A Menina da Bicicleta Vermelha escrita por Madchen


Capítulo 12
Matt is not the same


Notas iniciais do capítulo

Os primeiros parágrafos ficaram ruins de ler porque eu escrevi no word e por algum motivo o Nyah não lê bem arquivos de word. Me perdoem por isso, mas espero que curtam o penúltimo capítulo da fic



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Quando a porta se abriu, todos pararam de conversar e dirigiram os olhares à moça roliça que surgia de dentro da casa. Era falsa loira, com o cabelo bem comprido, e tinha um olhar confuso no rosto. Encarou a multidão como um todo, e passados alguns segundos de silêncio geral, ela disse: -- Quem são vocês? O que fazem aqui? Ninguém respondeu. Nem mesmo Matt ou Yohanna (esta ainda segurava, perplexa, o papel) conseguiram dizer uma palavra. Passados mais alguns segundos de silêncio, Matt sentia-se completamente como em um sonho: não sabia bem o que estava fazendo ali, não acreditava que fosse real, mas enfim, estava acontecendo. E, assim como em sonhos nós geralmente não pensamos em acordar, Matt também não pensou em sair correndo e se jogar de uma ponte para ver se era real mesmo. Ele simplesmente encarou a senhora roliça nos olhos, tão fundo quanto podia, mas sem pensar em absolutamente nada -- como em um sonho. A moça o olhou de volta, como quem percebe que está sendo especialmente observada por alguém. Primeiro olhou só pelo canto do olho, mas depois se virou de frente e sua expressão deixou de ser dura e passou para surpresa (ou algo parecido com a expressão de Matt). Nesse momento, ela soube exatamente quem ele era, e não sabia se pulava em seu pescoço por ter arruinado a vida da filha ou se o acolhia em casa para lhe fazer perguntas. Por sorte, escolheu a segunda opção: -- Você... é... você é quem está nos cartazes... Matt asquieceu depois de um tempo. Yohanna apertou forte seu braço, sentindo algumas lágrimas umidecerem seus olhos claros. Sem perceber, ela estava amassando o papel com a mão que não amassava o braço de matt. -- Por favor -- a senhora desceu a escada que levava até o pequeno portão de entrada e o abriu, sem desviar os olhos de Matt. -- Entre. Matt encarou Yohanna. Ela não sabia o que dizer, portanto não disse nada, mas queria entrar com ele; então devolveu a Matt um olhar firme e determinado. Depois, o garoto olhou para Brian, que estava quase tão perplexo quanto ele, e disse bem baixo: -- Cuide das coisas aí fora por mim. E Brian respondeu. -- Pode deixar, parceiro. -- e depois de uma pausa: -- também te amo. Matt conseguiu sorrir antes de passar pelo portão e entrar na casa de braços dados ocm Yohanna. Esta, por sua vez, já havia aceitado a realidade e começado a encaixar as peças do quebra-cabeça. Já não sentia mais aquela vontade de enforcar quem quer que fosse a autora dos cartazes, e entrara na casa com Matt apenas para confirmar o que já sabia... mas não disse uma palavra sobre isso. A sala era grande e limpa. O piso de shopping center dava um ar de frieza que certamente não combinava com a personalidade da menina que vivia ali. Os móveis eram todos retos, decoração clean, uma bancada negra separava a casa da cozinha, que mantinha o mesmo tipo de decoração. Dentro da casa tudo era preto, branco, metálico ou vermelho. A senhora sentou-se em um grande sofá de couro preto, diante de uma mesa de vidro onde havia um bule e algumas xícaras. -- Chá? -- ela ergueu sua xícara, mas diante da resposta negativa de Matt e do silêncio de Yohanna, devolveu-a à mesa. -- Sentem-se, por favor... Finalmente, os dois separaram os braços e sentaram cada um em uma poltrona, ambos de frente para a senhora falsa loira. Esta, por sua vez, tirou do bolso do jeans um papel muito dobrado, abriu-o e fungou: -- Eu nunca fui uma boa mãe... Nunca quis ser mãe, para falar a verdade. Engravidei aos 16 anos e tive minha filha com 17. Mas você sabe... minha vida ainda estava sendo construída e eu precisava estudar e trabalhar muito. Por isso, minha menina sempre ficou aos cuidados da avó. -- uma lágrima escorreu pelo seu roto. -- Há 9 anos, minha mãe morreu, e eu tive que assumir minha filha. Como ela já tinha 7 anos, pensei que seria mais fácil, pensei que pudesse se virar sozinha, e continuei minha rotina como sempre. Ela ficava sozinha em casa, aprendeu a se virar. Desde lá, até hoje... ela vive sozinha, e se vira muito bem. O pai dela... nunca quis saber dela. Ele a teria mandado para a adoção. E ela... ela é muito grata por ter a mim. -- mais uma lágrima escorreu. -- Uma mãe tão ruim.

Ambos Matt e Yohanna estavam sem palavras, mas ouvindo atentamente. Matt sentia que estava finalmente conhecendo sua perseguidora, ou chegando perto disso... e não estava sendo como ele imaginou.

-- Quem é você? -- a senhora finalmente encarou Matt.

-- Sou Matt -- ele respondeu, sem saber o que responder. Na verdade, sentia uma vontade quase incontrolável de perguntar "e quem é sua filha? Quantos anos ela tem? O que ela faz? Eu quero vê-la, saia da minha frente, me leve à delegacia." Mas não perguntou.

-- Matt -- a mãe balançou a cabeça. -- Ela daria tudo para saber seu nome. -- então, olhou para Yohanna. -- E essa jovem? Muito bonita... você é namorada do Matt?

-- Não -- Yohanna respondeu. Só.

-- Pois bem... e esse papel que está segurando? Será que posso ver? Parece desenho da minha filha.

Então yohanna se tocou de que ainda estava segurando o desenho. Entregou-o à senhora que, quando o viu, abafou um "oh" com a mão.

-- Esse eu não conhecia. Veja o traço apressado, ela deve ter feito depois que os policiais chegaram. -- pausa. -- Ela sabia que você viria, Matt. Minha filha é inocente, mas... é muito esperta. Você não diria isso se a visse, mas ela é. Certa vez, quando ela tinha uns 10 anos, foi ao aeroporto e disse aos guardas que eu era uma criminosa e não poderia viajar. Quando cheguei no aeroporto... imagine... não me deixaram embarcar, fui para a delegacia, e até me soltarem foi uma confusão. Minha filha é esperta, sim.

Matt olhava para os lados, procurando qualquer outro sinal da menina, mas só encontrou uma escada. De repente, se lembrou do objeto que havia visto pendurado na janela do segundo andar. Será que era a janela do quarto dela?

-- Eu nunca fui uma boa mãe, Matt. Mas eu amo a minha filha... e quero lhe dar ao menos um presente... -- com olhos suplicantes e tristes, a senhora encarou os olhos verdes de Matt, que sentiu um calafrio. -- Por favor, Matt... quero que você conheça minha filha.

Matt sentiu uma parada cardíaca, depois a comida de seu estômago revirar, ir até a garganta e voltar. Ele queria responder "sim, senhora, mal posso esperar para isso", mas não disse nada.

-- Por favor, não fiquei com raiva. Ela não fez por mal.

-- Não estou com raiva -- seus olhos brilhavam. -- Não mesmo.

Então, a senhora deu a Matt o papel que estava segurando. Havia algo escrito: "se eu não estiver mais aí quando ele aparecer, pede para ele falar com o Toddy". Toddy? Quem é Toddy, Matt se perguntou.

-- Ele está no andar de cima. Pode ir. Eu vou ficar aqui. Se você roubar alguma coisa, Matt, eu vou descobrir e quem vai parar na delegacia é você.

Matt engoliu seco, se levantou lentamente da poltrona e subiu as escadas. Lá em cima havia três portas que davam a quartos diferentes: no primeiro, havia uma decoração escura com uma cama de casal. Não deve ser aqui, pensou. No segundo, havia uma escrivaninha e uma estante de livros. Escritório. Na terceira... na terceira, Matt entrou, e se deparou com um quarto limpo porém levemente bagunçado. Havia um globo terrestre ali, umas estrelas penduradas no teto, um quadro de papiro egípcio na parece e algo pendurado na janela.

Matt não hesitou em pegar aquele objeto misterioso. Observou-o com cuidado e virou-o nos dedos com a maior delicadeza possível -- ora, era feito de engrenagens e tinha a forma de... um coração? Um coração feito de engrenagens, era isso?

Matt olhou para trás. Havia um coelho de pelúcia jogado no chão, e em sua camisa estava escrito "Toddy". Matt ficou de joelhos, pegou o boneco, leu mais uma vez o nome escrito na camisa para ter certeza de que era Toddy -- e era. Aquela garota queria que ele conversasse com um coelho de pelúcia? Quantos anos ela tinha, cinco? Ou será que tinha algum problema mental?

Não importa. No momento em que Matt pegou o coelho e olhou nos seus olhos de vidro, não sentiu nada além de uma pontada em seu estômago, abraçou o coelho e murmurou:

-- Você é o coelho dela, Toddy? -- por mais ridículo que seja conversar com um coelho de pelúcia, Matt não se importou com isso. Talvez não o tivesse feito se alguém estivesse olhando, mas agora estava sozinho, e muito abalado. -- Como ela é? -- abraçado com o coelho, Matt pôde sentir seu perfume. Algo doce e bem suave. -- Obrigado... Toddy.

 

***

 

Quando Matt desceu as escadas com Toddy em uma das mãos, Yohanna já não estava lá, mas a senhora falsa loira estava, e levantou os olhos para ele.

-- Vejo que já conheceu Toddy -- ela disse.

-- Já -- Matt parecia outra pessoa, completamente tiferente. Já não estava apático e assustado como antes; estava como um daqueles sujeitos de propaganda de energético, "tome seu energético e fique forte como o Popeye". Seus olhos pareciam mais verdes? A senhora notou isso.

-- Eu disse que se você roubasse...

-- Não vou roubar -- ele disse num tom de "que absurdo você está falando". -- Vou devolvê-lo. Em que delegacia sua filha está?

De repente, a mãe pareceu prestes a se desmanchar em lágrimas, e Matt não entendeu. Será que havia feito algo de errado? A senhora soltou a xícara que segurava na mesa de tal modo que derramou todo o chá que havia dentro. Tampou o rosto com as mãos e começou a chorar.

Matt nunca fora bom em consolar pessoas -- ele era do tipo que fala "vai ficar tudo bem, agora vamos comer biscoitos" -- e por isso ficou em dúvida sobre o que fazer. Acabou parado onde estava mesmo.

-- Eu menti, matt. Eu menti. Minha filha não está na delegacia. Ela já foi julgada, o caso já foi esclarecido, ela deveria estar em casa com o psicólogo indicado, mas desde ontem, quando foi presa, ela está doente. Ela está muito doente.

Matt continuou sem saber o que dizer. O efeito do seu "energético" passou.

-- Já estava adoecendo a um tempo, e essa prisão foi a gota d'água. Ela desmaiou, teve de ser levada a um hospital e está em coma, com a pressão baixa demais e pouca oxigenação no cérebro. Ela pode ficar vegetativa para sempre, Matt.

-- E você fica parada aí -- Matt não se segurou mais. -- Você diz que quer ser uma boa mãe, quer dar a ela um presente, mas não faz nada. Você fica chorando, se fazendo de coitada, você NÃO é coitada!

A senhora parou de chorar e olhou assustada para Matt. Depois de uma pausa para respirar, o garoto prosseguiu:

-- Se você não faz nada, eu farei.

E saiu da casa, deixando a porta aberta, e não disse uma palavra sequer à multidão enquanto se dirigia ao metrô.

 

***

 

"Esqueci de perguntar qual era o hospital, pombas" ele resmungou internamente. "Matt anta, Matt anta." Na estação de metrô, Matt andava como uma barata tonta tentando encontrar o hospital mais próximo possível em alguma das rotas de metrô. Esbarrou em um mendigo.

-- Desculpe -- ele disse, mas o mendigo apenas sorriu ao olhar para ele, e disse:

-- Então é de você que ela tanto falava. Vejo que encontrou Toddy, oi Toddy!

-- Mas o que... -- Matt ficou surpreso, mais uma vez. -- Você a conhece?

-- Claro que sim, ela me encontrava todos os dias no parque! Me ajudou a escolher um nome para meu falecido cachorro... Sabe qual era? Fred. É o nome que ela achava que combinava com você. Na verdade, estava na dúvida entre Fred e Eric, mas tinha certeza que seu nome era um dos dois...

-- Meu nome é Matt -- Matt respondeu. O mendigo pareceu levemente surpreso, mas não muito. -- Por acaso você sabe em que hospital ela está? -- agora sim, o mendigo pareceu surpreso de verdade.

-- Hospital?

-- Onde é o hospital mais próximo daqui? Ela está muito doente. Eu vou dar um presente a ela.

-- Que presente? Não vejo presente nenhum...

-- É porque eu ainda não tenho um presente -- Matt respondeu -- Mas arrumo algum. Por favor, sabe onde é o hospital?

-- Não precisa pegar metrô, é aqui do lado. Umas duas quadras. Sei que ela está lá porque já me contou que sua mãe paquerava o balconista, e por isso sempre a levava lá quando estava doente.

Matt apenas agradeceu e saiu correndo.

Enquanto corria, seu celular tocou, mas ele não atendeu. A neve fina que começara a cair chicoteava seu rosto e queimava suas bochechas, o que, somado ao esforço, fazia-o ficar com as bochechas completamente vermelhas. Logo, ele viu um grande hospital. Não hesitou em entrar.

Todos que estavam lá dentro o encararam como quem encarasse uma girafa no meio do mar. A verdade é que Matt estava suado, vermelho, ofegante e abrira a porta tão rápido que assustou todo mundo. Isso além de carregar um coelho de pelúcia.

Andou até o balcão e perguntou por uma menina... como ela era mesmo?

-- Cabelo curto... preto... e pele bem branca... mais baixa que eu, e... -- ele não se lembrava de mais detalhes do desenho, mas tinha Toddy para lhe ajudar. -- Doce... e sonhadora. Ela já veio aqui outras vezes, lembra de alguém assim?

O rapaz sacudiu a cabeça. "Não". Matt pensou em algo mais:

-- A mãe dela é baixinha, loira de cabelo bem liso, fala alto...

Aí o homem pareceu se lembrar de algo, e depois sorriu:

-- Ah, a sra. Taylor! você veio visitar a filha dela? Ela está em coma, só pode 1 visitante 30 minutos por dia... -- então o homem procurou pela ficha dela, encontrou, pediu para Matt assinar na lista de visitantes. Ele assinou. -- Você é o primeiro visitante dela... Matt. -- o homem sorriu. -- É namorado dela?

-- Não, eu... -- Matt ia dizer algo, mas como explicar a situação toda para o homem? Pelo visto, ele não conhecia a história dos cartazes (ou ao menos não identificou Matt). -- Mais ou menos.

Matt se sentou ao lado de mais várias pessoas que esperavam para ser atendidas ou para fazer visitas. Ele tinha de esperar a menina terminar os exames que estava fazendo, e não foi exatamente divertido: mas ele também tinha muito o que pensar. Já não sentia aquela atmosfera de sonho -- agora estava acordado, e muito bem, obrigado -- e seu coração só batia rápido por causa da corrida. Enquanto esperava, Matt encarava Toddy com a determinação de um soldado. Sentia a pelúcia macia do coelho (não era aquela coisa felpuda) e se perguntava se a dona dele era assim também. Macia. Doce. E com a delicadeza de quem pega uma flor caída, Matt deitou Toddy em seu colo e adormeceu.

Duas ou três horas depois, chamaram-no pelo nome. Ele acordou, viu que o número de pessoas no saguão havia diminuído bastante, e havia um homem de branco esperando por ele no corredor. Matt se levantou, apontou para o próprio peito para confirmar se era ele mesmo e, na afirmativa do médico, o seguiu até uma salinha no terceiro andar.

Era tudo branco, vazio e silencioso. Ouvia-se apenas o murmúrio das enfermeiras e o "pi... pi... pi..." das máquinas. Quando o médico abriu a porta, Matt viu surgir um ambiente pouco mais iluminado, porém iluminado por uma luz branca, doentia. Havia um criado-mudo (branco), uma televisão (desligada), uma janela (fechada) e uma cortina que tampava a visão de metade do quarto. Então, Matt soube que ela estava ali, atrás da cortina, e esperou o médico fechar a porta e se retirar para abri-la.

Com muito cuidado, segurando Toddy em uma das mãos, Matt usou a outra mão para abrir a cortina, fazendo o mínimo de barulho possível. Enquanto ele escutava o tecido se arrastar pelo cano metálico que o segurava, Matt contemplava uma saliência sob um cobertor branco: os pés. Depois as pernas, o tronco, os ombros e... o rosto. Então Matt parou de empurrar a cortina e puxou um banco esverdeado que havia ali. Sentou-se, observando o rosto completamente entubado à sua frente. Tubos para respirar, tubos para se alimentar, tubos para soro. Ainda assim...

Matt não sabia o que pensar. Não pensava em nada. Olhava para aquele rosto, se lembrando de tudo que ele havia provocado, e vendo como era diferente de todas as axpectativas. Por um tempo ficou ali, apenas olhando, mas viu que já havia passado 10 minutos. Então, tocou de leve um dos braços descobertos da menina -- como sua pele era macia! -- e desceu a mão até encontrar a mão dela, pequena como a de uma criança.

-- Estou aqui -- ele disse, baixinho. -- Vê? Você me encontrou... -- mas a menina não respondeu. Não abriu os olhos. Não se mexeu. -- Eu trouxe o Toddy -- Matt continuou. -- Disseram que só pode uma visita por vez, mas deixaram o Toddy entrar também. Legal, né? Ele está aqui, olha... -- Matt depositou Toddy sobre o tórax da menina. Ela continuou como estava. -- Eu conheci sua mãe... ela é irresponsável, mas ela te ama, sabia? Ela te ama mesmo.

Por vários minutos, Matt ficou nesse diálogo sem resposta, e não se importava com isso. Sempre de mãos dadas com a menina, ele ia falando de sua vida, e de como imaginava que fosse a dela, e de...

-- Como eu queria que você estivesse bem. Aí eu te levaria para o mar e nós pegaríamos muitas conchas. Você gosta de conchas, não gosta? Eu vi no seu quarto. Quero te dar um monte, e pegar um monte com você.

Mais quinze minutos, faltavam cinco. Matt então segurou a mão da menina com suas duas mãos, com muito cuidado, aproximou do rosto e disse, com os olhos marejados:

-- Você me achou. Por favor, veja. Você me achou. -- e uma lágrima escorreu pela sua bochecha queimada de frio. -- E eu não desapareço nunca mais.


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