[N/a.: PLAY]

Todos estão esperando
Todos estão assistindo
Até quando você estiver dormindo
Mantenha seus olhos abertos

—Oi. –Draco disse baixinho ao ver sua esposa sentada ao seu lado assim que acordou. Lauren estava agitada em seu colo.

—Oi. –Ela respondeu, sorrindo e direcionando toda a sua atenção a ele. Ainda não estava acreditando que tudo havia finalmente acabado e ele estava bem, por isso teve que conter o impulso de se jogar em cima dele.  –Como você está?

—Ótimo.

—Mesmo? –Murmurou, arqueando as sobrancelhas devido à preocupação. –Posso chamar a Madame Pomfrey se não estiver se sentindo bem.

—Não, eu não preciso da Madame Pomfrey. –Ele sorriu. –Ela tirar as minhas duas belas damas do quarto e nós não queremos isso, não é?

—Bela dama? –Ela riu. –Não sei se notou, mas eu estou uma bagunça.

—Você está linda. –Malfoy murmurou, sorrindo enquanto olhava para ela. Hermione havia se livrado da maquiagem e os cabelos estavam soltos, deixando seus cachos completamente fora de ordem caindo sobre o vestido com detalhes na cor verde. Estava exausta, ele podia ver. –Vem cá.

Ela sorriu e olhando em seus olhos acinzentados aceitou o convite. Primeiro ela colocou Lauren deitada sobre o peito dele e ela lhe deu o sorriso banguela que ele tanto amava. Hermione se aproximou e cuidadosamente se deitou ao lado dele na cama.

—Ela está agitada. –Draco disse sorrindo e segurando a menina que balbuciava, animada.

—É, ela está. –Hermione sorriu também. –Não acredito que está aqui.

—Eu nunca mais vou deixá-los. É uma promessa, morena.

—Eu fico feliz em ouvir isso. –Ela disse baixo, olhando no fundo daqueles olhos por um momento.

O curioso é que ontem éramos apenas crianças
Brincando de soldados, apenas fingindo
Sonhando sonhos com finais felizes

Draco se inclinou um pouco e beijou os lábios dela, delicadamente. Ela sorriu e ele manteve-se acariciando seus longos cabelos castanhos. Lauren pareceu ter perdido toda a agitação e agora lutava contra o sono, balbuciando enquanto levava uma das mãozinhas a boca e balançava seus pés.

—Draco, o que aconteceu com Scorpius?

—Quando Lucius o pegou no hospital ele usou uma magia negra para ligá-lo a mim. Por sorte eu percebi antes e descobri um jeito de desfazer o elo, mas para isso precisávamos de uma magia tão forte quanto.

—A maldição...

—Combinada a pedra do anel que lhe dei durante a guerra foi o suficiente.

Ela balançou a cabeça tentando assimilar tudo aquilo. Tanta coisa havia acontecido naquela noite, muitas delas ela ainda não entendia e foi pensando em tudo isso que ela fechou os olhos, finalmente se entregando ao cansaço da mesma forma que Lauren.

...

—Vocês foram irresponsáveis! Tem ideia de que algo muito pior poderia ter acontecido?! –Draco gritava enquanto ninguém ousava dizer uma palavra, apenas o ouviam com a cabeça baixa. –Eu não acredito nisso!

—Draco... –Meg chamou em uma tentativa de controlá-lo.

Mesmo que Madame Pomfrey insistisse que ele deveria repousar, Draco teimava que não. Estava de pé, andando de um lado para o outro diante das crianças e gritando para todo o castelo o quão inconsequente eles haviam sido por se colocarem diante de tanto perigo.

—Ele realmente estava falando sério quando disse que nós ouviríamos uma bronca das boas. –Annia murmurou para Ronan.

—Vocês estão de castigo. –Ele disse. –Todos, sem exceção, estão entendendo?

—Sim, tio Draco.

—Sim, pai. –Eles disseram juntos.

—Ótimo. Mês que vem iremos fazer um trabalho com as crianças que estão internadas no St. Mungus e estamos precisando de voluntários, quero todos vocês lá.

Nos quintais, vencendo batalhas com nossas espadas de madeira
Mas agora pisamos em um mundo cruel
Onde todos se levantam e contam os pontos
Mantenha seus olhos abertos

Eles balançaram a cabeça assentindo e Draco finalmente os deixou ir. Ele caminhou até Scorpius, que estava conversando com Rose e Lily, feliz por, pela primeira vez, não estar levando bronca e sim Annia. Gina chamou as meninas ao ver que ele queria falar com o menino.

—Como você está? –Perguntou ao filho.

—Bem. –Ele sorriu. –Minha cabeça ainda dói um pouco, mas Madame Pomfrey disse que amanhã não estarei sentindo mais nada.

—Estou orgulhoso de você. Sabe, nem todo mundo ficaria tão tranquilo sabendo o que aconteceria.

—Eu estava pensando na mamãe. –Contou. –E na Rose, ela me distraiu um pouco.

—Ela ficou assustada?

—É, mas agora está tudo bem. –O garoto sorriu. –Eu estou feliz que tudo isso acabou.

—Nunca mais vai precisar se preocupar com isso, Scorp. –Garantiu, beijando o topo da cabeça do filho.

Sentada na cama, Nina sorria para o namorado. Ele parecia distraído enquanto ela olhava atentamente o quanto ele estava bonito. A ruiva se levantou, atraindo a atenção dele, que estava preocupado como se ela fosse feita de porcelana.

—Eu estou bem, Chris, Madame Pomfrey já me liberou. –Ela o lembrou.

—Era veneno de basilisco, Nina, se ele não tivesse lhe dado o antídoto você poderia estar morta agora. –Ele disse, deixando claro que não estava tudo bem. Ele ainda estava bastante assustado. –E todos nós sabemos que ele pode muito bem ter colocado algo naquele antídoto.

—Eu estou ótima, não precisa ficar assim. –Ela se levantou, se aproximando dele. Chris tinha os braços cruzados, mas não conseguiu conter o sorriso quando ela se aproximou, passando os braços em torno de seu pescoço. –Madame Pomfrey disse que não há motivos para nos preocuparmos. Ela fez todos os testes possíveis, quase me matou entediada.

Todos estão esperando você desmoronar
Todos estão assistindo para ver o resultado
Até quando você estiver dormindo, dormindo
Mantenha seus olhos abertos
Mantenha seus olhos abertos
Mantenha seus olhos abertos

—Nina, quando eu entendi o que estava acontecendo eu... Eu nem sei o que dizer, droga. Mais um minuto e talvez você não estivesse aqui, não consigo parar de pensar nisso.

—Eu sei. –Ela murmurou. –Acho que isso significa que alguém realmente quer nos ver juntos, não acha?

—E essa pessoa realmente está se esforçando para me enlouquecer. –Ela riu, ficando na ponta dos pés e dano um selinho nele. –Me desculpa, é que eu fiquei muito assustado. Pensei que teria que me despedir de você também.

—Querido, você acha mesmo que eu iria deixar você logo agora que está prestes a se tornar um jogador de Quadribol profissional? –Ele gargalhou. –Não mesmo, Collins.

—Você é impossível, sabia?

—Estou falando sério, você vai ter que me levar a todos os jogos nem que seja na mala.

—Não precisaria nem do feitiço de extensão.

—Idiota. –Ela o empurrou, rindo e ele a puxou, beijando-a.

...

James e Alison estavam sozinhos andando pelos arredores da floresta proibida, entre os inúmeros pegacórnios. Agora que todo aquele tempo ruim havia passado, não havia nada além de paz e tranquilidade naquele castelo. Eles acariciavam os animais enquanto os alimentavam com maçãs. Os dois se mantinham em silêncio, apenas absorvendo aquele sentimento.

—Obrigada. –Ela murmurou, olhando para ele.

—Pelo quê?

—Eu sei que não fiquei tanto tempo aqui, mas foi o suficiente para você e os outros mudarem a maneira como eu me sentia em relação ao que eu sou. Acho que nunca vou te agradecer o suficiente por isso, James Potter.

—Você não precisa me agradecer. –Ele se aproximou, beijando o rosto dela. –Já estava na hora de você perceber que só porque as pessoas são idiotas não significa que você não é maravilhosa. Você consegue se transformar em uma harpia, isso é incrível!

—James... –Ela riu.

—Estou falando sério, Ally. –O Potter a segurou pela cintura. –Por Merlin, se você pudesse ver o que eu vejo quando olho pra você, veria que antes de ser uma Veela, você é a garota mais extraordinária e fascinante que eu já tive o prazer de conhecer.

E aqui está você, dois passos adiante
E mantendo a guarda
Toda lição forma uma nova cicatriz
Eles nunca pensaram que você chegaria tão longe

—E então, animado para conhecer Paris? –Ela mudou de assunto quando suas bochechas ficaram vermelhas e ele riu.

—Oui, Mademoiselle. –James falou e ela riu, lhe dando um beijo.

—Estou ansiosa para que você veja. –Alison se animou. –Todas aquelas luzes, aquele clima, acho que você vai adorar.

—Principalmente a companhia.

—Eu vou sentir a sua falta.

—É, eu também. –Ela o beijou mais uma vez e por incrível que pareça ambos estavam felizes pelo que estava acontecendo.

É lógico, sentiriam falta um do outro e as vezes Alison se perguntava se suportaria, mas saber que ambos estariam correndo atrás do futuro, buscando realizar seus sonhos, os confortava. Eles ficariam separados por um tempo, mas depois nunca mais precisariam se afastar. Parecia justo.

...

—Há muito tempo não vejo você assim. –Ronan disse olhando para Annia.

Os dois estavam sentados no chão da torre de astronomia lado a lado, olhando para os limites de Hogwarts, pensativos. A castanha levantou a cabeça, que estava encostada no ombro do loiro, segurando a mão dele.

—Assim como?

—Tranquila. –Ele disse. –Acho que a última vez que vi você assim foi quando nós tínhamos quatro anos.

—As coisas mudaram muito de lá pra cá.

—Gosto de ver você assim sem preocupações.  –Ele murmurou, puxando-a para perto e passando seus braços ao redor do corpo dela. –Me prometa que nunca mais vai se colocar em perigo dessa forma?

—Sinto muito, mas não posso.

—Imaginei que diria isso.

—Mas posso prometer que tentarei não me meter em mais problemas.

—Está bom pra mim. –Zabini sorriu, beijando-a. –Acabou, meu amor. Você finalmente está livre de tudo isso.

—Ainda não consigo acreditar.

Mas vire-se, agora eles estão te rondando
É um conforto
E ninguém te salvará agora
Mas você tem algo que eles não tem
É, você tem algo que eles não tem
Você só precisa manter seus olhos abertos

—Parece que essa sensação de perda tomou conta da família toda e agora que acabou ninguém está realmente acreditando que está tudo bem.

—Também senti isso quando estávamos na enfermaria. –Ela respirou fundo e sorriu, sentindo o vento batendo em seu rosto. –Algum dia imaginou que isso seria possível?

—Isso o quê?

—Muitas coisas mudaram esse ano. –Annia disse. –Nós estamos juntos, Chris e Nina finalmente se entenderam, eu ganhei irmãos... Lógico que tivemos muitas coisas ruins também, como meus avós terem morrido e também teve o Ben, mas Lucius está morto agora e por incrível que pareça minha mãe e Pansy Parkinson são amigas.

—Acho que nem se eu me esforçasse muito eu conseguiria chegar perto de imaginar tudo o que houve. –Ronan falou. –Se pudesse mudaria como as coisas aconteceram entre nós?

—Não. –Ela disse depois de pensar um pouco. –Eu amo você, Ronan, sempre amei, mas acho que nós ficamos juntos no momento certo. Quero dizer, você teve a Amélia e eu tive o James e talvez se tivéssemos ficado juntos logo de cara não teria dado tão certo.

—Também amo você, Annia Malfoy.

A garota se virou, sentando-se no colo dele com as pernas em torno de sua cintura. Ela olhou para aqueles olhos sonhadores e sorriu, lhe dando um beijo que emanava todo aquele sentimento intenso, grande e forte, mas também a paz que um trazia para o outro. Finalmente estavam livres dos perigos, não precisavam mais se preocupar.

E aquele beijo fez mais do que saciar a sede que um sentia do outro. Ele deu asas. Juntos os dois voaram em direção a imensidão do céu e a calmaria que aqueles tons de azul trazia consigo. Aqueles tons que pintavam aquelas íris, um mais forte, intenso e sonhador enquanto o outro era um acinzentado que deixou de ser frio porque não havia mais nada a temer. Eles se abraçaram e naquele abraço encontraram a tranquilidade e a força necessária para permanecer naquele mundo depois de tudo o que passaram. Nada os separaria, eles tinham certeza, porque naquele momento cada um pegou um pedaço do azul do céu do qual estava diante e guardou no lugar mais seguro, onde ninguém pegaria: dentro do coração.

Porque a liberdade é uma das melhores coisas, mas a liberdade ao lado de alguém que você ama é ainda mais importante e valiosa.

...

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Até quando você estiver dormindo, dormindo
Mantenha seus olhos abertos
Mantenha seus olhos abertos
Mantenha seus olhos abertos

—Como você está?

—Pela milésima vez, Rose, eu estou bem. –Scorpius riu, dando uma rápida olhada para a garota que estava sentada ao lado de Lily, diante dele. O loiro rabiscava algumas coisas em seu caderno de desenhos e estava muito concentrado. –E então? O que está pensando em fazer nas férias?

—Meu pai disse que eles querem reunir a família para ir à Copa Mundial de Quadribol. Isso não é incrível? Será que veremos os jogadores do Chudley Cannons lá? –Rose disse, animada.

—Vamos todos manter nossos dedos cruzados e esperar pelo melhor. –Scorp disse rindo o lema do time que sempre terminava em último lugar e a ruiva lhe jogou o casaco que Lily havia tirado. Ele desviou facilmente, gargalhando ainda mais. –Tem que admitir que é um péssimo time, Rosie.

—Como se Falmouth Falcons fosse melhor. –Ela revirou os olhos.

—Você sabe que é.

—Não sei porque vocês estão discutindo, todo mundo sabe que o Holyhead Harpies ganha dos dois. –Lily Luna afirmou.

—O importante não é vencer, vocês não entendem? O que importa é a experiência, a diversão. Não acha admirável que o Chudley Cannons nunca desiste? É inspirador!

—Ah, por favor, Weasley, eu sei que vencer nem sempre é importante, mas também não precisam terminar sempre em último lugar.

—Eu tomaria cuidado, Scorp. –A Potter avisou, olhando para a prima.

—Malfoy, eu juro que se não tivesse praticamente morrido na minha frente eu te estuporaria! –Rose gritou, vermelha de irritação. –Merlin, como consegue ser tão irritante?

—Talento pra poucos, Weasley. –Ele falou, virando o desenho e mostrando para as duas garotas.

—Scorp, é lindo!

—Seus desenhos são incríveis. –Lily Luna sorriu, admirando a obra.

O desenho era uma mulher de vidro. As duas já haviam visto ela em outros desenhos de Scorpius, mas agora estava diferente. Ele sempre a desenhava quebrada, com cacos se acumulando ao chão. Dessa vez, porém a única rachadura presente nela era causada pelo seu sorriso. Havia também uma lágrima em sua bochecha. Nunca haviam visto aquela mulher com uma expressão tão aliviada, já que ela sempre parecia triste. Havia alguns cacos atrás dela também, a única coisa que tinha cor no desenho, um vermelho vivo e brilhante, eles estavam um pouco separados, mas formavam um coração.

—Ela parece tão...

—Feliz? –Ele completou, olhando para Rose. –Ela está, mas não totalmente. Olhe aqui, ela está escondendo as partes que não tem concerto. –Mostrou, indicando os cacos já sem cor na mão dela.

...

Mantenha seus pés preparados
Batimento cardíaco estável
Mantenha seus olhos abertos
Não perca seu alvo de vista
A noite escurece
Mantenha seus olhos abertos

—Blás, eu preciso de um favor. –Hermione se aproximou do amigo.

—O que quiser, Herms.

—Eu quero que vá comigo até o endereço que Evangeline me deu.

—Exceto isso. Está ficando maluca? –Ele arregalou os olhos. –Não pode estar considerando ir até lá. É óbvio que é uma armadilha!

—Eu acho que estou.

—Considerando ou ficando maluca?

—Os dois. –Ela disse rindo, mas sem humor algum. –Eu não consigo parar de pensar no que pode ser.

—Eu sei, eu também, mas não pode ir até lá. É perigoso.

—Nunca vou conseguir ficar em paz se não souber o que é. Se ela pegou é importante.

—Eu entendo, mas você sabe que existe a possibilidade de não ser nada além de mais um plano de Lucius para depois que ele morresse e nós baixássemos a guarda. Você contou ao Draco? –Ela ficou em silêncio. –Então não mesmo.

—Por favor, Blás, eu não posso contar isso a ele. –Hermione pediu. –E também não posso pedir a mais ninguém.

—Se as coisas começarem a ficar suspeitas nós vamos embora.

—Obrigada! –Ela sorriu, o abraçando.

Os dois saíram pela rede de flu na mansão Zabini, que era próxima ao local e seguiram o caminho todo em silêncio. Quando chegaram diante da casa, tiveram algumas dificuldades com feitiços de proteção, o que sustentava ainda mais a teoria de que era uma armadilha. Ambos preparam suas varinhas antes e se entreolharam antes de Hermione bater na porta.

A mulher pálida, com cabelos negros e enrolados abriu a porta, relanceando as duas varinhas nas mãos deles. Ela os olhava como se já estivesse esperando pela visita e por um momento Zabini se arrependeu de ter concordado com aquele plano, mas o que mais poderia fazer? Sabia que a Malfoy iria com ou sem ele até lá.

—Senhora Malfoy, nós estávamos esperando sua visita.

—Quem é você? –Blásio perguntou.

—Zoe Solomon. Minha irmã Evangeline disse que vocês viriam.

—E ela está?

—Está. –Respondeu, dando uma rápida olhada dentro da casa. –Entrem, por favor. Não vou pedir para abaixarem as varinhas, pois entendo o que passaram.

—Então sua irmã contou o que fez?

—É, ela contou, senhor Zabini.

Os dois entraram e a mulher fez um sinal para que ambos se sentassem. Eles permaneceram de pé, próximos a porta e a mulher seguiu para o interior da casa. Evangeline apareceu ali e um arrepio subiu pela espinha de Hermione. Ela segurou a varinha com um pouco mais de força e respirou fundo.

—Pensei que não a veria novamente.

—Estou indo embora, só passei para me despedir. –Evangeline respondeu, olhando para a mulher. –Vou deixar o país.

E de repente tudo ao redor daquela sala foi desaparecendo conforme Zoe Solomon voltava a sala. Em seus braços a mulher trazia um bebê de cabelos castanhos e olhos acinzentados. O corpo de Hermione paralisou, seus olhos se encheram de lágrimas e sua varinha caiu no chão. Seu instinto estava correto, afinal.

—Lucius usou Confundus para tirá-lo de vocês quando ele nasceu e criou novas memórias para o seu marido. Ele disse a Evangeline para “resolver” a situação e ela o trouxe pra cá. Sabemos que não estava bem, mas não era seguro devolver o garoto enquanto ele ainda estivesse por aí. –Zoe contou.

Com as pernas tremulas, Hermione andou até ele ainda receosa de tocá-lo e aquele lindo bebê desaparecer diante dos seus olhos. Ela chorava, embora sorrisse de uma maneira que nunca havia feito antes. O bebê, que antes parecia irritado, agora parecia fascinado com a mulher que segurava suas mãozinhas e olhava atenta todos os detalhes dele.

—Nunca havia sentido uma dor tão grande até achar que tinha perdido você. –Ela falou, olhando para ele. Hermione o pegou pela primeira vez e instantaneamente toda aquela dor que ela achava que nunca fosse sumir desapareceu. A senhora Malfoy voltou seus olhos para a garota de cabelos enrolados por um momento. –Obrigada.

—Era o mínimo que eu podia fazer depois de destruir a sua vida.

—Você é mais lindo do que eu imaginei que seria, Ben. –Hermione murmurou, voltando seus olhos para o garoto. Ele balançava as perninhas animado e levou suas mãos até as bochechas dela, fazendo-a rir.

E assim, o coração da mulher de vidro ganhou vida novamente, se tornando ainda mais forte. E naquele momento ela se tornou diamante. Brilhante e inquebrável, pois sua armadura estava mais firme do que nunca.

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