Born To Die escrita por Grazi, Fernanda Dixon


Capítulo 15
Cartas


Notas iniciais do capítulo

Olha quem apareceu aqui depois de taaaantos meses! Com saudades?
Antes de mais nada, eu queria realmente me desculpar com todos! Estou sendo uma péssima autora! Mas eu prometo melhorar! Estou me organizando e vou fazer um cronograma ok? Para todas as minhas fics! E a minha ideia é a seguinte. Eu posto um capítulo por mês (no máximo dois) em todas as fics de minha autoria, porém os capítulos vão ser bem grandinhos! O que acham? Podem me dizer nos comentários, ou por MP mesmo. Pois bem, não quero mais amolar vcs, então já me vou! Até as notas finais amorecos.
PS: a música do capítulo está bem no começo do capítulo, já com o nome da música link clicável.



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MIRACLES

A noite passou voando e logo já estava de manhã. James ficara a noite toda ao lado de Lily e só saiu da enfermaria por pedido de Lily, que disse que ele precisava de um banho. 

Dominique já estava na enfermaria há muito tempo e viu quando a ruiva praticamente obrigou o irmão a ir ao dormitório. Conta a melhor amiga tudo que acontecera no tempo em que passou fora. Das discussões e sobre Danielle. Lily não disse nada e soltou um pequeno sorriso. 

— Tudo bem não é Lily? – A loira perguntou pela décima vez. 

— Já disse que sim Dominique. – A Potter se mexeu e soltou um gemido de dor. – Mas acho que Minerva não vai deixar uma aluna da Sonserina ficar no dormitório da Grifinória. 

Dominique soltou um gemido de frustação. Lily estava certa. Não poderiam esconder isso de Minerva por muito tempo. 

Albus entrou na enfermaria com a maior carraca do mundo. Estava mal-humorado. Acordara de mal humor e Scorpius não ajudou nesse quesito. Ficou lhe perguntando como estava sua irmã e como ela tinha se ferido. Parece que o loiro não entendeu muito bem a frase “Não quero falar sobre isso” que Albus soltou após chegar no dormitório. 

— Nossa Albus. Que cara é essa? – Dominique perguntou quando o moreno chegou ao lado da irmã. 

— Scorpius enchendo o saco. – Murmurou irritado. Dominique e Lily reviraram os olhos ao mesmo tempo. – Como está Lily? Não pude perguntar pra você ontem. Nosso irmão deixou de ser um babaca e veio se redimir. 

— Não fale assim dele Albus. Devemos estar felizes por isso. – Lily pegou na mão do irmão e acariciou. – James pareceu realmente arrependido. Vamos deixar o passado no lugar dele. Lá trás. Vamos nos concentrar no futuro. 

— Lily. Eu sei que isso é o que você e a mamãe mais queriam. Mas estamos falando do James. Nunca sabemos se ele está realmente falando sério. Lembra das vezes que achamos que ele estava pelo menos mudando? Ele só piorava. 

Lily respirou fundo e olhou para Dominique pedindo apoio. 

— Dê essa chance Al. Sei que por trás dessas carranca e desconfiança, você está feliz pelo seu irmãozinho estar de volta. – Lily encarou o irmão, que permaneceu firme. Continuou encarando, até o irmão ceder e lhe soltar um pequeno sorriso. 

— Ok. Ok. Eu tô feliz mesmo! Satisfeita? - Lily soltou um gritinho de felicidade, sendo abraçada pelo irmão. – Eu senti mesmo a falta daquele idiota. 

— O seu amor por mim, Severo, me deixa encabulado. – James Sirius Potter olhava a cena toda da porta da enfermaria, sorrindo. – Também senti sua falta imbecil. 

O mais velho se aproximou sorrindo e puxou os dois irmãos para um abraço. 

Dominique olhava aquela cena com uma felicidade indescritível. Via a alegria nos olhos dos três irmãos. Lily estava imensamente feliz. E se a melhor amiga estava bem, ela também estava. 

Saiu de fininho, não querendo atrapalhar o momento dos irmãos. Finalmente algumas coisas estavam mudando. 

(...) 

Danielle estava preocupada. Lily estava na enfermaria e ainda não tinha notícias dela. Brian á havia chamado pra sair. E sua mãe havia lhe mandado uma enorme carta. 

Por dentro, Danielle já sabia do que se tratava a carta. Cassandra começara a envenenar seus pais. Recebera a carta enquanto tomava café. E quando viu o nome da elegante e exigente Daphne Greengrass Zabini, sabia que coisa boa não vinha por aí. 

Pegou a carta e deixou a mesa da Sonserina sem nem terminar de comer. Correu para o jardim, ignorando o fato de ter Runas Antigas naquele horário. Sentou na grama verde e fofa e abriu a carta. Se surpreendeu por não ser um berrador, e agradeceu também. 

Danielle Isabelle Greengrass Zabini,

Espero que esteja feliz. Seu irmão me contou o que você fez á pobre Cassandra. Como ousa envenenar a cabeça do Sr. e Sra. Dursley contra a própria filha? E ainda dormiu com o irmão de Claire. Seu próprio primo! Não sei como Scorpius caiu nos seus encantos. Não vou comentar nada com sua tia Astória, nem com Draco, porquê os dois estão muito nervosos com a gravidez. 

Mas se acha que irei deixar isso passar em branco está muito enganada. Seu irmão está muito chateado com você. Também me disse que você não fala mais com ele. E ainda me contou que já lhe encontrou bêbada com um garoto no Salão Comunal da Sonserina, com um garoto! E ainda quase o atacou. Que um garoto lhe levou acalmou e lhe levou para o quarto e sabe Merlin o que fizeram lá dentro. 

Seu pai está decepcionado com você. E devo dizer, que eu também. Não a criamos assim Isabelle. Eu, seu pai e seu irmão iremos passar o natal na Mansão Malfoy, e você não irá conosco. Não conseguirei olhar para o rosto de Scorpius e o seu no mesmo ambiente. Você irá passar o natal com sua tia- avó Clementine. Sei que a odeia. E é por isso mesmo que vou manda-la para lá. Acho que isso lhe será um ótimo castigo. 

Espero não receber mais notícias como essas Isabelle, você já nos envergonhou bastante, manchando a sua imagem em Durmstrang. Espero que não faça o mesmo em Hogwarts. Eu e seu pai não hesitaríamos em lhe transferir para qualquer escola na América ou até mesmo na África. 

Sem nenhum tipo de carinho, sua mãe Daphne Greengras Zabini.

Danielle abaixou a carta e a colocou ao seu lado. Tentou controlar sua raiva e não fazer nada. Se levantou, ainda com raiva e começou a andar novamente pra o castelo. Andou, andou e andou. Até chegar no corredor do terceiro andar. Uma voz conhecida a parou. 

— Danielle. 

Era Luke. Segundo round. 

— O que você quer? – A loira se virou e olhou seu gêmeo com superioridade. 

— Você está feliz Isabelle? Cassandra me contou o que fez. – Danielle riu irônica. 

— Mas é claro que ela contou. Ela sempre conta não é mesmo? 

— Do que está falando? 

— Pense ao menos uma vez na vida Luke. Toda vez que nós dois brigamos, tem dedo de Cassandra no meio. 

— Porque toda vez que brigamos você faz alguma besteira com ela. Danielle! Somos todos amigos! Era pra gente se apoiar! Viemos a Hogwarts para acabar com aquela família. 

Danielle revirou os olhos e bufou irritada. 

— LUKE! – A loira gritou, assustando seu irmão. – Se escute falando! Acabar com aquela família? Foi somente o Harry que fez aquilo com Cassandra! Só ele! Você é tão idiota que não pensa na Gina? Imagine o que ela passou durante todos esses anos pensando que a filha dela está morta! Luke pelo amor de Merlin me escuta! – Danielle se aproximou do irmão e pegou seu rosto com as mãos. – Vamos acabar com isso. Vamos contar tudo isso sem que ninguém se magoe, sem machucar ninguém. – Danielle olhou nos olhos do irmão suplicando. – Vamos encontrar uma maneira de Cassandra sobreviver! 

— Para Danielle – Luke disse sério. – Já chega! – Ele gritou, fazendo Danielle se assustar e pular para trás. – Já chega Danielle. Essa é única maneira dela se vingar por tudo. 

— Se vingar do quê Luke! Ela foi deixada na porta de uma casa e foi encontrada pelo pai dela! Sempre teve o amor do tio Duda e da tia Cami! Abra a merda dos olhos pelo menos uma vez na sua vida! E veja o que estão fazendo. – Ela mais uma vez chegou perto do irmão. – Se você a ama tanto quanto eu sei que ama, impeça isso. Por favor Luke. Não deixe Cassandra caminhar para o abismo, como ela está fazendo. 

— Eu disse chega Danielle. – Ele disse e Danielle suspirou derrotada. – Ou você esta conosco, ou está contra a gente. E se escolher a última opção, esquecerei que sou seu irmão. 

Danielle o olhou chocada. Cassandra conseguiu lhe atingir mais covardemente. No lugar onde doía mais. Onde ela sabia que ela não se recuperaria. Onde ela ficaria fraca. Claro que ela usaria Luke para a deixar fraca. A pessoa que Daniele mais ama, dizendo que está contra ela. Esse golpe deixou Danielle desnorteada e tonta. Mas exigiu a sua mente que se recuperasse ou pelo menos fingisse isso. 

— Então eu não tenho mais um irmão. – Luke a olhou com pesar. 

— Sinto que tenha que ser assim Danielle. Mas você escolheu isso. – Danielle o olhou de cima a baixo soltando uma risada irônica. 

— Não sinta. Você não me deve mais nada. – Luke saiu andando e deixou o que era pra ser sua irmã ali. Naquele corredor frio e escuro. Sozinha. 

Danielle ouviu os passos do seu irmão ecoando no corredor até o corredor ser consumido pelo completo silêncio. Tinha que sair dali. Daqui a pouco os corredores estariam cheios de alunos e naquele momento Danielle queria ficar sozinha. 

Longe de tudo, de todos. Queria um lugar que ninguém a encontrasse. Queria chorar, queria gritar, queria quebrar coisas. Quando ela virou um corredor desejou com todas as suas forças estar em seu quarto. Virou mais uma vez o corredor e teve a impressão de ver uma porta aparecer na parede. Estou ficando louca. Pensou a loira. Mas decidiu ver o que se escondia por trás daquela porta. 

Quando a abriu, seu quarto estava lá. Sua cama, seu guarda roupa, sua penteadeira, a decoração branca com detalhes em verde e marrom floresta, tudo. Sala Precisa. Mas é 

Claro! Já tinha lido a respeito da sala em algum livro antes de embarcar para Hogwarts. Ela se mostrava para aqueles que realmente precisavam. 

Obrigada. A garota agradeceu mentalmente. Fechou a porta, segura que ninguém a acharia ali. Caminhou até sua cama, alisou a colcha que cobria a mesma e suspirou. A sua visão embaçou e as lágrimas não demoraram para cair, uma por uma, molhando seu rosto, e quando ela se deitou, molhando também a colcha. 

E Danielle se permitiu chorar tudo o que estava guardado á muito tempo. 

(...) 

— Fala sério Albus! Sério que ela chutou seu... amigo, só por você não ter chamado ela pra sair de novo? – O mais novo assentiu e James caiu na gargalhada. 

O três estavam conversando a horas, colocando o papo em dia, se colocando a par de tudo o que aconteceu na vida um do outro. 

— James? Você não contou o que andou fazendo. – Lily perguntou mais uma vez. Já tinha insistido mais de uma vez naquele assunto. 

— Essa é a quarta vez que pergunta Lily. – James a alertou. 

— Porque eu quero saber James. Você disse que não queria falar o que te fez fazer tudo isso, mas não que não podia falar o que fez durante todo esse tempo. 

James suspirou derrotado. Devia ter se lembrado que Lily era insistente. 

— Tudo bem. – Bufou, o que casou uma risadinha de Albus. – Bem, eu sei que ouviram boatos sobre Artes das Trevas, drogas, bebidas, prostitutas e até tentativas de suicídio, mas nem tudo é verdade. – Lily suspirou lembrando desses tais boatos. – Bom, tirem a parte sobre Arte das Trevas, as prostitutas e as tentativas de suicídio, o resto tudo é verdade. 

— James! – O mais velho riu. Achando o grito de Lily, extremamente parecido com o de Gina. 

— Relaxa Luna. Nunca fumei nada mais que cigarros, se quer saber. E desculpe cajuzinho mas beber é uma coisa deliciosamente divertida. – James disse arrancando um pequeno tapa da irmã. 

— James tem razão Lily. – Albus concordou com o irmão, o que causou uma onda de revolta em Lily. 

— James Sirius e Albus Severus! O que vocês acham que estão fazendo? O que vocês dois pensam que estão fazendo com de vocês!? – Lily se revoltou, gesticulando e falando nervosamente. 

— Caralho Lily! Você pareceu a... 

— ... Mamãe. – James começou e Albus terminou. Lily soltou uma gargalhada gostosa. 

— Eu senti falta disso. – Lily soltou após um tempo. 

— Do quê? – Albus se virou para a irmã comendo uma tortinha que Dominique tinha trazido minutos antes. 

— Disso aqui. Da gente conversando. Só nós três. Rindo como três retardados mentais. – James e Albus riram. – Mamãe vai gostar disso. 

— A mamãe! – Albus e Lily olharam para o irmão sem intender. – Meu Merlin, não perguntei dela. Como ela está? 

— Não sei. Desde que voltamos a Hogwarts não recebi carta de nenhum dos pais. Você recebeu Lily? – A ruiva olhou para baixo, não respondendo. 

— Lily, o que você sabe? – James chegou mais perto da irmã. 

— Eu não posso contar antes de ter certeza ok? Tenho que ter provas. – Lily disse, olhando para os dois irmãos que não entendiam nada. 

James suspirou cansado e se sentou ao lado da irmã, sendo imitado por Albus. 

— Então deixa eu perguntar. – Lily assentiu. - Onde a senhorita esteve todo esse tempo e porquê voltou toda machucada assim ein dona Luna? 

Lily suspirou, já sabendo que nenhum de seus irmãos a deixaria em paz até contar a eles o verdadeiro motivo. Seria um longo dia. 

— Só conto se vocês prometerem não falar nada, ok? 

Os dois irmãos olharam um para o outro, e depois se viraram para a irmã e assentiram. 

— A história vai ser longa. 

(...) 

— Scarlett! – Fred a chamou quando viu a morena saindo do Salão Comunal naquela manhã. – Scarlett! 

A morena se virou com uma expressão meio entediada. 

— O quê você quer Weasley? 

— Nossa Scar. É assim que você trata o amor da sua vida? 

— Nossa Weasley, não sabia que você tinha cara de tortinha de abóbora. – Scarlett sorriu debochada e continuou seu caminho até o Salão Principal. 

— Admita que gosta de mim morena. – Scarlett gargalhou e depois olhou para o ruivo. 

— Nos seus sonhos Weasley. 

— Sonhos podem se tornar realidade meu amor. – Scarlett revirou os olhos em um puro ato de tédio. 

A morena continuou andando, até que entrou no Salão Principal. 

— Scarlett. – Fred mais uma vez chamou a garota, que dessa vez se virou com uma raiva realmente aparente. 

— Dá pra parar de me perturbar Weasley? Realmente quero tomar meu café da manhã em paz. 

— Eu sei que você não toma café da manhã Scarlett.  – A morena se virou pra ele irada. – Não me olhe assim. Só saio do seu lado quando você falar decentemente comigo. 

— Weasley fala logo antes que eu encha essa sua cara de azarações.  – Fred levantou as mãos em sinal de rendição, mas deixou um pequeno sorriso escapar entre seus lábios.  

— Calma docinho. Só queria saber do James. -  A expressão da garota suavizou e quando se deu conta, já estava sentada ao lado de Fred. 

— Ele passou a noite com Lily na enfermaria. Ela o obrigou a pelo menos ir tomar um banho e ele acabou de voltar pra lá. – Scarlett olhou para o ruivo ao seu lado e continuou. – Eles se acertaram. Agora só falta ele falar com Albus. 

Fred olhou para frente e deixou um suspiro de alívio sair de sua boca. 

— Finalmente. – Ele passou as mãos entre os cabelos. – Não aguentava mais ver ele se afundar cada vez em um buraco. – Scarlett o olhou de uma forma alarmada. – Não adianta discutir. Eu sei que ele usava drogas. Sei que ele parou á uns meses atrás e sei que ele quase voltou a usar depois que a gente voltou das férias. – Scarllet o olhou assustada. Como ele sabia de tudo isso? – Ele é meu melhor amigo Scarlett, dorme no mesmo quarto que eu faz anos. Você realmente acha que eu não perceberia ele chegando com cheiro de cocaína e maconha? 

— Eu... 

— Não fale nada Scarlett. Sei que você o tirou daquele mundo. Mas ele se entregou a bebida pra poder substituir as drogas. Saiu de um vício e entrou em outro. Mas sei que ele vai sair dessa também. – O Weasley se levantou e olhou com pesar para a morena a sua frente. – Eu só espero que você também não se entregue a esse mundo também.  

E saiu. Deixando Scarlett totalmente boquiaberta. 

(...) 

Já era quase final da tarde quando James saiu da enfermaria. Lily tinha contado uma história um tanto quanto inusitada. Mas como prometera não falaria nada até ver o que a irmã o mostraria na manhã seguinte.  

O moreno estava feliz. E dessa vez ele estava verdadeiramente feliz. Como a muito tempo não estava.  

O Potter estava bem. Pela primeira vez em anos. Desde que entrou em seu mundinho fechado e afastou todos de si. Ver a alegria no rosto de Lily foi uma coisa que ele nunca esqueceria. Porque ela estava feliz. Por causa dele. E ele ficava feliz por isso. Mas ao mesmo tempo ficava com medo de decepciona-la de novo. De fazer merda de novo e de mais uma vez a ver triste por causa dele.  

Decidiu não pensar nas dúvidas no momento. Curtiria aquele momento ao máximo. 

— Obrigada. – James nem percebera quando Dominique chegou ao seu lado. 

— Hein? – O moreno não entendeu.  

— Você trouxe um brilho que á muito tempo eu não via nela James. Digo, a Lily. – Os dois continuaram a andar lado a lado. – Quando você sentou do lado dela e começou a pedir desculpas e ela acordou, eu vi o brilho no olhar dela. E acredite há muito tempo que não vejo aquilo nela. - James respirou fundo, não sabendo o que dizer exatamente. – Então obrigada. 

— Eu...  

— Só não estrague tudo novamente ok? – Dominique o parou e olhou para os olhos dele. Um castanho tão esverdeado. Tão lindo. Escondia tanta coisa. Que ela estava tentada a descobrir cada segredo escondido ali.  – Não dê esperanças para ela e depois volte a fazer tanta merda. Ela já está passando por muita coisa. Não sei se ela aguentaria ver o irmão dela se afundar na própria merda novamente.  

O moreno voltou a respirar fundo. Não sabendo outra vez como responder a loira a sua frente. Tentou olhar nos olhos dela. O azul que não conseguia decifrar. Um azul que parecia a calmaria de um céu em um dia de verão e ao mesmo tempo parecia o mar em um de seus dias revoltosos. 

— Não vou fazer pode ter certeza.  – Dominique levantou um de suas sobrancelhas loiras para o moreno, que continuou. – Não quero ter a sensação de perdê-la novamente nunca mais. Nem ela e nem ninguém mais.  

A loira olhou para o chão e depois voltou a olhar em seus olhos.  

— Acho bom. – Voltou a olhar para frente e depois olhou nos olhos do moreno novamente. – Porque se eu a vir derramando nem que seja uma lágrima por sua causa, eu juro que mato você. 

James soltou um sorrisinho de canto. Pensando como Dominique ficava extremamente sexy com um olhar de ameaça. 

— Agora vem. Soube que você ama tortinhas de abóbora. Vamos assaltar a cozinha. – A loira sorriu para o primo e saiu o puxando para a cozinha. 

(...) 

Scorpius estava preocupado.  

Preocupado com Lily. 

Albus havia chegado tarde na noite anterior murmurando que Lily estava na enfermaria e que James estava lá dando uma de bom moço. 

Scorpius só tinha ouvido duas palavras dos murmúrios de Albus. Enfermaria e Lily. 

O loiro não tinha conseguindo pregar os olhos naquela noite. Estava preocupado com Lily. Só que ele não sabia distinguir se era uma preocupação daquelas quando a gente sente quando o irmão se machuca. Ou se era aquele tipo de preocupação que se sente quando alguém muito importante – não que seu irmão não seja importante, mas é diferente, acredite. -  se machuca e você sente que vai morrer. Como se o ar escapasse de seus pulmões e não quisesse mais voltar.  

A segunda alternativa era mais... romântica. 

Mas Scorpius preferiu acreditar que a primeira opção era a mais correta. Ele preferiu, porquê sabia que a segunda era a mais apropriada para o que ele sentia.  

Quando amanheceu, já não aguentava mais não saber como estava Lily. Luke, já havia acordado e estava no banho. 

Tentou acordar Albus e nada dele se mexer. Tentou mais uma vez e nada. Mais uma e nada. Quando já estava no limite de sua paciência ele procurou sua varinha e mirou no rosto do amigo. Quando estava prestes a murmurar o feitiço, Albus se mexeu. 

— Não ouse continuar Malfoy.  – Albus disse ainda de olhos fechados. Coçou os olhos e abriu os olhos. – O quer Scorpius? Não são nem sete da manhã e você já me vem encher o saco.  

O loiro só revirou os olhos e voltou para a sua cama. Sentou e encarou o amigo. 

— Então você me acordou antes das sete pra logo depois voltar pra porra da sua cama? – Albus disse indignado e bufando de raiva.  

— Calma Potter. Eu só queria saber da sua irmã. Você chegou ontem murmurando umas coisas e eu não entendi muito bem.  

O Potter do meio bufou novamente e de resposta deu o dedo do meio, entrando no banheiro, já que Luke tinha acabado de sair.  

(...) 

Scorpius já estava cansado de Rose. De suas futilidades. De sua eterna rotina.  

E ainda estava preocupado com Lily. Albus não lhe falou nada e saiu do quarto como um furacão depois que saiu do banheiro.  

Não o viu quando foi para o Salão Principal e nem em metade das aulas que eles tinham naquele dia. Quando já estava anoitecendo, Scorpius cansou de esperar por Albus e decidiu por ele mesmo que ia até a enfermaria ver Lily.

Quando entrou na enfermaria viu Madame Pomfrey cuidar de um garoto do segundo ano e passou os olhos pelo corredor procurando Lily. Quando viu seus cabelos ruivos, quase que inconfundíveis, teve vontade de correr até a Potter e a encher de carinho.

Aproximou-se da cama de Lily e a viu dormindo. Parecia tão bem. Tão serena. Se não fossem o corte acima da sobrancelha, seus lábios machucados e a pele mais pálida que o normal ele podia jurar que ela era um anjo. Um perfeito anjo ruivo.

— Pare de me encarar Scorpius. Isso é estranho. – Lily murmurou, mas Scorpius ouviu cada palavra.

O Malfoy pareceu meio desconfortável com o que Lily dissera. A ruiva, no entanto ficou extremamente feliz com a visita inesperada de Scorpius. Aquele leãozinho que sempre aparecia quando estava do lado do loiro estava ali dando mais uma vez sinal de vida.

— Me desculpe Lily.

Lily sorriu ao ouvir a voz rouca de Scorpius, ela gostava da voz de Scorpius. A ruiva se ajeitou na cama, se sentando e se virando para o amigo de seu irmão. Ele estava mais bonito do que se lembrava. Os cabelos loiros estavam penteados para trás, o que significava que ele tinha acabado de tomar banho. Sua barba estava por fazer e ela achou aquilo extremante sexy.

— Então... O que faz aqui? – Scorpius suspirou pensando em alguma coisa que não o deixasse com cara de idiota na frente de Lily.

— Albus me contou que você tinha voltado e que estava na enfermaria. E eu queria saber como você estava. – Lily sorriu com aquilo. Algumas coisas passaram na cabecinha da ruiva, mas ela logo tratou de espantar aqueles pensamentos.

— Bem, eu estou ótima. Pronta pra outra. – Ela tentou levantar o braço, mas gemeu de dor, fazendo com que uma gargalhada escapasse dos lábios de Scorpius.

— Estou vendo o seu “Estou pronta pra outra”. – Ele sorriu e vidrou seus olhos na figura de Lily. Tentava decifrar o que se passava na cabeça dela. Mas não conseguia. – O que aconteceu Lily?

Aquela era uma pergunta que Lily não queria responder. Toda vez que faziam essa pergunta a ela as lembranças do que se seguiu depois que saiu de New Orleans a assombrava com um fantasma em busca de vingança. Estava tudo tão fresco, tudo tão recente. A dor. O medo. Ainda estavam encravadas na memória de Lily.

— Lily? Você está bem? Empalideceu de repente. – Scorpius se aproximou mais de Lily e viu que ela estava perdida em seus pensamentos. – Foi alguma relacionada com aquela coisa de você ser rainha?

Aquilo pareceu despertar Lily. Ela olhou Scorpius alarmada.

— Shiii! Não fale essas coisas aqui Malfoy! Essas paredes têm ouvidos e eu não quero mais um problema nas minhas costas! – A Potter o olhou com raiva. – Mas sim, tem haver com isso sim.

— O que aconteceu com você Lily?

— Isso não cabe a você saber Malfoy. Esse assunto interessa a mim e meu reino. – Lily foi rude e seca, coisa que assustou o loiro. Não estava acostumado com esse tipo de reação vinda de Lily.

— Calma aí ruivinha. – Lily revirou os olhos para o apelido nada original.

— Se não se importa eu não quero falar sobre isso Scorpius. Estou cansada. – Scorpius sentiu vontade de puxa-la para si e a abraçar. Mas ao invés disso, pousou sua mão na de Lily, o que fez a ruiva estremecer com o toque.

— Tudo bem. Vamos ter uma conversa entre amigos ok? – Lily assentiu, sentindo uma ponta de decepção quando a palavra “amigo” foi falada. Mas o que ela estava pensando? É claro que Scorpius só a via como uma amiga.

— Tudo bem. – Ela olhou os olhos cinzentos de Scorpius e quis se perder neles. – O que aconteceu em quanto eu estive fora?

— Não muita coisa. Acredite nisso. – Scorpius revirou os olhos, deixando um sorriso cansado escapar. – Há boatos que James vá fazer uma festa, mas ele não disse nada até agora. A Grifinória venceu a Corvinal semana passada por 239 á 100, e agora a Grifinória está liderando o campeonato. Amanhã tem jogo entre Lufa- Lufa e Sonserina...

Lily sorriu ao ver Scorpius tão absorto em contar as novidades. Ele parecia leve. Sem nenhuma preocupação. Tão lindo.

— ... Aí a Matilda Bugger vomitou na aula de Astrologia, bem nos pés do professor. Lily? Lily está me escutando?

— Claro que estou Scorpius. Como não escutar você falar igual á um amigo gay? – Lily gargalhou, causando uma careta de Scorpius.

— Você vai ver o gay. – No segundo seguinte Scorpius em cima de Lily fazendo cócegas na ruiva, sempre com cuidado para não machucar mais a ruiva.

A ruiva tentava se esquivar das mãos de Scorpius, mas no fundo ela não queria que ele parasse. Quando ele finalmente parou, estava em cima de Lily. Seus olhos encaravam os olhos esmeraldas dela e ele gostava da sensação de olhar para eles. Seu olhar desceu para os lábios machucados dela. Tão convidativos. Antes mesmo de ele pensar em um próximo movimento a voz estridente de Rose chegou aos seus ouvidos.

— Scorpius? – O loiro saiu rapidamente de cima de Lily, que estava visivelmente desconfortável. – O que está fazendo aqui?

— Eu vim procurar você, e achei que estava aqui vendo como Lily está. – Scorpius não soube ao certo o porquê de ter mentido para Rose. Mas quando se deu conta, as palavras já tinham saído de sua boca.

Rose olhou desconfiada para o namorado, mas logo desviou o olhar para a sua prima.

— Como está Lily? – Rose lhe sorriu falsamente, coisa que Lily não deixou de retribuir.

— Muito bem obrigada. – Lily olhou para Scorpius, que desviou o olhar para o chão.

— Espero que saia logo daqui prima. Estávamos todos com saudades. – A cada palavra que Rose dizia, Lily tinha certeza que todas eram pura falsidade.

— Obrigada pela preocupação prima. Agora se não se importam estou cansada, gostaria de dormir. – Sem esperar uma resposta, Lily se virou para o outro lado e fechou os olhos. Ouviu o barulho dos saltos de Rose ficar cada vez mais longe. A luz foi desligada assim que a porta se fechou. Lily se ajeitou e encarou o teto.

Lily estava frustrada.

(...)

— O que estava fazendo com minha prima Scorpius? – Rose indagou para o namorado assim que saíram da enfermaria.

Scorpius coçou a nuca. Começando a inventar uma mentira.

— Só fui ver como ela estava Rosie. Ela é irmã do meu melhor amigo e é sua prima. É da família. – Sorriu para a namorada, e tocou-lhe o rosto. Pediu a Deus que ela acreditasse na mentira, quando Rose lhe sorriu docemente, ele pôde respirar aliviado.

— Não precisa disso Scorpius. Nunca tive um bom relacionamento com ela mesmo. Só nos falamos nas reuniões de família. Ela é ridícula e pensa que eu não vejo a forma que ela te olha. – A voz de Rose transbordou ciúmes e aquilo, por incrível que pareça aqueceu o coração de Scorpius. – Você é meu Scorpius. Só meu.

O Malfoy puxou a namorada para um beijo. Logo estavam em seu dormitório, com as roupas no chão. E se amaram.

Quando terminaram, Rose se aconchegou nos braços do namorado e adormeceu. Olhando para teto. Scorpius chegou a conclusão que amava Rose. Não importava as crises de ciúmes, ou a futilidade dela, ele a amava. Estava dependente dela. Se algum dia teve dúvidas dos sentimentos que teve pela Weasley, ele estava louco. Seus pensamentos chegaram a Lily.

Ah, doce Lily. Tão encantadora. Ele sentia um grande afeto por ela. Como uma irmã. Mas tinha alguma coisa á mais ali. Ele sabia. Mas logo deixou de lado. Abraçou Rose contra seu corpo e adormeceu feliz. A mulher que amava estava em seus braços.

(...)

James Sirius Potter estava feliz. Realmente feliz. Fazia um pouco menos de uma semana que ele estava de bem com sua família. Mandara uma carta pra sua mãe lhe pedindo desculpas e esperava ansiosamente por uma resposta.

Naquela manhã ele seguiu para a aula de História da Magia, extremamente feliz. Nada o fez pensar que estaria preso em uma sala com um fantasma que o fazia querer dormir a cada cinco palavras que falava.

Lily estava bem. Agora ela estava. Ele tinha certeza disso, mas sabia que algo assolava a mente da mais nova. Depois que contara uma história muito louca sobre um tal reino do qual ela era supostamente a rainha, ele ficava constantemente preocupado com a sanidade da irmã. Já era um pouco tarde para ela sonhar em ser uma rainha, com castelos e príncipes a esperando. Mas depois de levar uma leve – não tão leve assim – bronca de Dominique por isso, ele deixou isso de lado.

Assim que entrou na sala de aula, não viu Fred. Ele estava atrasado. Em dias normais James também estaria, mas não hoje.

Sentou-se no lugar como de costume. No fundo da sala. Viu os outros alunos entrando e se acomodando. Viu Dominique entrando com os livros contra seu peito, seus cabelos dourados presos em um coque que ele sabia que ela fazia quando estava atrasada.

Viu ela se sentar na terceira fileira, ao lado de uma Sonserina. Elas se cumprimentaram e as duas se viraram para frente. Dominique pegou o seu livro e o começou a ler. Era incrível como James achava o simples fato dela folhear um livro ser magicamente encantador.

Atrapalhando sua visão, Gerard Bolton, entrou na frente de Dominique. A loira levantou o seu olhar do livro para o rapaz a sua frente e ele lhe deu um sorriso malicioso.

— Você é Dominique Weasley não é? Veja, é bem difícil encontrar um Weasley que não seja ruivo.  – James se inclinou mais em sua mesa para ouvir melhor a conversa.

— Meu irmão é loiro e é um Weasley. – A voz da Delacour era tão aveludada que quase fazia James esquecer a cena a sua frente.

— Quem é seu irmão docinho?

— Louis Weasley. – O garoto a frente de Dominique soltou uma risada anasalada.

— O fedelho loiro é seu irmão? Pena que a beleza não foi para toda a família. – Gerard riu e se aproximou mais da loira.

— Por quê está tão interessado na beleza de meu irmão? Está apaixonado por ele Bolton? – Os amiguinhos idiotas que estavam atrás do garoto riram. Gerard bufou irritado.

— Na verdade não. Estou mais interessado na sua beleza gatinha. – Dominique abaixou mais uma vez olhar em direção á livro, estando incomodado com a situação.

James se levantou para ir até onde Dominique estava, mas algo o impediu. Luke estava segurando seu peito, com Cassandra logo atrás de si.

— Calminha aí garanhão. – A morena sibilou e James bufou.

— O que está fazendo Dursley?

— Apenas assegurando que não vá arranjar confusão. O papai vai ficar bem decepcionado com outra carta da McGonagall.

— Cala a boca.

— O que será que James deixará de receber no natal? Quem sabe a tão sonhada atenção do papai? – Cassandra continuou a provocar o moreno.

— Você não sabe de nada da minha vida Dursley.

— Ah. Pode apostar que eu sei Potter. Muito mais do que você imagina.

— Quem é você? Por que está em Hogwarts? Você acha que eu não sei que vive rondando meus familiares? Só uma coisa. Fique longe deles. – James a ameaçou, saindo de perto de Luke, que só olhava a cena com um certo fascínio.

— Você logo saberá quem eu sou James e pode acreditar que somos mais parecidos do que imagina.

— Do quê está falando?

— Nada que importe agora Potter. – A Dursley se virou de costas para James e voltou a falar. – Eu adoraria conhecer sua família James, ela me parece... familiar.

E deixou mais uma vez James com uma pulga por trás da orelha. Quando voltou sua atenção para Dominique novamente, a loira estava com varinha nas mãos e o garoto que a perturbava estava no chão.

James sorriu com cena e voltou ao seu lugar. Sua loirinha sabia se cuidar.

(...)

Uma semana e meia já havia se passado desde que Lily voltara. Cinco dias que Lily não via Scorpius e alguma coisa lá dentro dela agradecia por isso.

Saiu da enfermaria cedo, sendo orientada por Madame Pomfrey a ficar longe de encrenca. O que seria bem difícil, na opinião da ruiva e seguiu direto para o seu dormitório. Quando entrou no quarto, viu tudo na mais perfeita ordem. Sua cama estava do jeito que deixou quando partiu.

Sentou na cama e respirou fundo. Sentia falta de Hogwarts. De levantar cedo e quando chegar ao Salão Principal sentar-se à mesa da Grifinória e encontrar sua família ali. E agora que James estava de bem com eles, tudo ficaria ainda mais animador. Pelo menos era o que ela desejava.

Uma coruja bateu com seu bico na janela, atraindo a atenção da jovem. Ela caminhou até a janela e abriu, tirando a carta que vinha pendurada na pata do animal. Quando a abriu, logo reconheceu a letra de sua mãe. Mas por que ela não colocou remetente na carta?

Querida Luna,

Você deve estar estranhando o fato de eu não ter colocado remetente na carta. Mas não podia correr o risco da carta ser interceptada por seu pai ou por Monstro. Sei que prometi escrever mandando notícias minhas e de seu pai, mas as coisas andam um tanto quanto complicadas. Desde que você e seus irmãos voltaram para Hogwarts, seu pai e eu temos enfrentado uma situação bem difícil em nosso casamento. Mas nada que deva se preocupar minha filha. Mas eu quero mesmo saber o que aconteceu com você. Dois dias atrás recebi uma carta de seu irmão me alertando sobre o seu estado físico e mental. Mas o que me surpreendeu foi fato de não ter sido Albus a ter me mandado a carta e sim James. Na carta ele me pedia desculpas pelo o que fez, e dizia estar arrependido por tudo o que nos fez passar. Nunca fiquei tão feliz por ter recebido uma carta de alguém na vida. Mas o que realmente me preocupou foi o fato de ele dizer que está louca. Alucinando sobre reinos e rainhas e ainda ter aparecido depois de dias toda machucada e inconsciente. Oh meu amor, o que aconteceu com você? Meu coração se apertou quando li que estava machucada, não sabe o quão desesperada fiquei sem nenhuma notícia sua.

Mas agora quero saber o que está acontecendo. Há algum tempo que não recebo cartas de Meistre Bronn. E sei que está acontecendo alguma coisa Lily e não gosto quando um de vocês me escondem coisas. E é por isso que estou indo para Mysty hoje mesmo. Direi ao seu pai que irei visitar uma amiga na Áustria e ficarei no reino por três dias. Vá para lá e leve seus irmãos e Dominique. Queime a carta assim que terminar de ler. E lembre-se que eu amo você e seus irmãos mais que minha vida.

De sua mãe.

Lily abaixou a carta e respirou fundo. Com tanta coisa acontecendo ela se esqueceu de avisar a sua mãe sobre a morte de Meistre Bronn. E agora sua mãe estava indo para Mysty. E ainda mandava levar seus irmãos e Dominique. Ok. Dominique já fora tantas vezes com ela para o reino que já deveria estar acostumada. Mas levar seus irmãos era outra coisa.

Eles não sabiam de nada, e a julgar pela reação de James a chamando de louca, sabia que não entenderiam facilmente.

Olhou para o relógio na parede do quarto e viu que não era nem meio dia. Ótimo. Pensou Lily. Dava tempo de chamar os centauros e conseguir roupas para seus irmãos. Conjurou um patrono e o mandou para seus guardas centauros. Eles deveriam chegar a gruta em pouco tempo.

Saiu do quarto procurando por Dominique e seus irmãos. Quando saia para os jardins, esbarrou em alguém.

— Me desculpe, eu não a vi. – Se desculpou e viu quem era. – Ah, oi Cassandra.

— Oi Lily. – A morena olhou para a ruiva com um misto de curiosidade e satisfação. – Não vejo você á algum tempo. Por onde esteve?

Não sabia o que Dominique dissera pra lhe despistar, então não poderia inventar uma desculpa qualquer.

— Resolvendo alguns assuntos pessoais. – Disse somente, despertando ainda mais a curiosidade da novata. – Olha, eu adoraria parar e conversar, mas é que eu estou com muita pressa mesmo.

E saiu correndo, deixando Cassandra com uma pulga atrás da orelha.

Quando achou Dominique, ela estava com James. Provavelmente estariam saindo de uma de suas aulas.

— Hey Domi! – Gritou a ruiva, passando pelos alunos com certa dificuldade e alcançando a prima e o irmão.

— Oi Lil’s. – Dominique abraçou a melhor amiga e deixou espaço para que James fizesse o mesmo. – Não sabia que teria alta hoje.

— Madame Pomfrey disse que me recuperei bem e que não precisava mais ficar presa na enfermaria. Então me liberou.

— Você deveria ter nos avisado, podíamos ter te ajudado. – James disse, passando os braços pelos ombros da irmã.

— Consigo andar perfeitamente bem James. E, aliás, tenho que falar com vocês dois e Albus.

— O que foi Lily? – Dominique disse preocupada.

— Vamos para Mysty. Agora. – Dominique continuou olhando para a ruiva, esperando mais alguma informação, enquanto James olhava para a irmã atentamente procurando um sinal de que ela estivesse delirando.

— Lily tem certeza que está bem? Está delirando de novo com essa história. – Lily revirou os olhos impaciente.

— James. Você vai vir comigo sem dizer nenhuma palavra e quando chegarmos a Mysty, você vai dizer quem é a louca.

O mais velho continuou olhando para a irmã, pensando se deveria ou não fazer aquilo. Olhou para Dominique, que confirmou com a cabeça e sem dizer mais nada, assentiu.

Lily respirou fundo e puxou os dois para andar lado a lado com ela.

— Agora só falta achar Albus.

— Ele tem Herbologia agora. – James disse.

— Como você sabe disso? – Lily olhou para o irmão mais velho.

— Ele tem aula de Herbologia com Scarlett, e ela comentou hoje pela manhã sobre detestar mexer em terra.

Lily assentiu. Dominique sentiu uma pontada de alguma coisa que não soube o que era, quando James mencionou Scarlett.

Interrompendo a aula do Professor Longbottom, Lily chamou Albus, que foi liberado por Neville, quando Lily disse que era um assunto urgente de família.

Albus saiu atrás de Lily e quando chegaram ao corredor, ele viu James e Dominique parados.

— O que aconteceu Lily? – Albus perguntou já pensando o pior.

— Temos que ir para Mysty Albus.

— Lily não tenho tempo pra suas fantasias agora. Estou tendo aula e...

— Albus, pelo amor de Merlin! Só faz o que eu tô pedindo. Por favor... - A ruiva suplicou e o irmão do meio olhou para os dois seres parados mais a frente. James e Dominique assentiram e Albus suspirou lentamente.

— Tudo bem.

Os quatro seguiram até a Floresta Proibida, sempre sendo guiados por Lily.

— O que estamos fazendo na Floresta Proibida? Lily agora eu tenho certeza que está louca. – Albus disse parando na entrada da Floresta.

— Só confiem em mim.

Mesmo relutante Albus continuou a andar. Caminharam um pouco, até que Lily parou em frente á uma caverna.

— Entrem. – A ruiva disse e entrou sendo seguida pelos três.

Passaram por uma espécie de corredor e quando chegaram ao final, se surpreenderam com o que viram. Pelos menos James e Albus sim. Olharam atentamente ao que parecia ser uma clareira. Tinham um pequeno riacho e muitas árvores de diversos tipos. Os dois irmãos estavam encantados.

— Vamos esperar um pouco. Daqui a pouco os guardas centauros veem nos pegar. – Lily foi até o pequeno riacho e bebeu um pouco da água.

— Guardas? Centauros? – James perguntou franzindo as sobrancelhas.

— A maior parte dos guardas do reino é composta de centauros James. – A ruiva se levantou e começou a andar pelo local, até que entrou em uma rachadura em uma rocha. – Dominique, eu acho que ainda tenho algum de seus vestidos aqui.

— Se não tiver não tem problema Lil’s. Posso vestir algum dos seus. – A loira se sentou na grama.

— Alguém me explica o que tá acontecendo, por favor. – Albus se pronunciou pela primeira vez desde que chegaram à clareira.

— Lily não é louca Albus. Mysty realmente existe e ela é a rainha. – Dominique disse e os dois irmãos a olharam incrédula.

— Você já foi lá Dominique? – James perguntou.

— Mas é claro que sim. Acham mesmo que Lily conseguiria esconder alguma coisa de mim?

Os dois irmãos não responderam. Lily voltou já vestida com um de seus vestidos e com algumas roupas nas mãos.

— Pra quê isso? – Albus indagou quando sua irmã jogou um muda de roupa para ele.

— Se troquem. Em Mysty as coisas são diferentes. – Lily disse e colocou sua capa.

— Diferentes como?

— Seguimos alguns costumes medievais Albus. Somos avançados tecnologicamente, mas preferimos continuar com os velhos costumes. Somos uma sociedade que vivemos no futuro com alguns ideais do passado. – Dominique que tinha ido se trocar, voltou vestida e James pôde jurar que ela estava mais linda que nunca. – Andem logo, a qualquer momento os centauros chegam e eu quero chegar a Mysty antes de anoitecer.

Sem dizer mais nada, James e Albus se trocaram sem dizer uma palavra. Cada um com seus pensamentos.

— Lily? – James a chamou vendo que a irmã estava colhendo alguns frutos.

— Sim?

— Me desculpe por te chamar de louca.

— Tudo bem James. Essa é uma reação bem comum. – Lily entregou maçãs para todos e se sentou em uma pedra e começou a comer a sua.

— Então quer dizer que você é mesmo rainha? – Albus a perguntou.

— Sim. Quer dizer... Só me torno rainha de verdade quando eu casar. Por enquanto sou só rainha interina. – Lily deu outra mordida em sua maçã e ouviu o som de cavalos fora da clareira. – Eles chegaram.

Em questão de segundos uma dezena de centauros entraram na clareira. Um centauro grande com uma armadura de prata cavalgou até Lily e se ajoelhou.

— Majestade. – Reverenciou o centauro e todos os outros reverenciaram juntos.

— Sor Mireles. Que bom vê-lo novamente. – Lily sorriu docemente. – Acho que se lembra de Lady Dominique.

Dominique se pôs ao lado de Lily. Sor Mireles a reverenciou e sorriu.

— Lembro sim Majestade. Mas não me lembro dos dois rapazes ali.

— São meus irmãos James e Albus. Eles não sabiam da existência de Mysty, então eu peço compreensão se eles não souberem se portar.

— Entendo Majestade.

— Trouxe os cavalos? – Lily perguntou já saindo da clareira.

— Sim majestade. Lady Carmen mandou seu cavalo pessoal para Lady Dominique e pediu para avisa-la que sua mãe já chegou.

James e Albus estranharam ao ouvir o que o centauro disse. Será que sua mãe também sabia disso?

— Que gentil da parte dela. – A ruiva se virou para os irmãos. – Ok. Prestem bem a atenção. Vamos montar nos cavalos e iremos até Mysty, é uma viajem um pouco longa, mas acho que chegamos antes do anoitecer. Quando chegarmos lá, não falem com ninguém, nem olhem para ninguém. Quando chegarmos ao palácio, só falem quando se dirigirem diretamente a vocês e pelo amor de Merlin se comportem.

— Falando assim até parece que somos dois mal educados. – Albus murmurou para o irmão.

Lily e Dominique montaram nos cavalos e esperaram que James e Albus fizessem o mesmo. Demorou um pouco, mas ao final conseguiram.

Começaram a andar e em pouco tempo já estavam a toda velocidade em direção á Mysty.


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Notas finais do capítulo

Então o que acharam? Mandem a opinião de vocês!
Beijos! Até o próximo capítulo!



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