Heroes Of Tomorrow escrita por Thea
— John, querido, acalmasse — disse Mary Jane, me entregando uma xícara de chá — Conte novamente, com calma.
Eu segurei a xícara quente mas não cheguei a beber alguma coisa. Não podia comer, não agora.
Rhee estava sentada no meio do sofá branco com Collins sentado a sua esquerda e Hyden a sua direita. Torunn estava em pé ao lado do descanso de braço de uma poltrona vermelha na sala, May estava esparramada na mesma poltrona vermelha, desenhando.
— Eu já disse — eu falei — Eu tava andando com a Ally e ela se distanciou um pouco, quando me virei dois caras a pegaram e a jogaram eu um carro.
— Mas não é possível, não pode ser Gideon — disse Rhee — Não é assim que ele ataca, não desse jeito.
— Já chega, cansei de perder pessoas — disse Peter — Quero o nome, idade, tudo de vocês agora. Vocês não vão mais sair daqui e ninguém mais entra.
— Ta bom capitão, isso vai muito ajudar — resmungou May, desenhando — Gideon já não fez desaparecer uma torre de mais de 10 andares? Acha que uma trança na nossa porta vai dete-lo?
— Segurança nunca é demais May — disse Mary Jane — Eu acho que Peter está certo. Collins, qual é seu nome do meio?
— Elliot, milady — disse Collins.
Mary Jane riu e fez careta ao pensar "Collins Elliot Stark". Imagine quando ela descobrir que, na verdade, o nome do Hyden é "Hyden Halidar Barton"?
— Isso não importa mais — disse Rhee, sem paciência — Já perdemos a Ally, o resto não importa mais. Precisamos recuperar a Ally, agora.
— Você se lembra do símbolo que eles usavam, John? — perguntou Hyden para mim.
— Era um símbolo estranho — admiti — Parecia um gavião, tinha detalhes estranhos de azul e branco.
— Que tipo de gavião? — perguntou Peter pela terceira vez.
— Um grande, branco, em perfil — eu disse — Ele era...
—... Assim? — perguntou May, me mostrando seu desenho.
Era o gavião exatamente igual ao do simbolo. Com o gavião em perfil e em tons de branco e azul-escuro, e, ainda por cima, tinha o mesmo esbranquiçado do fundo do gavião.
— É — eu disse — É esse mesmo.
May e Mary Jane encararam Peter preocupadas. No olhar de Peter Parker também havia preocupação.
— São eles — sussurrou Peter.
— Eles quem? — perguntou Torunn, confusa.
Parecia óbvio e nítido para a família Parker. Era tão óbvio para eles que chegava a... Assusta-los.
— A S.H.I.E.L.D. — sussurrou Peter, alarmado — A S.H.I.E.L.D. levou a Ally.
~*~
— Então... Quem é Clara? — perguntei.
Depois de que nós nos acalmamos e Collins foi tomar um banho, o que faz ele pensar melhor, eu decidi sentar um pouco no sofá e pensar. Isso foi antes do Collins aparecer todo molhado, gritando o nome "Clara!", com uma toalha azul na cintura, o peito descoberto e um sorriso gigante na sala.
— Clara Kyle — disse Collins segurando a toalha azul com força — A garota morena da cafeteira, ela sabe hackear o sistema da S.H.I.E.L.D.
— Porque ela saberia hackear um sistema, Colin? — perguntou Torunn, evitando olhar para um Collins só de toalha.
— Porque ela é incrivelmente... Você disse meu apelido? — perguntou Collins.
— Porque ela saberia? — perguntou Rhee.
— A Princesa do Trovão disse meu nome? — perguntou ele, sorrindo e rindo, sem acreditar.
— Colin! — insistiu Rhee.
— Ta bom, ta bom — ele disse, e apontou para Torunn — Ainda não acabamos — ele se voltou para Rhee — Ela faz estágio em uma lan house e por isso sabe mexer em tecnologia.
— O que é uma lan house? — perguntou Hyden.
— Sei lá — disse Colin, com descaso — Enfim, chamei ela aqui para nos ajudar.
— E o que você disse para ela? "E ai? Ta afim de invadir o sistema da S.H.I.E.L.D. pra mim?" — perguntou Torunn, irônica.
— Por Deus Torunn, acho que estou me apaixonando por você — resmungou Collins, encarando Torunn.
— Collins, querido — chamou Mary Jane, de forma gentil.
— O.K., O.K. — resmungou Colin, se voltando a nos — Eu disse que era um trabalho da escola e precisava de informações concretas, ela não perguntou mais nova.
— Suspeito — resmungou Peter — Porque ela faria isso por um motivo tão besta? Ela pode ir presa.
— Porque ela ta afim de mim, dã! — resmungou Colin.
— Você já beijou uma garota? — perguntou May, casualmente.
— May! — chamou Mary Jane, alarmada.
— Que foi? — perguntou ela — Tipo, ele nunca saio da Torre Wander né? Amenos que já tenha beijado uma das garotas.
— Ally já estava ocupada, Rhee não é disso e Torunn é muito... Torunn — disse Colin, casualmente.
— Cala boca demônio — resmungou Torunn.
— E a Asgardiana voltou! — ele gritou levantando as mãos para o ar.
— Coloca uma blusa, droga! — resmungou Torunn, cobrindo os olhos com os braços enquanto Colin ia pro quarto rindo.
— Isso vai recuperar a Ally? — perguntei, apreensivo.
Rhee se virou para mim e segurou minhas mãos.
— Vai ficar tudo bem — ela disse — Nos vamos recupera-la.
Hyden levantou do sofá com um pigarreio de irritação. Ele mudou de lugar indo se sentar, sozinho, em outro sofá.
Rhee soltou minhas mãos.
A campainha tocou e Peter pegou uma frigideira na cozinha. Ele mandou Mary Jane olhar enquanto ficava atrás da porta, esperando.
Mary Jane olhou pelo olho e mandou Peter guardar a frigideira, Mary Jane abriu a porta e uma garota loira dos olhos cinzentos sorrio para ela.
— Olá, boa tarde — ela disse — Sou a Clara Kyle, é aqui que o Collins Lincoln mora?
— Lincoln? — sussurrou Torunn, nos encarando.
— Sim, é aqui mesmo — Mary Jane sorrio — Sou a Mary Jane, tia dele. Aquele é meu marido... Peter, venha aqui.
Peter apareceu atrás da porta e sorrio para Clara, ela sorrio de volta. Clara segurava algo de papelão nas mãos.
— Hum, que cheiro bom — disse May, inspirando lentamente.
— Ah é — disse Clara, pegando a caixa e abrindo, havia uma massa redonda la — Trouxe pizza.
— Pi o que? — perguntou Hyden.
Clara encarou Hyden como se ele fosse um E.T.
— Pizza — disse ela — Nunca comeram Pizza?
— Eu e meu primos moramos em uma cidade muito... Pacata, na Alemanha — disse Colin, indo até Clara e a abraçando de lado, depois terminando de abotoar a calça.
— Aonde? — perguntou Clara, curiosa.
— Virgínia — as palavras saíram da boca de Collins e Rhee bateu a não na testa ao ouvir tamanha baboseira — O nome da cidade era Virgínia Potts, é tão pacata que não vai nem encontrar nos mapas da Alemanha.
— Ah... — disse Clara, desconfiada, depois colocou a caixa de papelão na mesa de vidro e se sentou no sofá, colocando o laptop no colo — Então... Quem vai fazer essa pesquisa com você?
— Ah, eu, meu primos, Hyden, John, Torunn, May e, hã, minha irmã, Rhee — ele disse, apontando para Rhee.
— Uma irmã? Nossa, vocês nem se parecem.
— Mães diferentes — disse Rhee — O mesmo pai, por isso temos olhos verdes.
— Em tons diferentes — rebateu Clara.
— Mas verdes — insistiu Rhee, a desafiando.
Clara encarou Rhee com um olhar desafiador e raivoso, Rhee retribuiu com o mesmo olhar.
Peter pigarreou para chamar nossa atenção.
— Acho que nós vamos dar uma volta — disse Peter — Se comportem.
— Mas, pai... — May tentou protestar, preocupada.
— Ta tudo bem — disse Peter — Vocês vão ficar bem.
Algo me dizia que, do jeito que Peter falava, ele queria mais de convencer do que convence-la.
Porém, apesar dos protestos de May Jane e da May, Peter e M. J. saíram do apartamento trancando a porta.
— Bem... — disse Clara — Preciso de um nome.
— Como? — perguntei, a encarando.
Algo me dizia que ela era... Diferente, até mesmo perigosa. E a cara de Rhee, Hyden e Torunn me faz acreditar que não sou o único a pensar assim.
— Preciso de um nome no servidor, é obrigatório mesmo para hackear — Pode ser um nome falso, tanto faz.
— Que tal... James Bond?— disse Hyden.
— É de um filme.
— Sabia que já tinha ouvido em algum lugar... — resmungou Hyden.
— Arya Stark? — perguntou Rhee.
— Série.
— Jack Ryan? — perguntei na esperança de ser útil.
— Filme — resmungou Clara, entediada.
— Põe meu nome — disse May, casualmente.
Todos encarávamos May, confusos.
— Seu nome? — perguntou Clara — Se formos pelos você vai ser presa.
— E dai? — perguntou May — Muita coisa ta em jogo, garota.
— Uma nota em história? — perguntou Clara, confusa.
May revirou os olhos.
— Coloca logo — desafiou May — Ou esta com medinho?
Clara a encarou com fúria e eu encarei o chão, envergonhado.
Allyson Banner era minha namorada. Ally era minha. Nos estamos juntos dês de... Dês de sempre. Então, se estamos juntos dês de sempre, como eu posso ser tão covarde a ponto de deixar uma estranha como a Clara Kyle a ajudar mais que eu?
Era... Era vergonhoso.
— May Gwen Parker — disse May, encarando Clara — Agora é a sua vez, Kyle.
Então Clara Kyle começou a hackear.
Não quer ver anúncios?
Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!
Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!