Crônicas do Pesadelo {Interativa} escrita por Dama dos Mundos, Kaline Bogard


Capítulo 65
Buscas Infrutíferas


Notas iniciais do capítulo

Olá, olá, olá!!! Estão com saudades? Não? Perai que vou me retirar então... q
Bem, eu sei que demorei um bocado - outra vez. Mas desde que eu consiga atualizar pelo menos uma vez por mês já é lucro. -q
Espero que gostem do capítulo... ele está mais sussa e simples do que o normal, mas tem algumas ceninhas que acho que irão gostar.
Façam uma boa leitura :p



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Vale das Estrelas.

 

Gravor e Skylar estavam reunidos em uma certa casa do vale, de grandes proporções – eram uma daquelas que foram construídas usando uma árvore como base – trocando ideias com Frosty e um Levih aparentemente mal-humorado.

Fora dito que os outros rapazes também estavam hospedados ali. Quando a dupla de shifters foi escoltada até aquele lugar, ficaram surpresos com a decoração simples, mas harmoniosa. Em cada galho era possível ver um cômodo diferente, sendo que o mais alto era totalmente aberto. Não dava para ver de baixo o que tinha ali em cima, mas podia-se imaginar que era um quarto ao ar livre.

Quando passaram pela porta de entrada – feita de madeira, como a maior parte das estruturas daquela residência – depararam-se com uma sala ampla e confortável. Uma escadaria subia em espiral para o piso seguinte, e assim sucessivamente. Os quartos ficavam nos galhos, o segundo andar era reservado a alimentação, no terceiro havia um ambiente para a higiene pessoal e, bem no topo, havia uma biblioteca.

Os quatro estavam neste último espaço.

As altas estantes abarrotadas de livros competiam com um pequeno recanto de leitura, onde havia uma mesa e várias poltronas estofadas. Frosty estava, naturalmente, atrás da mesa, organizando alguns papéis, com Levih jogado no assento ao seu lado, ainda resmungando sobre como Alyss estava perturbando-o por conta do atraso no Festival. Gravor estava em pé passando entre as fileiras de livros, lendo seus títulos com curiosidade. Havia até um exemplar do Compêndio dos Anciões ali! Ele prontamente pegou-o e pôs-se a folheá-lo. Sky estava praticamente deitado em sua poltrona, achando que as crianças élficas eram animadas e resistentes demais pra suportar.

— Achei que elas não iam se cansar nunca!

— Lamento por isso. Se eu tivesse ido buscá-los pessoalmente, talvez não tivesse acontecido. — Frosty ergueu os olhos dos papéis com um suspiro e jogou a cabeça para trás, encarando uma pintura pendurada na parede atrás de sua cadeira, meio encoberta por grossas cortinas azuis.

— O que você estava fazendo exatamente para mandar aquela tampinha nos guiar?

— Hum…

Se ele pensava em dizer algo, foi interrompido por um baque. A janela que ficava um pouco ao seu lado – igualmente escondida pelas cortinas – foi aberta e Nyx saltou para dentro do aposento, carregando uma pilha de livros e alegando com a propriedade de quem estava ali desde início da conversa: — Vagabundeando, é claro.

Levih caiu da cadeira com o susto. Gravor conseguiu agarrar o livro de encontro ao peito depois de quase derrubá-lo. Skylar, começando a acostumar-se com as súbitas aparições da mestiça, revirou os olhos. — Você é o que, um demônio a se invocar?

— Não dá pra entrar como uma pessoa normal? — protestou por sua vez Levih, levantando-se e sentando-se novamente, desta vez numa posição correta.

— A casa é minha, eu entro por onde achar melhor. — ela ignorou os olhares de surpresa vindos depois dessa afirmação e olhou por cima do ombro, para a janela de onde acabara de sair. Um pássaro de penas claras pousou ali, eriçando as asas e transmutando-se, em meio a uma fumaça esverdeada, em Lidrin.

— Além disso. - ele prosseguiu fazendo uma careta. - Selene está lá em baixo parecendo uma fera selvagem. Provavelmente a primeira pessoa que chegar perto dela vai ser carbonizada.

Frosty fez uma careta, passando a mão pela nuca.

— Só de pensar que tenho que resolver isso também…

— Espera, se ela sabe que estamos aqui, então Alyss… — Levih estremeceu. Nyx não fez mais que observá-lo com cara de paisagem.

— Ela passou por mim mais cedo questionando sobre vocês… respondi que estavam vagabundeando como sempre, então ela foi em direção às tavernas.

— Você mentiu por nós?

— Eu não menti, apenas não disse o quanto ela estava sendo equivocada. — voltou a olhar para frente, na direção em que Gravor estava, passando a andar para lá. — Sim, sou muito prestativa, de nada.

— Por que está carregando livros? — perguntou Skylar.

— Eu os conheço. — Frosty fitou os volumes sobre os braços da irmã de consideração, estranhando. — Ah… não me diga que você os roubou do estoque de Nyele?

— Eu não roubei, peguei eles de volta. — ela lhe lançou um olhar duro em resposta. — Se tentar devolvê-los, arranco o resto de seus dedos.

O elfo segurou a mão mutilada com a outra, por puro reflexo. — Eu não vou me intrometer se ela ficar furiosa e tentar recuperá-los.

— Ela pode tentar. — Nyx contornou Gravor, pedindo licença e pondo-se a subir uma das escadas, para guardar os livros que estavam em uma altura muito superior a sua.

— Então… — Levih bufou. — Você encontrou o que estava procurando no monte de sucata?

— Obviamente, caso contrário não estaria aqui. — Ela movimentou a cabeça em direção ao Regente, entediada. — E algum de vós foi procurar saber o que houve a algumas horas?

Os quatro homens que já estavam na sala se entreolharam. A fisgada no coração atingiu a todas as pessoas no vale, ao mesmo tempo. Não podia ser algo normal. A sensação passou tão rápida quanto veio, mas a maior parte dos habitantes achou aquilo estranho e algo possivelmente ruim. Era isso que Frosty buscava nas dúzias de papéis a sua frente, enquanto Gravor vasculhava os livros sem muito entusiasmo. Duvidava que pudesse haver uma resposta ali.

— Estamos procurando… sem resultado, por enquanto. As anotações de Erion não mencionam nada sobre ataques do coração coletivos.

Nyx não disse nada, guardando o último livro e descendo a escada de forma ágil.

— Se for uma maldição, uma doença ou algo do tipo… estamos ferrados. — Suspirou Skylar.

— Não faz sentido ser uma doença, tanto elfos como shifters são imunes. — Argumentou por sua vez Gravor.

— Mesmo assim… se for uma maldição, quem poderia ter expandido-a tanto assim? E com que propósito?

— Sabemos que os Seguidores do Pesadelo tem uma bruxa como comparsa. — Lidrin sugeriu. — Ela não poderia ter algo a ver?

— Visto que não temos como ter certeza por enquanto… — Frosty apoiou o cotovelo sobre a escrivaninha, usando a mão do próprio braço para escorar o queixo. — Talvez devêssemos nos focar nas coisas que sabemos. Nyx, está com a chave?

A mestiça passou a revirar os bolsos das vestes fluídas que usava, tirando em seguida uma esfera da cor de ouro velho, que cabia na palma de sua mão fechada. Ela tinha veios profundos, desenhos que não formavam um padrão específico. Nyx deixou a bola cair no chão, e esta rolou alguns centímetros antes de abrir-se completamente, tornando-se chata e fazendo com que um holograma estranho surgisse sobre si. Era da altura de uma pessoa, e representava traços cilíndricos.

— Isso é… algum tipo de edifício? — perguntou Levih, aproximando a mão para tocar os traços pulsantes. Notou que eram fluídos, de fato estavam ali, mas não havia como modificá-los.

— É uma planta, imagino. Do lugar onde se encontra a última chave… vou começar a trabalhar nela amanhã, afinal consigo explorá-la usando a manipulação de metal. — Nyx agachou-se, tocando suavemente a borda do disco sobre o chão. Aos poucos a imagem foi dissolvendo-se e ele voltava a reconstruir-se como uma esfera. Ela pegou-a e guardou-a novamente em um dos bolsos.

— Você enviou o resto dos… artefatos de volta para Nyele? — questionou Frosty, pensando que chamar aquilo de tralha seria no mínimo… ofensivo.

— Já… pessoalmente espero que soterrem-na. — ela prendeu sua atenção na pintura atrás do irmão por alguns segundos. — Você fez um mapa daquele lugar, como eu pedi?

— Sim. — ele vasculhou a mesa com os olhos, tirando papéis e mais papéis do caminho, até encontrar uma folha totalmente dobrada, que estendeu a Nyx. Ela não abriu a folha, guardando-a imediatamente junto com a esfera. — Não quer realmente que eu vá com você?

— Não. Está tudo bem. — seus olhos percorreram as feições na sala, dando de ombros. — Tem alguma coisa a mais para pedir por hoje?

— Você está realmente muito prestativa hoje. — Gravor provocou, voltando a folhear o compêndio. — Talvez eu devesse fazer alguns pedidos, também.

— Dependendo do que seja, posso até pensar no seu caso. — a mestiça, obviamente, não se abalou minimamente, ao passo que Gravor ficou escarlate e fingiu estar muito concentrado na leitura.

— Nyx está disparada na frente. — sussurrou Lidrin.

— É uma tarefa impossível. — Skylar fez uma careta, murmurando de volta.

— Aposto que o Grav consegue com custo fazer alguns pontos.

O líder dos shifters abriu um sorriso trocista. — É quase uma aposta perdida pra você.

Levih tossiu para chamar a atenção dos presentes. — Na verdade, Kyria solicitou alguém para treinar com ela… fazer meio que um duelo demonstrativo as turmas mais velhas.

— Eu passo, ainda sinto como se meus ombros estivessem fora do lugar depois do “tapinha de boas vindas”. — Nyx estalou o pescoço de um lado para o outro, tocando um dos ombros com a mão do outro braço.

— Você, fugindo de uma batalha? — Skylar riu, cruzando os braços em seguida. — Quer saber, eu vou me voluntariar. Deixem isso comigo, é só treinamento, não é?

Levih escondeu o rosto com uma das mãos. — Não sei se é uma boa ideia…

— Deveria contar pra ele… — Nyx revirou os olhos.

— O que? O que deveriam me contar?

— Nada. — ela bateu as mãos uma na outra, indo em direção a janela para sair do aposento. — Eu vou para as termas.

— Leve as meninas com você, elas vão gostar. — Sugeriu Frosty.

— Levar as meninas ou levar a Selene pra longe de ti? — Nyx olhou-o por cima dos ombros, apoiando uma perna na janela.

— Nyx…

— Ora, deverias resolver essa situação logo, antes que eu acabe queimada no fogo cruzado. — ela fez um esgar. — Na verdade, pode simplesmente usar a desculpa que é apaixonado pelo Levih e quer governar o Reino junto com ele.

O elfo fez uma careta, sem se mostrar ofendido por ter seu nome enfiado no meio do assunto de forma tão constrangedora. Ele simplesmente abanou uma das mãos. — Pense bem, não foi por minha causa que ele largou o cargo dele no Reino para caçar criminosos por uns dois anos.

— Ora você ainda guarda rancor disso? Sabe, Levih, tens de aprender a dividir.

— Ichabod, eu vou matar a sua irmã.

— Eu mereço vocês dois. — O príncipe apoiou a cabeça nas mãos. — Ninguém vai matar ninguém, comportem-se.

Mas neste ponto Nyx já havia deixado-os, saindo de fato pela janela, com Lidrin apoiando-se na madeira para verificar se ela ainda estava inteira. A mestiça acenou e aproximou-se de Selene lá em baixo, trocando algumas palavras com ela, e o djinn pode ver ambas andando na mesma direção.

— Elas foram mesmo.

Frosty suspirou, pondo-se de pé e espreguiçando-se. — Hum, eu vou mostrar seus quartos… enquanto isso, Levih pode, por favor, avisar à Alyss sobre a desocupação do campo?

O elfo fez uma expressão de tristeza total e levantou-se da cadeira, resmungando algo sobre encarar um desafio daqueles sozinho. Após o regente sair, os rapazes foram deixando o cômodo um por um. O último deles, Gravor, ainda carregando o Compêndio dos Anciões consigo, lançou um olhar para a parede atrás da escrivaninha, parecendo finalmente prestar atenção na pintura, um pouco mais visível graças a cortina ter sido puxada de um lado para o outro com a entrada e saída de Nyx. Por uma fresta era possível ver metade de um rosto de porcelana na adolescência, com olhos verdes esmeraldinos e delineado por cabelos negros bagunçados. Sua boca estava desenhada com uma sugestão de sorriso. Raro, antigo e de uma sutileza surreal. Se o observador não conhecesse sua dona, nunca imaginaria que aquilo era um sorriso.

A julgar pelos detalhes da imagem, ela estava em meio a dois homens. Um mantinha as mãos sobre seus cabelos, de uma maneira paternal, e era possível ver um pouco de seu cabelo longo e loiro. O outro passava um braço pelos ombros dela, fraternalmente. Mesmo que não pudesse ver mais que isso da terceira pessoa, era óbvio qual era sua identidade. Talvez pelos detalhes brancos e azuis no pequeno pedaço da manga visível.

Gravor engoliu em seco e fechou a porta atrás de si, deixando por fim o aposento e a pintura de Nyx, Erion e Frosty para trás. Apenas para encontrar Ichabod olhando para ele com certa curiosidade.

— Ãh… não está zangado por eu ter xeretado, está?

O elfo franziu as sobrancelhas, inclinando a cabeça e observando a porta pela qual o shifter acabara de sair. — Não, por que eu estaria? Aquilo está pendurado ali para ser visto.

— Mas as cortinas…

— São para impedir que muita claridade entre pelas janelas. Tenho escondido a pintura mais por conta de Nyx, mas… aparentemente não faz diferença para ela. — ele deu de ombros. — A propósito… eu posso te pedir algo?

Gravor nem pensou muito ao assentir com a cabeça, em concordância.

 

oOo

 

Victory estava sentada em meio a biblioteca do Palácio Real, cercada completamente de livros, os olhos correndo de um para o outro. Ela decidira ajudar Levih a catalogá-los corretamente quando chegara, no entanto estava fazendo outra coisa no momento. Em silêncio resoluto, separava livros antigos de história e magia, procurando neles alguma resposta para o incidente a algumas horas.

Naturalmente, não encontrou nada relevante. A elfa descobriu a maior parte das maldições feitas por bruxas, destrinchou todo tipo de veneno e olhou livros que citavam doenças, mas nada parecia encaixar na situação.

Um pouco frustrada, tamborilou os dedos finos sobre a capa de um dos livros. O barulho fez com que Sean voltasse os olhos em sua direção. Ele parecia perguntar se estava tudo indo bem, então ela contentou-se em negar com a cabeça. O shifter não entendia nada de língua de sinais, então a garota andava trazendo consigo um pequeno bloco para anotações, junto a um lápis, os quais nunca usava, porque Sean era tão calado quanto ela mesma – e isso não mudaria, mesmo que estivessem escrevendo, em vez de falando.

Ainda assim por causa do tédio ou da incapacidade de conformar-se por não achar o que buscava, decidiu que tentar trocar algumas palavras com seu pretenso guarda-costas não seria algo ruim. Antes que ele voltasse sua atenção para uma pilha de livros ao seu lado, a elfa elevou o caderno em frente ao rosto, mostrando-o a ele.

[Você não vai descansar um pouco?]

O shifter não saia do lado dela para quase nada… levando em consideração que ela mesma estava um pouco cansada, era de se imaginar que Sean não estivesse muito melhor. Mas ele apenas meneou com a cabeça.

Decepcionada com a falta de comunicação da parte dele, ela desceu os olhos sobre os livros ao seu redor e pescou um que ainda não tinha lido. Para, segundos depois, sentir algo leve bater em sua cabeça. A jovem encarou uma bolinha de papel do tamanho de um punho que acabara de rolar até sua perna e franziu o cenho, então olhou para a única pessoal possível que poderia bombardeá-la com algo do tipo.

Sean havia anotado uma frase no bloco de notas gêmeo do dela. Sua caligrafia era um pouco difícil de entender, mas Neco conseguiu ler.

[Você não parece estar bem.]

[Estou frustrada] ela escreveu, com sua letra cheia de voltas [E um pouco entediada, admito.]

O shifter inclinou a cabeça. Seus braços musculosos voltaram a traçar letras no papel, sem que ele parasse de observá-la, o que ocasional em uma escrita torta e não muito identificável. Ao perceber isso, quando mostrou o bloco e Neco fez uma expressão de confusão, ele voltou a prestar atenção no que fazia, riscando a frase antiga e lhe oferecendo uma nova.

[Vamos dar uma volta.]

 

Logicamente, Victory não se fez de rogada. Ela deixou o palácio ao lado do shifter, caminhando lentamente. Com a noite caindo, uma miríade de vaga-lumes acendeu suas luzes, salpicando o ar com pontinhos coloridos dançantes. Neco ainda não achara uma forma de descrever aquele lugar, que era tranquilo e belo tanto de dia quanto a noite.

Ela mantinha a cabeça baixa ao andar, observando Sean com o canto dos olhos, tentando não perdê-lo de vista. Num dado momento foi pega encarando-o dessa forma e moveu rapidamente a cabeça para o outro lado. Só para ter o ombro tocado em seguida. Neco virou-se e observou o bloco de notas com uma frase escrita às pressas.

[Por que você não fala?]

Ela parou de andar para responder.

[Me incomoda não saber como está o tom da minha própria voz. De qualquer forma, sou alguém naturalmente calada.]

[Entendo] um espaço [Sou como você.]

Neco abriu um sorriso tímido em resposta. Eles andaram um pouco mais, tomando o rumo do rio, passando pelo resto das casas nas árvores e pelos campos floridos. A lua brilhava, clareando a noite, disputando sua atenção com os vaga-lumes. Aquela iluminação natural ajudava a ler o que o rapaz lhe escrevia, o que era bom. Não queria voltar para dentro… ela precisava mesmo esticar as pernas e respirar ar fresco.

Decidiu fazer uma última pergunta, traçando-a com simplicidade.

[Por que você não sai do meu lado?]

Só esperava que não tivesse soado rude. Ela não estava reclamando daquela atitude protetora, só ficara curiosa com a mesma.

Sean parou de andar. Ele escreveu algo, então riscou. Tentou de novo, e balançou a cabeça, deixando claro que não era aquilo. Então mostrou-lhe o caderno com ambas as frases riscadas:

[Porque você é minha companheira.]

[Porque eu me importo.]

A elfa olhou em silêncio para aquilo, sem saber o que escrever em resposta. Então ergueu um pouco a cabeça para observá-lo. Sua expressão estava séria, mas não rígida. Então viu-a mudar para um sorriso de canto, enquanto ele falava algo, devagar o suficiente para que ela conseguisse entender com sua leitura labial.

“Porque eu gosto de você.”

Ela deveria estar com os olhos arregalados. Sentiu nitidamente o rosto esquentar, provavelmente corado. Sua boca entreabriu-se instintivamente e não soube exatamente o que respondeu a seguir. A julgar pelo espanto na expressão de Sean, que logo se transmutara em um sorriso novamente, podia até imaginar, contudo.

Pensando sobre isso, era bem óbvio. A elfa sorriu com mansidão, enlaçando seu braço com o dele. Estranhamente, mesmo quando Selene e Nyx cruzaram com ambos, interrompendo-os e chamando-a para um banho nas fontes termais, ela ainda sentia-se feliz.


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Notas finais do capítulo

Yo de novo, pessoal!

+A imagem é da Neco. Infelizmente tive que me contentar com uma elfinha natalina porque entre todas as outras que eu tinha nenhuma possuía semelhança com a Victory. Eu imagino ela delicadinha e com as orelhas bem maiores que as dos outros. E essa imagem foi a que achei mais condizente com a personagem.

+O capítulo deveria ser um pouco maior e ter uma cena de Ryan e Anne, mas eu travei muito feio e não consegui escrever mais nada. Preferi postar de uma vez e fazer o próximo um pouco maior.

+Eu sei que o desenvolvimento desses capítulos que virão será um pouco lento em matéria da missão geral dos Relicários, mas peço que tenham paciência. A partir do momento que Frosty for coroado e eles deixarem o vale, pretendo colocar muita ação e as coisas vão ficar muito tensas até o final da história, então esse intervalo de tempo no Vale das Estrelas é o ideal para aproximar alguns personagens e resolver alguns dos conflitos pendentes entre outros.
Esses capítulos serão o último fôlego antes de um longo e profundo mergulho, então aproveitem-nos bastante. Mas aqui não vão ter só ceninhas românticas e de companheirismo, também. Esse treino entre Skylar e Kyria vai ser narrado (com algumas surpresinhas), o passado de alguns personagens será explorado e os planos para a busca da Chave do Metal (e a obtenção das Chaves que foram capturadas pelos Seguidores) vão se iniciar.
Só espero conseguir colocar tudo o que eu quero sem estender esse interlúdio demais. -q

É isso por hora, pessoal. Até a próxima e kisses para todos vocês ♥