Crônicas do Pesadelo {Interativa} escrita por Dama dos Mundos, Kaline Bogard


Capítulo 40
Baú das Memórias 03


Notas iniciais do capítulo

Como prometido, eis aqui o capítulo especial do Lidrin.
Haha, parece que consegui me ajeitar pra postar pelo menos a cada sete dias novamente. Para a felicidade da maioria aqui. Yei!
Divirtam-se



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Preto e Branco… Feito de trevas e luz.

Ao contrário do que costumam afirmar sobre os djinns, esses seres não são habitantes originários de Meroé. Em uma análise ampla, os primeiros dessa raça que pisaram nessas terras vieram de mundos desconhecidos, trazendo uma magia tão antiga quanto os deuses da Ordem e do Caos. Aparentemente vieram a esse mundo pois estavam cansados de serem explorados nos outros. Eram constantemente feito cativos pelos humanos, que sempre estavam atrás dos desejos que podiam realizar.

Um djinn é uma criatura com poderes absurdos, que jamais poderia ser criada pelos Quatro Primordiais. São mestres no disfarce, podendo tomar a forma que lhes convir, tanto animal quanto racial, e sua expectativa de vida é maior do que a de qualquer elfo. Seu envelhecimento é tão lento que, se comparado a um humano normal, um dia de vida dele seria equivalente a milésimos de segundos na vida de um djinn. Além disso, detém em suas mãos a capacidade de moldar a realidade em seu benefício próprio.

Eles geralmente se caraterizam em duas frentes distintas: os marid, djinns com personalidade e tendência bondosa, e os ifrid, sua contraparte orgulhosa e muitas vezes maligna. Os primeiros raramente mantêm contrato com outras raças, enquanto a segunda subespécie é especialista em tal coisa. Isso faz com que, mesmo que suas habilidades sejam praticamente as mesmas, surja um verdadeiro abismo entre esses dois tipos.

Afinal, como todo meroense deveria saber (desde que aqueles seres chegaram em seu mundo), não se faz pactos com djinns. Eles roubam sua alma e a ligam a um exército de muitas outras, e é isso que aumenta sua força. O símbolo do trato é o objeto de cárcere do djinn, que pode variar de tamanho e qualidade. Enquanto o contratante mantê-lo consigo, o ser torna-se cativo e obrigado a realizar três desejos. O que não chega a ser desagradável para os ifrid, já que no fim das contas eles ganham uma alma a mais para a sua coleção.

Lidrin é uma existência rara, pois sua mãe é uma marid e seu pai, um ifrid. Ele foi gerado a partir de um casamento que era considerado um tabu, e acabou sofrendo por extensão. Por ser um djinn do lado “negro”, seu pai foi acusado de conspirar com Pesadelo quando este surgiu, a tanto tempo atrás. Mesmo alegando que não tinha feito nada, ele foi torturado e posteriormente queimado em praça pública, em nome de uma justiça falha.

O pequeno e jovem Lidrin, agarrado a saia de sua mãe e com seu irmão mais velho ao lado, viu o pai ser devorado pelas chamas pelo que chamavam de “bem maior”, e isso jamais saiu de sua mente. Os Mombel lutaram para recuperar seu lugar de prestígio e honestidade junto às outras casas nobres no Principado de Path, mas no fim a tragédia que abatera-se sobre a família foi esquecida, assim como o próprio Pesadelo tornou-se uma lenda.

Eles reforçaram seu laço principalmente com os Oliver e os Bonniere, mantendo-se ao lado deles por gerações. Viam os líderes shifters nascerem e morrerem, numa eterna sucessão, e Lidrin não parecia particularmente interessado nisso. Foi uma criança que crescera em meio a mimos e boa vida, e isso lhe garantiu uma faceta extremamente preguiçosa. Também era relativamente calmo apenas quando estava com quem podia confiar. Contudo, como sabemos, ele tem até hoje um lado desagradável.

Possivelmente o que ficou conhecido como seu lado ifrid veio do sangue de seu pai. Quando irritado ou contrariado, sua personalidade dá uma virada de cento e oitenta graus, e o Dark Lidrin aparece. Uma criatura sádica e sanguinária, viperina, que faz as coisas que lhe convém e mata sem dó quem precisa matar. Esse lado costuma entrar muito em conflito com o Light Lidrin, por ambos serem tão antagônicos. Mas ele sempre conseguia retornar à sua personalidade original, e maiores problemas eram evitados.

Isso até conhecer Trixia Oliver e Yan Bonniere.

De alguma forma que nunca soube explicar ele apegou-se imensamente àqueles dois, tomando-os praticamente como seus irmãos mais novos. Não sabia exatamente o porque, mas eles pareciam tampar um buraco que nem imaginava que existia em seu coração. Era apenas a eles que ele mostrava seu lado mais gentil e cuidadoso.

Isso pareceu atiçar seu lado possessivo. Aliás, ele sempre era possessivo e estranhamente ciumento com relação a certas coisas. E esse sentimento pareceu esmagá-lo quando foi-lhe dito, por Yan, que Trixia havia ido embora.

Era uma manhã qualquer, nos seus intermináveis dias. Ele levantara-se, jogara água no próprio rosto, descera as escadas em espiral de sua mansão para chegar à sala e poder tomar seu café da manhã…

E deparara-se com um Yan esbaforido e pálido, observando-o lá de baixo. Seus olhos verdes registraram o que parecia ser uma carta entre os dedos dele, mas Lidrin não deu tanta atenção a isso. Jogara seus cabelos para trás, tirando-os completamente do rosto, e logo sorriu para o rapazinho.

— O que seu tio fez dessa vez, Ya-ya?

— Não tem nada a ver com o meu tio! — houve um protesto e um bater irritado de pés, enquanto o ruivo estendia-lhe a carta que segurava. Havia um coração de cor vermelha como selo. A clara assinatura de Trixia, e o djinn se perguntava como ela conseguia fazer a cera ficar naquela forma.

— Estão querendo realmente me deixar louco hoje, não é? — ele suspirou, exasperado, e pegou a carta, abrindo o envelope sem olhar seu conteúdo, contudo. — Que tipo de problema ela arranjou dessa vez?

— Você está prestando atenção no que eu estou falando? — Yan seguiu-o, amuado, enquanto o amigo andava mais um pouco, guiando-o até a sala onde seu desjejum estava servido. Ele sentou-se, separando uma torrada com geleia e mordendo-a, logo após despejando um pouco de suco que havia em uma jarra dentro de um copo. Seu carinho por Trixia era enorme, mas a menos que fosse algo realmente urgente, ele não deixaria de comer por causa dela.

— Eu estou prestando muita atenção, tenha certeza.

— Não, você não está mesmo, e eu sei muito bem quando você finge estar interessado em algo e na realidade não está nem ai.

— Não me diga. — O olhar que o marquês lançou ao menor estava carregado de sono. — Vamos dizer que eu não tive uma boa noite, colocando em palavras que entenda eu não preguei os olhos. Então se for uma peça ou alguma gracinha que os dois estão armando, sugiro que deixem para outra hora.

— Não é uma gracinha. — Yan explodiu, batendo violentamente contra a mesa, que rangeu. Isso pareceu despertar uma atenção genuína de Lidrin, que ergueu uma sobrancelha, surpreso com tal atitude. A torrada que havia parado a meio caminho de sua boca desceu novamente ao prato, enquanto o outro rapaz gritava mais algumas frases na cara dele. — Trixia foi embora. Ela foi embora e é possível que não volte nunca mais, e a culpa é toda sua!

E virou as costas, saindo correndo, os longos cabelos vermelhos chicoteando atrás de si. Lidrin precisou de alguns minutos para se desfazer do choque. — Minha?

Seus dedos voltaram a tatear a mesa, à procura da carta da amiga. Ele abriu-a com rapidez dessa vez, correndo os olhos pela caligrafia miúda e cheia de voltas. O texto não fazia sentido nenhum para ele, apenas havia algo relacionado à aventura, que sairia e viajaria pelo mundo, e agradecendo todo o apoio e carinho que havia lhe dedicado. Rabiscado no final da carta, estava uma frase simples seguida da assinatura do nome dela. Um “eu te amo” eufórico, claramente fraternal, que fez algo no cérebro dele estalar.

Era óbvio que ela evitara despedir-se tanto dele quanto do próprio Yan antes de partir para evitar que ambos mudassem sua decisão. Isso explicava a raiva do garoto, e as palavras cruéis que este lhe lançara, numa maneira estúpida de descarregar a frustração. A culpa não era de ninguém. Trixia era assim mesmo, era de imaginar que chegasse a essa situação mais cedo ou mais tarde.

Mas doeu. Ele não pode negar isso. Ficou extremamente magoado e ferido, e isso causou a revolta do seu lado ifrid, uma esmagadora e perturbada, a pior que tivera em anos. Por dias ele ficou instável, irritado e passional. Sua ira foi ficando tão potente que Galga, sua mãe, foi forçada a interferir.

Sua interferência foi um tapa na face tão forte que deixaria seus dedos marcados ali por dias. Galga era tão antiga que sua aparência beirava os quarenta anos, as rugas começavam a aparecer em seu rosto e os cabelos iniciavam a perder sua cor. Por mais bondosa e paciente que fosse, ela não suportaria ver o filho que tanto amava ficar louco por tanto tempo. Se aquilo continuasse, ele ficaria igual ao pai.

Assim que Lidrin pareceu dar-se conta do que estava fazendo, com a marca da mãe ainda ardendo em sua face, ela segurou seu rosto com ambas as mãos e falou-lhe de maneira plácida e calma: — Se essa criança é tão importante para ti, vá atrás dela. Vá e encontre o seu equilíbrio. Para que quando volte, possa estar crescido.

Ele não soube o que responder naquela hora. Portanto só a abraçou bem forte, o mais forte que poderia sem machucá-la. E depois arrumou as malas, e também partiu. Teve que aguentar uma segunda revolta de Yan, que alegava em sua “defesa” que todos estavam abandonando-o. Lidrin precisou passar a mão por sua cabeça por meia hora e dizer que estava tudo bem, antes que o garoto largasse-o de vez.

O djinn saiu em busca de Trixia, mas foi claramente frustrado em seus planos. Suas personalidades estavam digladiando-se para tomar o controle ainda, e isso dificultou muito a tentativa de seguir seus passos. Quando deu-se por si, depois de dias andando a procura dela, havia chegado em outro Reino. Havia cruzado um pedaço de Sidnary e entrado em Hathea. Como diabos ele tinha errado tanto o caminho parecia-lhe um mistério e tanto para resolver, mas sua dor de cabeça estava matando-o.

Foi nessa situação desanimadora que conheceu aquela que chamavam aos sussurros de Demon Lady. Depois do pequeno encontro dos dois, quando ela dissera que iria ajudá-lo, mesmo não o conhecendo, ele foi levado por alguém até o quartel-general da famosa JusticeBlade. Isso ele só sabia por informações desencontradas, pois havia apagado. Quando acordara finalmente, estava numa cama improvisada, com duas elfas de tenra idade fitando-o curiosamente. A primeira tinha uma aparência um pouco mais estranha que o normal, suas orelhas pareciam mais de algum animalzinho do que de um elfo. Seu olhar era baixo, tímido, e sua voz rouca.

— Parece que ele acordou…

— Uau! Nyx, o que ele é? — Perguntara a segunda garota, de longos cabelos prateados e olhos claros. Era o oposto da outra, sua voz era alta e clara e suas maneiras mostravam certa empolgação.

— Neco… Annie, deixem ele respirar! — Protestara uma voz masculina. Seu dono era outro elfo, com cabelos loiros e olhos de um azul gélido, mas estranhamente calorosos. — Ah… fico feliz em saber que está melhor… espere um instante, e Nyx logo voltará para vê-lo.

Era realmente estranho lidar com aquelas pessoas. Em pouco tempo convivendo com elas, notara o quanto brigavam e discutiam ferrenhamente entre si, mas de alguma forma continuavam unidos. Eram divertidos e interessantes, e isso pareceu animá-lo um pouco. A mestiça e líder da equipe, Nyx, não parecia incomodada com o fato dele saber sua identidade. Na realidade, ela cumprira com o que prometera, mas não achara nada com relação a Trixia por aquelas bandas, nem pelo resto do território em que caçavam.

— Podes trabalhar conosco no grupo de informações. Aquelas pessoas descobrem quase tudo. E creio que não tem um lugar para ir por enquanto, não é?

A oferta dela era tentadora. Por esses dias, sua estadia em Hathea chamara a atenção da classe nobre, que lhe convidava a ficar com eles por um tempo. Afinal, os Mombel eram reconhecidos naquela região, independente do fato do chefe de família ter sido queimado vivo. Com nenhuma opção melhor em mente, e temendo que se liberta-se seu lado negro novamente as coisas pudessem ficar piores, o djinn aceitou.

Ele tornou-se parte do grupo de informação da JusticeBlade, e travou conhecimento de muitas coisas realmente úteis. Conhecera Nyele e os outros integrantes e começou a trabalhar, o que ocupava sua mente e facilitava para que entrasse em equilíbrio novamente. A notícia de que Trixia entrara para os BeastHunters, porém, lhe deixou sem chão por um tempo.

— Não irá atrás dela? — Perguntara Nyx, naquela ocasião. Ele sabia que o encontro entre as duas equipes tinha sido desastroso, afinal Frosty voltara com o braço quase estraçalhado. Era possível que nunca mais chegassem a um consenso. Lidrin passou as mãos pelo rosto, bagunçando os cabelos. Se Trixia estava bem, se estava segura – mesmo que com um bando de shifters caçadores de recompensas – ele não deveria se intrometer. Ela ficaria irritada, e o mandaria embora. Bateria o pé e diria que ele estava sendo um possessivo superprotetor (e de fato, ele era).

— Por hora não.

O rosto de porcelana de sua interlocutora assumiu uma expressão obviamente surpresa, o que não era natural. Ele vira tal coisa por muita sorte, porque logo tal emoção sumiu completamente de sua face. — Entendo.

Só os deuses sabiam o quanto lhe custou tal decisão. Ele começou a cuidar dos passos dela a distância, usando o serviço de informação para tal coisa. Mantendo o controle de seus instintos, num crescimento doloroso e silencioso.

E então veio o dia da fatídica Noite das Máscaras.

Seu pequeno mundo se estilhaçou uma segunda vez.

Eles estavam sendo caçados. E Lidrin já havia apegado-se o suficiente aos outros integrantes da equipe para não abandoná-los naquele instante delicado.

E então ele foi mandando a frente para buscar informações, utilizando-se apenas dos chifres de Nyx para não ser reconhecido de imediato. E soubera do pior: a mãe de Trixia estava numa cama, ferida pelas chamas mortais de Selene.

Ela nunca o perdoaria. Trixia Oliver iria odiá-lo pelo resto de sua vida, e ele sabia que era merecido, mas mesmo assim, não queria imaginar tal coisa. Não saberia conviver com aquilo. Não com o ódio daquela que crescera ao seu lado…

oOo

Em algum lugar de Porto Pedras …



A pantera-negra saltou, deslizando pelo chão e parando o avanço, voltando seu olhar feroz para os companheiros, numa alegação muda para que agilizassem. Eles ainda teriam de desvendar as pistas para encontrar uma tal de ilha flutuante, onde a Chave Principado do Ar deveria estar. Nyele era uma cretina, no fim das contas, custava dar as coordenadas certas de uma vez?

— Talvez ela quisesse nos testar. — Sugeriu mansamente Frosty, enquanto saltava de uma pedra para o chão, e respondendo o protesto de Lidrin, que parecia ter chegado a mesma conclusão que Trix. — Quer dizer… seria muito fácil se ela desse a localização certa, deve haver uma regra impedindo isso.

— Eu estou pouco me lixando pra essas regras, foi um acordo justo. — O djinn deixou-se cair logo atrás, ajeitando o sobretudo que usava por cima das vestes. A expressão despreocupada de seu interlocutor fechou-se, exibindo algo como dor.

— Não teve nada de justo nisso.

Era fato que o elfo estava diferente desde o dia que partiram da mansão de Nyele. Por mais que ele evitasse demonstrar isso, parecia mais sério que o normal, talvez até mesmo irritadiço. Lidrin achara que era por causa dos sais amaldiçoados, num primeiro instante, mas depois começou a desdenhar dessa ideia. Frosty não costumava usá-los, de qualquer forma, a presença ou falta deles não faria diferença alguma.

O par de lâminas dele estavam em poder de Nyx, afinal. Uma medida preventiva da mesma para que ele não as usasse de forma alguma, mesmo numa emergência. Aqueles objetos eram poderosos, uma ferida feita por eles nunca mais sarava. Em compensação, essa dor e desespero passavam para seu portador, e se os sais fossem usados com muita frequência ele próprio acabava sendo destruído.

Havia outra possibilidade para ele estar com aquele humor instável, que podia muito bem ser referente a brecha que Nyx abrira quando explicava os termos da troca entre ela e Nyele. O elfo poderia estar desconfiado da verdade. Que Lidrin havia firmado um contrato entre a JusticeBlade. Nesse caso, o loiro teria toda a razão do mundo para estar irritado, afinal era de conhecimento geral o que acontecia com quem tinha três desejos realizados…

No entanto… aquilo também não parecia uma razão. Se aquele cara tivesse chegado a essa conclusão, não teria perdido tempo em confrontá-lo. Tinha de haver alguma outra coisa. Talvez relacionada ao fato da líder dos JusticeBlades ter se desfeito de inúmeras coisas valiosas nos últimos dias…

Seu fio de pensamento foi rompido por um tigre branco, que desceu seu pesado corpo ao lado dele. Sean tinha uma aura tão marcante quando estava em sua forma animal que era algo assustador. Contudo a jovem que mantinha-se montada sobre ele não parecia tão assustada quanto deveria. Neko mantinha as mãos pequenas presas aos pelos da região dos ombros da fera, o corpo praticamente colado ao dela, mais com receio de cair do que de ser devorada.

— Você parece estar se divertindo… — Frosty observou-a de esguelha, absolutamente surpreso.

— É divertido… — Foi a resposta dela, simples e direta. — Mas tenho que me acostumar a velocidade. — E com essas palavras ela afagou a região onde segurava com as mãos. — Além de ser muito confortável.

Se Sean ficou ofendido com tal comentário, não deixou transparecer.

— Seria legal se aquela moça me deixasse fazer tal coisa, mas ela não é desse tipo. — O elfo abriu um sorriso sarcástico breve, apontando para a Trixia, que apenas rosnou em resposta, dando voltas e mais voltas de um lado para o outro, francamente aborrecida.

— Trix não gosta de que a domem, não é? — Lidrin andou mais alguns passos para que pudesse ficar perto da pantera e acariciou seu focinho com certa gentileza. — Bom… vamos em frente, também estou ficando entediado. — A carícia desceu até o pescoço, fazendo-a girar a enorme cabeça como se fosse um gato. Perto dele, aquela assustadora pantera-negra parecia estranhamente mansa.

— De fato… e aquelas pessoas também devem estar a caminho. — Lembrou Neko, claramente referindo-se aos que tentavam despertar Pesadelo. — Não podemos deixar que passem a nossa frente.

— Certo, certo… — Frosty ajeitou a própria mochila nas costas, e voltou a pegar a de Trixia, passando-a por um dos ombros. Ele quase poderia se assemelhar a um escoteiro, ainda mais porque também trocara sua habitual túnica branca com arabescos azuis por roupas mais sutis e confortáveis. Não fosse as orelhas élficas, parecia quase um humano comum. Lidrin também precisou renovar suas roupas, pois as antigas chamavam muita atenção, e agora que estava sendo caçado, prevenção nunca era demais. — Vamos continuar. Trixia, estamos na direção correta?

A pantera anuiu, preparando-se para voltar a correr, e logo disparava na frente novamente, sendo seguida pelos outros com certa dificuldade.

O tempo não parava de correr. Ele não esperava por ninguém.

O fato de ter conseguido o perdão de Trixia não faria com que as coisas ficassem mais fáceis, no fim das contas, e Lidrin perceberia isso mais cedo do que podia imaginar. Desde que seu destino ligara-se tanto aos BeastHunters, quanto aos JusticeBlades, sua vida tornara-se um verdadeiro desafio. E como em todo desafio, os obstáculos surgem quando menos se espera.


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Notas finais do capítulo

Olha eu de novo por aqui!
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Brack, como sempre precisei dar uma adaptada na história, até porque a Kali havia também mexido um pouco na da Trixia. Se discordar de algo, qualquer coisa, só me avisar. Em geral, espero ter feito esse capítulo a contento :3
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Chibi do Frosty. Ficou cabeçudinho também, mas a culpa é do programa -q
Alguém entendeu a referência da rosa azul? Eu acho que ninguém sequer lembra do capítulo especial dele, mas fazer o quê.
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Deixo com vocês mais alguns mistérios para refletirem sobre e morrerem de curiosidade. E pelo visto vou conseguir manter as postagens em dias fixos por um tempo. Felicidade eterna para nós!
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Próximo capítulo vai ser referente ao passado do Loke e contêm revelações extremas! Assim como outra ceninha atual dos SdP. Espero que não esteja sendo muito cansativo os flashbacks virem todos juntos, mas eu acho melhor assim do que forçar eles no meio dos arcos, como estávamos fazendo antes.
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Mais uma vez agradeço a todos, sem vocês essa história não seria metade do que é, e possivelmente não teria nem chegado à metade dos capítulos que hoje tem. Muito obrigada por tudo!
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Kisses no coração de vocês, e até a próxima



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