~Pov Annia

Eu e James voltamos ao quarto para ver como Alison estava, mas nada havia mudado. Ele ainda estava com raiva pelo que inventaram, então estava tentando adiar cada vez mais sua ida até o Salão Comunal da Grifinória, queria evitar as perguntas pelo menos até amanhã.

–Sinto muito, mas vocês vão ter que ir. Já passou da hora do jantar. –Disse Madame Pomfrey.

–Tudo bem, amanhã nós voltamos. –Falei ao ver a preocupação dele.

Ao sairmos da enfermaria e cruzarmos o corredor lado a lado fomos surpreendido por um Alvo que tinha os braços cruzados e um cabelo bagunçado de preocupação. Eu sabia o que ele perguntaria, assim como tinha certeza que isso poderia causar uma briga entre ele e o irmão mais velho.

–Finalmente te achei. –Ele disse respirando fundo e se aproximando do irmão. –Como ela está?

–Bem. –James murmurou.

–Sabe que a mamãe e o papai vão surtar não é? Vocês só têm 17 anos, deveriam ter pensado nisso antes de...

–Por Merlin Alvo pare de falar se não quiser levar um Crucio. –James respirou fundo ficando vermelho de raiva. –Ela não está grávida!

–Você tem certeza disso?

–É LÓGICO QUE EU TENHO!

–Então você é mais responsável do que eu pensei... –Ele revirou os olhos respirando fundo. - Parabéns pelo namoro com a Veela.

–Dá pra parar de chamá-la assim? O nome dela é Alison. E nós não est...

–Okay, parabéns pelo namoro com a Alison. –Alvo disse sorrindo e James bufou.

–JAMES! –Ouvimos o grito de Lily e logo vemos a pequena ruiva correr até o irmão abraçando-o.

–O que foi?

–É verdade o que estão dizendo? –Ela sorriu e ele foi até a parede batendo a cabeça ali algumas vezes fazendo a pequena estranhar.

–Calma, ela só tem 12 anos. –Falei e ele respirou fundo parando com aquilo.

–Não Lily. –Ele respondeu e a pequena pareceu triste. –O que foi?

–Eu queria ser tia. –Nós rimos e James beijou o rosto dela.

–Acho que se a Ally estivesse grávida a mamãe me mataria.

–Mas o bebê de vocês seria tão fofo e lindo!

–Sinto muito, mas eu não quero ter um bebê cedo assim.

–Mas um dia você e o Alvo terão que me dar sobrinhos.

–Quem sabe um dia eu e Tessa pensamos nisso...

Quando chegamos á Sala Precisa, James e eu nos deitamos na cama e ele riu, o que me fez estranhar. Há poucos minutos ele estava irritado e agora é como se nunca tivesse acontecido.

–O que foi? –Ele me abraçou, acariciando meus cabelos.

–Imagina o que minha mãe diria se fosse verdade. –Eu imaginei e gargalhei também.

–Acho que seria algo do tipo “James Sirius! O que você tem na cabeça? Engravidar a Alison? Olha bem pra mim, eu tenho idade pra ser avó?!” – Comecei e ele riu mais. -“Pensou em como cuidaria dessa criança?! Você ainda não terminou os estudos, não trabalha e a Alison também não! Sem contar que ela pode ir embora do país a qualquer momento, os pais dela estão se separando! E se ela ficar com a mãe? Você não vai para a França!”

–Acho que meu pai ficaria sentado me olhando como se dissesse “Eu deveria ter escolhido outro nome pra você”. –Nós gargalhamos e ele beijou meu rosto. –Às vezes fico pensando no meu avô. Eu queria muito ter conhecido a minha avó, mas todos falam tanto do meu avô comigo que é como se eu o conhecesse. Dizem que somos parecidos.

–Eu também queria ter conhecido a minha avó. Acho que desde que ela morreu o meu pai nunca mais foi o mesmo.

–As coisas seriam muito diferentes se todos estivessem vivos. –Eu balancei a cabeça concordando pensativa e com alguns beijos e carícias encerramos a noite.

~Pov Scorpius

Eu não estava indo ás aulas porque não conseguia ver muita coisa, mas após a Minerva vir conversar comigo eu tive que me esforçar. A primeira aula era em conjunto com a Grifinória, o que significa que eu terei Rose me enchendo o tempo todo.

Ela me ajudava a chegar ao salão principal todos os dias para o café da manhã, o que significava que brigávamos mais, já que ela não parava de me encher para ir até a Madame Pomfrey. Alguém segurou meu braço e logo o perfume da ruiva invadiu minhas narinas.

–Bom dia. –Ela disse.

–Bom dia. –Respondi desanimado, ainda com sono.

–Consegue ver alguma coisa?

–Sim, estou curado. –Menti.

–Quantos dedos tem aqui?

–Que coisa mais idiota Rose. –Falei forçando o riso torcendo para que ela não insistisse naquilo.

–Idiota, mas funciona. Agora responde, quanto dedos?

–Quatro. –Chutei.

–ERRADO! –Ela me deu alguns tapas fracos enquanto eu tentava me defender. –Agora diga a verdade.

–Não me parece mais tão escuro, mas ainda não vejo normalmente. –Confessei esfregando o braço que doía pelos tapas.

–Isso é bom, nós temos uma melhora.

–Grande melhora. –Falei irônico.

–Você tem que ir até a Madame Pomfrey. –Eu suspirei cansado daquela conversa.

–Não vai parar de me encher?

–Só quando você for até lá.

–Okay, você venceu Weasley, vamos até a enfermaria, mas se ela perguntar o motivo é bom que você tenha um, porque eu não tenho.

–Grosso. –A ruiva puxou meu braço e me levou até lá rapidamente. –Bom dia Madame Pomfrey.

–Bom dia senhorita Weasley, está tudo bem?

–Comigo sim, mas o Scorpius... Ele foi atingido por algum feitiço que ricocheteou. Não consegue ver.

Após algumas horas eu já conseguia enxergar de novo, e quando me perguntou sobre o olho que ainda estava um pouco roxo eu simplesmente disse “Bati o rosto em alguma coisa quando tentei vir sozinho”. Eu sabia que ela não acreditara, mas mesmo assim resolveu não perguntar mais nada.

–Acho que não vai precisar mais de mim. –Rose disse ao sairmos da enfermaria.

–Feliz por ter se livrado do primo mais lindo de todos?

–Até que você não é tão insuportável assim. –Nós rimos. –Obrigada.

–Por quê?

–Por ter me ajudado com o Martin... Acho que eu continuaria sendo idiota se você não tivesse chegado

–Você é minha prima Rose, por mais chata que seja eu tenho que te impedir de fazer burradas. –Ela deu um pequeno sorriso.

–Se ele continuar a te procurar me diga. Obrigado por cuidar de mim. –Ela balançou a cabeça e beijou meu rosto. Um beijo demorado que me deixou um tanto em choque.

Depois disso ela saiu rindo, me deixando sozinho naquele corredor. Bem... eu pensei que estava sozinho. Quando eu fui em direção á sala de aula de DCAT – já que eu perdi um tempo na enfermaria – encontrei Martin e mais três idiotas. Revirei os olhos e segui meu caminho como se não me importasse, mas eu sabia que não seria tão fácil.

–Volta aqui Malfoy. –Ele disse e eu parei, respirando fundo para me acalmar. –Precisamos ter uma conversinha com você.

–Estou ouvindo. –Falei me virando, encarando-os e cruzando os braços.

–Há quanto tempo sai com a minha garota? –Jenkins disse e um dos amiguinhos que estava com uma varinha usou algum feitiço que me levantou pelo tornozelo, me deixando de cabeça pra baixo. Eles riram e eu revirei os olhos.

–Tem tanto medo que eu acabe com vocês três que não podem me devolver minha varinha para um duelo justo? –Falei com ar de indiferença e acabei levando um soco.

–Responda pirralho.

–Ela não é sua garota. –Falei ainda gemendo.

–E de quem é? Sua? Eu sou muito melhor que você.

–Parece que ela não acha isso. –Mais um soco e logo senti o gosto de sangue em minha boca...

–Não importa, Rose é a minha aposta e eu nunca perdi nenhuma.

–Se chegar perto dela eu o mato. Não vê que não importa o que faça ela não vai ajuda-lo nisso? Você não vai perder a aposta, você já perdeu.

–Ele tem razão Martin. –Disse o imbecil que me colocou de cabeça pra baixo.

–Silêncio! –Todos se calaram e o olharam. –E se houvesse algum jeito de trocar a aposta do ano?

–Não acho que seja possível. –O outro disse. –Você teria que conseguir algo muito mais divertido do que ver uma pirralha de 12 anos sendo envergonhada em público.

Jenkins olhou pra mim sorrindo e eu bufei tentando imaginar o que ele faria. Cruzei os braços o encarando, já cansado daquele papo idiota. Provavelmente a Minerva falaria comigo de novo.

–Coloque-o no chão. –Mandou e logo eu caí. –Eu volto com notícias.