nós, a Rebecka me dá nos nervos com aquela voz fininha dela – Rimos.

– Que alívio, você não sabe o quanto eu odeio comer sozinha – A pizza chegou vinte minutos depois e comemos a base de muita conversa. A Jessie disse que muitas pessoas estavam comentando como eu estou me comportando. Muitos comentários são bons, pelo menos. Mas o seto que eu trabalho é o que mais ficam com o pé atrás e eu não os culpo. Para conquistar minha confiança já é um porre, imagine reconquistar. Como sai mais cedo, resolvi passar na escola e pegar a Nessie, aproveito e saiu um pouco com ela. Fazendo o caminho para o corredor, vi algumas coisas de bombons no lixo. Jesus, como esse povo tem coragem de desprezar chocolate? Agachei e peguei uma do lixo, abri e sai comendo. Não vou mentir para agradar, nunca desperdiço chocolate.

[…]

Já a avistei de longe, brincando com seus amiguinhos no parque. Seu sorriso era tão lindo, o mais lindo que já vi. Ao me ver, saiu correndo em minha direção e se jogou nos meus braços. Tive que fazer muito esforço para não ir ao chão com seu peso.

– Mãezinha, você veio de novo.

– Claro que eu vim. Onde está suas coisas?

– Na sala, o papai demora um pouco a vir me buscar, então fico aqui fora brincando.

– Hoje vai ser diferente, vamos sair e fazer o que você quiser.

– Jura? - Seus olhos brilharam.

– Juro, juradinho – Ela correu para a sala e a segui.

– Essa mulher está fazendo o que aqui? - Ouvi uma mulher dizer.

– Não sei, vai ver quer pagar de boa moça, agora.

– Prefiro quando o pai vem – Não aguentei e virei enraivecida.

– Escutem aqui, vocês não tem coisa melhor para fazer não? O marido de vocês sabem que vocês vem buscar seus filhos para ficar dando em cima do marido dos outros? Deviam ter vergonha na cara, bando de piranhas mal-amadas – Escutei Nessie rir, respirei fundo e virei para ela – Podemos ir, filha? - Assentiu e sai me levando para o carro. Assim que pôs o sinto, virou me encarando – O que? Ok, eu perdi a linha. Desculpe. Vamos ficar quietas e que o papai não fique sabendo disso, ok? E não repita o que eu fiz aqui, isso é muito idiota de se fazer – Sorriu – Tenho que medir minhas palavras perto de você. Enfim, o que quer fazer?

– São tantos lugares – Colocou o dedo indicador na boca, fazendo cara de pensadora – Podemos ir ao MacDonald's e tomar sorvete como sobremesa – Não pensei duas vezes, até eu queria ir agora. Assim que chegamos, fizemos o nosso pedido e sentamos na mesa perto da janela. Ela me contou sobre o seu dia, o que fez e deixou de fazer. Falou que seus amigos me acharam muito bonita e ela ficou com muito ciúmes. O sorriso não saia do meu rosto um minuto sequer, era tão bom estar com ela assim. Nosso pedido chegou e comemos fazendo altas palhaçadas. Ela passou molho branco no meu nariz e eu fingi brigar com ela, mas caímos na gargalhada, como sempre. Vou te contar uma coisa, estou de queixo caído. A menina, que se diz ser humana, comeu três hambúrgueres e dois milkshakes e ainda estava pedindo sorvete.

– Diz-me uma coisa, como você consegue comer isso tudo? - Perguntei abismada.

– O papai disse que eu puxei a você nesse quesito. Ele disse que ás vezes passava vergonha com você, porque comia que nem um cavalo – Sorriu.

– Eu aposto que ele está mentindo, eu procuro me controlar quando saiu para algum lugar – Falei emburrada.

– Podemos pegar o sorvete agora? - Fez cara de anjo.

– Se você passar mal, vou ser uma mulher morta – Fomos até o balcão e pedimos dois sorvetes com cobertura tripla de chocolate.

– Com licença, senhora. Gostaria de fazer um desenho no rosto da sua filha? Custa apenas dez reais.

– Você quer? - Pensou – Dois desenhos, eu também quero – Não esperei sua resposta. O homem me olhou meio assim, mas e ele é doido de recusar dinheiro? Pegamos nosso sorvete e a Nessie foi a primeira a fazer o seu. Quis fazer, na verdade eu insisti, um desenho de carinha de cachorro e fiz o mesmo. Senti o celular tocar no bolso.

– Alô?

– A Nessie foi sequestrada – Falou um Edward baforado.

– Não, ela não foi.

– Claro que sim, sua relaxada. Eu fui pegar ela na escola e disseram que uma mulher a pegou. Nunca mulher nenhuma a pegou, só eu ou o César.

– Edward, da para calar a boca? A Nessie está aqui comigo, eu passei na escola e sai com ela.

– Você o que? - Gritou.

– Olha, a gente se fala em casa. Tchau – Desliguei na sua cara e ainda desliguei por completo o celular. Ô homem para querer estragar meus momentos.

– O papai está bravo?

– Não ligue para ele. Mas acho melhor irmos, está ficando tarde – No caminho a Nessie ainda pediu para lhe comprar algodão doce e claro, eu não posso deixar ela comer sozinha né? Na boa, não sei quem é a mais criança daqui. Liguei a rádio e uma música que super adoro, foi anunciada.

Fergalicious definition make them boys go loco. They want my treasures so the get their pleasures from my photos. You can see me, I ain't easy, I got reasons why i tease 'em. Boys just come and go like seasons¹ – Cantei a música como se estivesse sozinha. Não falava nada com nada, mas a batida me faz querer dançar como louca.

Fergalicious def, fergalicious def, fergalicious def (def, def, def, def, def, def, def) – Renesmee cantou imitando a dancinha do robô, me fazendo ter uma crise de risos.

– Está bom, eu definitivamente não devia deixar você escutar esse tipo de música – Falei ainda rindo. Desliguei a rádio quando chegamos e respirei fundo, me preparando para o furacão que me espera lá dentro. Levei Nessie na cacunda e entramos ainda rindo pela dança dela.

– É oficial, você quer mesmo acabar comigo – Edward me bombardeou assim que entrei.

– Será que dá para você parar com esse drama?

– Você é... - Parou olhando para Renesmee – Filha, vai pro seu quarto. Toma banho que o jantar já vai sair.

– Não quero jantar, eu já comi com a mamãe – Saiu quando viu seu olhar para ela. Foi para o escritório e entendi que eu devia segui-lo.

– Você é maluca ou o que? A pancada na cabeça atingiu sua sanidade, também?

– Por que? Porque eu peguei a minha filha na escola e quis sair com ela?

– Ah, agora ela é sua filha? - Sorriu debochado.

– Ela sempre foi – Bufei – Eu posso não ter sido uma boa mãe antes, Edward. Mas estou procurando me redimir com ela.

– A levando para um restaurante barato, a enchendo de besteira e ainda pintando a cara dela ridiculamente? - Gritou.

– Para de gritar – Falei – Você está fazendo tempestade, melhor, um tornado por nada. Ela é uma criança, eu só queria me divertir com ela. Será que dá para entender isso?

– Sem falar o fato de que você a pegou na escola sem nem ao menos me avisar. Tem noção de como me senti quando não encontrei minha filha?

– Nossa filha! Nossa filha, droga. E eu não sabia que tinha que lhe pedir permissão para sair com ela, me desculpe – Debochei.

– Olha o que você está fazendo – Voltou a gritar – Está me fazendo sair como o vilão da história.

– Você – Gritei colocando o dedo na sua cara, mas logo baixei o tom – Você que está fazendo isso. Eu em momento algum, desde que pisei nessa casa, te fiz algum mal. Pelo contrário, eu só venho tentando agradar a todo mundo, tentando fazer a diferença! Tu tens notado isso? Aposto que não, porque está sempre preocupado em achar algum deslize no que eu faço. Desculpe, senhor perfeição, se não posso ser tão perfeito como você – Fitava-me sem falar nada – Desde que cheguei nessa casa, que eu estou tentando me redimir com vocês. Eu sei que errei no passado, mas na verdade nem sei o que fiz para você, porque nunca me contas. E mesmo assim eu estou tentando me aproximar de você, mesmo você não ajudando. Não queres dizer onde errei, o que eu fiz para ti e muito menos me deixa se aproximar. Eu sei que não é fácil, mas você não está me ajudando. Acha que é fácil para mim acordar um dia e MINHA família ser um bando de desconhecidos para mim? Acordar e já ser casada e ter uma filha esperando ansiosamente por mim? Até no trabalho as pessoas me odeiam, mas eu continuo tentando porque Deus sabe que não sou de desistir fácil. Mas sou humana, Edward, eu canso um dia – Minha vista embaçava por conta das lágrimas – Eu mais do que ninguém quero recuperar essa droga de memória para entender porque você me odeia tanto, só assim eu poderia acertar no que fazer. Sabe porque ainda não fui embora? Porque eu não consigo deixar a Nessi. Porque... poque eu não consigo deixar você – Sussurrei derrotada – Para mim já chega – O deixei sozinho lá.

– Aonde vai?

– Desejar boa noite para quem realmente se importa – Renesmee andava inquieta no seu quarto quando cheguei e pulou em meus braços ao me ver.

– Desculpe mamãe, eu não queria te causar problemas.

– Você não fez nada. Não temos culpa se o seu pai tem inveja dos nossos desenhos – Toquei seu nariz a fazendo rir – Já tomou banho e escovou os dentes? - Assentiu – Então, já pra cama que o dia foi longo.

– Não precisa contar historinha hoje, estou com bastante sono. Deita aqui comigo – Fiz o que pediu e ela se aconchegou em meus braços – Hoje foi o melhor dia da minha vida, obrigada – Sussurrou.

– Foi um dos meus, também. Renesmee, obrigada por facilitar as coisas para mim. Mesmo eu não tendo sido boa com você. Você é uma filha maravilhosa.

– Quer saber de uma coisa? Eu não exitei porque eu te amo muito e sei que posso confiar em você.

– Obrigada, isso é muito importante para mim – Beijei sua testa e a abracei forte, esperando que dormisse. Assim que pude, fui ao quarto, pegando uma roupa e tomei um banho rápido. Peguei uma mala de mão e pus três mudas de roupa, minha necessaire e algumas coisas que iria precisar. Desci as escadas, procurando fazer o menor barulho possível até chegar a porta.

– Onde vai? – Falou Edward atrás de mim, me assustando.

– Estou indo para a casa da minha mãe. Não é por muito tempo, eu não vou abandonar a Nessie. Se é o que está pensando.

– Você... você não tem que fazer isso.

– Eu sei que não tenho, mas eu preciso. Ou eu vou enlouquecer de vez – E sai sem olhar para trás.


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Notas finais do capítulo

Pesado? Só eu acho que o Edward merece, assim sem querer, uns três murros na cara? Kkkk tô calma. Espero pelos comentários, beijão amores