Powerless escrita por Blank Space


Capítulo 66
O Que Perdemos...


Notas iniciais do capítulo

OLÁ PESSOAS! *-* Como vocês estão?? Espero que bem!
Eu estava com saudades de vocês!! Demorei porque os comentários estão caindo e eu não queria postar com tão poucos... Poxa meus lindos, não custa nada dizer o que vocês estão achando não é?
Obrigada a todos que comentaram, favoritaram, recomendaram e acompanham a fic! *-* Beijooos da Becky!



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Depois de um longo dia dando bronca em Chris, que insistia sempre na mesma história, Ronan finalmente teve um tempo para descansar. Após o jantar ele foi até o salão comunal, onde se jogou no sofá ao lado de Annia soltando um suspiro. Ela também parecia cansada.

—Teve sorte com a Nina? –Perguntou o loiro puxando a namorada para mais perto.

—Não consegui encontrá-la em lugar nenhum. –A morena respondeu deitando a cabeça no ombro dele. –Chris vinha se encontrando com a Goulartt há muito tempo?

—Ele diz que não se lembra do que houve, quer falar com a Amélia, ou brigar, eu não sei.

—Acredita nele?

—Não faz sentido, eu sei.

A porta do salão comunal se abriu, mas os dois só deram real atenção quando repararam nos longos cabelos ruivos. Ela não falou com ninguém, apenas seguiu na direção de seu quarto até que Annia a impediu de prosseguir, parando diante dela.

—Oi. –A Sonserina disse a amiga, mas ela continuou em silêncio. –Como você está?

—Bem. –Respondeu baixo. –Só preciso de um banho e dormir.

—Não quer comer nada antes? –Ela balançou a cabeça negando e desviando da amiga. Annia e Ronan trocaram um breve olhar silencioso e a Malfoy se sentou de novo, se Nina queria ficar sozinha ela a deixaria, falaria com ela quando se sentisse melhor.

Chegando ao quarto ela suspirou, aliviada por não encontrar ninguém além de Ruby, que pegou no sono enquanto anotava algo em alguns pergaminhos. Amélia não estava lá. Deve estar com ele em algum lugar do castelo, pensou.

Se sentou em sua cama e respirou fundo, já havia chorado o suficiente e não estava nem um pouco afim de reviver em sua cabeça todos os momentos que passaram juntos. Não pensar nele era uma tarefa difícil, mas não impossível. Tentando mandá-lo para longe de seus pensamentos a ruiva se levantou e foi até o espelho reparado em como seus olhos denunciavam as lágrimas que havia derramado.

Ouviu o barulho da porta sendo aberta, mas nem se deu o trabalho de se virar, Annia sabia que ela não queria conversar agora, quem sabe amanhã ela estivesse pronta para falar com a amiga como estava se sentindo, agora só queria descansar.

Mas não era Annia quem estava lá.

—Podemos conversar? –A voz de Chris a fez se virar rapidamente.

—Suma da minha frente. –Respondeu ela, mas ele não saiu.

—Só me escuta? Por favor? –Pediu se aproximando.

—FIQUE LONGE DE MIM! –Nina gritou fazendo-o parar onde estava. Sabia que Ruby não acordaria, pois todas elas usavam Abafiatto em torno da cama antes de dormir.

—Nina, eu não sei o que aconteceu! Não me lembro de ir para a sala precisa com ela!

—VOCÊ MENTIU PRA MIM! OLHOU NOS MEUS OLHOS E DISSE QUE NÃO TINHAM NADA!

—Eu não menti! Nós nunca tivemos nada! Eu não faço ideia de como isso aconteceu!

—Espera mesmo que eu acredite que simplesmente acordou na cama com ela?!

—Eu sei o que parece, mas eu estou dizendo a verdade! Eu não me lembro de nada que aconteceu naquela noite, não depois que você saiu!

—Então está dizendo que não fizeram nada? –Ela arqueou as sobrancelhas, mas ele ficou em silêncio. Não sabia se de fato haviam feito, ele não se lembrava, não poderia garantir isso a ela. O silêncio pareceu bastar para a ruiva. -Há quanto tempo estão juntos?

—NÓS NÃO ESTAMOS JUNTOS!

—Acha que eu sou idiota Christian? –A ruiva perguntou se aproximando devagar, a cada passo mais lágrimas surgiam em seus olhos. –Espera que eu acredite nessa mentira quando não é a primeira vez que faz isso?

—Meu amor, por favor, acredite em mim! –O Sonserino suplicou tocando o rosto dela. –Nina, eu amo você!

Por um instante ela se perdeu nos lindos olhos verdes dele. Queria muito acreditar no que ele dizia, queria mesmo, quem sabe assim não sofreria pelo que houve, mas sabia que não podia. Era a segunda vez que ele fazia aquilo, era só uma questão de tempo até ele se cansar de mentir e aparecer com alguma garota na frente dela como da ultima vez.

A porta do quarto se abriu e Amélia entrou, quando percebeu que ele estava ali a castanha sorriu e mordeu o lábio olhando-o. Os cabelos presos deixava o chupão que havia recebido na noite passada a mostra e era isso mesmo que ela queria, que Nina visse tudo.

—Não sabia que o encontraria aqui baby. –Ela disse passando a mão no rosto dele, que soltou o ar irritado. Agora tudo estava perdido. –Me procurando para um segundo round?

—Vai embora. –Nina mandou fuzilando-o com o olhar.

Chris tirou suas mãos do rosto dela e se afastou, mas não sem antes olhá-la nos olhos. Quando ele saiu do quarto e deixou apenas Nina e Amélia sozinhas seguiu em direção ao seu quarto batendo a porta. Aquele barulho foi ouvido por todos no salão comunal da Sonserina, mas ele não se importou.

Tudo o que se lembrava era de conversar com ela na festa, mais nada, depois acordou com a garota ao seu lado e suas roupas espalhadas pela sala precisa. Sabia que ela podia ser a responsável por isso, mas nada importaria se Nina não acreditasse.

Ele havia dormido com ela? Não era possível, não quando amava tanto a garota dos cabelos de fogo a ponto de prometer a si mesmo que jamais olharia para outra que não fosse ela. Mas as marcas em seu corpo diziam o contrário. Não queria acreditar que havia acontecido, não com Amélia Goulartt, que odiava desde os seus nove anos quando seu pai a levou até sua casa dizendo que se encontraria com a mãe dela para uma reunião de trabalho e a garota ficaria com ele até que voltassem.

~Pov Annia

Eu já estava sufocando naquele salão comunal. Estava preocupada com Nina, mas a ruiva não queria falar sobre como estava se sentindo. Por sorte Ronan também se sentia como eu, então quando propôs que saíssemos um pouco não demorei a aceitar.

Seguimos para a biblioteca, indo para as prateleiras mais escondidas e tomando cuidado para que ninguém nos visse ali. Nos sentamos no chão e eu deitei minha cabeça no ombro do loiro, que pegou minha mão dando um beijo terno.

—Ficou chateado com Chris? –Perguntei depois de um longo tempo em silêncio e ele me olhou sem entender. –Quero dizer, ele e Amélia...

—Eu não sinto nada por ela, Annia.

—Eu sei, mas... Ele é o seu melhor amigo e ela foi sua primeira namorada.

—Confesso que fiquei surpreso porque nunca pensei que o Chris pudesse algum dia se envolver com ela, mas não me importo, isso não muda o que eu sinto por você.

Colocando minha mão em sua nuca eu o puxei e o beijei. Às vezes eu me pegava pensando que talvez se a Goulartt não tivesse falado aquilo sobre tia Luna eles ainda poderiam estar juntos e isso me chateava um pouco.

Eu sabia que mesmo depois do término e de nós Amélia Goulartt ainda ocuparia um lugar em seu coração e que ele nunca a esqueceria, afinal quando as grandes aventuras amorosas acabam aquela pessoa continua tendo um papel importante em sua história, mesmo que muitos tentem negar a ela isso. Você ainda terá as lembranças dos momentos que tiveram juntos, das coisas boas e ruins e pode se pegar pensando em onde deu errado, era inevitável.

Quando nos separamos e eu olhei em seus olhos foi como se ele soubesse exatamente o que eu estava sentindo. Acho que essa era a parte ruim de crescer com uma pessoa, ela entende com apenas um olhar tudo o que se passa dentro de você, coisas que nem você mesmo sabia, mas que parecem tão óbvias pra ela que assusta.

—Hey... –Ele começou. –Eu sei o que está pensando.

—Não sabe não. –Falei mesmo sabendo que era mentira e ele suspirou.

—Eu a amei sim Annia, a amei de verdade, mas acabou. –Ele disse e eu senti meus olhos arderem avisando que logo as lágrimas chegariam.

—Sente falta?

—Penso no que houve às vezes, mas tenho certeza de que fiz o meu melhor para que desse certo, se acabou é porque não era pra ser assim. Como minha mãe diz, o que perdemos sempre encontra um jeito de voltar para nós no final, se ela não voltou até agora é porque ela nunca foi minha, diferente de você.

—Eu?

—Há uma diferença entre as coisas que perdemos e as que nunca nos deixam. Não quero que pense mais nisso, ela foi especial, mas não se compara a um terço do que tivemos.

—Eu amo você. –Eu sorri abraçando-o apertado. O loiro acariciou meus cabelos e beijou o meu rosto.

—Eu também te amo pirralha.

—Temos quase a mesma idade! –Arqueei as sobrancelhas.

—Continuo sendo o mais velho. –Disse com aquele ar superior que tio Blás usava as vezes.

—Só você mesmo para estragar um momento desses Zabini.

—Estragar? Só o fato de eu estar aqui já o torna o melhor de todos Malfoy.

—Você se acha. –Eu disse e ele balançou a cabeça concordando e me puxando para mais perto, me beijando mais uma vez.

Deitei mais uma vez em seu ombro, sentindo sua mão acariciar minha cintura, transmitindo uma sensação de paz e calma. Não sei por quanto tempo ficamos assim, mas eu poderia ficar ali pra sempre apenas aproveitando o fato de que ele estava ao meu lado.

Fechei os olhos me concentrando em seu cheio e me lembrando de quando tínhamos nove anos, das brincadeiras na toca e de como eu podia ficar horas apenas observando-o sorrir, era o ponto alto do meu dia. Ronan não sabia disso, quem sabe um dia eu contaria para ele.

Mas quando eu os abri novamente Ronan tinha sumido junto com a biblioteca, dando lugar a uma grande e escura sala de estar. Respirei fundo fechando os olhos novamente e torcendo para que tudo sumisse, mas quando eu os abri as coisas ainda estavam lá. Me levantei esperando que Lucius aparecesse como sempre fazia, mas dessa vez ele não veio.

Indo para o corredor eu encontrei uma garotinha, devia ter uns quatro ou cinco anos. Seus cabelos curtos em um tom de loiro platinado voavam conforme ela corria e seus olhos brilhavam intensamente.

—Se continuar assim chegarei primeiro que você! –Ela gritou. Não demorou para um menino dos cabelos da mesma cor porém de olhos acinzentados aparecer, quando a alcançou ele a segurou impedindo que ela corresse de novo.

—Meg você me fez correr essa casa inteira, eu estou cansado! –Meg? Espera, se aquela era minha tia Meg aquele só poderia ser... Me aproximei olhando-o de perto sabendo que ele não me veria e tive a certeza, aquele era o meu pai.

—Você nunca reclamou Draco, pelo menos não como hoje. –A loirinha disse com as sobrancelhas arqueadas observando-o se sentar no chão. Não demorou para que ela se sentasse ao lado dele. –Aconteceu alguma coisa?

—Eu só não quero brincar hoje.

—Se nada tivesse acontecido nunca teria dito isso. –A pequena Meg cruzou os braços. –Diz logo o que houve.

—Meus pais brigaram por minha causa. –Meu pai soltou alguns segundos depois, junto com um suspiro.

—Por que acha isso?

—Porque meu pai não fala mais comigo. –Ele disse baixo olhando para o chão. –Também se recusa a olhar pra mim.

—Mas você fez alguma coisa?

—Eu não sei Meg! Ele só parou de falar comigo! –Ver o meu pai ali, tão pequeno e inocente com lágrimas se formando em seus olhos fez meu coração se apertar, ainda mais por saber o motivo para ele estar sendo tratado assim.

—Hey crianças por que estão brigando?  -Meu avô perguntou ao cruzar o corredor.

—Não estamos brigando.

—Meg sua mãe está chamando na cozinha. –Disse ao colocar os olhos sobre meu pai. A loirinha deu um beijo na bochecha do loiro que ainda estava sentado no chão e saiu correndo. –Quer me contar o que houve?

—Não. –Ele disse respirando fundo para conter as lágrimas e se levantando. –Eu estou bem tio Henry.

—Eu costumava dizer isso quando era menor e estava prestes a chorar.

—Mas eu não estou prestes a chorar.

—Não é o que parece. –Meu pai bufou irritado, e aquilo foi o suficiente para meu avô pegá-lo no colo surpreendendo-o, mas ele não protestou. –Draco eu sei quando as pessoas estão chateadas.

—Sabe o motivo também?

—Não. –Ele deu um sorriso. –Quem parou de falar com você?

—Papai, eu acho que ele está chateado por algo que fiz.

—Você não fez nada. –Meu avô murmurou, soltando um suspiro triste.

—Ele te contou o motivo? –Perguntou e foi como se uma luz se acendesse em seu olhar.

—Não. –E tudo se apagou. –Draco, você não tem culpa de nada disso que está acontecendo, entendeu?

—Então por que ele age como se eu tivesse? -Por aquela ele não esperava. Meu avô abriu a boca algumas vezes, mas depois desistiu e o colocou no chão.

—As coisas vão melhorar, eu te prometo isso, mas não quero vê-lo chorando de novo. –Meu pai balançou a cabeça e o abraçou apertado surpreendendo-o, mas fazendo um sorriso brotar em seus lábios.

—Obrigado tio Henry.

—Saia de perto dele agora. –Disse uma voz atrás de mim e eu congelei. Lucius passou por mim com ódio no olhar, parando diante deles. Os dois logo se separaram assustados, mas não se mexeram. –Draco eu disse pra você sair!

Meu pai lançou um olhar a Henry e não demorou a obedecer, andou até Lucius parando ao seu lado. Os olhos do homem dos meus pesadelos caíram sobre o pequeno loirinho, cheios de ódio, dor e mágoa e aquilo só serviu para deixá-lo pior. Os olhinhos logo se encheram de lágrimas mais uma vez.


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Notas finais do capítulo

Então meus amores, deixem a opinião aqui, vou adorar responder todos vocês!
Mereço recomendações? Dicas? Críticas? Comentários? Deixem pra mim *--* Beijooos da Becky!



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