~Pov Nina

Eu estava sob os cuidados de Madame Pomfrey enquanto Chris estava sentado esperando. Meu braço doía muito e a cada gemido meu ele olhava preocupado, o que era bem engraçado.

–Creio que terá de usar uma tipoia senhorita Cohen.

–O quê? –Eu e Chris perguntamos juntos.

–Mas está tudo bem não é? Ela não se machucou tanto assim, não pode ter se machucado...

–Senhor Collins se acalme. –Pediu Madame Pomfrey. –Ela deslocou o ombro. Se usar a tipoia e tomar as poções nos horários certos logo estará com ele no lugar certo.

–Quanto tempo? –Perguntei.

–Creio que assim que saírem para o Natal poderá tirar. –Nós balançamos a cabeça concordando e depois de pegar as poções saímos juntos da enfermaria.

–Seu braço está doendo? –Chris perguntou e eu balancei a cabeça negando. -Por sorte nosso próximo jogo será depois do feriado. –Balancei a cabeça mais uma vez e ele olhou pra mim. –Não vai dizer nada?

–O que foi aquilo no campo? –Perguntei. –Quero dizer, aquilo é verdade ou só falou daquele jeito para que a pressão psicológica me fizesse aceitar ir com você á Hogsmeade?

–Aquilo foi tudo o que eu não disse, mas deveria ter dito quando ficou com raiva de mim. Eu sei que eu estava errado Nina, só não queria aceitar o que estava acontecendo.

–E o que era?

–Pela primeira vez eu estava me apegando a alguma garota que eu havia ficado.

–E isso não é bom?

–Não, isso é péssimo. –Ele disse e nós rimos.

–Talvez não seja tão ruim assim. –Murmurei e ele deu de ombros.

–É o que vamos descobrir em Hogsmeade.

~Pov Annia

Depois da biblioteca a Goulartt voltou ao salão comunal para a festa de comemoração pela vitória no jogo de Quadribol. Todos estavam lá dançando, bebendo, ficando com a primeira pessoa que encontravam, exceto Chris e Nina. Eles ainda não haviam aparecido. Eu estava sentada bebendo um pouco de cerveja amanteigada quando Ronan se sentou ao meu lado me fazendo sorrir.

–Parabéns, foi um excelente jogo. –Falei olhando em seus olhos, que ás vezes pareciam tão sonhadores quanto os da tia Luna.

–Obrigado. Quem diria que pra fazer o Chris e a Nina se acertarem de uma vez era só fazê-los apostar alguma coisa. –Eu balancei a cabeça rindo. –Acha que vai dar certo dessa vez?

–Se ele não for um idiota pode ser que sim.

–Animada para o Natal?

–Sim e você?

–Também. Minha mãe me mandou uma carta dizendo que eles farão a melhor festa de Natal de todas, mas não me disse se vai ser na sua casa ou na da tia Gina.

–Eu vou perguntar a minha mãe, ver se consigo alguma coisa. –Falei e ele sorriu balançando a cabeça.

Aplausos e vivas foram ouvidas, fazendo com que eu e Ronan prestássemos atenção na entrada do Salão. Ali estavam Nina e Chris sorrindo. A ruiva estava com uma tipoia e depois de trocar algumas palavras com o capitão do time eles se separaram e ela veio até mim.

–Como você está? –Perguntei sorrindo.

–Cansada, mas bem. –Ela disse rindo. –Vai ficar para a festa?

–Não estou muito animada.

–Então vem, eu preciso falar com você. –Nina disse sorrindo e nós fomos juntas para o quarto.

–Vai ter que usar isso por muito tempo? –Perguntei assim que entramos e ela se sentou em sua cama.

–Não. Quando sairmos para o feriado eu vou poder tirar.

–E o que foi aquilo depois do jogo senhorita Cohen? –Falei sorrindo, me sentando de frente pra ela, que riu.

–O Collins é um cretino. –Ela disse, mas ainda continuou rindo, o que me fez arquear as sobrancelhas.

–Ele disse mais alguma coisa quando te levou para enfermaria?

–Só que não deveria ter feito aquilo comigo e que tudo o que disse era verdade, não era só pra que eu aceitasse ir á Hogsmeade com ele.

–E você vai?

–Mesmo não acreditando que ele possa ter mudado eu vou. Eu disse que iria.

–Por que não acredita?

–Querendo ou não ele ainda é o Chris Collins que eu conheci, e ele não mudaria sem motivo algum.

–Nina você é tão complicada. –Falei e ela revirou os olhos rindo.

–Eu só disse a verdade Annia. E você? Continua com o Potter? –Eu balancei a cabeça assentindo. –Esse namoro é sério mesmo?

–Acho que sim, quero dizer, não dizemos que nos amamos, mas acho que somos...

–Você o ama ou ainda gosta do Zabini? –Eu desviei o olhar e ela suspirou. –Sabe que se estalar os dedos você tem o Ronan não é? Ele terminou com a Amélia e finalmente abriu os olhos, ele está vendo você agora.

–Talvez eu esteja cansada demais para estalar os dedos. –Murmurei.

–Vai continuar com esse namoro?

–Eu gosto do James e estou gostando muito do que temos. Ele me faz tão bem...

–Depois eu que sou a complicada. –Nina disse e nós rimos.

–Eu tenho que te contar uma coisa. –Falei e ela olhou em meus olhos séria. –Eu segui a Amélia hoje.

–Você o quê? Ficou louca? E se ela te visse?

–Ela não viu, calma. Fiquei pensando naquela conversa que tivemos e quando a vi sozinha no corredor não resisti. Ela foi até a Sessão Reservada pegar alguma receita para uma poção dos sonhos.

–Poção dos Sonhos? O que a Goulartt poderia querer com uma poção dos sonhos?

–Já tentou pensar de outro modo? –Ela me olhou sem entender e eu baixei o tom de voz para que ninguém me ouvisse. –O que Lucius poderia querer com uma poção dos sonhos?

–Annia eu sei que você a odeia e que pode ser que ela esteja mesmo envolvida com ele, mas não acha que Lucius escolheria outra pessoa para ajudá-lo?

–Você ouviu o que ela disse, como se estivesse mesmo com ele.

–Eu sei, eu ouvi, mas acho que Lucius Malfoy não colocaria tudo nas mãos de alguém como a Goulartt. Talvez procurasse alguém mais inteligente, que você não desconfiaria.

–Eu não sei, mas vou continuar de olho nela até descobrir o que ela quer com a tal poção.

~Pov Alison

Eu estava sentada na biblioteca lendo quando alguém se sentou de frente pra mim. Quando levantei os olhos vi que era James, e ele tinha um lindo sorriso nos lábios, o que me fez perder completamente o rumo da história.

–O que foi? –Perguntei rindo um pouco desconcertada.

–Vim te fazer companhia. –Ele disse e eu franzi a sobrancelha. –Ultimamente você está muito sozinha Ally.

–Por que acha isso?

–Porque antes você falava comigo, agora nem isso. –Eu revirei os olhos rindo.

–Está com saudades Potter?

–Talvez. –James sorriu também, pegando o livro que estava em minhas mãos e fechando-o.

–Ei eu estava lendo.

–Não estava não. Vem comigo. –Eu suspirei casada e me levantei, saindo dali com ele.

Nós seguimos até a cozinha e os elfos trouxeram várias comidas para nós dois. Eu não estava com muita fome, esses dias eu quase não sentia fome, mas eu me forcei a comer um pouco para que ele não pensasse que eu não havia melhorado.

–Já tem planos para o Natal? –Perguntei.

–Já. Todo ano a família se junta e faz um jantar ou algo do tipo, você vai ao desse ano não é?

–Eu não sei, vai depender da minha mãe. Tenho que aproveitar esse tempo com ela antes que...

–“Antes que...”?

–Antes que ela morra. –Falei olhando-o séria. Ele parecia assustado com o que eu disse.

–Por quê? O que aconteceu? Ela está doente?

–Não, não é nada disso. –Dei um sorriso triste. –Sabe que meus pais estão se separando não é?

–Sei, você disse quando nos conhecemos.

–As Veelas só se apaixonam uma vez na vida, e é pra valer. Se não for recíproco ela vai adoecendo aos poucos até não aguentar mais. –Murmurei. –O meu pai amava a minha mãe, mas de uns tempos pra cá ele colocou na cabeça que era tudo um tipo de magia Veela sinistra e que ele não sente mais nada por ela. Até anda tomando algumas poções para cortar o encanto.

–Mas isso é horrível! Ele não sabe que sua mãe vai morrer se ele continuar com isso?

–Não.

–E não vai dizer a ele?

–Também não. Acho que se fosse comigo eu não gostaria que o meu “escolhido” soubesse.

–E por que não? Você morreria!

–Ele não poderia fazer nada por mim. Se ele não me tivesse me amado até aquele momento não seria ali que ele começaria a me amar.

–Então quer dizer que isso pode acontecer com você também?

–Uma droga não é? Mas eu infelizmente não posso mudar isso. –Respondi dando de ombros e me levantando. –Eu estou com sono, nos vemos amanhã.

–Ally espera... –Ele pediu e eu me virei. –Vai me dizer se estiver morrendo não é?

–Não. –Falei rindo como se fosse óbvio. –Aah, por Merlin Potter se ficar com essa cara pra mim eu vou te jogar um Crucio.

–Que cara?

–Essa. –Eu cruzei os braços.

–Aquele desmaio não significa que você...? –James perguntou sério.

–Não! Pelas cuecas de Merlin, não! –Respondi bagunçando os meus cabelos. –Eu estava estressada, só isso. Vem logo James!

Ele me deixou em frente o Salão Comunal da Corvinal e depois eu fui até o quarto. Eu havia mentido e por algum motivo senti que ele não acreditou totalmente em mim, mas era melhor assim, eu só tinha que aguentar até o fim das aulas e depois dizer que eu iria me mudar para a nova casa do meu pai no Canadá. Ninguém desconfiaria.