Born To Die escrita por Grazi, Fernanda Dixon


Capítulo 13
Revoltas Internas


Notas iniciais do capítulo

OI OI PESSOAS! Meu Deus como eu estava com saudades de todos vocês! (Se é que tem alguém por aqui) Eu sei, sim eu sei que sumi por quase quatro meses, estou com vergonha de mim mesma. Mas minha vida tem dado um giro tãaaao grande!

Eu quero agradecer a Gabi Rollins por me chamar na MP e me incentivar e dizer aquelas palavras que entraram no meu coração. Obrigada sua fofa. Obrigada mesmo!
A música do capítulo é uma música que mexe bastante comigo. Espero que toquem vocês e leiam durante todo o capítulo!
https://www.youtube.com/watch?v=D1z9KORToZQ



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Claire andava com pressa depois de ter saído de uma aula insuportável de Estudo dos Trouxas. Não que ela não gostasse deles, na verdade ela não gostava. Afinal ela uma Slytherin.

Uma Black.

Uma Malfoy.

E iria honrar o nome de sua família, coisa que nem seu pai e muito menos seu irmão fizeram ou estavam fazendo.

Ela tinha orgulho de ser uma Slytherin, de carregar o sobrenome de sangue puro e não se misturava com mestiços ou sangues-ruins.

Se era preconceituosa? Muito.

Muitos achavam que fora Lucius que ensinara isso a ela. Mas estavam totalmente enganados. Claro que ele apoiava, mas ela se decidiu por si mesma.

Odiava o fato de seu pai ser um covarde e não ter lutado decentemente ao lado do Lord, odiava mais ainda o fato de seu irmão viver grudado em Potter’s e Weasley’s.

Ela tinha Cassandra, mas era totalmente diferente.

Cassandra era má, fria, arrogante, uma verdadeira Slytherin, uma aliada que virou uma amiga, que aprendeu a amar.

Quando chegara em Dursmstrang, era sozinha, mergulhada na vergonha de ser filha de uma Comensal que fugiu da batalha, que se aliou ao lado inimigo. Então Cassandra chegou. De primeiro momento não gostou muito do fato do pai dela ser trouxa, mas a garota tinha talento e como se tinha. E logo depois vieram os gêmeos. Luke e Danielle. Tão unidos. Foi então que se formou o quarteto. Os Zabini’s, a Malfoy e a Potter. Irônico não?

Se Cassandra imaginasse que a amiga a havia chamado de Potter, iria enlouquecer. Odiava ser chamada pelo verdadeiro sobrenome.

Mas, enfim, Claire se tornara ao longo de sua vida uma verdadeira Black. Sua avó dizia que era parecida com Bellatrix e ela gostava disso. Não tão louca como era a dita cuja, mas ainda sim fora uma grandiosa bruxa.

— O que está fazendo aqui Claire? – A Malfoy mais velha foi tirada de seus pensamentos por seu irmão.

— Isso não lhe interessa. – Ela continuou andando, mas Scorpius puxou seu braço.

— Não vire as costas para mim Lyra. – Claire o olhou com raiva e se soltou com um puxão.

— Você não manda em mim Hyperion. – O loiro riu debochadamente e balançou a cabeça.

— Onde será que você aprendeu isso hein? Ah! Já sei... Como aquele filho da puta do Lucius. – Claire parou onde estava e respirou fundo. – O que foi Lyra? O vovô também te ensinou como ser uma covarde?

— Assim como Draco lhe ensinou a trair seu sangue. – A morena se virou para o irmão que o olhava com raiva, bem, o sentimento era reciproco.

— Os tempos mudaram Claire, essa questão de sangues-puros e sangue-ruins já está ultrapassada.

— Pode até ser. Mas não negue o sangue que corre por suas veias Scorpius. Você é um Malfoy, um Black. – Claire rodeava seu irmão sussurrando em seu ouvido. - Sangue puro, sangue dominador corre por suas veias litlle brother.

Novamente, ela parou me frente á seu irmão e sorriu maleficamente.

—Não seria maravilhoso um mundo com somente sangues-puros ou... – Ela pareceu pensar e soltou um gritinho de alegria. – Não seria um sonho se o Lord retornasse outra vez? Ah, como deve ter sido maravilhoso estar na presença dele.

Scorpius não acreditava nas palavras que a irmã falava, ela estava louca, tão louca quanto Bellatrix. E era tudo culpa de Lucius.

— Você está ficando louca Claire, isso se já não é. – Scorpius a segurou pelos ombros com força. – Isso não é certo Lyra! O mundo mudou e você tem que acompanhar ele. Papai e mamãe não vão gostar de saber disso.

— Me solte Hyperion! – Ela se contorceu e se soltou. – Eu estou perfeitamente sã e nunca vou mudar. E aliás estou pouco me fudendo pra o que aqueles dois vão achar disso.

E saiu andando furiosamente. Scorpius suspirou e passou a mão nos cabelos nervosamente. É, ela daria muito trabalho.

(...)

Danielle acordara dolorida naquela manhã e por Merlin! Como sua cabeça doía! Era como se estivessem batendo-a com um martelo.

Ela se levantou devagar, pois todos os seus ossos doíam ao menor que fossem os seus movimentos. Puta que pariu. Pensou a loira. Ela passou as mãos sobre seu rosto e bocejou e até aquilo a fazia ter dores.

Ela, com muito esforço, andou até o banheiro. Se banhou e quando voltou ao quarto sentiu a falta das amigas, elas provavelmente já teriam ido para suas aulas.

Ela não se lembrava muito da noite anterior, só se lembrava de ter ouvido algumas coisas que seu irmão dissera e bebido. Muito.

E se lembrava de Brian. De como ele tinha cuidado dela, tinha a dado banho e em nenhum momento a desrespeitou. Ela se sentia uma boba. Afinal só o conhecia fazia dois dias.

Era muito cedo para dizer sobre sentimentos, afinal, ela não podia se envolver com ninguém. Estavam lá para a missão de Cassandra.

Sempre ela.

Mas estava acostumada quanto á isso. Só deveria colocar um sorriso no rosto e pronto. Tudo estaria bem. Pelo menos para eles.

Ela se olhou no espelho, ainda estava de calcinha e sutien. Se achou um pouco acima do peso, mas decidiu ignorar. Se vestiu rapidamente e saiu do quarto.

O Salão Comunal estava vazio, exceto por dois alunos que se beijavam no canto da sala. Ela saiu em direção ao jardim, já que não tinha paciência para nenhuma aula.

Ela andava totalmente absorta com o caminho, quando sentiu um impacto contra seu corpo.

— Oh me desculpe, eu não a vi. – A moça loira disse se desculpando. Ela olhou para o rosto da outra loira. – Você é a novata não é mesmo?

Danielle sorriu sem graça.

— É, parece que eu sou. – Ela sorriu debochadamente. – Você sabe onde eu posso arranjar comida á essa hora? Acordei agora, estou com uma puta ressaca e morrendo de fome.

A Zabini a olhou sorrindo e sua expressão se tornou preocupada.

— Ah meu Merlin! Que educação a minha! Não perguntei seu nome! – A loira disse rindo.

— Dominique Weasley, prazer. Apesar de já nos conhecermos. Eu e minha prima Lily ajudamos você e seus amigos quando caíram lá na estação. – A loira Zabini assentiu relembrando do ocorrido.

— Ah sim! Me desculpe novamente por não lembrar. – A Weasley negou amigavelmente. – Você sabe onde tem comida por aqui?

— Ah sim! Tem a cozinha, venha vou te levar até lá.

As duas saíram me direção a cozinha conversando besteiras e riram. Pela primeira vez em meses Danielle riu verdadeiramente.

(...)

— Eu não acredito! – Scarlett colocou a mão na barriga gargalhando.

— Não é assim tão inesperado Scarlett. – James bufou e sentou na cadeira ao lado da sua cama.

— O que? Como o fato de James Sirius Potter estar apaixonada não inesperado? – A morena caiu na cama gargalhado e o Potter mais velho bufou mais uma vez.

Era mais de dez da noite e os dois amigos estavam no quarto do mais velho se divertindo, ou seja, bebendo e fumando.

— Mas isso não pode acontecer. – O moreno disse surpreendendo a garota.

— Além de estar apaixonado, não acredita mais no seu poder de sedução? Pode me levar dessa vida Merlin! Porque eu já vi de tudo!

— Não é isso Scarlett. Eu não posso ficar com ela.

— Oras por que não? James, qualquer uma iria querer ficar com você.

— Ela é toda correta e eu não quero estragar isso. Eu sou uma bagunça, minha vida é uma bagunça e você sabe muito bem disso Scarlett. Não quero a machucar com tudo isso.

— Acho que bati a cabeça em algum lugar e estou alucinando. – Scarlett gargalhou e James jogou uma almofada no rosto da amiga.

— É sério Scarlett!

— Eu sei James. Nunca vi tanta sinceridade em você antes. Não quero que sofra litlle darling. Você é meu melhor amigo e talvez o único, e não quero que definhe por uma coisa banal como o amor.

— Sério mesmo que você acha o amor banal? Não é você que vive de amores pelo Fred?

Scarlett tomou uma coloração escarlate em sua face e dessa vez foi a morena que jogou a almofada no amigo.

— Nunca me apaixonei e nem me apaixonarei por aquela cenoura ambulante!

— Tá né. Se você diz.

Os dois ficaram em silêncio por alguns minutos até que James o quebrou novamente.

— Quanto tempo faz que você não transa?

— Acho que umas duas semanas. E você?

— Dois dias atrás eu estava em um dos armários de vassouras com um sextanista da Lufa-Lufa e disse o nome dela. A garota se vestiu, me deu um tapa na cara e foi embora.

Scarlett gargalhou caindo na cama.

— É meu amigo, você está oficialmente fodido.

(...)

— Volte aqui Isabelle! – Luke gritou pela irmã que já estava á metros de distância. – Ainda não terminamos essa conversa!

A loira bufou e caminhou em direção aos jardins.

A noite estava fria e uma nevoa se espalhava perto do lago. Uma visão que para muitos seria assustadora, mas não pra ela.

Ela gostava de coisas estranhas e assustadoras. Não viera de Durmstrang por outro motivo.

Tinha uma reputação. Uma reputação que não foi fácil conseguir. Não era cruel ou estrategista como Claire ou Cassandra, mas tinha lá suas maldades.

Adorava assistir filmes trouxas de tortura e se deliciava com as histórias do avô de Claire.

Se achava um pouco psicopata, mas no fundo adorava isso em si mesma. Danielle Zabine era uma estranha mascarada por uma garota fútil que só pensava em si mesma.

No fundo estava irada. Irada com Cassandra, com Luke, com todos ao seu redor...

— Acho que para uma garota como você é meio perigoso ficar aqui essa hora da noite.

A Zabine olhou para trás e Brian ostentava um sorriso sarcástico em sua boca, que fez com que a loira se arrepiasse.

— Deveria dizer isso a si mesmo Parkinson. Sou perfeitamente capaz de cuidar de mim mesma.

— Sabe sim. Sabe tanto que eu tive que te acalmar pra que não lançasse um feitiço no seu irmão ontem.

As bochechas de Danielle tomaram uma cor avermelhada e ela riu.

— Aquilo não valeu! Eu tinha bebido duas garrafas de vodca e uma de Firewhisky! – Os dois jovens riram por alguns minutos. – Obrigada.

— Pelo o que?

— Você sabe... Por ter me acalmado e cuidado de mim e em nenhum momento te me desrespeitado.

— Sabe gatinha, eu sinto que te conheço. Quando eu te encontrei sentada naquele dia eu senti, senti como se era pra eu estar ali e falar com você entende? Como se eu estivesse destinado a te encontrar.

— Isso me pareceu uma cantada.

Os dois gargalharam por alguns momentos.

— E se eu disser que foi?

(...)

Era noite. A lua brilhava acompanhada de suas amigas estrelas. Fazia frio, mas não ela não necessitava de algum agasalho para se aquecer. Seu cabelo batia nas suas costas e a fazia se arrepiar.

A grama fazia cócegas em seus pés e uma estranha sensação de liberdade se fazia presente em seu peito.

O vento batia em seu rosto e a fazia se sentir refrescada. Sentiu seus lábios se ressecarem e os umidificou com saliva. Parou de andar e não soube o que fazer. Na verdade, não sabia nem como tinha chegado ali.

Olhou á sua volta e só via grama por todo lado e algumas flores não muito longe de onde estava. Olhou para suas vestes e viu que estava com algum vestido de festa. Achou estranho. Não se lembrava de ter ido á alguma festa.

— Nick.

A moça ouviu um sussurro perto de si e olhou para os lados procurando alguém.

— Nick.

Novamente ouviu o sussurro. Mas dessa vez ela fechou os olhos dizendo á si mesma que era só alguma coisa de sua cabeça.

— Olhe para mim Dominique.

A loira abriu seus olhos e deu de cara com seu ex-namorado.

— Oliver!

Mas como era possível estar o vendo em sua frente se o mesmo estava morto? Ela viu ele sendo enterrado. Ela estava lá. Ela chorou por ele.

— C-como você está aqui? Como eu estou lhe vendo? V-você está vivo?

Uma ponta de esperança cresceu em seu peito só de pensar na possibilidade de seu Oliver estar vivo. Estar em seus braços era um sonho. Um sonho que não iria se realizar.

— Não mon amour. Não estou vivo. Você está sonhando Nick. Eu só invadi.

Dominique sem entender nada se aproximou do “fantasma” de seu amado.

— Não compreendo. Se está dizendo que invadiu meu sonho. Por quê quer falar comigo?

Oliver sorriu e se aproximou da loira e pôs uma mecha rebelde em sua orelha. Dominique então fechou os olhos com o toque do ex-namorado.

— Tudo vai mudar a partir de agora meu amor. Tudo.

Dominique não entendo o que Oliver falara abriu os olhos e franziu o cenho.

— Não entendi.

Mais uma vez Oliver sorriu o que fez que Dominique ficasse irritada.

— Vai entender mon amour. Vai entender. Agora me escute bem. – Dominique assentiu e suspirou achando aquilo desnecessário. – Como disse antes tudo que você vê vai mudar. Você vai se apaixonar, e não se sinta culpada por isso. Você me ama, mas vai amar ainda mais essa pessoa. Você vai salva-la de si mesma. E ela a você. Viva. Ame. Sinta. Se liberte. Não ligue para o que os outros vão falar.

Dominique mais uma vez não sabendo o que Oliver estava dizendo franziu o cenho e quando estava abrindo a boca para questiona-lo o mesmo a interrompeu.

— Agora você tem que acordar mon amour. Lembre-se, tudo vai mudar.

Dominique não teve tempo de nem ao menos abrir a boca que tudo ficou escuro.

A loira acordou assustada e em seu quarto em Hogwarts. Estava suada e respirando com dificuldade. Olhou para seu lado esquerdo e Emma dormia tranquilamente, olhou para o lado direito com a esperança que Lily estivesse de volta, mas a cama da melhor amiga estava do jeito que a mesma deixou antes de viajar.

Suspirou pesadamente já prevendo que não conseguiria dormir novamente, se levantou e vestiu um hobe na altura dos joelhos e saiu do quarto.

Pensou em ir até a cozinha e assaltar a dispensa, mas será que os elfos estariam acordados?

Não querendo saber disso, a Delacour se encaminhou até a cozinha, mas um barulho a fez parar. Ela congelou pensando quer seria Filch.

Se ele a encontrasse ali naquela hora da noite era mais que obvio que daria uma detenção á ela. E isso não era uma coisa que ela queria.

Ouviu som de passos apressados se aproximando e não conseguiu se mexer de nervosismo. Os passos se aproximavam mais.

Quando pensou ter visto a sombra de alguém, alguma coisa se chocou contra o corpo da moça fazendo-a cair no chão.

— Shhh. – Ela ouviu alguém sussurrar. Alguém tinha caído em cima dela.

Mais uma vez ouviu passos se aproximando, e viu quando uma sombra passou por ela segurando uma lanterna.

Os passos iam se perdendo aos ouvidos da loira. Quando se passaram mais ou menos uns três minutos a figura estranha saiu de cima de Dominique e a ajudou a se levantar.

— Dominique? O que está fazendo aqui a essa hora? – Um moreno corpulento indagou olhando para a loira á sua frente.

— James?

— Responda minha pergunta Dominique. – Ele estava com... ciúmes?

— Oras, não lhe devo satisfações James.

— Responda a minha pergunta Delacour!

— Não estava fazendo nada de mais Potter! Só tive um sonho estranho e não consegui dormir de novo. Estava indo até a cozinha quando você caiu em cima de mim.

James relaxou mais os ombros e respirou fundo.

— Afinal, como foi que Filch não nos viu? Ele passou do nosso lado!

— Capa da Invisibilidade. – Respondeu simplesmente. – Olha loira eu não posso te deixar aqui sozinha, então venha eu vou levar você até a cozinha e depois te levo até o Salão da Grifinória.

Dominique corou de vergonha e depois de raiva.

— Eu sei muito bem cuidar de mim mesma Potter! Sou a melhor aluna do nosso ano!

James riu debochadamente.

— Esse seu pensamento só te faz mais indefesa Delacour.

O moreno riu um pouco mais e começou a andar em direção a cozinha deixando uma Dominique boquiaberta para trás.

Ao chegar a uma distância razoável de Dominique ele se virou e a encarou.

— Você vem ou não? Posso ficar a noite toda. – Ele riu achando graça da cara da loira. Dominique sem querer discutir mais começou a andar em direção do moreno. Quando a mesma chegou perto o Potter sussurrou. – Você não sabe o quão gostosa você está Nick.

(...)

— Emma! – A castanha se virou para ver quem a chamava. – Emma me espere!

Era Hugo.

— Oi Hugo. – Ela sorriu timidamente o esperou chegar mais perto.

— Oi... Hãn... Você sabe por onde a Lily anda? Não a vejo faz alguns dias. – A castanha suspirou pesadamente.

— Também não a vi Hugo. Dominique disse que ela teve que sair da escola por alguns dias por causa da mãe. É só o que eu sei. – Emma começou a andar sendo acompanhada pelo ruivo.

— Estranho. Mamãe não falou nada sobre tia Gina na carta que mandou semana passada. – Hugo estranhou tal fato, os alunos não costumavam sair da escola, só se houvesse alguma coisa muito urgente, já que não era o caso, pois Albus e James continuavam na escola.

— É. Vendo por esse lado é bem estranho mesmo. – O casal de amigos parou em frente da entrada para o Salão da Grifinória, Hugo falou a senha e entraram.

— Vou tentar falar com Albus. – Hugou murmurou e se sentaram em algumas cadeiras por ali.

— Vem cá Hugo. Me explica essa coisa do irmão mais velho da Lily. Nunca vejo vocês falando com ele, nem mesmo a Lily.

— É complicado. Ninguém nunca soube realmente como isso aconteceu. – Hugo suspirou pesadamente desviando o olhar para o chão. – James costumava ser um garoto legal, divertido, sempre alegre. Mas depois que voltou de seu segundo ano ele mudou completamente. Ainda me lembro do modo como tratou Lily e a mãe quando desceu do trem. Naquele dia Lily não saiu do quarto, Dominique teve que passar o dia com ela trancada. Depois disso as coisas só pioraram. Ele parou de falar com todos os primos exceto o Fred. No ano seguinte quando entramos na escola vimos o James fumando nos arredores da escola, soubemos até que tinha sido pego em situações constrangedoras com algumas garotas e por assim vai. Lembro da tia Gina chorando lá em casa e minha mãe a consolando. – Hugo olhou novamente para castanha que ouvia tudo atentamente. - James é um caso complicado. Muito complicado. Lily sofreu muito com tudo isso, ela era muito apegada á ele. Tia Gina sofre até hoje com as coisas dele. Dá pena.

— Eu, eu nem sei o que falar Hugo.- Emma encarou o amigo com pena.

— Mais me diz. Acho que você sabe muito da minha família.

— Cara, sua família é a Weasley-Potter. Vocês praticamente salvaram o mundo mágico. Seus pais são dois do Trio de Ouro!

Hugo jogou a cabeça para trás rindo como uma criança, na opinião de Emma, que achou muito fofo.

— ‘Tá vendo? Sabe muito sobre a minha família. Mas eu não sei nada sobre a sua.

— Bem... Eu tenho uma irmã, a Scarlett, sexto ano, Sonserina...

— É aquela que sempre anda com o James?

— Sim. Continuando... Minha mãe morreu quando eu nasci, meu pai morreu um pouco antes de eu nascer... Ficamos com um... amigo da família. – Emma ficou apreensiva e começou a atropelar as palavras.

— Tudo bem. Tudo bem. Acho que não quer falar sobre você. Entendo. Então vamos mudar de assunto. – Hugo pegou a mão de Emma e a acariciou. A castanha assentiu e sorriu um pouco. – Sobre o que quer falar?

— Sua família. – Ela riu com a cara que Hugo fez. – O que foi? Sua família é interessante! É tão grande!

— Ok, ok. Sobre o que quer saber?

— Me fala sobre seus primos! Só conheço o Louis, a Domi e a Lily! Eu sei que tem muito mais!

Mais uma vez Hugo jogou a cabeça pra trás rindo com uma criança. Emma adorava quando ele fazia isso.

— Tem a Lucy e a Molly que são filhas do tio Percy...

E assim os dois amigos passaram a tarde conversando e se divertindo.

(...)

— Estou com tédio Cassandra.

— Eu também Claire.

As duas morenas estavam deitadas na cama da Malfoy olhando para o tédio. Tinham horário livre e não faziam ideia do fazer.

— Bem que podíamos torturar alguns alunos. – Claire murmurou.

— Eu gostaria. Mas não podemos nos arriscar.

— Eu quero alguma coisa pra fazer Cassandra. Não posso torturar alguém. Não posso matar nenhum animal. Não posso fazer nada! Devia ter ficado em Durmstrang. – A Malfoy fez um biquinho e se virou para a amiga.

— Não aja como uma criança de cinco anos Claire. Temos muita coisa pra fazer. Mais de dois meses e nada sobre o Potter, eu ... – Cassandra foi interrompida, por Danielle que entrou no quarto. – Ah! Veja só quem voltou! Onde estava Danielle?

— Por aí.

— Por aí? Danielle procuramos você por toda a escola! E que cena foi aquela ontem ein? Que decadência! – A Dursley questionou a amiga, que só fez revirar os olhos.

— Não me venha com lições de moral Cassandra. Não estou com paciência para isso.

— Ei! Olha como fala comigo! Eu só estava preocupada! Aliás nós duas estávamos.

Cassandra e Claire se levantaram e abraçaram a loira caindo na cama.

— Me desculpem meninas. Estou confusa. – Danielle explicou. – Hoje eu conversei com a Dominique.

— Conversou? Descobriu alguma coisa? - A loira revirou os olhos bufando e se levantando da cama.

— Algumas pessoas, Cassandra, conversam como pessoas normais, sem querer se aproveitar da situação. – Danielle paro de frente á seu baú e começou a tirar algumas roupas de lá com uma grande força.

— Qual o seu problema Danielle? – Claire parou em frente a amiga e cruzou os braços.

— O meu problema? O meu problema Malfoy? – Ela riu ironicamente. – Nada. Não é nada. Estou completamente normal. Não precisam se preocupar.

Danielle com raiva pegou mais algumas peças de roupa e alguns produtos para cabelo e maquiagem e colocou em uma pequena mochila.

— Aonde vai com tudo isso?

— Não lhe interessam. – Colocou a mochila nas costas e se dirigiu até a porta.

— Não sei o que está acontecendo com você Danielle e sinceramente não me importo. Mas se sair por essa porta eu esqueço todo nosso passado, todos os nossos momentos e alianças e você se torna apenas um peão no meu jogo.

A loira parou e respirou fundo. Retirou a mão da maçaneta e por trás dela Cassandra riu.

— Não é só você que sabe jogar Potter.

E saiu deixando uma Claire de boca aberta e uma Cassandra vermelha de raiva.

(...)

Depois que Danielle saiu, Claire começou a discutir mentalmente consigo mesma. Sabia que o plano de Cassandra era arriscado. Mas era brilhante, tinha que concordar.

Viu Cassandra respirar fundo para não fazer nenhuma besteira e sentar na cama. Viu ela fazendo aquela cara de superioridade. Respirou fundo. Pensando em alguma coisa para falar.

— Cassie... – Ela tentou começar a falar, mas foi interrompida.

— Cale a boca.

— Você tem que convers...

— Eu mandei calar a porra da boca. É surda? – No quarto reinou o silêncio. Puro. Agoniante. – Saia do quarto. Preciso ficar sozinha.

— Mas...

— Eu mandei sair do quarto. Vou ter que lhe expulsar?

Claire saiu do quarto frustrada. Assim que fechou a porta atrás de si, respirou fundo tentando manter a calma.

Tentou ao máximo não sair por aí lançando feitiços nas primeiras pessoas que a vissem. Mas isso não funcionou muito bem. Desceu as escadas e saiu do Salão Comunal e andou até seus pés pedirem socorro.

Quando seus pés não aguentaram mais ela parou, e sem pensar em nada, ela se virou para a parede e a socou.

E mais uma vez.

Mais uma.

Sentiu seus ossos se quebrando, mas não parou.

Suas mãos já sangravam quando alguém a viu em seu pequeno “ataque e raiva”.

— Mas que merda é essa? – Albus passava por ali voltando do treino de Quadribol.

Claire não percebeu a presença do Potter e continuou socando a parede. Albus estava em choque.

A morena parou de socar a parede e olhou para suas mãos cheias de sangue. Percebeu uma pequena deformidade por causa dos ossos quebrados e caiu no chão exausta. Chorando e passando as mãos no rosto tentando em vão parar as lágrimas.

Isso só a fazia se sujar mais e a deixava com uma aparência assustadora.

Albus percebendo que a garota estava no chão, saiu e seu transe e caminhou até a morena.

— Ei Malfoy. – Ela pareceu não ouvir. – Ei.

Ele chegou perto dela e a tocou gentilmente no ombro, a morena se virou e o olhou atentamente.

— O que faz aqui Potter? – Claire passou uma das suas mãos no rosto tentando enxugar as lágrimas mas só sujou seu rosto de sangue e lhe causou um enorme dor.

— Meu Merlin, olha só suas mãos. – Ele olhou para as mãos ensanguentadas da Malfoy e tentou examina-las, mas, Claire recuou. – Ei, eu só quero ver.

Mais uma vez Albus chegou perto da morena e tentou tocar nas mãos dela. Mas ao menor toque que ele fizesse a morena gemia de dor.

— Está quebrada. As duas. – Ele olhou para a o rosto de Claire, que a esse momento já tinha parado de chorar. Mas, ele viu em seus olhos que ela queria chorar ainda. – Vem, eu vou te levar até a enfermaria. Madame Pomfrey vai ficar furiosa.

O moreno ajudou Claire a se levantar e a acolheu em seus braços. Começaram a caminhar em silêncio até a enfermaria. Quando passaram pelas portas foram recebidos pela enfermeira chefe.

— Céus! Criança, como você fez isso? – A senhora perguntou afobada, em resposta Claire sorriu nervosa.

Ao final de tudo, Madame Pomfrey consertou uma mão quebrada e enfaixou uma mão toda ferida.

Ao sair da enfermaria acompanhada por Albus, Claire se sentiu envergonhada por ter sido encontrada naquela situação.

— Então... Posso saber o motivo daquele “ataque”?

— Não.

— Você não vai mesmo me contar?

— Não.

— Mas eu te salvei!

— Correção Potter. Você só me levou para a enfermaria.

— Ora. Se eu não a tivesse encontrado você ainda estaria naquele chão chorando Malfoy.

— Pode até ser que sim, mas, em algum momento eu me levantaria e daria um jeito em tudo.

Albus bufou de raiva.

— Por quê é assim Malfoy? Você poderia ser ao menos grata!

— Você quer um “obrigada”? Ótimo. Está aqui. Obrigada por somente ter me levado para a enfermaria Potter. – O moreno bufou de raiva e passou as mãos no cabelo nervosamente.- Agora se você acha que eu vou estar em eterna dívida com você Potter, está muito enganado. Não sou sua amiga. Não sou nem sua colega. Agradeço o gesto de bondade, mas a relação que você acha que começou comigo acaba aqui. Passar bem.

E saiu andando. Albus olhou a morena se afastar atônico. O que diabos tinha acontecido?

(...)

Ao sair pela porta do quarto, Danielle sabia que não teria mais volta. Cassandra não a aceitaria de volta. E nem ao menos ela se rebaixaria pedindo perdão a morena.

Afinal ainda era uma Sonserina nata.

Não sabia o que fazer. Tinha feito tudo sem pensar nas consequências. Agora ela estava enfrentando-as.

Agora ela estava sem seu quarto. Sem suas amigas e provavelmente sem seu irmão. Claro. Luke nunca ficaria do seu lado. O idiota era apaixonado por Cassandra e faria tudo que ela mandasse com os olhos fechados.

Cassandra podia ser um amor de pessoa quando quisesse, a melhor pessoa, a melhor amiga. Mas quando ela dissesse que estava tudo acabado, pode acreditar estava. Cassandra era manipuladora, cruel, mesquinha. Ela só pensava em si mesma. E Danielle odiava isso.

Elas eram amigas! Céus elas eram amigas desde os onze anos! Tudo o que aconteceu, todas as palavras que Cassandra disse e o olhar que a olhou só confirmou o que já se passava na cabeça da loira á algum tempo.

Cassandra Dursley era uma vadia manipuladora. Sim. Ela era.

Todos os jogos, todas as coisas eu Cassandra fazia para conseguir o que queria era só uma prova que a morena era uma das pessoas mais grotescas que Danielle já conheceu.

Toda aquela máscara que ela sempre manteve caiu á alguns meses para a Zabine. A vida do quarteto estava às mil maravilhas. Danielle namorava, Claire se divertindo com suas intermináveis torturas nas pobres crianças do segundo ano, Cassandra arquitetava seus planos de vingança contra seu pai e Luke se divertia com suas putas. Nada além do normal.

Mas é claro que Cassandra tinha que dar a brilhante ideia de ir para Hogwarts!

Luke aceitou sem nem pensar duas vezes, Claire meio receosa aceitou. Mas Danielle não.

Ela não deveria ter feito isso. Não deveria ter se recusado a fazer algo que Cassandra mandasse.

Ah, como ela sofreu por não ter obedecido. Encontrou Cassandra na cama com seu namorado. Seu pai a olhou pela primeira vez com aquele olhar de desprezo e mal gosto. E aquilo a quebrou. Mas ela se reconstruiu. Ou pelo menos achou que sim.

Tudo fazia sentido agora na cabeça da loira. Todo esse tempo. Todos os segredos compartilhados. Toda as coisas que aconteciam quando ela se negava a fazer as vontades de Cassandra. Tudo se encaixava perfeitamente. Como uma peça de quebra cabeça.

Danielle se sentiu traída. Se sentiu impotente.

Confiaria sua vida a Cassandra. Mas não mais.

O sentimento de traição reinou em seu coração, tudo que a loira queria era chorar abraçada com seu irmão. Queria chegar em casa e receber um abraço de seu pai e um sorriso de conforto de sua mãe.

Danielle queria paz.

Queria uma vida.

Lutando contra as lágrimas que teimavam em cair pelo seu rosto Danielle começou a pensar em uma solução para seus problemas. Ou pelos menos um deles.

Onde que iria dormir? Na cozinha que não seria. Pensou bastante e teve uma ideia meio arriscada. Afinal mal conhecia aquela pessoa. Mas tentaria.

Andou até o quarto da tal pessoa e bateu a porta. Ouviu o som de algumas gargalhas e depois de passos.

A porta se abriu e o rosto sereno que carregava um sorriso que se transformou em surpresa.

— Danielle?

— Posso dormir aqui esta noite?


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Notas finais do capítulo

Então? O que acharam? Teorias? Criticas?
Eu amei esse capítulo, amei escreve-lo. Espero que tenha superado as expectativas de vocês! Comentem o que acharam, quero saber a opinião de vocês! Quem será que a Dani foi procurar? Algum palpite?
Aos leitores de "Lies" o capítulo está quase pronto! Sem querer abusar, eu peço só mais um pouco de paciência!
Até mais meu amores!



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