Heroes Of Tomorrow escrita por Thea


Capítulo 14
Rhee Romanoff.




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— Skyler, por favor, vá dormir! — disse Natasha, cobrindo a pequena ruiva novamente.

A ruiva mais nova tirou o cobertor de cima dela e pulo na cama.

— Não quero dormir! Dormir são para os fracos! — gritou Skyler.

— Todos já foram dormir, Sky — disse Natasha, quase implorando — Até o Collins e a Torunn. Skyler, por favor, por Deus, vá dormir.

— Não quero! — ela gritou — E não é "Skyler", é... Rhee!

Natasha revirou os olhos e se sentou, derrotada, na cama. Como uma garota de 7 anos podia ser tão elétrica?

Natasha sempre achou Sky apreciada com ela. Os mesmos cabelos ruivos e os mesmos olhos verdes. Mas Skyler tinha um temperamento... Diferente. Elétrica, brincalhona, irônica, divertida e desafiadora, Skyler sempre foi o oposto da mãe em questão "personalidade". Talvez ela tenha puxado esse temperamento do pai. Natasha não tinha certeza, ela não o tinha conhecido o pai de Skyler direito.

Os olhos da ruiva mais velha brilharam com uma ideia maluca que passou por sua cabeça. Skyler nunca foi disso mas... Bem, talvez de certo.

— Sky — chamou Natasha e a ruiva mais nova a ignorou — Rhee? — perguntou Natasha e a ruiva mais nova a encarou — Quer ouvir uma história?

Skyler se sentou, de pernas cruzadas, na sua cama de lençóis azuis e encarou a mãe. Natasha nunca havia contado histórias a ela.

— Qual? — perguntou a ruiva mais nova que, interessada, tinha abaixado o tom de voz.

Natasha sorriu aliviada com esse pequeno interesse.

— Bem, a história que vou te contar não começa com "era uma vez" — avisou Natasha — O mundo é rodeado pelo mal. Nada é um conto de fadas mas, também, nada é um pesadelo. Existe as trevas e existe a luz. Existia um grupo de seis super heróis que salvaram o mundo do mal: O Soldado, o Cavaleiro, o Monstro, o Deus, o Arqueiro e a Espiã. Juntos eles eram os Avengers, um grupo de super-heróis que salvava o mundo.

Os olhinhos da ruiva mais nova brilharam ao ouvir o começo da história. E, sem perceber, Skyler já estava deitada e coberta.

— Que tipo de mal? — perguntou Skyler.

— Todo tipo — disse Natasha com um pequeno sorriso no canto da boca — Você já ouviu falar sobre Loki? Ou Thanos? Ou as Jóias do Infinito?

A ruiva mais nova esboçou um minúsculo sorriso e Natasha já se deu como satisfeita naquela noite.

— Jóias do Infinito? — perguntou Sky.

— É — respondeu Natasha — São cinco jóias incrivelmente poderosas e inestimavelmente preciosas no universo, uma com cada poder e cor. Tem a Mente, de cor azul, a Alma, de cor verde, Realidade, de cor amarela, Tempo, de cor laranja, e Poder, de cor vermelha. Existia uma sexta joia, a do Espaço, que era de cor púrpura. Mas essa jóia se perdeu no universo e no tempo.

— O que cada um faz?

— A Mente permite acessar a mente e os sonhos de outras pessoas. A Alma permite roubar, manipular e tirar a alma de qualquer ser vivo. A Realidade pode fazer qualquer coisa. O Tempo faz você controlar o passado, presente e futuro e o Poder faz você ter qualquer poder do universo.

— E a Espaço? — perguntou Skyler, os olhos brilhando.

Natasha riu, beijando a testa da filha.

— O Espaço faz você estar em qualquer lugar ou ao mesmo lugar ao mesmo tempo, mover qualquer objeto e mover qualquer pessoa de lugar e tempo — ela sussurrou.

— Quem a pegou? — perguntou a menininha, bocejando e com os olhinhos piscando.

— Um homem roubou de Thanos a muitos anos — sussurrou Natasha — Ele tinha tanto medo de Thanos que transformou a jóia em pó é colocou no próprio sangue, o fazendo ter, naturalmente, aqueles poderes.

— Que homem foi esse?

Natasha sorrio, irritada por não saber a resposta.

— Ninguém sabe meu amor — sussurrou sorrindo para a filha e beijando sua testa— Boa-noite, Rhee.

Natasha desligou a luz e fechou a porta com Skyler sorrindo com sigo mesma. Tinha sido uma boa noite, tanto pela história quanto pela conquista de, agora, deixaria de ser Skyler Rhee Romanoff e viraria, apenas, Rhee Romanoff.

Mal sabia Rhee Romanoff que aquelas histórias eram mais do que, apenas, verdades. Eram fatos da antiga vida de sua mãe, a grande Viúva Negra.

~*~

Todos já tinham dormido.

Já eram quase 7 da noite e Peter e Mary Jane não tinham voltado ainda, muito menos Clara tinha terminado.

O primeiro a se entregar ao sono foi John que, alegando cansaço, foi direto para o quarto. A segunda foi, misteriosamente, Torunn, que colocou a cabeça no meu ombro e dormiu. O terceiro, mesmo que contra a própria vontade, foi Collins que colocou a cabeça no colo de Torunn, que estava dormindo, e adormeceu.

May foi a pior para dormir, ela era desconfiada. Disse que seria útil se algo acontecesse, que ficaria acordada até Peter e M. J. voltarem. A convenci a colocar uma almofada no chão e dormir, alegando que eu tomaria conta de tudo.

Estávamos apenas eu, Clara e Hyden acordados. Nem tentei dialogar sobre Hyden ir dormir, ele não dormiria até ficar de dia, e já estava de noite.

— E aí? — perguntei para Clara, tirando Torunn do meu ombro e me levantando para me sentar ao lado de Hyden no sofá da frente.

Clara, que estava na poltrona vermelha com o laptop no colo demorou a responder.

— Falta um tempo ainda — resmungou Clara, digitando, freneticamente, algo no laptop.

— Seus pais não se importam de você ficar até tarde aqui? — perguntou Hyden.

Clara deu de ombros.

— Eu não moro com meus pais — disse ela — Minha mãe morreu e meu pai me abandonou, duvido até que saiba que eu existo. Eu moro com uma amiga da família — ela disse, casualmente, como se estivesse dizendo o que tinha comido no almoço.

— Sinto muito — resmunguei, mesmo não sentindo.

Não gostava da Clara, isso era óbvio. Ela era boa demais, gentil demais, confiante demais, perguntava poucas coisas, era... Perfeita demais.

Isso era estranho.

— Você sempre morou aqui, Clara? — perguntei, fingindo descaso.

— Na verdade não — ela disse — Nasci em outra cidade, mas a Amiga da Família me trouxe para cá.

— Que cidade?

Ela me encarou por uma fração de segundos.... E depois deu de ombros.

— Você não saberia onde é.

Ela voltou a escrever normalmente. Eu não me dei por vencida.

Hyden se levantou alegando ir fazer um sanduíche, Clara pediu um mas Hyden a ignorou. Provavelmente ele vai dizer que "acabou o pão" ou algo do tipo.

Clara pegou o celular e começou a digitar nele. Como uma coisa tão pequena e estranha pode ser de tamanha utilidade?

O.K., falei que nem o Steve agora.

— Droga — resmungou Clara, batendo com raiva nas teclas do teclado, tentando concertar algo no laptop — Droga, droga, droga!

— O que? — perguntei, assuntada, quando Hyden se aproximou.

— Eles travaram, travaram! — ela disse — Estão nos rasteirando, droga!

— Rhee? — perguntou May, acordando.

— Shiii, shii — eu disse — Volta a dormir May.

— Porque tão gritando? — ela perguntou, sonolenta.

— Nada, nada, a Clara só machucou a mão, nada de mais — eu disse — Pode dormir Mayday, ta tudo bem.

Ela concordou e fechou os olhos.

— Clara? — perguntou Hyden, alarmado.

— Eu to modificando a rota de localização do computador — ela disse — Ah, meu Deus, ah meu Deus — ela resmungou — Hm... Virgínia Potts, Alemanha — ela balbuciou, batendo com força em uma das teclas do laptop — Pronto! Eles agora vão rastrear o computador e ir para Virgínia Potts.

— Duvido que encontrem algo — resmunguei, a encarando — E agora?

Clara fechou o laptop e o guardou na bolsa.

— Agora é hora de ir para casa — ela disse — Eu posso demorar, mas não significa que Skye não vai se importar — ela resmungou, se virando para nos.

— Bem... O que achou? — perguntou Hyden.

— Nada muito importante, apenas coisas passadas — ela disse — Vocês acreditam que eles trabalham até agora no Hulk? Bem... Vocês sabem o que é Hulk?

— Como assim "trabalham no Hulk"?

— Existe um projeto, tipo, super secreto, chamado "Garota-Hulk" — disse ela — Ainda está em andamento, aparenta que eles vão começar os experimentos amanhã.

— Experimentos em quem? — perguntei, o coração afundando.

Ela deu de ombros.

— Uma tal de Banner Ally, sei lá — disse ela, dando de ombros — Bem, diz pro Collins que eu ligo pra ele. Tchau.

E, dito isso, ela abriu a porta e foi embora.

Encarei Hyden com os olhos arregalados, a boca entre-aberta e o coração apertado. Iriam fazer experimentos na... Na Ally? Na doce e frágil Ally?

Não, não Ally não aguentaria. Ally era fraca demais para isso, esse experimento iria matá-la. Mas, se não matasse, iria fazer algo pior, iria despertar raiva na Ally. Ally nunca ficou com raiva antes... Ela não poderia... Não... Ela viraria.... Não viraria?...

Abri a porta do apartamento 147 do Peter e sai correndo escada abaixo atrás de Clara. Se Clara Kyle acha que pode dizer que alguém será usado como rato de laboratório e, ainda sim, não demonstra nenhuma pena ou emoção ela está enganada.

Ela não poderia falar assim, de modo tão frio e natural, sobre a Ally.

Não sobre a minha irmazinha.

— Clara! — eu gritei quando vi, de costas, uma garota morena e de casaco preto.

Clara se virou e cravou seus olhos cinzas nos meus. Ela estava no chão do 2º corredor enquanto eu estava na metade da escada que dava para o 2º corredor, com as duas mãos no corredor.

— Rhee? — ela perguntou, me encarando, com o celular na mão.

— Em que cidade você nasceu? — eu perguntei.

O sorriso irônico e superior que sempre ficava no canto da boca de Clara sumiu. O rosto pálido ficou mais pálido ainda e ela começou a gaguejar.

— Rhee...

— Quem é Skye? — eu perguntei, na lata — É a "amiga da sua família"?

— Rhee, eu não acho que seja da sua...

— Quem é a sua mãe morta? — perguntei — Quem é a "família Kyle"? Ou o sobrenome "Kyle" é por parte de pai?

— Você está tocando em assunto delicado e você e eu não somos tão...

— Clara Kyle é mesmo seu nome? — perguntei, com raiva — É seu nome de verdade?

— Sim, é meu nome de verdade — ela respondeu, com raiva.

— Como você sabe hackear? Como sabe tanto sobre a S.H.I.E.L.D.? — perguntei — Porque você me parece tão suspeita?

— Para de falar — ela disse, os punhos cerrados.

— Porque eu não confio em você? Porque acho que está enganando o Collins?

— Fica quieta — ela disse, o ódio brotando em sua voz.

— Quem é você!? — eu gritei, me inclinando para frente.

— Cala a boca! — ela gritou, os olhos semi cerrados.

Ela me encara com a respiração rápida e irregular enquanto eu a encarava, em silêncio, a examinando.

— Se eu fosse você, Rhee Romanoff, eu não virava minha inimiga — disse ela — Eu posso ser uma péssima inimiga.

— E eu posso ser mais perigosa do que você imagina — eu rugi, com raiva — Collins é minha família, se quer brigar com ele tem que brigar comigo antes.

Ela deu um meio sorriso sarcástico e riu de mim.

— Será maravilhoso brigar com você, Romanoff.

— Igualmente, Kyle — eu disse.

Encarei ela e, do nada, sorri. Ela estava com medo, tinha perdido a auto-confiança. Adorei fazê-la sentir medo.

— Quem é seu pai, Clara Kyle? — eu perguntei, sorrindo.

Clara arregalou os olhos e abriu a boca. E, em um momento de pavor, saio correndo deixando o celular cair.

Desci a escada e peguei o celular preto. Era um modelo novo, touch screen, sem senha e desbloqueado.

Por Deus, como ela era burra.

Subi as escadas maravilhada com o novo brinquedo.

~*~

— Então? — perguntou Hyden, depois de um momento em silêncio — Como mexe nisso?

Estávamos eu e Hyden sentados na cama de Torunn dentro do quarto de Ally. O celular preto da Clara estava mas nossa mãos, desbloqueado e com 100% de bateria... Nos só não sabíamos como mexer nele.

— É só clicar não? — perguntei.

— Ta, clicar aonde? — perguntou Hyden, encarando a tela.

— Sei lá — admiti — O que queremos saber?

— Sei lá — ele admitiu — Já sabemos sobre a Ally. Pergunta pra essa coisa o que a S.H.I.E.L.D.

— Ela foi feita pra tocar, não pra gente falar e ele responder — eu disse — Né?

Ele deu de ombros pela quinta vez dês de que peguei aquele celular. Não julgue, O.K.? Eu vivi 17 anos da minha vida na Torre Wander, não sei mexer nessa coisa de iQualquerCoisaLá.

— Será que a S.H.I.E.L.D. sabe sobre nos? — ele perguntou.

— Nossa existência? Claro! Eles pegaram a Ally.

— Talvez ela estivesse no lugar errado na hora erra — ele gesticulou.

Eu o encarei com a sobrancelha arqueada.

— Quando ficou tão inocente, Barton? — perguntei, voltando a encarar o iQualquerCoisaLá — Tem abas aqui, cada um com nomes.

— "Operação Kobra", "Operação Rogers", "Operação Stark", "Operação Banner", "Operação H.Y.D.R.A."... — leu Hyden, em voz alta — O que H.Y.D.R.A.?

— Eu que te perguntou, Hyden — eu disse, depois ri.

— Hã?

Hyden — eu disse, ele não entendeu e eu bufei — Hyden e "Hydra" se parecem, inteligência.

— Faltou um "N", um "R" e no lugar do "E" está um "A".

— Ou, talvez, no seu que tenha muitos "N", "R" e um "E" no lugar do "A" — eu disse, rindo, e encarando uma aba interessante — "Futuros Potenciais"?

— Clica — ele disse, e eu obedeci.

Apareceram nomes, 4 para ser exata. 2 aparentavam ser femininos e 2 aparentavam ser masculinos.

— Thomas Phillip Wayne, Kyla Hazel Allen, Will Cameron Curry, Tabatha Grace Grayson? — leu Hyden em voz alta — Quem são?

— Sei lá — disse — Mas o nome "Wayne" não me é estranho... Quando nasceram?

Hyden verificou.

— Todos tem 18 anos, quase 19 — disse ele — Quem são?

— Pessoas potencialmente perigosas ou valiosas — eu disse — Podem ser filhos de vilões, heróis ou, até mesmo, pessoas normais.

— Ei — chamou Hyden — Não é o nome da Clara?

Eu averiguei e vi que, de baixo do nome "Tabatha Grace Grayson" estava o nome "Clara Ann Kyle".

— É — eu disse — Vamos ver porque a namoradinha do Colin é conhecida pela S.H.I.E.L.D.

A ficha completa de Clara Ann Kyle estava lá. Nascimento, cidade, idade, nome, família, guardião legal... Tudo.

— Quem é Skye? — perguntou Hyden.

— Guardiã legal de Clara, ex-agente da S.H.I.E.L.D., largou a S.H.I.E.L.D. para cuidar dela — eu li a ficha.

— Qual a cidade natal dela?

Gotham — eu sussurrei, examinando a ficha dela — Não está dizendo o nome do pai.

— Nem a S.H.I.E.L.D. sabe? — perguntou ele e eu concordei, ele deu de ombros — Qual é o nome da mãe?

Encarei o nome da mãe. Por Deus... Aquela era a mãe de Clara? Se sim a garota era mais perigosa do que eu imaginava, muito mais.

Mas... O que Clara Ann Kyle queria conosco? Ou com Collins?

— Silena Kyle — eu disse e pude ver o rosto de Hyden empalidecer — Codinome: Mulher Gato.


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