Lembranças Perdidas escrita por Day Marques


Capítulo 3
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

Hello girls! Gente, vocês não tem noção do quanto eu estou radiante pelos reviews. Foi tão maravilhoso entrar na minha conta e ver a quantidade de pessoas que favoritaram e estão acompanhando. Sem falar dos reviews super legais. Muito obrigada a todas que me fizeram abrir um enorme sorriso. Esse capítulo é dedicado a todas vocês, muito obrigada mesmo. E fantasminhas, por favor, apareçam e me façam feliz. Beijão galera.



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Resolvi sair um pouquinho da sala e caminhar pelo setor, minha cabeça explodiria se eu ficasse mais um segundo lendo aqueles papeis. Edward ficou na sala resolvendo o resto das coisas que não consegui entender. Os cafés que a Jessie trouxe estavam horríveis e eu lembro de ter visto uma máquina de bebidas do outro lado do seto. Por onde eu passava, as pessoas me olhavam e posso dizer que não eram olhares amigáveis, só eu vejo que não sou bem-vinda nesse lugar? E bingo, lá estava a máquina e ainda tinha uma de guloseimas. Vi umas garotas conversando animadamente perto das máquinas, mas logo se recolheram quando me avistaram. Peguei uma coca, um suco de laranja e dois bolinho de chocolate.

– Oi, como vão? - Elas simplesmente me olharam sem saber o que dizer. Eu sempre gostei de fazer amizades, nunca fui tímida para isso. Meu pai até me disse que um dia eu daria para política. Só que tá difícil, em. Esse povo parece não gostar de mim mesmo. Uma das garotas tentou pegar uma barra de chocolate, mas a máquina segurou, ficou bem na pontinha.

– Poxa, não acredito. Lá se vai minha última moeda – Xingou. Pedi licença e sacudi a máquina, me olharam surpresa.

– Ás vezes só precisa dar uma sacudida. Eu já fiz muito isso – Sorri para elas e sai andando vagarosamente.

– Essa cadela volta e quer agir como se nada tivesse acontecido – Falou uma delas.

– Só era o que faltava, querer bancar a boazinha. Todos sabemos que essa mulher é o cão.

– Talvez ela tenha mudado por conta da amnésia, muitas vezes as pessoas se tornam melhores sem suas memórias – Falou uma boa coração, a única desde que cheguei aqui.

– Unrum, está bem. E eu fingo que acredito nessa mocreia. Eu quero é distância, no dia que eu sair daqui eu vou fazer questão de jogar um copo de café fervendo na cara dela – Encolhi-me com essa, só em pensar na dor. Jesus, quanto ódio desse povo.

– Vamos trabalhar gente, porque a “coranha” voltou para nos infernizar – Voltei para a sala cabisbaixa. Por que as pessoas me odeiam tanto aqui? O que foi que fiz de tão mal a elas? Sentei calada e entreguei a bebida e bolinho do Edward.

– Algum problema? - Perguntei sem interesse, depois de um tempo.

– Por que as pessoas me odeiam tanto? - Perguntei inocentemente.

– Vai se acostumando com isso, vai demorar um tempo até elas perceberem que você não se lembra do que era antes.

– E eu era tão ruim, assim? - Deu de ombros. Resolvi chamar a Jessie, ela poderia me contar tudo.

– Jéssica – Chamei-a pelo telefone.

– Pois não? - Colocou a cabeça para dentro da sala.

– Sente-se aqui, por favor. Eu gostaria de lhe fazer algumas perguntas – Pediu licença e sentou me encarando – Eu sou uma má chefe? - Falei depois de um tempo. Seu corpo ficou tenso e ela ficou branca.

– Bom... É... - Gaguejava sem parar – É que...

– Vamos Jéssica, eu quero que você fale. Pode ser sincera, eu não vou ficar com raiva.

– Senhora Cullen, acho que eu não seja a melhor pessoa para falar sobre isso – Tentou se sair.

– Jéssica, por favor. Quem melhor que sua secretária para falar sobre isso? - Sorri a encorajando – Vai, pode falar.

– Digamos que a senhora não seja muito educada com seus empregados – Encolheu os ombros.

– Vamos Jéssica, quero que sejamos sinceras uma com a outra. O que significa “coranha”? - Edward se engasgou com o suco quando riu.

– Senhora Cullen...

– Por favor – Pedi.

– É uma mistura idiota de cobra com piranha – Meu coração se apertou e lágrimas quiseram brotar – Eu não tive nada haver com isso, eu juro. É só que as pessoas não são muito suas fãs aqui, porque a senhora as maltrata muito, pronto, falei.

– Eu já te maltratei?

– Sinceridade, certo? - Assenti – A senhora era uma completa megera, já chegava dando patada em todo mundo, gritando e xingando todos. Nada era bom o bastante para você, mandava a gente fazer e refazer tudo de novo. Você já deixou a gente sem almoçar por uma semana inteira, porque nos pegou conversando. Foi horrível – Falou de uma vez. Fiquei sem reação, não, essa não sou eu. Peguei minha bolsa e segui para a saída.

– Senhora Cullen, onde a senhora vai? - Gritou Jéssica.

– Eu...Eu não estou me sentindo bem, estou indo para casa mais cedo. Podemos ir, Edward? – Não esperei por sua resposta, desci correndo pelas escadas. Caí nos últimos degraus, mas nada que quebrasse alguma parte do meu corpo. Tirei os sapatos e tomei um táxi, Edward chegou a tempo de entrar no mesmo. Encolhi minhas pernas perto da barriga, como faço quando estou nervosa, e respirei fundo várias vezes. Assim que o táxi parou, desci correndo e subi para o meu quarto. Fechei a porta e me arrastei até está longe dela e encostada na parede. Encolhi-me ali e deixei as lágrimas jorrarem. Minha cabeça doía muito, isso só me fazia ficar mais confusa. Eu quero sumir, é isso. Eu não entendo, essa não sou eu. Eu jamais maltrataria alguém, eu posso ser explosiva, mas não a esse ponto de fazer com que as pessoas me odeiem. Acho que dormi por ali mesmo, porque quando acordei o Edward estava saindo do banheiro. Espreguicei-me e fui pegar uma roupa para tomar banho. Sai do banheiro e o Edward se encontrava deitado. Respirei fundo e sentei ao seu lado.

– Por que você me odeia tanto? - Sussurrei sem olhá-lo. Ele não respondeu – É porque eu também era uma coranha, com você? - Ele largou o livro de lado e finalmente se virou para mim.

– Talvez – Ficamos em silêncio por um tempo.

– É assim que todo mundo me chama no trabalho, acredita? - Bufei – Do jeito como elas falam de mim, é como se tivessem falando de outro ser. Eu não sou assim, Edward. Eu jamais faria algo de ruim com alguém. Eu não faria, não é? - Virei-me para ele.

– Sabe, nem eu sei mais quem você é – Focou em meu rosto – Você andou chorando?

– Acho que sim.

– Isabella Cullen, chorando? Justo você? - Debochou.

– Qual o problema, todo mundo chora.

– Não a pessoa que vive dizendo “Isabella Cullen, não chora jamais” - Arqueei a sobrancelha e ele apenas encolheu os ombros.

– Eu estou tão confusa – Segurei a cabeça – Eu não sei porque as pessoas dizem isso, eu sequer consigo imaginar o porquê de eu chegar a esse ponto. Eu não sou esse monstro, eu não sou – Fui ao banheiro lavar o rosto.

– Papai, a mamãe está ai? Posso entrar? - Escutei Renesmee falar lá de fora.

– Está, mas já estamos descendo. Pode nos esperar? - Saí e o vi me esperando.

– Meu Deus, até a minha filha tem medo de mim – Choraminguei.

– Ela não tem medo, só está seguindo suas ordens. Agora deixa de chororô e vamos jantar – Seguimos para a cozinha em silêncio e nos sentamos. Eu pedi que voltássemos a comer todos juntos e relutantemente, ele aceitou. A Renesmee estava com dificuldades para cortar sua carne.

– Deixa eu te ajudar, filha – Disse ele.

– Eu quero que a mamãe faça isso – Estendeu seu prato na minha direção – Você corta? - Fiquei a olhando, eu posso fazer isso. É fácil como andar. Com muitos cortes no dedo, eu entreguei sua carne cortadinha.

– Obrigada – Falou.

– Não precisa agradecer – Ela não esboçou nenhum sorriso, mas pareceu feliz com isso. Quando terminamos, Renesmee foi dormir e o Edward foi para algum lugar. Fui até o quarto colocar um biquíni. Iria dar um mergulho na piscina, lá meio que se tornou meu refugiu. Achei um mais comportado e o vesti. Estava pondo a parte de cima quando Edward entrou no quarto e se assustou.

– Desculpe, eu não sabia que você estava aqui – Ia saindo, mas o chamei.

– Pode me ajudar a amarrar? Eu ainda não consigo – Sorri. Relutante, ele amarrou e parou encarando alguma coisa na minhas costas, passou a mão, mas logo recuou. Arrepiei-me com esse ato, mas tentei disfarçar.

– O que tem ai? - Coloquei-me de costas para o espelho e vi uma letra E acima do meu bumbum – Isso é uma tatuagem de verdade? - Ele afirmou – Nossa, eu não lembrava de ter feito ela. Bom, obrigada pela ajuda, estou indo para a piscina – Mergulhei e passei um tempinho embaixo d'água, subi respirando aliviada. Meu corpo agradeceu por esse momento, quanto tempo será que não faço isso? Como posso ter uma casa tão maravilhosa e não aproveitar nada! A noite estava um pouco fria, mas nada que incomodasse. Pelo contrário, me fazia sentir mais humana. Apoiei metade do meu corpo em uma boia e fiquei refletindo. Eu não posso ficar parada, tenho que fazer algo para mudar, melhor, corrigir os meus erros. Não os meus erros, os da Isabella monstro que tinha me tornado. Agora eu entendo, talvez essa seja uma ajuda de Deus. Uma segunda chance para abrir os meus olhos e correr atrás do que ainda me restou. Posso estar sem memórias, mas ainda sou a Isabella Swan que eu conheço. Eu vou provar para essas pessoas, para minha família, que eu não sou tudo aquilo que eles viram. Eu vou reverter e limpar todo o mal que eu fiz a todos. Enrolei-me na toalha e fui para o quarto. Bati na porta do banheiro, que estava aberta, e Edward me encarou.

– Posso tomar banho? - Ele sorriu como se não acreditasse – Posso ou não?

– O banheiro é todo seu – Liguei a banheira e fui separar uma roupa para vestir, a deixei em cima da cama e voltei ao banheiro. Ele ainda estava lá, terminava de passar o fio dental. Não me intimidei, tirei a roupa em sua frente e pude ver que ele observava discretamente pelo espelho. Prendi o riso e mergulhei meu corpo na água quente e relaxei.

– Quer que eu ascenda algumas velas – Abri os olhos quando falou.

– Eu tinha essa frescura, também? - Riu.

– Você ficou paranoica com a “velhice” a partir dos seus vinte e cinco anos de idade.

– Nossa, isso é tão não eu – Rimos – Você tem um sorriso lindo, sabia? - Ele pareceu sem graça com o que eu disse.

– Eu vou deixar você sozinha – Sorri com isso. Eu não vou mentir, sou descarada quando o assunto é dar em cima de alguém, e ele é meu marido. Então, acho que não tem problemas eu elogiá-lo. Quando me dei por satisfeita, rumei para o quarto e lá estava ele com seu costumeiro livro e nossa, como ele fica sexy de óculos. Não me importei de ir para outro lugar para pôr a roupa, deixei a toalha de lado, ficando totalmente pelada. Não consegui segurar o riso quando ouvi ele pigarrear e se mexer na cama. Deitei ao seu lado e já quase dormia, mas ele me cutucou.

– Bella, está acordada?

– Agora estou – Virei para ele.

– É que eu preciso te contar algo. Meus pais ligaram e querem vir passar o final de semana aqui, ver como você está. Minha mãe quase pira quando soube que você esteve em coma e ninguém a contou.

– Você está pedindo minha permissão?

– Não, quer dizer, mais ou menos.

– Vai ser mais um episódio estranho, mas eu não posso privar dos seus pais virem aqui. Tudo bem, por mim – Sorri carinhosamente. Meu pé ficou descoberto e bateu no seu, sem querer. Ele olhou para baixo e sua testa fincou.

– O que foi isso no seu pé?

– O que? - Segui seu olhar e tinha um grande arranhão no peito do pé – Ah, eu caí hoje. Nas escadas – Gargalhou – Nem tinha percebido, não importa, não dói nada. Boa noite, Edward – Aconcheguei-me um pouco mais longe dele e fechei os olhos. Uns minutos se passaram e escutei o Edward sussurrar.

– Você voltou a ser a mesmo Bella, a minha Bella. Só que você não lembra disso. Mas eu não esqueci nenhum detalhe seu – Meu peito inflou e um fleche de Edward me beijando veio em minha mente. Pulei arfando.

– Hei, tudo bem? - Assenti e voltei a deitar. Preferi manter oculto esse pequeno detalhe.


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Notas finais do capítulo

E então, o que acharam? O Edward está bem legal, não é? Mas as coisas ainda vão ser um pouco complicada para ambos. Nada se resolve facilmente. Um grande beijo e um ótimo final de semana para todas.