~Pov Nina

O frio chegou e com ele todos nós começamos a fazer nossos planos de Natal. Hoje seria o primeiro jogo de Quadribol, Sonserina contra Lufa-Lufa, e nós estávamos todos animados. Chris ainda não falava comigo, acho que ele ficou com raiva pelo que eu disse, mas pelo menos não me perguntava mais sobre Hogsmeade.

–Esse é o primeiro jogo do ano, e nós temos que iniciar tudo isso com o pé direito, ou seja, ganhando. –Começou Chris. –Nós temos novos jogadores, o que significa que temos vantagem, já que o outro time não sabe o jeito como eles jogam. Essa vai ser a primeira, de muitas outras vitórias, e eu espero que esse ano, o meu último ano, seja marcado pela nossa vitória, quero encerrar esses 7 anos levando a taça das casas, e eu sei que nós vamos conseguir.

Ele sorriu e seus olhos pousaram em mim por um tempo. Eu retribuí o olhar e depois de um tempo ele se virou.

–E se ganharmos teremos uma festinha no salão comunal. –Disse Elizabeth, uma das garotas do time que vivia babando no capitão. Ela piscou o olho para ele, que riu me fazendo revirar os olhos.

–Idiota. –Murmurei quando ele passou ao meu lado.

–Vamos lá.

Assim que saímos do vestiário, contornando o campo em cima da vassoura, tudo o que ouvimos foram os gritos, o que fez todos do time sorrir.

–O time da Sonserina parece confiante, trazendo dois novos jogadores. O apanhador Louis Mason e a batedora Nina Cohen... Será que a ruiva dá conta? Isso eu não sei, veremos no jogo de hoje, mas o capitão Chris Collins parece confiante com sua escolha. –Disse Nathan Burner, o garoto gordinho que narrava os jogos.

“E aí vem o time da Lufa-Lufa! Também trazendo novos jogadores, como o goleiro Dave Swason, e os batedores, Harry Tavies e Michael Benning.” Os lufanos voaram em torno do campo e Madame Hooch apitou dando início a partida.

“Chris começa com a goles passando-a rapidamente para Morgan, que quase é acertado por um balaço de Tavies... Os apanhadores ainda não tem nenhum sinal do pomo, o que nos resta é esperar... Collins pega a goles mais uma vez e depois de confundir os jogadores da Lufa-Lufa ele vai em direção ao aro e... 10 PONTOS PARA A SONSERINA!”

Os gritos e vivas das arquibancadas eram altos, principalmente das garotas. Esperei que ele fosse até qualquer uma delas para comemorar como na maioria das vezes, que era beijando uma delas, mas ele não o fez, apenas sorriu... Estranho. O que ele está aprontando?

“Os lufanos não gostaram nada, parece que vão revidar. Um balaço na direção de Jason Shinnon da Lufa-Lufa lançado pela ruiva mais linda de todas, Nina Cohen... Tem certeza que não quer sair comigo?”

Eu gargalhei balançando a cabeça assentindo. Chris bufou, pegando a goles com raiva. Ele voou na direção do goleiro lufano, e por um momento eu achei que eles iriam bater, mas faltando alguns centímetros pra isso o goleiro simplesmente desviou e Chris entrou dentro de um dos aros, marcando mais pontos.

“MAIS 10 PONTOS PARA A SONSERINA! Eles realmente vieram pra ganhar.”

Quando os Lufanos pegaram a goles e finalmente marcaram os primeiros pontos nós já estávamos com 40. O capitão do time da Lufa-Lufa conseguiu pegar a goles de Chris e jogou na direção dos aros, mas por sorte Ronan defendeu.

“Parece que os apanhadores viram algo.” O apanhador da Lufa-Lufa vinha na frente, então o outro batedor da Sonserina mandou um balaço em sua direção, obrigando-o a desviar, ficando pra trás.

Ao procurar pelo outro balaço vi que ele ia na direção de Chris, e iria acertá-lo em cheio, já que ele estava esperando para receber o passe. Voei rapidamente até ele e com força mandei o balaço de volta. Ele se assustou e olhou pra mim quando gritei de dor, devo ter batido no balaço de mau jeito, já que meu braço doía muito, mas eu aguentaria até o fim do jogo.

“O apanhador da Sonserina continua sua busca pelo pomo sem se importar com o apanhador da Lufa-Lufa que está atrás... Mais um pouco e... LOUIS MASON PEGA O POMO, VITÓRIA DA SONSERINA!”

Todos comemoraram e eu sorri, descendo da vassoura. A dor fez meus olhos se encherem de lágimas. Mais tarde eu comemoraria com eles. Com minha vassoura em uma das mãos eu segui o caminho para deixar o campo, mas uma voz me fez voltar.

–Eu tenho que falar uma coisa... –Espera... Era o Chris? –Nina? –Ele chamou e eu me virei olhando-o, estranhando tudo aquilo. Com a ajuda da varinha ele fazia sua voz ficar mais alta, sendo ouvida por todos no campo. –Pode vir aqui, por favor?

–Seu idiota eu mato você. –Murmurei forçando um sorriso e subindo em minha vassoura para voltar mais rápido. –O que está fazendo Collins? –Perguntei irritada e corando de vergonha.

–Eu sei que se machucou, mas eu preciso de um minuto pra te provar que não sou tão idiota assim.

–Eu vou te matar. –Ameacei.

–Você pediu por isso, não reclame. –Eu bufei e ele riu. Todos tinham os olhos grudados em nós. –Eu sei que no 4º ano quando saímos eu fui um idiota com você e que eu não deveria ter te machucado daquele jeito, não deveria ter te tratado como mais uma das garotas que eu fico porque você é diferente de todas elas.

–Para com isso! –Mandei, mas ele me ignorou.

–Eu admito que eu estava errado e que quando nós brigamos eu queria ter feito você ficar. Eu sei também que é tarde demais, mas eu gostaria de tentar de novo com você. Aquele dia que me disse que eu acabaria sozinho, tudo o que eu pensava era no modo como você me abraçava e no quanto eu queria que estivesse errada. Então, o que acha? Podemos começar de novo?

Todos estavam com os olhos arregalados esperando a minha resposta, mas eu não sabia o que dizer. As garotas que costumavam ser o passatempo dele me olhavam com ódio, então eu simplesmente tive uma crise de risos, o que o fez rir também.

–Não sei, podemos ir á Hogsmeade. O que acha? –Perguntei ainda rindo.

–Acho ótimo. –Chris disse sorrindo.

Alguns aplaudiram, outros não, então nós descemos da vassoura. Ele pegou a minha e nós seguimos juntos para a enfermaria, as dores só aumentavam cada vez mais, por isso apressamos o passo. Eu ainda estava com vontade de matá-lo, mas de certa forma era engraçado como tudo aconteceu.

~Pov Annia

Eu estava indo até a enfermaria para ver como Nina estava quando vi Amélia sozinha no corredor. Aquilo que ela havia dito ainda estava na minha cabeça e eu descobriria o que ela quis dizer, então eu resolvi segui-la.

Fui andando silenciosamente atrás dela, me surpreendendo ao vê-la entrar na biblioteca. Desde o primeiro ano eu só a vi ali por dois motivos, um deles era Ronan e o outro eram os trabalhos.

Goulartt aproveitou que Madame Pince havia se virado para colocar alguns livros na prateleira e correu para que ela não a visse ali. Eu fiz o mesmo. A castanha seguiu até a Seção Reservada e após eu entrar eu vi que ela tinha um papel nas mãos. Amélia o leu mais uma vez e o amassou, jogando-o em algum canto.

Eu o peguei e vi que ali havia o nome de um livro, era “Poções e Encantamentos dos Sonhos” o que era um tanto estranho. O que ela queria com isso? Me escondi em uma das prateleiras e ela pegou o tal livro.

Era grande e velho, com a cor azul. Amélia olhou para ver se não havia ninguém ali e começou a procurar por algo no livro. Quando finalmente achou ela arrancou uma folha e simplesmente saiu após colocá-lo no lugar.

Quando tive certeza de que ela havia saído eu corri até o livro e o peguei procurando a página que faltava, se eu soubesse o número eu poderia conseguir o livro pra ver o que ela tanto queria. Depois de um tempo procurando vi que a página que faltava era a de número 513/514 e estava na parte das poções.

A pergunta que não quer calar: Por que Amélia queria uma poção dos sonhos? E se fosse pra Lucius, o que ele faria com isso?

~Pov Scorpius

O jogo havia acabado e todos seguiram para o salão comunal. A festa começaria logo, só estavam esperando Chris e Nina voltarem da enfermaria. Fui até o meu quarto desenhar alguma coisa, mas haviam alguns imbecis lá. E Martin estava entre eles.

–Olá Malfoy. –Falou o idiota que ainda usava o uniforme de Quadribol.

–O que querem? –Perguntei cruzando os braços.

–Temos algumas notícias pra você. –Fiz um sinal para que ele continuasse. –A primeira delas é que eles trocaram a minha aposta, o que significa que não vamos mais mexer com a sua priminha, namoradinha, seja o que for.

–E quais são as outras?

–Nós pensamos, “o que pode ser mais divertido do que ver Rose Weasley envergonhada na frente de toda a escola?” e eu cheguei a uma conclusão.

–Que seria?

–Bater em você. –Eu revirei os olhos quando ele disse sorrindo. – É sério, eu achei bem divertido. O que me diz?

–Eu digo que vocês são imbecis sem mais o que fazer.

–O acordo é o seguinte, não faremos nada com a ruivinha insuportável e até podemos devolver as varinhas e esse colar idiota... –Jenkins disse tirando o colar da sorte de Rose do bolso. –Mas você terá que ser a nossa diversão.

–E por que estão oferecendo um acordo? –Perguntei desconfiado.

–É mais humilhante do que simplesmente chegarmos te batendo. –Disse um dos imbecis e todos riram. –Aceita ou não? Mas antes saiba que se você recusar nós vamos te bater do mesmo jeito e depois vamos atrás da outra pirralha.

–E se contar pra alguém nós vamos te quebrar em pedaços.

–Acho que eu não tenho muita escolha não é? –Murmurei.

–Cuidado com o rosto, a irmã dele pode perceber e ir atrás McGonagall.

Jenkins colocou a minha varinha e a de Rose em cima da cama, o colar da sorte da ruiva ao lado. Todos eles sorriam enquanto eu apenas não revidava, desejando que aquilo acabasse logo.

Tudo bem Scorpius – eu disse a mim mesmo – pelo menos eles não farão nada com a Rose.