Saí do Chalé 8 com meu cabelo preso em um rabo de cavalo, como estava o cabelo de minha mãe.

Eram exatamente 8:00 da manhã quando entrei no refeitório. O café da manhã já estava começando a ser servido. Me sentei sozinha novamente em minha mesa. Olhei para a mesa de Hades e vi que Nico já estava lá. Quando ele ergueu a cabeça não hesitei em lhe lançar um meio sorriso. Surpreendentemente, ele sorriu levemente de volta.

– Agora eu tenho total certeza de que algo está rolando entre vocês. -Cassandra se jogou na mesa a minha frente. Novamente ela comia um cupcake.

Será que eu deveria contar a ela sobre ontem a noite? Bem, ela era confiável, já que havia me salvado de um Manticore.

Contei tudo para ele, menos a parte do sonho com minha mãe.

– O QUÊ???? -ela exclamou alto. Muitos campistas se viraram para ver quem havia gritado - Estão olhando o quê? Voltem a cuidar de suas vidas!! -Cassandra rosnou e os campistas rapidamente voltaram a conversar uns com os outros.

– Por favor, fale baixo. -pedi.

– Desculpe, mas eu fiquei surpresa! Em plena meia-noite você fica sozinha observando as estrelas com o Nico! Resolveu seguir meu conselho e ir falar com ele, é?

Senti meu rosto ficar vermelho. Ela tinha o dom de me deixar envergonhada, é impressionante!

Resolvi mudar de assunto.

– Minha mãe me visitou em um sonho. -ela não disse nada- E me convidou para ser uma de suas Caçadoras. -isso chamou a atenção dela.

– VOCÊ NÃO PODE ARRUINAR SUA VIDA DESSA FORMA!!!!! -agora todos os campistas nos olharam, sem exceção.

Me encolhi com vergonha.

Quando todos desviaram a atenção de minha mesa eu abri a boca para continuar a falar mas Cassandra me interrompeu.

– Não falaremos sobre isso agora. Antes do jantar eu vou te procurar para conversarmos seriamente sobre isso. Vou por juízo na sua cabeça. -ela se levantou e voltou para a mesa de Ares.

*****

Eu estava seguindo em direção aos alvos para praticar arco e flecha.

Armei o arco, mirei e deixei a flecha ir e suavemente acertar certeiramente o centro. Fiz isso cinco vezes até uma voz me interromper.

– Oi. -me virei e vi Nico parado alguns metros atrás de mim.

Fiquei surpresa por ele ter vindo falar comigo, mas sorri.

– Oi. Veio treinar arco e flecha?

– Não. Eu só uso espada. Vim apenas lhe cumprimentar. -ele falou sem me encarar.

Senti meu rosto ficar vermelho.

Notei que ele carregava a mesma espada escura que ele usava na noite passada. Não parecia ser de bronze.

– Do que é feita sua espada? -perguntei.

Ele me encarou surpreso, como se não acreditasse que eu quisesse continuar a conversar com ele.

– Ferro estígio. -ele respondeu

– Legal. -eu sorri.

E para minha felicidade, ele sorriu também.