Lorde Jon Arryn e Lorde Steffon Baratheon tinham feito um acordo de mandarem seus filhos mais velhos para viverem na Casa um do outro por alguns anos, e nem a morte do segundo tinha desfeito esse acordo. Talvez Robert pudesse ter desfeito, afinal agora que seu pai estava morto ele era o Senhor da Ponta da Tempestade, seria mais do que apropriado que ele permanecesse no lugar, mas Robert não parecia muito excitado em assumir as suas responsabilidades tão cedo.

Davos chegou na Ponta da Tempestade quando esta estava em luto, e assim continuou no mês seguinte. Stannis lhe mostrou o castelo no primeiro dia, e no jantar durante a noite ele perguntava se Davos queria alguma coisa, e quando este dizia que não, a conversa parava por aí. Ele começou a temer que os próximos anos seriam os mais longos e entediantes da sua vida, até que uma noite com insônia ele ouviu o bebê chorando, ele chegou no quarto junto com Stannis. O rapaz conferiu se seu irmão mais novo tinha sujado suas fraudas, se ele estava com fome, se a temperatura dele estava alta, mas nenhum desses casos era o que estava acontecendo e Renly continuava berrando, isso até Davos tirá-lo do colo de Stannis e começar a cantar uma canção, Renly parou de chorar e em apenas alguns minutos tinha adormecido.

“Obrigada” Stannis disse após eles saírem do quarto.

“De nada”

“Como você sabia que cantar pra ele ia funcionar ?”

“Eu não sabia, mas até que faz sentido sabe se não tem nada de errado com ele físico deve ser só carência, você devia cantar pra ele mais vezes”

“Ele não gostaria se fosse eu, ele me odeia”

“Ele é um bebê”

“E o que isso tem haver ?”

“Quando você era um bebê você odiava alguém ?”

“Eu não sei, as memórias dos primeiros anos da minha vida são enevoadas”

“Ele não te odeia”

“Eu não tenho certeza se eu acredito nisso, mas obrigada de qualquer jeito”

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Na manhã seguinte para a sua surpresa Stannis apareceu no seu quarto dizendo que tinha feito suas lições um pouco mais cedo naquele dia e se Davos gostaria de dar uma volta pela Ponta da Tempestade. Ele ainda falou muito pouco naquele passeio, o máximo foi sobre a sua águia de estimação Proudwing, mas Stannis continuou a aparecer e conforme o tempo foi passando a conversa veio mais fácil, Davos descobriu que ele tinha um senso de humor sarcástico, e que quando ele metia uma idéia na sua cabeça que ele não deixava de lado.

Aos poucos ele viu que apesar de Stannis ser bem sério e valorizar o conceito de dever mais do que qualquer outra pessoa que Davos já conhecera, que ele não era frio, ele se importava com aquele lugar, com seus irmãos, com os pais que ele perdeu. Mas demorou um bom tempo até que ele próprio também fazia parte dessa lista de coisas que Stannis se importava. Foi no dia que uma carta de Robert chegou.

“Então como está o seu irmão ?” Davos perguntou.

“Bem, feliz eu acho, ele descreve Ned Stark como o irmão que ele sempre quis ter”

“Mas ele tem irmãos já”

“Eu estou ciente disso, mas tudo bem, Robert pode ter encontrado um novo irmão no Vale, e eu não tenho problemas com isso porque eu encontrei um novo irmão também”