~Pov Annia

Acordei mais cedo, percebendo que todos, menos Ally, dormiam. A loira nem sequer estava na cama. Desci as escadas e a encontrei na sala com um homem que eu nunca havia visto na vida. Ele tinha os cabelos claros e os olhos castanhos, estava usando um terno.

–Bom dia. –Disse tia Meg beijando meu rosto e me entregando um copo de café reparando que eu olhava estranhando.

–Bom dia. –Murmurei. –Quem é o cara?

–Rony disse que é o pai dela. –Minha tia parou ao meu lado.

–Minha mãe já desceu? –Perguntei, me sentando e ela negou.

–Draco levou algo para ela comer, também não parece nada bem.

–Ele está preocupado. –Ela balançou a cabeça.

–Quer alguma coisa? Posso fazer pra você.

–Estou bem, obrigada. –Minha tia sorriu e já ia saindo, quando me lembrei que precisava falar com ela. –Na verdade, eu queria perguntar uma coisa.

–Pode perguntar.

–Conhece Josephine Solomon? –Falei direta.

–Uma das muitas namoradas do meu pai. A filha mais velha dela estudou comigo em Beauxbatons. –Ela disse simplesmente. –Era uma garota insuportável, se chamava Zoe.

–Sabe onde ela trabalha?

–Não. Por quê? Annia o que está escondendo?

–Nada, só curiosidade. Eu já disse que amo o seu cabelo loiro com mechas azuis? Deveria fazer de novo. –Mudei de assunto sabendo que ela não resiste a falar sobre cabelos coloridos.

–Eu estou de olho em você mocinha. –Tia Meg beijou meu rosto. –Pode me ajudar se quiser.

–Okay. –Eu me levantei sorrindo, apontando minha varinha para os cabelos dela e deixando-os com mechas. –Está maravilhosa.

–Podemos tentar com o seu. O que acha?

–Não, obrigada. –Eu disse rápido. –Da última vez que tentei o castanho virou preto, então é melhor deixar assim.

–Quer que eu concerte? –Ela riu e eu neguei.

–Até que eu gostei assim.

~Pov James

Acordei quase na hora do almoço e desci as escadas, encontrando todos na cozinha. Todos, menos a Ally, o que me deixou preocupado já que ela não estava na cama quando acordei.

–Mãe... –Chamei pronto para perguntar, mas ela parou diante de mim mexendo em meus cabelos.

–Okay, o cabelo está bonito... Não, a roupa está amarrotada. –Ela apontou a varinha pra mim, deixando minhas roupas em ordem.

–O que está fazendo?

–Escovou os dentes James Sirius?

–Sim, mas... Me chamou de James Sirius? O que eu fiz?

–Lavou o rosto?

–Lavei, mas mãe por que...

–Tomou...?

–Mãe! –Eu disse e ela me olhou, como se despertando de um surto. –O que está fazendo?

–Estou arrumando você. –A ruiva disse simplesmente.

–Se esqueceu que eu tenho 17 anos?

–Okay, então boa sorte pra conhecer o sogro. –Ela disse cruzando os braços. –E não importa quantos anos tenha, vai ser sempre um bebê pra mim.

–Espera, conhecer quem?!

–O pai da Ally veio fazer uma visita. Tenho certeza que ele vai querer conhecê-lo.

–E o que eu faço?

–Como assim “o que eu faço?”? James Sirius, simples, seja educado, gentil...

–Ou seja, tudo o que você não é. –Alvo falou bagunçando meu cabelo e rindo, o que fez minha mãe lhe lançar um olhar irritado e voltar a arrumar meu cabelo.

–Tudo bem mãe, pode deixar. –Falei e ela olhou séria pra mim.

–Gosta dela?

–Muito.

–Tem certeza? Porque eu não quero que você fique insuportável como o Gui e...

–Mãe, é a garota que eu amo. –Interrompi e ela me abraçou.

–Seja feliz com ela. –A ruiva disse beijando meu rosto, e quando me soltou percebi Ally e o senhor Roberts vindo até a cozinha.

–Então você é o famoso James Potter. –Ele disse se aproximando de mim, estendendo a mão para que eu apertasse e assim eu o fiz.

–Sim senhor. –Falei sorrindo. Ally veio até mim, segurando minha mão parecendo um pouco nervosa.

–Minha filha me falou de você. Eu sei que já deve ter ouvido milhões de vezes, mas eu sou fã do seu pai. –Eu sorri.

–Daqui a pouco ele vai descer, posso apresentá-los se quiser.

–Será uma honra.

–Jay pode me ajudar a arrumar o meu quarto? –Ally perguntou e eu balancei a cabeça assentindo.

–Com licença senhor Roberts. –Ele sorriu e nós subimos as escadas, parando no corredor. –O que foi?

–Ele acha que eu o enfeiticei ou coisa do tipo. –A loira murmurou.

–O que? Ele disse isso?

–Não, mas... Eu não sei.

–Não fica assim okay? Eu sei que não é verdade e é isso o que importa. –Ela sorriu e eu segurei seu rosto lhe dando um beijo.

Após todos acordarem e Ally ir ajudar a mãe eu desci as escadas indo até Lily e Rose, que pareciam entediadas sentadas no sofá da sala.

–O que foi? –Perguntei.

–Não tem nada pra fazer.

–Querem jogar Snap Explosivo? Tenho xadrez de bruxo lá em cima também. –As duas sorriram e se levantaram.

–Podemos?

–Accio. –Os jogos vieram até mim e eu entreguei para as duas. –Chamem o Scorp, ele vai gostar.

Elas assentiram e saíram correndo atrás do primo. Quando eu me virei percebi o senhor Roberts atrás de mim.

–Podemos conversar?

–Claro. –Falei.

Nós seguimos andando perto do armário de vassouras, quando ele parou olhando para os dois lados como se vendo se estávamos sozinhos.

–Olha James, você parece ser um cara legal e eu sei que ela é minha filha, mas... Sabe que ela é uma Veela não é? –Balancei a cabeça assentindo sabendo exatamente aonde ele queria chegar. –E sabe que ela pode estar te enfeitiçando para...?

–Me desculpe senhor Roberts, mas eu não acredito que o senhor está dizendo isso. –Eu disse decepcionado.

–Eu sei que parece que eu não me importo com ela, mas quando Gabrielle e eu nos conhecemos eu não sentia nada mudar quando ela passava, diferente de todos os caras. Foi só ela começar a se aproximar de mim que tudo mudou, é como um feitiço.

–Aonde quer chegar com isso, senhor?

–Não quero que descubra que tudo foi obra dela depois de anos como eu fiz. Pegue. –Ele tirou um pequeno frasco do bolso e me entregou. –Não funciona totalmente, mas ajuda você a pensar por si mesmo.

–Eu agradeço a ajuda, mas eu não quero. –Ele me olhou estranhando quando devolvi. –Ally não fez nada disso, nem a mãe dela.

–Eu entendo que está em negação, mas...

–O que eu sinto pela Alison é real, eu sei disso, assim como sei que o que o senhor ainda sente pela Gabrielle é, então, por favor, não acabe com um casamento de anos só porque alguém lhe disse que o que sente é uma mentira. Ainda dá tempo de concertar isso, senhor.

–Mas...

–Sua filha é uma garota incrível e a mulher com quem se casou também é. Não precisa dessas poções, no fundo sabe que sente falta dela. Com licença.

E eu saí, encontrando Ally encostada ouvindo tudo. Ela sorria, o que me fez sorrir também. Eu me aproximei e segurei sua mão lhe dando um beijo calmo e apaixonado.

–Eu estava com medo de que você acreditasse.

–Acredito no que sinto por você.

~Pov Chris

–Vai mesmo sair da escola? –Nina perguntou segurando minha irmã.

Eu via que ela estava chateada e que não queria que eu saísse, mas sabia que ela entendia que talvez fosse preciso. Por mim eu ficaria, mas minha irmã precisa de mim, e a menos que eu a leve para Hogwarts comigo – o que vai ser impossível – eu teria que ir.

–Acho que sim. A casa da minha mãe ainda está lá e eu tenho um pouco de dinheiro, só preciso de um emprego e...

–Pode parar de pensar nisso Chris. –Disse tia Luna atrás de mim. Eu me levantei e a olhei estranhando. –Ronan me disse tudo. É o seu último ano, você não pode ir embora. Eu fico com a pequena, isto é, se não se importar.

–Está falando sério? –Perguntei e ela assentiu sorrindo.

–Conversei com Blás e ele também não se importa, ficamos com ela enquanto você termina seus estudos. Nos fins de semanas se você quiser posso levá-la á Hogsmeade para ficar com você.

Eu nem respondi, simplesmente fui até ela e a abracei apertado, fazendo-a rir.

–Obrigado, significa muito pra mim.

–Também pode ficar conosco se quiser. -Nina sorriu, me beijando e Angel segurou uma mecha de seu cabelo, brincando.

–Eu nem sei o que dizer, mas pode deixar que eu vou conseguir algum dinheiro e pago tudo o que gastarem com ela.

–Não precisa, você é quase como um filho pra mim, te conheço desde que tinha 11 anos. Sua madrasta não vai fazer mal nenhum a ela, pode pegar as coisas e levar lá pra casa.

Mais tarde fui até a casa do meu pai para buscar as coisas dela. Eu não queria brigar com ele de novo, então escolhi um horário que ele não estaria em casa. Bati na porta e Mabel atendeu com um sorrisinho.

–Tenho que dizer, você desistiu mais cedo do que eu pensei.

–Eu não desisti, vim buscar as minhas coisas e as da minha irmã. Meu pai está? –Perguntei por via das dúvidas.

–Não. Pode subir.

Ela me deu licença e eu subi as escadas, pegando as malas e tudo o que precisávamos com um movimento de varinha para ir mais rápido.

–Sabe o que seria ótimo? –Mabel perguntou encostada na porta do quarto.

–Que você parasse de roubar o dinheiro do meu pai. –Respondi.

–Não. –Ela riu. –Um banho na hidromassagem. –Eu revirei os olhos.

–Nossa, que maravilhoso. –Ironizei. Foi quando senti as mãos dela no meu ombro e me virei olhando-a ali sorrindo.

–É sério, o que acha?

–Eu acho que já falei com você sobre me tocar. –Falei tirando a mão dela e limpando meu ombro, o que fez a loira rir. –Faz com que eu me sinta sujo.

–Aposto que se não fosse pela ruiva que você está trazendo pra cá você não ligaria. –Mabel disse se aproximando de mim e abrindo um pouco o roupão.

–Ela não é uma ruiva qualquer, é minha namorada então eu sugiro que tenha mais respeito, se não vou ter que contar ao meu pai o que anda fazendo.

–Eu digo que está falando isso porque não gosta de mim, acha que ele vai acreditar em quem?

–Eu tenho nojo de você.

–Vamos, o velho vai demorar pra voltar e eu sei que você quer um pouco de diversão. –Ela passou as mãos em torno do meu pescoço.

–Se eu quiser mesmo um pouco de diversão pode ter certeza que você será a ultima pessoa que eu vou procurar. –Falei fazendo-a me soltar e pegando as coisas. –Diga a ele que estamos na mansão Zabini, se é que ele se importa.

–O que vai fazer com a menina quando voltar para Hogwarts?

–Mantê-la longe de você é um bom começo.

~Pov Draco

Nós já havíamos voltado pra casa e Hermione havia subido para o quarto. As crianças estavam tristes e preocupadas com o que aconteceria agora, se ela ficaria bem, mas eu não sabia a resposta.

–Morena? –Chamei entrando no quarto com um pote de sorvete e duas colheres e ela olhou pra mim. –Eu trouxe pra você.

–Estou bem, obrigada.

–Mas é o seu favorito. Coma só um pouco? –Pedi me sentando diante dela, deixando o sorvete de lado e ela abaixou a cabeça.

–Não estou com fome.

–Hermione eu sei que as coisas estão difíceis agora, mas...

–Eu quero os meus pais Draco! –Ela murmurou caindo em lágrimas de novo e eu me aproximei abraçando-a.

–Eu sei, eu sei...

–Foi minha culpa tudo aquilo que aconteceu, eu não devia tê-los deixado voltar pra casa nessa situação, se estivessem aqui estariam mais seguros!

–Não pense assim, você não poderia impedir. –A morena balançou a cabeça negando. –Olha pra mim. –Ela levantou os olhos e eu lhe dei um beijo, secando suas lágrimas. –Eles vão pegá-lo. Lucius não vai machucar mais ninguém dessa família.

–Eu acho que vou... –Hermione começou, me empurrando e correndo para o banheiro.

Eu fui até ela e segurei seus cabelos beijando seu rosto. Quando acabou ela se levantou e escovou os dentes, voltando pra cama logo depois, enquanto eu apenas andava atrás dela preocupado.

Me sentei e ela se deitou em meu ombro. Eu passei minha mão por sua cintura acariciando-a enquanto ela continuava quieta.

–Acha que Lucius sabe do bebê?

–Não. –Falei firme.

–E você? –Eu a olhei sem entender. –Ainda acha que eu não vou suportar a gravidez?

–Eu não quero brigar.

–Às vezes eu penso que não vou conseguir. –Eu a encarei surpreso. –Eu estava pensando ontem e estou com tanto medo!

–Você é a mulher mais forte que já conheci, sei que consegue. –Foi a vez dela me olhar surpresa. Eu a virei pra mim e a beijei, levando minhas mãos a sua nuca e tirando seu cabelo de seu ombro.

Hermione se sentou no meu colo, prendendo as pernas em minha cintura enquanto eu aprofundava o beijo. Desci os beijos por seu pescoço, mas parei aí, levando minha outra mão a sua barriga e acariciando-a.

–Não se preocupe, você vai estar aqui comigo pra ver nosso bebê crescer. –Ela sorriu mesmo com as lágrimas que ainda caiam de seus olhos.

–Eu amo você. –Eu a beijei de novo, mas porta do quarto se abriu e nós tivemos que parar.

–Pai, nós estávamos... Wow! Pode deixar, voltamos depois. –Disse Scorp se virando rapidamente junto com Annia.

–Não, tudo bem. –Falei olhando os dois, que haviam parado no meio do caminho, o que fez Hermione gargalhar. Ela ficou um bom tempo rindo e acabou escondendo o rosto em meu pescoço, e a risada dela também me fez sorrir. –O que houve?

–Estávamos pensando no nome do bebê, mas tudo bem, voltamos mais tarde. –Annia falou e minha morena me deu um selinho, saindo de cima de mim, se sentando ao meu lado e secando as lágrimas.

–Querem escolher agora? –Eles se entreolharam e se aproximaram devagar, se sentando na cama também. Com um movimento de varinha conjurei mais duas colheres para que todos nós pudéssemos comer sorvete enquanto escolhíamos.

–No que pensaram? –Hermione perguntou pegando uma colher. –Vamos escolher se for menina primeiro.

–Eu gosto de Emma. –Minha moreninha disse sorrindo.

–Não, Emma não, tem que ser algum nome mais forte tipo Summer.

–Só está falando isso porque assistiu alguns episódios de The OC e agora está apaixonado por ela.

–Eu não estou apaixonado por ela, só acho que seja um bom nome. –Scorpius se defendeu.

–Deixe a Rose saber que você anda trocando-a.

–Eu não estou trocando a Rose! –Nós rimos e eles pararam fazendo língua um para o outro.

–Eu gosto de Alex.

–Tem razão, é um excelente nome, eu gostei. –Falei.

–Eu também, mas acho que temos muitas pessoas com a letra A nessa família. –Annia disse.

–Renee?

–Não. –Falei rápido.

–Por que não? –As duas perguntaram pra mim me olhando desconfiadas.

–Digamos que esse nome ficou no passado. –Eu sorri e Hermione me fuzilou com os olhos. –E é lógico que eu amo você meu amor.

–Qual era a casa dela?

–Não há motivo pra isso morena. –Ela pareceu ficar com mais raiva. –Lufa-Lufa.

–Hum...

–É passado, nós nem nos vemos mais! Para de me olhar assim, você sabe que...

–Que tal Lauren? –Scorpius me interrompeu nos olhando e todos nós sorrimos concordando que aquele era o nome perfeito.

–Lauren Granger Malfoy... –Minha morena disse parecendo mais calma. –É perfeito!! O que acha Annia?

–Lindo!

–Sei que não se importa, mas eu também gostei. –Falei e ela revirou os olhos, me fazendo rir e puxá-la para um beijo.

–E se for menino?

–Jared? –Comecei.

–Não, tem que ser algo como... –Hermione encostou-se em mim pensando. –John?

–Muito comum.

–Tem razão Annia, Louis?

–Não, Ryan?

–Para de assistir The OC Scorpius. Samuel?

–Gostei. –Eu sorri animado.

–Benjamin? Assim podemos chamá-lo de Ben. –Todos nós sorrimos e balançamos a cabeça concordando.

–Benjamin e Lauren... Oh meu Merlin eu estou apaixonada! –Nós sorrimos e os dois abraçaram Hermione.

Annia e Scorpius ficaram ali conosco mais um tempo comendo sorvete e conversando, o que foi ótimo, ajudou minha morena a se distrair um pouco. Quando os dois saíram e nós nos deitamos, eu a abracei por trás e beijei seu rosto.

–Obrigada. –Ela murmurou.

–Por?

–Por me impedir de desabar. –Eu sorri e beijei seu rosto.

–Vamos superar isso juntos.

–Eu amo você.

–Eu também te amo morena.