Pov Lety

Sinto meus olhos abrirem com dificuldade, procuro um relógio qualquer para me situar, 02:30am, viro procurando o Meu Fernando. Ele não está na cama. Será que tudo foi um sonho? Eu, ele, nós nos casando, fazendo amor nessa mesma cama, me fazendo mais dele do que já era, nossos corpos juntos como se fossemos um único corpo... Tudo foi uma utopia buscada enquanto eu dormia? Saio de meus devaneios quando vejo a porta abrir... Aldo? Como? Quando? Não é possível... Ele foi pro litoral! Eu me casei com Meu Seu Fernando...EU LEMBRO! Oh meu Deus, isso é um pesadelo, confirme que não estou acordada... Se eu chorar ele-

Acordo novamente, ou seria a primeira? Vejo o dono de minha mente, de minha alma do outro lado da cama, parecia preocupado.

– O que aconteceu meu amor? - ele fala me puxando para deitar junto de seu corpo. Agradeço no silêncio esse movimento, meus músculos relaxam instantaneamente. Se antes era um pesadelo agora estou no paraíso... Eu agarrada no tronco desnudo do homem que mais amo nesse mundo, ele sendo meu, meu, meu...

Nossos olhares se cruzam, não consigo deixar de alargar o sorriso. Ele agora abandona o ar preocupado e faz o mesmo. Vejo o dele começar a se transformar num travesso enquanto abaixa um pouco sua cabeça para o meu pescoço. Babaca. Deposita beijinhos e mordidas nessa região. 7x1 para o Senhor Mendiola. Sinto agora sua respiração próxima a minha orelha.

– Quer que eu traga seu café aqui? - ele fala roucamente. Esse homem quer me matar.

– Você conseguiria fazer o café? Pelo que eu me lembre aquele pão não ficou muito bem cortado... - gargalho da entortada de boca que ele dá quando termino a frase.

– Se isso deixar a minha esposa confortável, feliz e tudo que ela mais merece nessa vida eu faço todas as refeições possíveis. - vejo seus olhos brilharem quando confirma o que tinha acontecido mais tarde: sua esposa; acho que me posso me acostumar com essa nomenclatura.

– Vamos descer, quero aproveitar essa lua-de-mel de verdade contigo, afinal será a minha única. - falo puxando as cobertas.

Entro no banheiro e faço minha higiene pessoal pensando que ele devia estar terminando de se arrumar. Quando penso nas horas, procuro o relógio mais próximo: 10:40am. Merda, o café da manhã termina às 11h.

Sobre ele estar pronto... engano meu. Ele simplesmente virou de barriga para baixo e voltou a dormir. Subo em sua bunda e deposito mordidas em suas costas. Ouço gemidos abafados pelo travesseiro. Paro. Rio ao ouvir um resmungo por causa da interrupção.

– Amor são 20 pras 11h, vamos perder o café - não tenho resposta; chego mais perto de sua orelha - Amor, tá na hora - sinto seu arrepio.

Num movimento mais rápido do que previ sou jogada na cama ficando por baixo dele.

– Fica aqui, temos todo o tempo do mundo pra tomar café juntos... o que quero tomar agora é outro tipo de comida... uma que ninguém jamais terá a honra de provar - safado, Fernando sabe acabar com as minhas forças de luta só com palavras. Uma coisa é certa, temos todo o tempo do mundo.

Ou pelo menos a eternidade.

Sorrio.