Projeto : O primeiro beijo escrita por NMCMsama


Capítulo 6
Beijo 5 :AloisxClaude


Notas iniciais do capítulo

Ola,
Desculpe a demora em postar! Mas aí está um novo capítulo!
Primeiro digo é que eu sempre gostei de Alois, era (e ainda é) um dos meus personagens preferidos...



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–Só pode ser um beijo? –Perguntou um jovem de cabelos loiros, curtos, olhos de íris azul vibrante. Contudo não era o seu rosto angelical que chamava mais a atenção... Talvez fosse o short curto que usava deixando amostra suas longas pernas, aquilo era motivo o suficiente para vários alunos (sejam homens ou mulheres) sentirem seus olhares atraídos para o corpo esguio e sensual do estudante. Para somar a tudo isso, usar botas de salto alto e uma camisa curta o destaca ainda mais, pela a beleza quanto sensualidade que parecia emanar de seus poros.

–Alois... –Um outro rapaz de cabelos longos loiros amarrado em um rabo de cavalo falava em um tom de reprovação. Também tinha olhos de íris azul, uma mecha de seu cabelo caia por sobre um dos olhos. Ao contrário do outro loirinho, vestia roupas folgadas e sujas do que parecia ser barro e tinta.

–O que foi Deidara-sempai? Não posso perguntar? –Fez biquinho.

–O projeto é só de um beijo! –Enfatizou Deidara –Nada mais!

–Que chato! –Estufou as bochechas –Eu poderia oferecer muito mais...

–É um projeto para filmar o primeiro beijo e não algo pornográfico, uh! –Resmungou o mais velho.

–Pena...

Deidara parou subitamente o caminhar fazendo que Alois também parasse meio receoso, talvez tivesse provocado demais.

– Alois Tracy...

–Eita...Já sei que lá vem sermão, falou meu nome todo...-Falou baixinho.

Deidara tentou ignorar a interrupção do mais novo e continuou.

–...Você é um garoto legal, realmente gosto de você, afinal ambos temos algo em comum! Amamos a arte! Mesmo que você se concentre na dança e eu na artes plásticas... Ambos gostamos do que fazemos e damos nosso suor e alma ao nosso trabalho, uh!

–Mas? –Alois sabia que deveria ter algo mais naquele discurso.

Mas esse seu temperamento promiscuo acaba por afastar muitas pessoas...E atraindo outras nada boas.

–Isso não é verdade!

–Me diga...Quantos garotos você já “ficou” do nosso departamento de Artes?

–Bem...-Alois começou a contar nos dedos de uma mão e depois passou para a outra, contudo só os dedos das mãos não iriam ser o suficiente...

–Já entendi! Não precisa dizer, uh! –Disse exasperado o loiro mais velho, não iria admitir que se sentia um pouco inferior por seu calouro ter muito mais experiência e também ser mais famoso neste quesito do que ele. “Mas eu tenho o meu namorado!” Pensou orgulhoso, de fato não precisa ser “famoso” ou desejado tal como o seu Kohai, sabia muito bem como um certo Uchiha agia quando estava com ciumes –A questão verdadeira seria: dentre esses garotos, quais deles se tornou seu namorado?

Agora o loirinho olhou para as suas mãos que apresentava os dedos levantados, fechou o punho. Havia uma expressão de dor em seu olhar.

–Alois...Eu sei que não buscas unicamente alguém que partilhe a sua cama uma única vez. Mas mesmo assim você busca esses “caras”, tem uma noite “caliente” e depois eles vão embora e você se machuca! Estou cansado deste ciclo vicioso! E isso não se limita só a mim, Ciel também está preocupado!

–O Ciel?

–Lógico, uh! Ele é seu melhor amigo, não é?

–S-sim... –Alois mordeu o lábio inferior, não gostava de ver tantas pessoas se preocuparem com ele, na verdade não estava acostumado com aquele tipo de sentimento... Sua família nunca demostrava interesse com a sua vida, se estava bem, saudável ou não... Nem ao menos perguntavam ,por educação, em relação ao seu bem-estar. Sempre fora sozinho, na verdade tinha medo desta solidão. Se não fosse Ciel e a sua família terem praticamente o incluído em seu ambiente familiar a infância e adolescência de jovem Tracy teriam sido terríveis e sem qualquer vestígio de carinho ou amor. Mas mesmo assim, Alois Tracy não pertencia ao clã Phantomhive, não podia viver apenas da pena dos outros, por isso quando surgiu a oportunidade de fazer um curso superior junto com Ciel no Japão, não pensou duas vezes antes de acompanha-lo, queria poder adquirir formação e conseguir sua independência... Mas não podia negar que também queria buscar alguém que o completa-se e desta forma pudesse formar, com suas próprias mãos, um novo núcleo familiar.

–Esse tipo de vida não pode continuar... E eu não falo isso unicamente devido ao fato que irás se machucar, mas também poderias pegar alguma doença sexualmente transmissível! Já pensou nisso, uh?

–Eu vou ao médico regularmente...-Resmungou em sua defesa.

–Mas se tivesse uma relação realmente séria não precisarias disso, uh?!

–Certo, certo...Eu até consigo ver a sua lógica, mas como esse projeto poderia me ajudar? Como você disse antes, trata-se só de um beijo!

–Talvez você precise relembrar o que é um pouco de romance na vida ao invés de pular a fase inicial dos flertes e ir logo para a cama! Além disso, eu soube que esse projeto conseguiu formar vários casais...

–S-sério? –Alois não conseguiu esconder o tom de animação em sua voz. “Tolo! Isso não significa que irie encontrar um namorado! Digo...Quem iria querer namorar comigo? Tendo em vista ao meu histórico...Praticamente sou o alvo de todas as fofocas nesta faculdade!”.

–Nem faça essa cara! Sei muito bem o que está pensando, uh! Você tem que mostrar quem é o verdadeiro Alois por trás de toda essa fachada que você mesmo criou, uh!

–Falar é fácil, Deidara-sempai...-Fez biquinho.

–Por isso estou aqui para ajudar! Vou te apoiar em seu primeiro passo para a sua mudança!

–Apoiar? Como?

A resposta do estudante de artes foi empurrar o seu “Kohai” para uma sala...De fato ele o ajudou, literalmente, em seu primeiro passo.

~~**~~**~~PRIMEIROBEIJO~~**~~**~~

Momentos atrás...

–Não!

–Tem certeza?

–Que parte do “não” você não entendeu?

–Não precisas ser tão pessimista assim, Clau-chan!

–Eu não estou sendo pessimista!

–Então, por que não diz “sim”?

–Porque a resposta é “não”!

–Sei que deve estar com medo...

–Eu não estou!

–Afinal, qual deve ter sido a ultima vez que você fez “isso”? De acordo com Undertake-sensei, faz tempo... Mas lembre-se, “isso” é tal como andar de bicicleta! Você nunca esquece!

–E-eu...-O rapaz de cabelos negros ajeita o óculos, um leve corar dominava o seu rosto, Rei não sabia ao certo se deveria ser pelo embaraço causado pela insistência de Nagisa em convence-lo na participação no projeto ou seria irritação, nisso o estudante de jornalismo teria que fazer algo para intervir caso o professor fizesse algo extremo...Sabia como o seu loirinho podia ser irritante.

“Espere...Meu?! Não...Quero dizer...” Corou devido a sua linha de pensamentos.

–Eu não estou tão enferrujado assim! –Rosnou Claude – Eu só porque não tenho um amante a mais de um ano não me faz ... –Mordeu o lábio inferior irritado, tinha falado demais e isso era bem evidente ao observar o sorriso triunfante no rosto de Nagisa –Mas isso não significa nada! Essa abstinência não prejudica o meu trabalho!

–Sério? Não foi o que Undertake-sensei falou...

–Ah? Como assim?

–Como foi mesmo as palavras deles Rei-chan? –O loirinho se voltou para o seu parceiro que, por sua vez, engoliu em seco, não queria fazer parte daquela discussão – Ah! Lembrei-me! Era algo relacionado ao Seb-chan!

–Ao Sebastian? –Rangeu os dentes o professor.

–Parece que o seu trabalho, em comparação ao dele, está pior.

–Definitivamente não! Eu sou melhor professor assistente do que aquele idiota!

–Talvez essa tensão toda esteja prejudicando sua eficiência...

–Eu sei muito bem qual é o seu jogo! –Sorriu de forma arrogante Claude ajeitando óculos em sua face. Seus olhos de íris castanho claro que às vezes pareciam brilhar em uma coloração dourada fitavam o estudante loirinho que se fingia de desentendido – Usar meu rival como forma de me induzir a aceitar na participação deste projeto maluco não irá funcionar! Valeu a tentativa, realmente, mas eu não vou me deixar influenciar e nem vou mudar de opinião!

Nagisa fez biquinho chateado, Claude Faustus era mais difícil de convencer que o outro professor assistente (Sebastian). O que eles poderiam fazer? Implorar? Clau-chan não parecia ser uma pessoa que sentira pena ou seria emotivo...

–Claude-sensei... Nós só precisamos de mais uma dupla de voluntários para terminarmos nosso projeto. Até o Undertake-sensei está apoiando nosso projeto, ele mesmo levantou a possibilidade de exibi-lo em um festival de filmes amadores! –Tentou argumentar Rei, já que as táticas infantis de ser parceiro não surtiram efeito –Seriamos eternamente gratos com o seu auxilio! Pense que está auxiliando na formação acadêmica de seus estudantes...

–Primeiro erro em sua fala: “voluntários”! Eu me sinto obrigado a participar deste projeto sendo, então, o total oposto da palavra voluntário! Olha...Eu sinto muito, mesmo. –Ajeitou os óculos novamente- Sei que poderão encontrar um substituto, afinal estamos em uma faculdade cheio de jovens com os hormônios a mil por hora, prontos e ávidos por algum romance. Infelizmente estou satisfeito com o meu estado solteiro e de abstinência atual.

–Chato...-Resmungou Nagisa, Claude ignorou, não tinha tempo para aquela criancice, se seu orientador achava interessante compactuar com aqueles atos tolos, era a escolha dele, mas não devia obrigar seus subordinados a participarem!

“Ele pode ser um gênio dentro do jornalismo...Mas eu sempre achei que genialidade também tinha uma pitada de loucura!” Pensou enquanto se aproximava da porta, logo iria estaria livre e podia voltar a sua rotina normal...

–AHH! –Um jovem estudante adentrou na sala, talvez “adentrar” não fosse a palavra correta para descrever o ato de cair, sendo empurrado por alguém para dentro do recinto. Contudo, Claude não quis analisar isso, seus pensamentos e atenção estavam concentrados no loiro que se levantava do chão... Tinha belas pernas, parecia que fazia algum tipo de esporte, parecia também ser flexível... E aquela bunda empinada contida dentro do short curto? Como a universidade permite que alguém se vista assim? Aquele garoto parecia um próprio demônio da luxuria... Ao virar o seu rosto para encara-lo, o garoto deixou revelar os olhos azuis e o rosto quase que angelical. Realmente tratava-se de ideias contrastante, o professor assistente não sabia o que pensar... Mas de qualquer forma o estudante tinha despertado algo em Claude que, por sua vez, teve que suprimiu um rosnado se formando em sua garganta.

–Nagisa! –Disse o visitante massageando a bunda gemendo baixinho –Você devia ter dito para o Deidara ser mais carinhoso comigo! –Fez biquinho.

–Ele é o seu sempai, Alois-chan, e não meu! –Sorriu Nagisa indo receber o novo amigo.

Claude não conseguia tirar os olhos daquele que se chamava Alois, parecia hipnotizado... Não entendia por que sentia aquela estranha atração. De alguma forma o intrigava...

–Estou pronto para o trabalho! Então, quem eu devo beijar? Seria o garoto alto de óculos e cabelo meio azul? –Disse estudante de dança piscando para Rei que pigarreou envergonhado.

–Não! –Respondeu rapidamente Nagisa –Ele não!

–Hum? Está na defensiva por acaso? –Provocou Alois arqueando as sobrancelhas.

–E-eu não estou... E-eu s-só...-Não conseguia nem formular uma frase coesa? Nagidsa inspirou fundo e por fim falou -Rei-chan é meu parceiro neste projeto!

–“Parceiro”? Ohh...Entendi... Parceiro! –Disse em um tom sugestivo que fez o outro lourinho ficar com o rosto totalmente vermelho, a boca abria e fechava, tal como um peixe fora d´agua, não sabia como argumentar contra as palavras de Alois.

–Quando ele disse “parceiro” creio que se refere que o projeto foi planejado para ser realizado por dois estudantes de jornalismo, que neste caso somos nós. Chamo-me Rei Ryugazaki... Acredito que ainda não formos apresentados, Tracy-kun. Então, primeiramente digo que é um prazer te conhecer... –Falou formalmente, ajeitando o óculos no rosto – Contudo, apreciaria que não fizesse brincadeiras que possam gerar constrangimento para o meu companheiro.

–Oh...-Alois sorriu e depois olhou para Nagisa que sorria meio bobo para o dito Rei que veio a “resgata-lo” – Companheiro? Sinceramente eu não sabia que as definições no dicionário tenham mudado em relação a palavra “namorado”...Ou vocês estão usando sinônimos?

–ALOIS! –Os dois estudantes de jornalismo gritaram ao mesmo tempo, seus rostos pareciam dois tomates maduros de tão rubros que se apresentavam.

Claude pigarreou fazendo com que o loirinho atrevido volta-se sua atenção a ele.

–O seu parceiro neste projeto não seria o senhor Ryugazaki –Falou em um tom firme, o mesmo tom que usava enquanto lecionava – Pareces bastante animado para esse projeto.- Seus olhos que expunham um coloração dourada analisavam dos pés a cabeça o outro garoto –Estas avido por ser beijado? Ou simplesmente se diverte com a situação... Se encontrar com um desconhecido, o beijar... Sem ao menos saber a quem pertencem os lábios a serem tocados. Seu passado. Desejos. O mistério e perigo andam juntos...E isso te excitou para vir aqui?

Alois sentiu seu corpo ficar tenso, na verdade fora persuadido por Deidara para participar do projeto, mas não podia esconder que de fato sentia certa curiosidade e também uma estranha ansiedade por um encontro “às escuras”. Apesar de sua aparência desinibida a verdade era que Alois Tracy era romântico, ansiava encontrar sua cara metade...E o que seria mais romântico de que encontra-lo por acaso e se apaixonar a primeira vista? Lógico que não iria dizer aquilo para aquele homem que o parecia avaliar.

–Eu não sou pervertido...Se é isso que queres dizer. –Respondeu cruzando os braços diante do seu peito – As razões que me levaram a aceitar participar do projeto só interessam a mim, somente!

Claude sorriu, o loirinho estremeceu... Por que se sentia como uma relé mosca presa em uma teia prestes a ser devorada por uma grande aranha?

–Interessante...-Disse o professor assistente - senhor Hazuki.

–S-sim! –Respondeu rapidamente Nagisa.

–Eu aceito participar do projeto.

–Aceitas? –Falou surpreso e não escondendo a confusão em seu rosto, afinal a poucos minutos atrás foi enfático na negação da participação –Oh...Bem! Que bom!

A mente de Alois demorou a entender o sentido daquelas palavras. Aquele rapaz misterioso e com jeito de “predador” seria o seu parceiro? Uma nova onda de calafrio dominou o seu corpo.

–Ainda tens chance de desistir... –Sussurrou uma voz perto do seu ouvido, Alois emitiu um gritinho assustado e saltou para longe do outro –Tens medo? Pelo o modo que agias antes parecia bem disposto. Arrependeu-se?

Havia certo ar de arrogância em sua voz, combinado com o seu meio sorriso que fez o loirinho ranger os dentes de raiva.

–Eu não tenho medo! Eu disse que participaria do projeto e vou! Se tive a infelicidade de ser pareado com você não faz grande diferença. Afinal já tive encontro com indivíduos piores e mil vezes mais insuportáveis! –Para completar o seu pequeno discurso estirou a língua.

Por segundos Claude o observou pasmado com a atitude infantil, mas logo recuperou a compostura.

–Melhor guardar essa língua, ao não ser que queiras que eu dê um melhor uso para ela.

Alois, rapidamente, recolheu a língua e tapou a boca com as mãos.

–Pervertido!

Claude riu baixo com aquela reação, sem dúvida aquele garoto era interessante, pelo menos comparado a seus antigos parceiros que era irritantemente previsíveis, sentia que não precisa fazer muito esforça de suas células cinzentas para desvendar seus mistérios, na verdade travavam de indivíduos simplistas, não despertavam um interesse duradouro por parte de Claude, da fato o seu interesse só perdurava o tempo de uma noite, o suficiente para usufruir dos prazeres carnais, contudo seu coração nunca se sentiu tentado por aqueles que compartilharam sua cama. Alois parece ser algum complexo, aparência angelical, agia como um incubus, contudo escondia uma personalidade infantil por toda aquela fachada sensual... O que mais poderia descobrir sobre ele? Lógico que seu interesse não se residia unicamente nestas analises... A parte física também lhe interessava. Lambeu os lábios...

“Esse projeto não parece tão idiota agora...” Concluiu por fim.

~~**~~**~~PRIMEIROBEIJO~~**~~**~~

“Droga! Não era isso que eu tinha imaginado...” Pensou receoso Alois enquanto massageava nervosamente as mãos, estava no centro do palco improvisado e observava o seu amigo e o “companheiro” dele atarefados ajeitando as luzes e outros equipamentos. Alois nunca temera as câmeras, na verdade era o oposto! Gostava de ser o centro das atenção, principalmente em uma apresentação...Mas não era as câmeras que o estavam deixando nervoso. Seus olhos se voltaram para o dito professor assistente que afrouxava a gravata em seu pescoço e bagunçava seus cabelos negros .que antes tinham sido penteados para trás, mechas meio que encaracoladas agora pendiam rebeldes sobre sua testa. O rapaz retirou os óculos que estava usando e o guardou na bolso do casaco que agora retirava. O loiro engoliu em seco, não entendia as reações de seu próprio corpo...Por que estava nervoso? Não era a primeira vez que se relacionava com um homem mais velho... Na verdade já tinha recebido propostas e cantadas de muitos senhores de idade ao longo de sua vida! E definitivamente não era a primeira vez que beijara alguém. Até já tinha ido a muitos clubes noturnos e beijara diversos homens e mulheres sem rostos a serem guardados em sua memória, então lhe resta a pergunta derradeira: Por que estava nervoso em beijar aquele rapaz?

–Acho que eu te conheço... –Falou o professor, quebrando o silêncio.

–Pois eu acredito que não...Eu teria me lembrado se eu, por acaso, tenha me encontrado com você em outra ocasião. –De fato, sentiria que a figura do outro não iria passar despercebida.

–Não pessoalmente, claro. Ouvi boatos pela o campus...

–Oh...-Alois mordeu o lábio inferior e desviou o olhar, seu reputação lhe precedia, apesar destes boatos e fofocas aumentarem em demasia os fatos, alterando seus significados o que resultou no apelido nada afetivo de Gueixa*.

–Não irá se defender? Só irá baixar a cabeça e aceitar submisso o que eu, por ventura, possa dizer referente a esses boatos? –Perguntou em um tom severo o mais velho.

–O que eu poderia dizer nada significaria para você... Não irias acreditar em mim.

Subitamente Alois sentiu seu queixo sendo segurando pelas mãos firmes do outro, o forçando a levantar a cabeça e então encarar o rosto do seu “parceiro de beijo”.

–Você não me conhece tão bem para tirar essa conclusão. Sou formado em jornalismo, isso significa que meros boatos, para mim, não significam que são verdade...Na verdade, creio que eles contenham fragmentos de verdade obscurecida por uma grande camada de mentira , você tem que saber lapidar com cuidado para que assim encontre a verdadeira essência da história.

–Então...Não digas que me conhece se tudo que tens são esses horríveis boatos! –Respondeu retirando a mão que lhe prendia o queixo.

–Está certo. Realmente não o conheço, esse, afinal, é o intuito deste projeto, não é mesmo? –Falou enfiando as mãos nos bolsos da calça jeans negra.

–As pessoas...Elas julgam as outras sem conhece-las...-“Por que estou falando isso para ele? Eu devia continuar calado! Não tenho que me explicar para esse...Bruto e sabichão!” mesmo pensando isso Alois não conseguia conter a sua boca – Só por que me visto assim ou ajo de uma maneira...Digamos...Alegre...Não significa que eu não tenha sentimentos ou que sou um prostituto!

O professor nada fala, continua a observa-lo, esperando que continuasse.

–Sim, eu posso ter saído com muitos rapazes... Mas o modo que esses boatos falam é como seu eu tivesse os atraído para a minha cama! Besteira! Eles vieram por livre espontânea vontade! Ninguém espalha boatos sobre eles, mesmo sabendo os mesmos já se deitaram com várias mulheres e homens! Não...Eles resolveram culpar a mim! Como se eu tivesse os corrompido! –Podia sentir que seu corpo estava começando a tremer, raiva e angustia estavam começando a transparecer – Esses boatos me fazem parecer como alguém que não busca o amor... E é totalmente o oposto! Eu me deitei com vários homens tentado encontrar o meu par ideal...Mas parece que essa tática não está dando tão certo. –Lágrimas rolaram em seu rosto.

“Ótimo...Agora estou chorando! Ele deve estar se divertido muito com isso! Me fazendo humilhar deste modo!”. Uma mão quente o acariciou o rosto, limpando com os dígitos as gotículas salgadas que ainda escorriam da face do loirinho. Alois, surpreso, abre os olhos, na verdade nem tinha percebido que os tinha fechado ao logo do seu monólogo, fita desconfiado o outro... Aquela ação era diferente da anterior, tinha carinho e delicadeza. O jovem estudante de dança sentiu suas bochechas esquentarem, indicando que estavam corando, com o gesto.

–É mais fácil encontrar a verdade encontrando a sua fonte, não é mesmo? Mas devo dizer que os boatos que eu referia seria relacionados à sua habilidade de dança.

–D-dança?

–Por acaso minha família tem uma escola de dança em Londres, especializado em sapateado, um dos meus tios leciona nesta faculdade e foi ele que me falou das habilidades de certo aluno. Segundo ele, eram formidáveis.

Alois corou ainda mais, tinha se enganado! Tinha falando tudo aquilo e era referente a outro tipo de boato? Tinha agindo que nem um idiota!

–Quanto a esses outros boatos que você se referiu, a mim pouca importância tem... Afinal, basta te olhar uma única vez para concluir que não passa de mentira.

–Ah? E por que achas isso?

–Bem...Pareces um anjo fingindo ser um demônio, pelo menos é o que eu acho.

Alois estava ainda mais atônico com aquela explicação, além disso, podia jurar ver uma leve vermelhidão nas bochechas do outro.

–Um anjo, você diz? –Sorriu o loiro enrolando uma de suas mechas douradas com o seu dedo indicador – Nunca fui chamado de algo assim... –Anjo significa pureza e muitos não associavam Alois a aquele tipo de figura mitológica.

–Isso por que não passam de uns tolos. –Respondeu firmemente o outro.

Alois sorriu, seu coração começou a bater mais forte... Sentiu seu estomago formigar, tal como tivesse borboletas presas. Já tinha lido em diversos livros de romance sobre aqueles sintomas...Sabia o que era.

–Hum... Eu poderia lhe mostrar suas habilidades de dança, depois, lógico...

–Quem sabe eu não lhe dê algumas dicas? –Sorriu orgulhoso o mais velho –Afinal, como disse antes, minha família tem tradição na dança de sapateado.

Alois colocou as mãos na cintura.

–Ora, ora...Achas que pode me ensinar? O seu tio mesmo disse que eu era formidável! F-O-R-M-I-D-Á-V-E-L! –Enfatizou o fato soletrando.

–Pelo menos mostrou que tem inteligência soletrando palavra tão difícil... –Provocou.

–Ei! Eu sou muuuuito inteligente! –Fez biquinho.

–Creio que não devemos ficar marcando um encontro tendo em vista que estamos aqui para fazer outra coisa.

–Que coisa?

O professor assistente puxou o menor pela a cintura o fazendo colidir de encontro a si. Alois pode sentir o corpo musculoso do outro quando suas mãos tocaram, acidentalmente o tórax do mais velho.

–Esqueceu do beijo, meu caro?

“Oh! O beijo!” Corou ainda mais, tinha esquecido totalmente o proposito de estarem ali. Novamente agiu que nem um bobo!

–Não pense muito...Pode queimar os poucos neurônios que tens.

–E-ei! Por acaso você está me chamado de burr...-Alois não pode terminar a sua fala pois seus lábios tinham sido selados pelos do outro. De inicio o beijo fora bruto, meio que violento, ambos tentavam impor sua dominância um no outro. O loirinho mordisca o lábio do mais velho, arrancando sangue que lambeu com prazer, emitindo gemidos provocadores. O professor contra-atacou descendo suas mãos pela a cintura do menor e apertando com força a bunda roliça do dançarino. Alois soltou um mistura de gritinho e gemido. Aproveitando o momento o rapaz aprofundou o beijo e ainda posicionou sua perna entre as pernas do outro, aumento ainda mais a provocação ao movimentar o garoto por sobre seu joelho, roçando precisamente sobre um prominência cada vez mais evidente nos shorts curtos e apertados de Alois Tracy.

–N-não...Ah...Assim não vale...-Reclamou o menor, ofegante, contudo sem findar o beijo.

–Sua boca pode dizer que “não” mas o seu corpo...-Deu beliscão em uma das nadegas fazendo com que o menor choramingasse –Diz que “sim”...Para quer nega-lo tal prazer?

–N-não...B-belisca...Deixa marca! –Diz Alois, mas empina a bunda como tivesse pedindo por mais o que ocasionou em um rosnado quase que feroz do professor assistente.

–Masoquista...-Não era uma pergunta e sim um fato, deu um tapa na bunda arrancando mais um choramingo de prazer do outro.

–Ah...Não faz... A-assim...-Alois começa a se movimentar na perna do outro, buscando sentir mais...Nunca sentira tão excitado como agora. Estavam pegando fogo...Quase que literalmente.

Um jato gelado foi lançado sobre eles. Alois gritou assustado e o professor soltou um resmungo irritado. Alguém estava usando um extintor de incêndio neles?

–E corta! –Falou Nagisa por fim –Obrigado pela a ajuda Rei-chan!

–S-sim...-Diz o rapaz que apresentava um filete de sangue escorrendo do seu nariz que logo foi ocultado por um lenço –Não precisa agradecer... Já estava se transformando em um filme erótico!

–Ops...-Sorriu Alois estirando a língua maroto.

–“Ops” mesmo...-Disse reprovativo Nagisa cruzando os braços diante do peito –Era só um beijo! Será que ninguém entende a simplicidade do projeto?

–O que falei sobre essa sua língua? –Sussurrou o professor no ouvido do dançarino.

–Que iria usa-la para algo divertido? –Disse o menor lambendo os lábios sedutoramente, parece que seu efeito foi imediato fazendo com que o outro rosnasse.

–Com licença? Vocês ainda estão em público! –Falou o outro loiro .

–Não por muito tempo...Acho que nossos serviços já não são mais necessário. Digam ao senhor Undertake que tirarei a tarde de folga. –Falando isso já puxava o menor consigo mas esse forçou que este parasse.

–Espera! Eu esqueci uma coisa!

–O que? –Resmungou o mais velho, mostrando sua impaciência, talvez estivesse relacionado com a ereção evidente em suas calças.

–Eu esqueci de te perguntar o seu nome? –Falou timidamente Alois.

– Claude Faustus, melhor não esquecer...Principalmente quando gozar gritando o meu nome.- Sorriu arrogante.

Nagisa corou e Rei fingiu que se concentrar em outro canto qualquer na sala que não fosse aquele casal nada discreto.

–Não vou esquecer...-Prometeu Alois sorridente se deixando ser arrastado pelo outro.

Ao ver o novo casal formado sair, Nagisa por fim suspirou.

–Acabou! Terminamos o projeto! Eba!

–Ainda temos que editar a filmagem, ajeitar o som, colocar alguns efeitos e...-Começou enumerar Rei.

–Não seja um estraga prazeres Rei-chan! –O menor fez biquinho –Devia estar feliz por termos terminado, não?

Rei não sabia muito bem como responder aquilo, afinal com o fim do projeto significava que agora teriam que se separar... Não seriam mais uma dupla. Companheiros. Parceiros. Todas aquelas semanas que trabalharam em conjuntos seriam apenas uma lembrança.

–Rei...-Nagisa puxou de leve barra da camisa do outro –Ainda não acabou, sabe? Digo...Como você disse...Ainda muita coisa para fazer...

–É...-Forçou um sorriso –Mas você tem razão, temos que comemorar. Quem tal milk-shakes?

–S-sério? –Os olhos do loirinho brilharam.

Rei agora sorriu de verdade, adorando o modo como o outro reagia a comida.

–Por minha conta.

Nagisa gritou de alegria e fez uma pequena dança “feliz”.

“Ele está certo ...Ainda não acabou...Ainda posso acumular mais algumas lembranças” Pensou Rei sentindo um aperto no coração...


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Notas finais do capítulo

Acabou?
Eu digo que não... Se notaram ainda falta mais um casalzinho a ser formado.
Obrigada pelos comentários e incentivos!