Heroes Of Tomorrow escrita por Thea


Capítulo 10
Natasha Romanoff.


Notas iniciais do capítulo

E ai? Um POV bem diferente, nao?



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Minha cabeça latejava junto com a minha respiração. A minha respiração parecia rápida e forte, quase como a de um homem. Estranhei. Não é sempre assim que a minha respiração é.

Abri os olhos relutantes e encarei o dono da respiração pesada.

Clint estava jogado no chão com a bochecha presa contra o mesmo. Os cabelos estavam despenteados e a respiração estava pesada.

Eu o cutuquei.

Ele resmungou qualquer coisa e abriu os olhos azuis. Ele me encarou e bateu a cabeça no chão.

— Droga — ele resmungou — Fomos pegos por um adolescente.

— Ele tinha telesinese — eu resmunguei.

Ele riu.

— Não — ele disse, e o sorriso se desfez — Hyden. Cade o Hy...

Eu encarei o chão e ele percebeu, soltando um suspiro cansado e batendo o punho no chão da sala onde estávamos.

— Hyden — ele resmungou — Hyden, Torunn, Collins, Ally, John... Rhee.

O jeito como ele disse o nome de Rhee foi mais como um "Meus Deus, ela também" e isso fez meu coração se afundar.

— Tasha... — ele resmungou, colocando sua mão na minha.

Eu tirei minha mão de la e me levantei. Peter vai cuidar dela, da Torunn e dos outros. Claro que vai.

— Que lugar é esse? — perguntei, mudando de assunto.

Clint se levantou junto.

— Uma sala na nave, talvez — disse ele — E os outros?

— Lucian deve estar com eles — resmunguei — Agora, como...

Uma garota abriu a porta da sala.

Enquanto Lucian devia ter seus 19 anos essa menina devia ter seus 20 anos. Ela tinha cabelos longos e loiros com as pontas lindamente cacheados. Os olhos verde-esmeralda nos encarava com... Diversão.

— Bom-dia — ela disse, sorrindo — Como estão se sentindo?

— Quem é você? — disse Clint, ficando na minha frente e assumindo uma pose protetora.

A loira riu.

— Acho que meu irmão já deve ter me mencionado, não? — ela sorrio — De qualquer modo eu sou a Stella, Stella Clark.

Eu fiquei do lado de Clint e ele segurou minha mão. Nos éramos os melhores, não seriamos vencidos por uma adolescente.

De novo não.

— Adoro a história de vocês — disse Stella, sorrindo — Adoro o fato como o Clint estava feliz com a Lily enquanto você estava aí, sozinha, Natasha. Adoro de como você "conheceu" o pai da Skyler, o Klaus. E, principalmente, adoro a parte que você arruína "sem querer" o relacionamento de Lily e Clint. Ah, é quase como uma novela!

Eu estremeci ao ouvir o nome de Klaus. Klaus... Ele era um desgraçado, um imbecil e um idiota. Sempre me culpei por ele ser o pai de Rhee. Sempre me culpei por eu ter feito Clint e Lily terminarem, mesmo sem querer.

— Como você... — perguntou Clint, assustado.

Stella riu.

— Nosso mestre nos ensinou muito sobre vocês, Avengers — ela disse.

Loki, você quis dizer — eu disse, com raiva.

— Ah, Loki e a mãe de Gideon nos ensinaram tanto, mas tanto — ela disse, quase orgulhosa.

Mãe de Gideon?, pensei, Gideon tem mãe?

— Bem, só quis desejar bom dia mesmo — disse Stella — Tenham um bom-dia, prisioneiros.

Ela saio e, antes que eu desse um passo, trancou a porta.

Tentei bater na porta mas Clint me segurou. Não sabia o efeito que ele tinha em mim mas era forte, pois eu me acalmei.

— Está tudo bem — ele sussurrou — A gente da um jeito.

— Rhee... — eu resmunguei — Por Deus, minha filha. Ela... Stella não pode contar a Rhee sobre Klaus, Clint. Ela não pode.

— Ela não vai — ele disse — Só eu e você sabemos da história. Está tudo bem.

— Stella sabe — eu disse — Lily também.

O maxilar dele enrijeceu e ele ficou ereto, do mesmo jeito que Hyden fica quando tocam nele. Eu toquei na ferida de Clint.

— Lily foi embora, Tasha — ele disse — E Stella é uma adolescente. Não tem como perdemos. Não podemos perder.

Eu suspirei. Ele tinha razão, os meninos ficaram bem. Eu nunca teria dado o número de Peter se não fosse, de fato, confiável. Ele era confiável. Ele morreria para cuidar dos meninos.

Não morreria?

— Precisamos sair daqui — disse Clint, se afastando.

— Como? — eu me virei.

Ele sorrio.

— Honre seu posto de melhor agente da S.H.I.E.L.D., Natasha.

Ele foi até uma das paredes e começou a aranha-la com a unha. Aos poucos a tinta saio mostrando uma estrutura de aço e ferro embaixo.

— Uma parede de metal — eu sussurrei.

— Com certeza estamos na nave — ele disse.

Olhei ao redor e encarei a unica cama que tinha. Pensei um pouco em como seria se tivesse que passar a noite ali com uma única cama. Ele provavelmente dormiria no chão, isso se dormisse. Mas, ainda sim...

Não, não era hora de desenterrar sentimentos do passado.

— Pegue o pé de metal da cama e faça um arco — eu disse — Vou quebrar essa parede.

Ele concordou e se dirigiu a cama enquanto eu ia de parede e a tocava.

Era aço carbonizado, era fácil perceber isso pela textura. Era difícil quebrar aço carbonizado. Quase impossível.

Quase.

— Clint, colar — eu pedi.

Ele me encarou por um mento confuso até ele perceber. Ele tirou o colar de prata do pescoço e me entregou.

O colar, que na verdade era um raio laser, foi dado a ele por Tony a quase 17 anos, algum tempo antes de Hyden nascer. Era para ele proteger Lily e Hyden de qualquer coisa e/ou pessoa.

Tony gostava de Lily.

Eu apertei o minúsculo botão que tinha no colar e o pequeno, porém potente, laser vermelho começou a se mover. Comecei a fazer um contorno circular com o laser.

Olhei para trás enquanto o aço derretia lentamente. Clint já tinha feito o arco, a parte mais difícil, e agora terminava as flechas.

Ele sempre foi rápido.

Eu chutei o círculo que tinha feito com o laser e o ar atingiu meu rosto. Olhei para baixo com dificuldade, por causa do vento, e vi o céu e as nuvens brancas.

Oficialmente nos estamos em uma nave.

— Clint? — chamei.

— To aqui — ele disse, e ficou do meu lado, com o arco nos ombros — Terminei. Pronta?

Respirei fundo e concordei. O mesmo pegou minha mão e a segurou com força.

— Nos voltaremos para salvar os outros — sussurrou — Prometo.

Eu concordei e nos pulamos.

E, enquanto Clint procurava um prédio para prender sua flecha e nos salvar, eu o abracei com força como se fosse a ultima vez.


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