Acordei ás oito e meia da manhã.

No colchão de baixo, Cassandra ainda dormia profundamente; decidi não acorda-la, parecia realmente cansada. Levantei silenciosamente e fui tomar um banho no banheiro do meu quarto. O que eu mais gostava aqui em casa era isso, um banheiro em cada quarto.

Quando já estava arrumada, Cassandra ainda dormia. Saí do quarto e andei até o quarto de hospedes. Ouvi alguns barulhos vindos do andar de baixo, com certeza meu pai preparando o café da manhã como sempre fazia. Sorri e bati de leve na porta. Nico a abriu.

A primeira coisa que eu vi foi Percy dormindo. A segunda coisa que eu reparei foi que Nico estava diferente; seus cabelos pretos estavam um pouco úmidos e penteados para trás e ele não estava usando a jaqueta de aviador, só uma blusa preta com uma caveira, jeans pretos e botas. Ele sorriu para mim.

– Bom dia. - sorri - Gostei do cabelo. Vamos descer?

– Descer?

– Sim, meu pai já deve ter preparado o café. Depois acordamos os outros.

Nico pareceu um pouco nervoso, deve ser pelo fato de meu pai conseguir sem bastante intimidador quando queria.

Entramos na cozinha. Meu pai havia terminado de por a mesa e se virou para nos olhar.

– Olá filha. Bom dia, Nico. - ele sorriu - Sentem-se. - Nico e eu nos sentamos lado a lado e papai se sentou a nossa frente enquanto se servia de uma xícara de café. Essa postura dele significava interrogatório.

Ele olhou para Nico e para mim.

– Então, Nico di Angelo, não é? Bem, quais são suas intenções com a minha filha? - ele perguntou e eu gelei.

– Pai! - minha voz estava esganiçada.

– O quê? Você acha que eu não sei reconhecer um casal quando vejo um? - ele ergueu a sobrancelha e voltou a olhar para o Nico - E então?

– As melhores intenções, senhor. Sua filha é muito especial. - respondeu Nico rapidamente.

– Eu sei. - disse papai - Nico di Angelo... Um sobrenome italiano. Você é italiano, Nico?

A essa altura eu já tinha me encolhido na cadeira.

– Minha mãe era italiana, de Veneza. - Nico respondeu. Isso me pegou de surpresa, eu tinha a leve impressão de que ele não gostava de falar de sua vida. Porém, eu entendo que ele responda as perguntas do meu pai. Afinal, Steven Jones poderia ser mais intimidador do que os Olimpianos quando queria.

– Seu pai é Hades, se me lembro bem, certo? - a expressão de seu rosto continuava a mesma, mas Nico parecia cada vez mais nervoso. Era um pouco engraçado, ver um meio - sangue poderoso, talvez mais poderoso que Percy, ficar naquele estado apenas por conversar com um mortal. Bem, mas esse mortal era o meu pai, então acho que isso explicava.

– Sim, Hades é o meu pai. - respondeu.

Meu pai sorriu subitamente.

– Minha filha costumava dizer que Hades era o olimpiano favorito dela. - ele olhou para mim. Nico me olhou também, um pouco surpreso já que eu nunca havia dito isso para ele.

Senti meu rosto esquentar.

– Bem, papai, Nico e eu vamos acordar os outros. Nós ainda temos um Elmo para recuperar. - falei me levantando e levando Nico junto.