– Mamãezinha, eu não sabia que você estava aqui – Se jogou em meus braços.

– Cheguei tarde, não quis te acordar. Já tomou café?

– Sim senhora, comi um pratão de panquecas com chocolate e suco – Alisou a barriga com um sorriso enorme.

– Meu Deus, estou criando um pequeno dragãozinho – A deitei no sofá e iniciei uma sessão de coquinhas. Ela ria descontroladamente, mas uma voz que me irrita profundamente nos interrompeu.

– Renesmee, você tem que ir para a escola.

– Ah Nachi – Que apelido idiota. Segurei o riso – Deixa eu ficar mais um pouquinho com a minha mãe.

– Temos que ir, ainda vou para a empresa do Edward. É o meu primeiro dia lá – Falou sorrindo entredentes.

– Pode deixar, eu vou levá-la a escola hoje – Renesmee saltou contente. Ela saiu na frente e eu andei lentamente na direção da Natacha – E olha lá como sorri para minha filha, eu não cubro danos nos seus dentes – Sorri falsamente.

– Nessie, querida. Você gosta da Natacha? - Perguntei já no carro.

– É, ela é legal – Deu de ombros.

– E ela nunca fez algo de ruim com você?

– Não que eu lembre. Quer dizer, ela me coloca de castigo quando faço algo de errado. Ah, eu já ouvi ela falando com o papai uma vez.

– É mesmo? E sobre o quê? - Franzi a testa, curiosa.

– Ela disse que eu precisava de uma educação melhor, porque já que eu não tinha uma mãe presente, para me educar bem, eu talvez precisasse ir para uma escola que fizesse isso. Porque ele não tinha muito tempo para se preocupar com isso.

– Ela queria te mandar para um colégio? Mas quem essa cadela pensa que é?

– Mãe, palavra feia – Adivertiu-me.

– Desculpe, é só que eu perco a cabeça ás vezes – Respirei fundo – Eu não gosto dela.

– E eu já percebi – Bateu os dedos na cabeça – E eu confesso que preferia que ela fosse embora. Porque mãezinha, eu já a vi dando encima do papai.

– Mas o que? - Podia sentir meu olho esquerdo batendo feito louco.

– Tudo bem com o seu olhinho?

– Claro, vamos ficar bem. Agora, vá lá – Ajudei com a porta e ela beijou minha bochecha.

– Te amo, muito mesmo – Acenou. Fiquei sem reação, ela nunca disse isso para mim e foi tão...tão.

– Eu também te amo – Sussurrei. Cheguei no trabalho animada, estou ansiosa para contar uma novidade para elas.

– Bom dia, Bella. Mas uma vez subiu pelas escadas?

– Não – Bufei. É sério, eu tenho que parar com essa droga de bufar. Me entrega legal.

– Suas maçãs estão vermelhinhas – Encarou-me com tédio.

– Ok, eu ainda não sou muito fã de elevadores. Enfim, chama a Victória e a Angel na minha sala. Quero falar com elas. Ah, e você também – Peguei um suco antes e as esperei entrar.

– Pois não, chefinha?

– Vic, não reclama quando eu te dar um murro – Riram.

– Mas o que você quer, Bella? Vou logo dizendo, não foi a gente que quebrou o espelho do banheiro do terceiro andar, não.

– Jéssica...

– Ok, a Vic pode ter alguma coisa haver com isso. Eu disse para ela não se olhar...

– Jéssica! - Gritamos seu nome ao mesmo tempo.

– Desculpa – Sorriu, se encolhendo na cadeira.

– A questão é o seguinte: todas vamos tirar um mês de férias! - Bati palmas animadamente – Não se preocupem, eu já resolvi tudo. O James, meu amigo de faculdade, está vindo morar na cidade e vai me substituir. Quero dedicar mais do meu tempo a minha filha, aproveitar que ela vai entrar em férias já, já. Mas claro, eu estarei aqui se precisarem. Resumindo, não vai mudar muita coisa. E vocês, já tem quem as substituam enquanto estão fora.

– Pelo amor de Jáh, eu nem acredito. Isso sim é que é vida boa. Só um segundo – Jéssica saiu correndo e voltou minutos depois com refrigerantes nas mãos – Gostaria que fosse cerveja, mas já que não tem e nem pode, vai isso mesmo. Um brinde a maravilhosa chefa de todas.

– Um brinde – Batemos as latinhas rindo uma para a outra.

– E tem mais, para comemorar, eu vou dar um almoço na piscina amanha. É sábado, vou aproveitar que estará todo mundo livre. E vocês estão convidadas, levem alguém se quiserem.

– Viva a Bellinha – Gritaram.

– Bellinha é a sua mãe.

[…]

– Natacha, você não precisa ficar aqui, não ia se encontrar com suas amigas?

– O Edward pediu que eu ficasse, já que as meninas desmarcaram. Algum problema? - Olhou para mim com cara de inocente, mas eu conheço esse tipinho de gente. Uma diaba conhece a outra. E lá vamos nós mais uma vez. Ele só está dando o troco porque ele morre de ciúmes do Jake, apesar de não admitir, e muito mais do James por ele ter dado encima de mim no passado. E eu os convidei, é claro. E bom, podem ver que ele agora quer dá o troco.

– Ah, é mesmo? Eu vou ficar lá fora com o Jake e as garotas – Sorri falsa para ambos e esbarrei nele ao sair.

– Vichi rapaz, que carinha é essa? - Perguntou Jake. As meninas logo se endireitaram em suas espreguiçadeiras.

– O Edward, querendo me tirar o juízo. Acreditam que ele convidou aquela mulher para ficar aqui?

– Não, ele não fez isso.

– Fez, para vingar por eu ter chamado o Jake e James – Revirei os olhos – Tenho que fazer terapia para aguentar esse homem.

– E se exercitar, se é que vocês me entendem – Vic sorriu maliciosa.

– Vai sonhando – Riram. Ela e Jake chocaram a mão uma na outra. Só era o que faltava, esses dois se tornarem amigos, estou ferrada.

– Por falar em James, cadê ele que não chegou ainda. Está – Fitou o relógio – Uma hora atrasado.

– Pelo o que sei, foi pegar uma amiga dele no caminho – Escutamos uma buzina irritante – E por falar no anjo – Apontei com a cabeça. Ele saiu do carro e nossa, ele está um gato. Parecia que tudo acontecia em câmera lenta, o seu andar, o jeito sexy de ajeitar os óculos, meu Deus do céu.

– Jesus, Maria, José, que coisa perfeita é essa? - Falaram as meninas ao mesmo tempo. Ele abriu o portão e assim que ele me viu, abriu o sorriso mais cafajeste que conheço. É, esse é o James, o eterno cachorrão.

– Porcelana – Recebeu-me com um abraço.

– Oi, cachorrão – Sorri.

– Hei, combinamos de esquecer isso – Se fez de ofendido.

– Você começou. Estava com saudades – Alguém pigarreou – Ah, James, você lembra do Edward, certo?

– Claro, você não parava de falar dele um minuto quando saíamos – Edward me encarou e dei de ombros – Como vai, Edward?

– Muito bem, obrigado – Apertaram a mão.

– Jans, essas são Jéssica, Victória e Ângela – Elas iam acenando no momento que falava seus nomes.

– Senhoritas – Depositou um beijo na mão de cada uma, e só eu percebi que ele se demorou mais na da Vic? Hum, o amor está no ar.

– Eu sou Jacob, seu gostoso – Jake afinou a voz. Eles se entreolharam e logo caíram na gargalhada.

– Vem cá, seu palhaço – Deram o famoso abraço de homens. Se eu recebesse um desse, me partia em cem – E por fim, essa é minha prima Jane.

– Filha da Vivian, acertei? - Dei-lhe um abraço.

– É, isso mesmo – Sorriu – Por que chutou logo esse nome?

– Conheço a família do James, e as outras tias deles são mesquinhas demais para terem um filho. Como elas dizem, filhos acabariam com os corpos perfeitos delas. Sem ofensa.

– Nem me fale, até hoje vivem falando da minha mãe – Sorri.

– Onde está o monstrinho?

– Não fale assim do meu pai – Soltou uma estrondosa gargalhada.

– Eu estou falando da Nessie – E como num passe de mágicas, ouvimos um barulho de algo quebrando e em seguida ela sair de casa correndo e tentou disfarçar ao nos ver. A peguei ainda no ar.

– O que a senhorita quebrou dessa vez?

– Não que eu tenha quebrado, mas acho que foi o jarro perto da escada. Não que eu esteja dizendo que foi eu – Se desculpou.

– Sei, acredito – Escondi o riso – Filha, esse é o meu amigo, James.

– Eu sei quem ele é, ele vivia aqui em casa – Claro que vivia.

– Oi, princesa.

– Não me chama assim, eu não gosto mais tio.

– Nossa, afiada como a mãe. Adorei. Então acho que vou levar de volta o enorme unicórnio que tenho no carro.

– Mas eu posso abrir uma exceção hoje – Vi seus olhos brilharem. Sorrimos com seu jeito

– Vamos pegar, então – Enquanto foram até o carro, levei todos para a mesa montada perto da piscina.

– Jane, você também vai ficar na cidade? - Perguntou Jacob.

– Talvez, se eu tiver uma boa razão.

– Gostaria de apresentar você ao meu cunhado, o Seth. Ele está precisando de uma mulher na vida dele – Rimos.

– Jake, deixe o Seth em paz. A Leah sabe que você anda por ai tentando arrumar namoradas para ele?- Falei.

– Sabe, ela até apoia. Não aguentamos mais ele estragando nossos programas – Balancei a cabeça rindo e virei para o som da alta risada de Renesmee e Edward quase teve um AVC quando fez o mesmo.

– Bella, manda ele parar. Ele vai derrubar minha filha desse jeito.

– Relaxa, ela está segura – Vi a Nessie quase bater no chão e até eu fiquei com medo – Ok, já chega. Coloca minha menina no chão.

– Ah! - Ambos protestaram.

– James, já pensou em ter filhos? Só assim pode brincar de matá-los sem problemas. E disputar para ver quem é o mais criança.

– Não pensava, até hoje – O que é isso? O cupido está a solta na minha casa. Victória sorriu de volta, pelo visto só eu e Angel vamos sobrar. Ela porque não trouxe o Ben e eu... bem, eu porque o Edward é um idiota. E a Natacha não conta, ela é invisível para mim.

– Mãe, podemos entrar na piscina ao terminar o almoço?

– Claro, mas só depois que descansar um pouco – Comemos na paz, a não ser pela coisa lá fazendo de tudo para pegar no Edward. E esse cachorro ainda deixa. Ai, depois a polícia chega batendo na porta e perguntando porque eu matei meu marido. E ainda com tanto ódio. Hum, vai saber né!

[…]

– Bella, pretende deixar a menina parecendo um boneco de neve?

– Jans, fica na sua. Ela é muito branquinha, vai ficar parecendo um camarão.

– Nem imagino a quem ela puxou.

– Eu juro que te empurro na piscina – Certifiquei se a boia estava firme e a deixei ir. Estavam todos se divertindo, até mesmo o Edward naquela sunga incrível.

– Vou pegar mais bebida, alguém quer? - Assentiram – Jans, me ajuda?

– Estou bem aqui – Segui seu olhar e o vi secando a Vic no seu minúsculo biquíni.

– Tá, eu nem preciso de ajuda mesmo – Separei as bebidas, as deixei no balcão e subi. Iria por minha parte de cima do biquíni. Imprensei meu peito na parede perto da janela, para poder amarrar. E pelo amor de Deus, hoje eu mato esses dois. Desci as escadas soltando fogo pelas ventas. É hoje!