Eu preciso de você para me manter vivo. escrita por Raphilds


Capítulo 3
Lar doce lar


Notas iniciais do capítulo

Então galera, hehe...
Mais um capítulo, um pouco demorado dessa vez.
Enrolação só nas notas finais então já volto...
Boa leitura ❤



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POV Lety

Em plena Capital, vivendo de casa provisória, sem emprego, com um marido emburrado por besteira... Quem diria que ficaria muito maravilhosa essa minha vida! Por Deus, que saudade da lua-de-mel. Se o Fernando não tirar essa cara de quem comeu e não gostou, eu ficarei viúva pelas minhas próprias mãos. Quem diria que depois de meses casada com esse homem, teríamos brigas sérias por causa de ciúmes! Seu Fernando é louco, pirado, criançona, pirracento, lindo, maravilhoso, meu amorzinho que eu tenho vontade de dar uns tabefes. E esse estômago desarranjado que tô agora, melhorando demais a minha vida, droga de comida e estresse que me faz vomitar. Porém, vamos por partes.

A primeira briga que tivemos foi no quesito casa, pelo simples fato que não temos uma casa. Estamos morando na que ele dividiu com a Márcia e o Omar. Não preciso dizer mais nada para mostrar que eu não estou nem um pouco à vontade né? Eu me sentiria mais confortável morando com ele na casa de mãezinha e paizinho do que nessa... Só que de jeito nenhum ele aceitou, o medo que ele tem por Senhor Erasmo Padillla é maior do que tudo. Rio me lembrando.

Flashback ON

A comida desse hotel que estamos hospedados me faz comer mais que o necessário.

– Vai comer mais é? – Fernando diz me sacaneando.

– Vou sim, algum problema? – Retribuo.

– Nada, só que vai ser difícil carregar você no colo pra dentro da nossa futura casa, como manda o figurino. – se eu não o conhecesse tanto, era ai que pediria o divórcio.

– Repete o que você falou – finjo chateação no mesmo momento em que faço um movimento de tirar o anel da mão esquerda.

– Amor, Lety, Leticia, para amor, foi só uma brincadeira, para, não tira o anel não, eu te amo de todo o jeito possível, eu ‘tava’ brincando, por favor, eu juro que não faço mais. – Fernando se desespera – você sabe como sou estúpido – eu faço menção de corta-lo mas ele continua – eu me bato se isso te ajudar, só não me larga, Lety, me bate então.


– Senhor Fernando Mendiola – faço uma pausa dramática, porém gargalho ao ver ele de joelhos pedindo perdão. – se eu não te conhecesse tão bem, você já sabe né.

– Um mês sem amor... – ele diz desanimado.

– Bom garoto, bom garoto. – ele volta a se sentar e eu acaricio a mão dele de forma brincalhona.

– Sabia que a cada riso seu, eu me apaixono mais? – desgraçado fala isso para me amolecer ainda mais.

– E você sabia que a cada riso seu a minha vontade é de te matar... – ele me olha espantado – ... pelas coisas que ele me faz sentir? – meu estômago revira, Seu Fernando, minha alma sai pela minha garganta, meu coração bate forte dos pés à cabeça. Mas, você não precisa saber disso.

Voltamos a comer até que eu lembro do que ele falou, um assunto que me atormenta toda vez que subo naquele quarto que estamos hospedados.

– Amor – digo.

– Fala – ele diz com a boca cheia, desnecessária a visão do pedaço de frango.

– Sobre o que você falou – ele olha pra mim, confuso– da casa que iremos morar –ele assente – o que você já pensou?

– ‘Errr’, então eu pensei em a gente morar naquele apartamento em que estava morando com o Omar e a Mar- – arregalo olho e logo o corto.

– Aonde? Na casa onde você morou com a Márcia? A Villaroel? Você pirou Fernando? Voltou a se divertir com o amiguinho Ricardo é? – perplexa é a minha cara agora.

– Qual é o problema, Lety? Tá com ciúmes de uma casa onde eu apenas morei com uma pessoa por conivência? – estou DEMAIS – esqueceu que o Omar morou com a gente? Pior, o Omar dormiu na mesma cama que eu? – confesso que é engraçado.

– Não é isso, eu só não quero morar lá porque, porque eu não quero ué. Preferia morar com os meus pais a morar naquele lugar. – Fernando engasga quando falo.

– Agora eu acho que você pirou, Leticia! – mesmo ele meio engasgado, continua – nunca que eu vou morar com o Seu Erasmo, nunca! Ai que eu entraria numa greve de sexo e nem por você mas por gostar muito da minha vida.

– Para vai, meu pai nem é tão ruim assim. – paizinho não faria isso.

– Nem é tão ruim? Só quando ele acabasse com a minha raça depois de tentar conceber um filho pelos métodos naturais... Ai ele seria um pouco não tão ruim. – Fernandrama.


– Ok, você não quer ficar com meus pais, eu não quero ir pra aquele apartamento e ficar no hotel também não... como vamos fazer? – não quero discutir.

– Independente de onde iremos, vai ser provisório... Amor, a gente tá gastando essas diárias no hotel à toa, tem aquele apartamento ao nosso dispor enquanto não conseguimos a nossa casa.


– Mas, Fernando, eu-

– Confia em mim.

– Ok.

Flashback OFF

Fui confiar e foi isso que deu, sem emprego os dois, vivendo nesse apartamento, sem data para ter nossa casa de verdade...

Mas isso não é o pior, não quando o ciúmes dele está envolvido nas nossas brigas.

Flashback ON

Droga de edifício, droga de apartamento, droga de vizinhos! Se eu continuar assim acho que enlouqueço, e não estou brincando. São sete horas da manhã, MANHÃ e esse vizinho aqui de cima fazendo barulhada. Tá de piada comigo. Se ele não quer ter modos, eu vou fazer ele aprender.
Só que antes de enfiar o meu dedo na cara desse sujeito, eu vou tomar banho. Preciso de algo que me acalme ou além de pular no pescoço desse cara eu vou pular nesse lindo marido que está no seu mais tranquilo sonho.

Um banho bom sempre revigora às pessoas, porém só quando está aquele silêncio relaxante. Pois bem, eu teria esse banho se o bosta do vizinho de cima não continuasse com a “rave” às sete horas da manhã. Esse cara passou dos limites. Eu só vou comunicar aonde eu vou pro Fernando. Pensando bem, ele que me colocou nesse apartamento, não preciso comunicar nada pra ele.

Subo às escadas com a mente em chamas, que esse cara não venha de gracinha comigo. Bato na porta... ninguém atende. Bato novamente. Bato de novo. De novo. De novo. De novo. De novo. Uma figura aparece na porta, eu conheço esse cara.

– Posso ajudar a princesa em alguma coisa? – cafajeste, agora me lembro bem quem era.

– Totalmente. Moro embaixo do Senhor e peço com gentileza que você pare com os barulhos.


– Embaixo, é? Que legal, nunca pensei que teria como vizinha uma mulher tão, tão – ele chega perto do meu ouvido – ma-ra-vi-lho-sa.

– Me respeita, não sou mulher disso. Aliás, sou muito bem casada então se você não quiser que meu marido venha e te dê uma bela duma porrada é melhor não chegar perto de mim novamente. – canalha.

– Casada, é? Então cadê o belíssimo anel nessa sua frágil mão esquerda? – merda, esqueci no banheiro. – vocês difíceis não percebem que a cada mentira descoberta a gente mais gama em princesas assim. – em um movimento rápido ele puxa meu corpo sobre o dele.

Porém não fico muito tempo agarrada no corpo daquele cara que conheci no Santuário com o quartel. Não fico porque sinto um corpo me puxando pra longe e entrando em uma luta corporal contra o cara.

– Se eu ver você mais uma vez referindo-se a minha mulher como princesa, encostando nela ou pior olhando ela, eu te mato. Entendeu? TE MATO! – Não sei se me sinto aliviada pelo Fernando ter chegado ou assustada.
Só sei que a única coisa que me sinto segura agora é voltar para aquele apartamento. O mundo dá voltas mesmo. Eu odeio esse apartamento e agora peço que chegue o mais rápido nele.

A primeira coisa que faço é pegar um copo d’água; só assim para eu me acalmar.

Ouço palmas vindo da porta da cozinha. Confusa. Vejo o Fernando vermelho, com um sorriso irônico pra cima de mim e ainda com as palmas.

– Que linda cena que eu vejo em plena Segunda. Linda cena, emocionante. Me emocionei tanto, parecia uma novela! – odeio ele irônico.

– Amor, não é nada do que você tá- – começo mas ele me corta.

– Que eu ‘tô’ pensando, amorzinho? Eu não ‘tô’ pensando nada... – ele continua – nada além da minha esposa ao invés de estar ao lado do marido dormindo estar com o vizinho, em altas agarrações e sem o anel de casamento. O que você ‘tava’ fazendo lá, Letícia? – sinto meus olhos lacrimejarem – revivendo os belos momentos passados?

– Para, Fernando. Já disse que não é isso que você ‘tava’ pensando. Esse imbecil aqui de cima estava com uma música alta para caralho e ao contrário do Sr. Dorminhoco ai, eu não conseguia dormir. Não venha cogitar a possibilidade de traição porquê você sabe que eu seria incapaz.

– E o anel que não estava no seu dedo? Foi a música que tirou também? – deixo as lágrimas caírem. Odeio ele assim.

– Antes de subir, eu tomei banho e esqueci de recolocar. Ele estava fazendo tanto-


– Ou não quis colocar.

– EU ESQUECI DE COLOCAR, SERÁ QUE VOCÊ NÃO ENTENDEU?

– Óbvio que eu entendi, assim como entendi a agarração que você ‘tava’ com o vizinho aqui de cima.

– Não dá pra conversar com você. – desisto.

– Vá conversar com ele então, reviver os velhos tempos.

Flashback OFF

E desde esse dia em diante, não conversamos. Poxa, ele tinha que entender que eu não fiz absolutamente nada! O cara me agarrou, que saco.

Enfim, espero a ligação da Márcia pra podermos conversar. Quero sair desse lugar o quanto antes e querendo ou não só ela pode ajudar.

Termino de pentear meu cabelo quando ouço duas batidas na porta.

– Podemos conversar? – Fernando me olha, arrependido.

– Você quer conversar o que? Para continuar a me chamar de traidora? ‘Pra’ me jogar pro vizinho? – seca, fria. Assim como ele foi comigo todos esses dias.

– Entende o meu lado, Lety, eu vi o cara te agarrando. Eu fiquei cego de ódio. – Ele chega perto de mim. Recuo.

– Você brigou comigo, Fernando. – ele me olha mais triste – me disse coisas horríveis como se um dia eu fosse capaz de cometer aquilo contigo.

– Eu me arrependo, juro, eu te amo tanto – ele tenta chegar perto novamente. – olhando aquele cara encostando você eu me senti incapaz, impotente, inseguro. – ele sussurra a última palavra que se eu tivesse recuado, não conseguiria escutar.

– Você me magoou, Fernie...

– Me desculpa? Por favor. – ele chega mais perto, sinto sua respiração cortando a minha pele.

Nos abraçamos forte. Que saudade do encaixe de nossos corpos. De seu coração batendo contra o meu. Meu Fernando.

– Agora, coloca uma roupa confortável que vamos sair – ele dá um tapa de leve em minha bunda – confortável, não curta.

– Chato – cantarolo.

– Tenho que cuidar do que é meu. – ele pisca para mim. Rio.


– Para onde vamos, amor? – pergunto ao ver ele colocar um short e uma blusa larga.

– Surpresa, apressadinha... – e sai do quarto. Ódio.

Ao chegarmos no nosso carro, ele pede para eu colocar uma venda. Isso tá estranho.

Pelo que parece durante a saída do carro da garagem, é algo muito importante. Ele não para de falar, e só tagarela assim quando está nervoso, apreensivo. Isso me deixa mais curiosa.


Bem, parece que chegamos.

– Amor, me dá a mão aqui e quando eu falar que é para tirar a venda você tira.

Subimos um degraus e ouço um barulho de chaves. Entramos num local meio arejado porém sinto ele meio vazio.

– Lety, pode tirar. – Fernando fala com uma voz animada.

Tiro a venda em dois segundos. Puta Merda. O que é isso? É o que eu tô pensando? Puta merda, Fernando.

– Bem-vinda ao nosso mais novo lar. Lar Doce Lar. – Fernando me abraça e agradeço mentalmente, senão eu já estaria no chão.

Fernando começa a tagarelar mas não presto atenção. A única coisa que vejo são cenas nossas em cada cômodo.

– ... E bem, tem além do nosso quarto mais dois... você sabe que eu quero muitos herdeiros né? – ele diz me abraçando por trás.

– Acho que podemos providenciar... – digo risonha.

– Agora? – ele me olha surpreso.

– Por que não? Dizem que dá sorte... – só vejo o sorriso sapeca dele.

Não aguento, agarro-o ali mesmo.

Essa greve de sexo estava me matando.


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Notas finais do capítulo

Então leitores adorados e agraciados por tudo que é de mais sagrado e afins.
Eu tinha falado que não demoraria tanto mas eu tive um puta bloqueio com esse capítulo só que como perceberam ele ficou grande (CHUPA UHU).
Não conseguia um ponto sequer para ter história e tal mas pela graça de Drummond eu consegui (e só peguei o computador agora então outra desculpa pra demora).
Se sentiram que o drama desse capítulo foi forte se preparem, vem chumbo grosso por ai.
Drama é comigo mesmo, agora aguentem coração.

Comentem, comentem, comentem...
Adiós.

(AH, tem spoiler da próxima história nesse Capítulo. Toda atenção e releitura é importante se quiserem saber 😉)