~Pov James

Todos já haviam chegado, e eu estava sentado conversando com Annia. Minha mãe ficava nos olhando com um sorrisinho sempre que passava perto de nós enquanto a tia Meg (que mudou a cor do cabelo outra vez) estava conversando com o tio Draco – ele ainda não tirava os olhos de mim, o que estava me deixando com um pouco de medo.

Minha avó havia chegado e eu me levantei pedindo à Annia que esperasse um pouco. Ela concordou e eu fui até a velha dona Molly abraçando-a apertado.

–Ai James como eu estava com saudades!

–Eu também estava vovó. –Falei sorrindo.

–Eu sei que a Toca não é o melhor lugar para ficar durante as férias, mas seria bom se você aparecesse de vez em quando, apenas para dar um oi. –Ela disse cruzando os braços e eu ri. –Alvo foi até lá me ver.

–Me desculpa, eu estava ocupado com algumas coisas, mas prometo que irei até amanhã. –Minha avó sorriu beijando meu rosto. –E a Toca é o melhor lugar de todos. Onde está o vovô?

–Conversando com seu pai e seu tio. Venha cá, tem uma pessoa ansiosa para te ver. –Balancei a cabeça concordando, segurando o braço dela estranhando aquilo. –Gabrielle, não sei se você se lembra, mas este é o James.

Os cabelos loiros, os olhos claros e a beleza incrível da mãe da Ally me deixou com os olhos fixados por um bom tempo. Mas por que isso aconteceu? Com Alison não era assim e eu ficava muito mais tempo com ela. Balancei a cabeça tentando focar no que eu estava fazendo.

Olhando bem para o rosto da senhora Delacour foi impossível não compará-la a filha. Os olhos de Alison brilhavam intensamente, principalmente quando sorria, mas os da sua mãe pareciam estar sem aquele brilho, estavam tão sem cor... Será que era assim que começava quando as Veelas não eram correspondidas ou algo do tipo?

–Enton você é o James...

–Sim senhora. –Falei e ela sorriu.

–Alison me falou de você.

–E onde ela está?

–Disse que estava com dorr de cabeça e que virria mais tarrde, mas eu duvide muito.

–Por quê?

–Pelo jeito que estava acho que nade a tirrarria de casa.

–Ou quase nada. –Falei dando um sorriso divertido. –Com licença, foi um prazer conhecê-la.

–Aonde vai James? –Minha avó perguntou estranhando.

–A Ally não vai passar o Natal sozinha, então eu vou até a Toca buscá-la. –Eu disse acenando e indo até Annia, que estava com Lily e Rose. –Meu amor, eu vou até a Toca buscar a Alison, quer vir?

–Awwnt! –Rose e Lily sorriram e eu revirei os olhos.

–Não posso, minha mãe me disse para não sumir enquanto meus avós não chegarem.

–Tem problema se eu for? –Perguntei e ela negou. –Volto logo. –Mesmo com vontade de beijar seus lábios eu beijei sua bochecha e a abracei. Tio Draco poderia aparecer e correr com a vassoura atrás de mim. Isso não seria nada agradável.

*-*

Assim que cheguei até a Toca me deparei com alguns bolinhos da minha avó. Peguei um e continuei meu caminho pela casa.

Subi as escadas após ouvir um barulho vindo do antigo quarto de minha mãe e assim que entrei quase fui atingido por um feitiço. Se eu não tivesse me abaixado teria me acertado com certeza.

–Oh meu Merlin James! –Alison disse correndo até mim parecendo assustada. –Eu te machuquei? Me desculpe, eu só ouvi um barulho e fiquei assustada, então...

–Eu estou bem, se calma. –Falei rindo.

–Não vai ao baile de Natal? –A loira perguntou e olhando-a bem eu percebi o quão pálida estava, e os seus olhos... Pareciam sem cor, não brilhavam mais.

–Eu estava lá.

–E não vai voltar?

–Vou, e você vai comigo. –Ela arqueou as sobrancelhas rindo.

–Por quê?

–Não vou te deixar passar o Natal sozinha Ally.

–É que eu não estou me sentindo muito bem.

–Mais um motivo pra você vir, assim nós podemos cuidar de você caso algo aconteça.

–Não vai parar de me encher enquanto eu não trocar de roupa não é?

–Ainda bem que sabe. –Eu disse e ela riu. –Só espero que não me ameace com nenhuma bola de fogo.

–E-eu não... Eu não consigo mais fazer isso. –A loira murmurou. –Mas essa é outra história. Eu tenho mesmo que ir?

–Tem.

–Me dê um minuto para trocar de roupa. –Balancei a cabeça assentindo e desci as escadas comendo mais alguns bolinhos enquanto esperava.

Eu sabia que ela não estava bem e estava com medo dela ter o mesmo destino da mãe. Por algum motivo eu não conseguia pensar no fato de perdê-la. Eu sei que éramos amigos e que eu a conheci há pouco tempo, mas não dava.

Quando Alison desceu as escadas, pela primeira vez senti o que todos os caras sentiam ao vê-la. Era como se eu estivesse perdido e no escuro e ela fosse a única luz na sala.

–James? –A voz dela me chamando era como uma música que eu não conseguia parar de ouvir... Era impossível tirar os olhos dela. –James? James Potter? Ah não! Mas que droga!

A loira se aproximou de mim e me sacudiu, fazendo com que aquele tipo de hipnose acabasse. Ela parecia irritada por ter acontecido.

–Ally você está perfeita. –Ela revirou os olhos. –É sério.

–Vamos logo Potter.

–Primeiro me responda uma coisa... –Ela me olhou atenta e eu respirei fundo, já que não era uma pergunta das fáceis. – Quanto tempo você ainda tem?

–O quê?

–Eu não sou idiota, vejo como você está.

–Não se preocupe comigo.

–Impossível.

–Tenho tempo o suficiente okay? –Alison se virou indo em direção à porta, mas eu segurei sua mão fazendo-a parar de andar, mas ainda sim ela não se virou para olhar pra mim.

Eu sentia sua mão queimando e por um momento me perguntei se as bolas de fogo haviam voltado, espero que ela não resolva jogá-las em mim.

–Quem é o cara?

–Ninguém importante.

–Ally...!

–Não James, eu não quero falar dele, então, por favor, esqueça. Eu estou bem, é só isso que precisa saber.

E ela saiu dali, me dando mais certeza ainda de que ela não estava bem. Eu estava preocupado, ainda mais por não saber se tinha algo que poderia ajudá-la, mas decidi não tocar no assunto de novo. Então eu fui atrás dela e sem falar nada nós aparatamos na Mansão Malfoy.

~Pov Annia

James havia acabado de sair quando meus avós chegaram e depois de conversar um pouco com eles eu saí, indo ao jardim. Quando cheguei lá, percebi que já havia alguém. Os cabelos loiros e a silhueta que eu conhecia tão bem...

–Oi. –Falei parando ao seu lado e ele sorriu.

–Oi. –Ronan disse olhando pra mim. –Está linda.

–Obrigada. –Murmurei corando. –Aconteceu alguma coisa?

–Não, eu só estava pensando.

–Em quê?

–É o primeiro Natal em anos que eu não passo brigando. –Nós rimos.

–Então... Feliz Natal!

–Se lembra quando éramos menores e eu, James e Alvo começamos a te chamar de princesinha?

–Lembro. –Respondi rindo. –Eu odiava vocês por isso.

–E era por esse motivo que te chamávamos assim. E também porque você era chata demais quando o assunto era jogar Quadribol.

–Vocês eram insuportáveis. –Ele riu. –E sabiam que eu odiava jogar Quadribol, mas como eram a maioria sempre ganhavam na escolha das brincadeiras.

–De qualquer forma, feliz Natal Princesinha. –Foi quando Ronan tirou uma pequena caixa do bolso e me entregou. Ao abri-la vi que ali havia um anel em formato de coroa, o que me fez sorrir. –E tem mais uma coisa.

Ele tirou a varinha e tocou-o uma vez, transformando-o em uma coroa de verdade e colocando-a em mim. Eu não fazia ideia do que dizer, e acho que ele percebeu isso já que deu um beijo em minha bochecha e saiu, me deixando ali sozinha.

Eu fiquei um bom tempo ali pensando no que ele disse. Por que as coisas tem que ser tão complicadas? Ou melhor, por que o Ronan tem que ser tão complicado?

–Annia? –Ouvi uma voz e me virei me deparando com minha mãe. –Onde você estava? Eu te procurei por... Que coroa é essa?

–Presente do Ronan. –Respondi e ela me olhou desconfiada, mas resolveu não falar nada.

–Venha, está na hora de contar a grande novidade.

–Não vamos esperar o James e os outros?

–Todos já estão na sala, só falta você.

Nós voltamos juntas para casa e lá vi Chris e Nina juntos. Estavam conversando, sorrindo, acho que a pesquisa foi boa. James se aproximou de mim pegando minha mão, o que me fez sorrir. Todos nós olhávamos para meus pais, que tinham um sorriso no rosto.

–Quando Hermione e eu nos casamos nós éramos jovens e alguns disseram que poderia não dar certo ou que deveríamos esperar um pouco até termos certeza se era isso mesmo que queríamos. É claro que nós não ligamos pra nada disso, simplesmente nos casamos, e alguns meses depois ela me contou que estava grávida. Quando a Annia nasceu eu senti que tudo estava completo.

Eu sorri emocionada já imaginando aonde ele queria chegar com todo aquele discurso.

“Mas depois de cinco anos ela me contou que estava grávida de novo. Estávamos passando por algumas dificuldades, e quando Scorpius veio rapidamente tudo melhorou. Assim como ele me fez perceber que eu deveria ficar ao lado dela pra sempre ele também me mostrou que nada estava completo antes, mas ficou completo naquele momento.”

–E agora que eu descobri que estou grávida de novo... –Todos sorriram espantados, alguns dizendo que não acreditavam o que fez minha mãe rir. –Eu sei, também fiquei em choque com a notícia. Percebemos que as coisas serão completas quando o mais novo membro da família nascer.

Meu pai deu um selinho em minha mãe e eu lancei um olhar a Scorp, que parecia no mínimo assustado com a notícia o que me fez rir.

–Acho que alguém vai deixar de ser o caçula. –Falei bagunçando seus cabelos.

–Só espero que o bebê não chore durante a noite. Eu preciso dormir! –Nós rimos e eu me virei para James.

–E depois de doze anos eles não cansaram. –O Grifinório disse rindo.

–Será que vão cansar algum dia? –Ele deu de ombros.

Eu e Scorp fomos juntos até eles e abraçamos minha mãe ao mesmo tempo. Aos nos soltar ela beijou meu rosto e o dele, com um sorriso lindo.

–O que acharam da notícia? –Meu pai perguntou e eu o abracei apertado.

–Tá brincando? É ótima! Já escolheram o nome?

–Estávamos pensando em fazer isso juntos. –Ela disse enquanto meu pai segurava sua cintura.

–Vai ser um menino? –Scorp perguntou.

–Não, tem que ser uma menina. –Falei.

–Lógico que não, já estamos cheios de primas.

–Nós temos primos também.

–Mas eles não são da minha idade. –O loiro disse como se fosse óbvio.

–Pelo menos alguém entende o que eu sentia quando era criança e tinha que brincar com James, Alvo e Ronan. –Eu ri e ele revirou os olhos.

–Eu espero que seja uma menina. –Minha mãe falou sorridente olhando para o meu pai.

–Você quer que eu enlouqueça não é amor? –Meu pai respondeu e ela riu beijando-o.

Só espero que tudo continue bem e eles não briguem mais...