~Pov Narradora

A enfermaria estava cheia mais uma vez. Os irmãos Potter faziam companhia a sua mãe em uma visita a irmã mais nova, que agora se sentia bem melhor. Annia e Ronan também estavam lá, sentados ao lado de Luna observando Meg e Hermione andarem nervosas de um lado para o outro da sala.

Ambas preocupadas demais para se sentar e esperar como todo mundo. E se eles não voltassem? E se suas crianças não estivessem bem? Os nervos a flor da pele e a sensação de que algo ruim poderia acontecer a qualquer momento lhes enlouquecia mais do que a todos.

Era a segunda poção que Madame Pomfrey dava a senhora Weasley, mas parecia não fazer efeito. A cada segundo ela e Hermione ficavam mais nervosas, Meg até havia se irritado com o cabelo e com um movimento de varinha tirou as mechas azuis que ainda estavam nas pontas dos fios platinados.

–Minha mãe está enlouquecendo. –Murmurou Annia observando a senhora Malfoy passar as mãos pelos cachos castanhos e Ronan balançou a cabeça concordando.

–Acha que vão conseguir prendê-lo?

–Não, ele não seria tão idiota.

–Ainda está com aquilo de “é minha culpa” na cabeça? –O loiro perguntou colocando o braço sobre o ombro da namorada e ela abaixou a cabeça. –Meu amor ele faria de qualquer jeito!

–Ronan você sabe que não, ele só fez isso como uma punição pra mim. Eu nunca deveria ter entrado nessa droga de jogo. –Annia disse sentindo que iria chorar, mas logo se recompôs. Se algo acontecesse a alguém lá ela jamais se perdoaria.

–Pensei que sua mãe enlouqueceria quando descobrisse, mas até que ela reagiu bem.

–Acho que ela está deixando isso para o meu pai, quando ele souber com certeza fará um escândalo.

Foi quando Hermione começou a se sentir tonta e se desequilibrou. Se James não tivesse corrido e a segurado a tempo ela com certeza teria caído.

–Oh meu Merlin! –Exclamou Luna correndo até a amiga, sendo seguida por todos.

A morena respirava fundo enquanto o capitão do time de Quadribol da Grifinória a ajudava a se sentar ainda com medo de soltá-la e deixá-la cair.

–Tia Herms está se sentindo bem?

–Estou sim querido, obrigada só fiquei meio tonta não se preocupe comigo. –Falou dando um leve sorriso.

–Mãe, o que houve? –Annia perguntou preocupada segurando sua mão. Até Lily havia corrido até a tia para ver como ela estava.

–Não é nada, isso é normal.

–O que está acontecendo aqui? –Perguntou Madame Pomfrey entrando na sala pronta para reclamar do tumulto que estavam causando, mas assim que seus olhos pousaram em uma Hermione pálida no meio de todos apressou o passo correndo até ela. –Senhora Malfoy está tudo bem?

–Só um pouco tonta, é sério eu estou bem.

–É a primeira vez que isso acontece? –Perguntou a medi-bruxa.

–Não, mas...

–Então, por favor, eu quero que todos se afastem para que eu possa examiná-la. –Hermione revirou os olhos, mas por fim resolveu se calar.

Quando Draco voltasse com certeza iria querer saber se ela havia checado para ver se está realmente tudo bem e se ela dissesse que não procurou Madame Pomfrey ele com certeza ficaria irritado.

–Qual foi a ultima vez que se alimentou? –Perguntou direta.

–Ontem à noite comi alguns biscoitos antes de dormir. –Respondeu sincera.

–Não comeu nada hoje? –Meio relutante negou se preparando para o sermão.

–Sabe que isso é errado não é? Hermione você precisa se alimentar corretamente, ainda mais agora que está grávida! Precisa de nutrientes menina!

–Eu sei, me desculpa. –Pediu baixo enquanto todos a olhavam.

–Foi a única vez que deixou de comer? –O silêncio respondeu a pergunta, o que a fez cruzar os braços.

A verdade é que Hermione não se alimentava direito desde a morte dos pais. Não tinha mais vontade de comer, não tinha fome, e agora com toda a situação de seu filho sentia que tudo o que comesse seria rejeitado por seu organismo.

Depois de alguns exames a medi-bruxa finalmente chegou a algum resultado. Se aproximando de Hermione, que estava deitada em uma das camas por pedido dela.

–E então? –Ela perguntou ao vê-la se aproximar.

–Eu não vou mentir querida, as coisas não estão muito boas. –Ela respondeu. –Devido à falta de nutrientes os bebês não atingiram seu potencial de crescimento.

–Os bebês? No plural? –Perguntou torcendo que fosse apenas um erro ou brincadeira. Se Draco estava quase enlouquecendo por achar que seria um não queria nem ver o que ele faria caso fossem dois.

–Não sabia que são gêmeos? –Negou passando as mãos pelos cabelos e sentindo as lágrimas se formando. Todos ali apenas prestavam atenção espantados com a notícia. –Em todo caso, vai precisar de repouso e de uma dieta balanceada. Pedi aos elfos que trouxessem algo para comer, nessa situação precisa de algo saudável.

–Obrigada. –Disse baixo.

~Pov Alison

James estava na enfermaria com a irmã enquanto eu estava saindo da biblioteca acompanhada de Erick. Nosso trabalho ainda não tinha sido finalizado então por mais que eu quisesse ficar com meu namorado e Lily, que graças a Merlin estava bem, eu não podia.

Seguimos em direção ao grande salão para almoçar, para minha surpresa Jay estava lá sentado ao lado de Alvo. Se despedindo do irmão o Grifinório se aproximou de mim e passando os braços em torno de minha cintura ele me beijou.

Quando me soltou percebi que Erick ainda estava parado ali, mesmo que meio desconcertado.

–Então Ally... Nos vemos amanhã? –Perguntou sorrindo.

–Mesmo horário?

–Com certeza. –Respondeu beijando meu rosto e lançando um breve olhar a James. –Boa noite Potter.

Com um breve aceno de cabeça em resposta o moreno apertou minha cintura, relaxando apenas quando Carter saiu indo se juntar aos amigos na mesa da Corvinal.

–O que foi? Aconteceu alguma coisa? –Perguntei.

–Não, está tudo bem. –Disse pegando minha mão, me levando até a mesa da Grifinória.

Ele ficou o tempo todo em silêncio, sem nem ao menos olhar pra mim, o que era muito estranho. Quando acabamos de comer nós seguimos juntos até o salão comunal da Corvinal, onde eu teria que guardar meus livros.

–Jay? –Chamei assim que chegamos ao meu quarto, onde estávamos sozinhos, e ele olhou pra mim. –Aconteceu alguma coisa? –Repeti.

–Não. –O Grifinório respondeu se sentando na minha cama e eu cruzei os braços.

–Por favor, não aja como se eu não o conhecesse.

–Sabe que o Carter está dando em cima de você não é?

–Está com ciúmes do Erick?–Falei incrédula.

–Você viu o jeito como ele te olha? Reparou nisso?

–Ele me olha da mesma forma que quase todos os caras daqui, eu pensei que tinha se acostumado.

–É, mas eu não me acostumei, pelo menos não com ele.

–E qual a diferença dele para os outros?

–Os outros não passam horas com você na biblioteca.

–Por acaso está se ouvindo? James você sabe que estávamos fazendo um trabalho juntos, não sei por que está tão irritado.

–Acha que consegue terminá-lo até amanhã?

–Não vou fazer com pressa se é isso o que está querendo.

A porta do quarto se abriu e Phoebe entrou no quarto lançando um olhar a ele, que pareceu nem perceber que ela o estava devorando com os olhos.

–Deixa pra lá, amanhã conversamos. –E ele saiu, me deixando sozinha com ela.

–O que houve? Não conseguiu usar os fios dourados para controlá-lo dessa vez? –Ela debochou sorrindo e se sentando na cama.

–Não enche.

–Ui a Veela resolveu falar alguma coisa dessa vez. O que houve? Ele resolveu escutar o que todos nessa escola estão dizendo?

–E o que todos estão dizendo? –Bufei sabendo que ela falaria mesmo se eu não tivesse perguntado.

–Que você o está controlando.

–E por que eu faria isso?

–Eu não sei, talvez porque ele é o filho mais velho do Eleito e você queira tirar proveito disso.

–COMO OUSA FALAR UMA COISA DESSAS?! EU NUNCA FICARIA COM JAMES SÓ POR TER O PAI FAMOSO! –Gritei soltando algumas bolas de fogo que por pouco não a acertaram.

–MEU TRABALHO! SUA VEELA MALDITA VOCÊ ME PAGA POR ISSO!

–QUER QUE EU QUEIME O RESTO DAS SUAS COISAS?! PORQUE SE NÃO É MELHOR QUE SAIA DA MINHA FRENTE!

Gritando coisas nada agradáveis pra mim ela saiu do quarto me deixando sozinha. Eu me sentei em minha cama e me encolhi ali pensando. Por que as pessoas ainda não acreditam que eu não fiz nada com James? Por que ele não pode simplesmente gostar de mim? Era tão impossível para as pessoas acreditar que eu não o estava controlando?

~Pov Draco

A casa já estava cercada, logo entraríamos lá e traríamos as crianças de volta. Olhar para aquele lugar me trazia péssimas lembranças.

Após alguns feitiços os aurores chegaram a conclusão de que o feitiço que estava sendo usado para proteger o local havia sido retirado há alguns minutos, o que me fez estranhar. Estava fácil demais.

Devagar nos aproximamos, ouvindo um grito estridente que com certeza era de Rose. Rony estava pronto para correr até lá, mas Harry o segurou, se entrasse daquela forma toda a chance que tínhamos de prendê-lo iria embora, por mais difícil que fosse ele teria que se conter.

Com a varinha em mãos nós entramos, parecia vazio, mas os gritos ainda não haviam parado. Vinham do andar de cima. Como Lucius pôde torturar uma criança?

Após verificar que não havia ninguém escondido no andar debaixo nós subimos. Rony estava vermelho e tinha os olhos cheios de lágrimas, mas estava fazendo de tudo para se acalmar.

Naquele corredor havia três portas, então enquanto Rony e Harry entravam onde Rose estava eu e Blás entrávamos nas outras duas. Após alguns feitiços eu consegui entrar, encontrando meu filho sentado no chão encolhido no canto chorando. Corri até ele, que ao me ver me abraçou apertado.

–Graças a Merlin. –Murmurei segurando seu rosto e olhando atentamente para ver se estava machucado. –Ele fez alguma coisa com você? Te machucou?

–Não. –Scorp chorou. –Mas a Rose... Ele pegou a Rose e me trancou aqui pai!

–Se acalma, a Rose vai ficar bem. Agora vamos sair daqui okay? –Ele negou.

–Só saio com ela.

–Draco... –Disse Blás entrando no quarto e nos vendo. –Ele não está aqui, já olhamos em todo lugar.

–E Rose? Por que estava gritando? Está machucada? –Perguntei abraçando Scorp de novo.

–Não, era só um bicho-papão. Rony deu um jeito.

–Vem, vamos voltar pra escola antes que sua mãe enlouqueça. –Chamei e ele se levantou, vindo comigo enquanto secava os olhos.

–Pai espera. –Disse parando de andar no meio da escada. –Ele me mandou dizer uma coisa.

–O quê? –Perguntei olhando em seus olhos.

–Disse que quer um dos gêmeos. –Eu o olhei sem entender. –Eu sei, não faz sentido pra mim também.

–Depois pensamos no que ele quis dizer com isso, primeiro vou levá-lo de volta.

E mais uma vez ele havia conseguido se livrar de Azkaban. O que ele queria dizer eu não sabia, assim como também não sabia de que gêmeos estavam falando já que os únicos que eu conhecia eram Fred e Jorge, mas isso não impediu esse aviso de ficar na minha cabeça.