~Pov Amélia

Eu estava sentada no Salão Principal esperando pelo Collins, precisava saber que aposta era aquela que a Malfoy e a Cohen estavam falando noite passada, e quando ele chegou – acompanhado do Ronan, como sempre – eu fingi não me importar e caminhei até ele, que levou as mãos até a boca tampando-a quando viu que era com ele que eu queria falar.

–Oi Chris! –Falei sorrindo mesmo estranhando aquela atitude dele.

–Oi? –Ele disse franzindo as sobrancelhas.

–Nossa, vai tentar pegar o Chris agora Goulartt? Boa sorte. Mesmo sabendo que ele leva qualquer uma pra cama tenho certeza que ele não ficaria com a ex do Ronan.

–Eu não estou tentando nada Weasley perdida. –Encarei a ruiva que tinha os braços cruzados me olhando de forma superior - Apenas preciso conversar com ele.

–Fala logo. –Ele disse e eu revirei os olhos, tomando forças já que eu o odiava por sempre tentar fazer Ronan terminar comigo quando namorávamos. Acho que dessa vez ele conseguiu.

–Vem comigo... –Eu sorri e peguei sua mão, ignorando a careta que ele fazia e o puxei até o ponto mais afastado da enorme mesa da Sonserina.

–Sabe que se tentar alguma coisa eu faço um escândalo pior que o que você faria se tivesse uma barata no seu cabelo não é? –Chris disse pegando um pouco do suco de abóbora. –Grito mais que mulher querida.

–Eu já disse que não vou te beijar seu idiota! –Ele arqueou as sobrancelhas e eu respirei fundo. –Me desculpa.

–Prefiro assim. –Ele sorriu e piscou o olho, comendo alguma coisa que estava na mesa. –O que quer Chiclete?

–Eu agradeceria se não me chamasse assim.

–Que legal hein Chiclete. –Bufei sabendo que ele não pararia. –O que quer?

–Quero saber dos testes para o Quadribol.

–Oi? Você...? Olha, eu não vou te colocar no time. Ronan é um dos melhores e você pode atrapalhar o rendimento dele. Na verdade, eu sei que vai atrapalhar.

–Eu não quero entrar para o time, e mesmo que eu quisesse você é um idiota por nem ao menos me ver jogando antes de me expulsar do time.

–Eu sei que é péssima em Quadribol, não preciso ver você jogando pra dizer isso. –Eu revirei os olhos mais uma vez. –É só isso?

–Não. Só por curiosidade, que aposta você fez com a Weasley perdida?

–Por que quer saber?

OH MEU MERLIN EU JÁ DISSE QUE ODEIO ESSE IMBECIL?? NÃO SEI COMO A COHEN PODE GOSTAR DELE!

–Sabe... –Falei baixinho, sorrindo e me aproximando um pouco mais, sussurrando em seu ouvido. –Eu posso te ajudar a ganhar se quiser.

–Se você não se afastar agora eu começo a gritar. –Eu bufei, arredando um pouco. –Eu não preciso da sua ajuda pra ganhar dela. Faço isso sozinho Chiclete.

Christian piscou o olho e se levantou indo em direção ao Ronan e os outros. Mais um para a lista de quem eu preciso me vingar. Me aguarde Chris Collins, seus dias de Rei nessa escola acabarão mais cedo do que pensa.

~Pov Annia

Eu estava sentada com Ronan e Nina, todos falando sobre o que a Goulartt queria com o Chris. Ronan estava sentado ao meu lado comendo enquanto Nina fuzilava a vadia com o olhar.

–Acho que se ele não sair logo de lá ele vai dormir. –Disse Ronan gargalhando, me fazendo rir também. –Parece tão interessado no que ela está dizendo. –Ironizou.

–Espero que ele não seja tão idiota a ponto de ficar com ela. –A ruiva falou. –Quero dizer, ela é sua ex Ronan, como se sentiria?

–Bem... Eu teria um motivo pra chamá-lo de imbecil pelo resto da vida não é? Ele me chama assim. –O loiro então gargalhou, me fazendo rir também. Eu nem me lembrava mais da última vez que o ouvi rir daquele jeito.

–Ele está vindo. –Falei e todos nós olhamos quando ele se sentou ao lado da ruiva roubando a maçã que estava em sua mão.

–Ei! É a minha maçã!

–Não mais minha ruiva.

–Sua ruiva é o soco que eu vou te dar. –Ele então mordeu e ela bufou. –Idiota.

–E então, o que a vadia queria com você? –Perguntei.

–Falar de Quadribol. –Nós estranhamos e ele deu de ombros. –Primeiro ela me perguntou quando começavam os testes e depois quando eu disse que ela jamais entraria no time ela perguntou da aposta, me ofereceu ajuda e quando eu neguei ela começou a me olhar daquele jeito.

Chris apontou para Amélia, que estava sentada encarando-o. Ela tinha ódio no olhar, o que nos fez rir. O garoto então sorriu e acenou pra ela, que soltou um gritinho e saiu do salão, nos fazendo rir mais.

–Por que negou ajuda? E como ela sabe da aposta? Você disse?!

–Não. Pensei que você tivesse dito. –Ele então deu de ombros e piscou. –Amor, eu não preciso de ajuda pra ganhar de você.

–Veremos amanhã então. –Nina piscou o olho sorrindo.

*-*

Tínhamos um horário vago e eu estava sentada no jardim quando sinto um par de olhos em mim. Quando me virei lá estava James, ele sorria e tinha um livro nas mãos.

–Sabe, eu estava lendo isso e me lembrei de uma coisa hoje. –Ele disse se aproximando, sentando-se ao meu lado e deixando o livro de lado.

–De que? –Eu sorri olhando em seus olhos. –Posso ver?

–Vamos lá, eu vou te dar uma dica: “Embora a Morte procurasse o terceiro irmão durante muitos anos, jamais conseguiu encontrá-lo. Somente quando atingiu uma idade avançada foi que o irmão mais moço despiu a Capa da Invisibilidade e deu-a de presente ao filho.” –Ele começou, colocando Os Contos de Beedle O Bardo em minhas mãos e eu sorri me lembrando também.

–“Acolheu, então, a Morte como uma velha amiga e acompanhou-a de bom grado, e, iguais, partiram desta vida.” – Completei e ele sorriu, me abraçando.

–Pelo visto você também se lembra.

–Impossível me esquecer! Quando minha mãe contou pela primeira vez eu me apaixonei, mas não me lembro onde coloquei o meu livro. –James então abriu o que havia trago na primeira página e ali estava o meu nome, o que me fez sorrir ainda mais.

–Oh meu Merlin James onde estava?! –Eu então o abracei apertado e beijei o seu rosto.

–Lá em casa embaixo da cama da Lily.

–Aah eu me lembro disso! Eu estava lendo pra ela, mas acabei dormindo. –Nós gargalhamos. –Eu não queria aceitar que ela dormiria sem que eu contasse uma história.

–Você tinha sete anos não era? –Eu balancei a cabeça assentindo e beijei o seu rosto mais uma vez.

–Obrigada, muito mesmo.

–Não precisa agradecer, é seu.

Eu sorri, corando um pouco, e então eu resolvi falar pra ele tudo o que eu estava sentindo naquele momento. Porque eu não ficava com ele e principalmente dizer que eu não queria magoá-lo ou usá-lo.

–James... –Chamei e ele olhou em meus olhos. Ambos estávamos sérios agora. –Eu queria que soubesse que você é um cara incrível e eu... Eu até ficaria com você, mas... A questão não é essa, eu tenho medo de te magoar e aquele beijo... Eu não me sinto bem assim há muito tempo sabia? Obrigada por isso.

E então lentamente ele se aproximou de mim e tocou meu rosto. Eu fechei meus olhos e senti seus lábios tocando os meus mais uma vez.

Era como se antes tudo o que eu quisesse era voar, mas eu não encontrava asas, como se elas não pertencessem mais a mim e sim a outra pessoa. Então ele chegou e me mostrou uma maneira diferente de fazer tudo isso. Uma maneira de flutuar.

Todo o céu tinha o tom de azul dele e eu queria saber como era sentir aquilo, ele faz parecer tão real quando mesmo sabendo que eu não o amo daquela maneira continuou ao meu lado. Talvez eu só tivesse que tentar ver o céu pelo tom dele e não o tom que eu estava há anos acostumada, e quem sabe assim tudo ficasse mais louco e até melhor.