Anteriormente...

“- Granger? – Disse, e ela continuou a andar, sequer olhou para mim – Ei eu estou falando com você! – Eu disse puxando o seu braço e forçando-a me encarar.”

Agora...

POV Hermione Granger

O que será que o Malfoy quer agora? Ignorei quando ele me chamou, mas logo me arrependo.

– Ei eu estou falando com você! – Ele disse e puxou meu braço me fazendo encarar aqueles orbes cinzentos como a tempestade.

– Primeiro largue-me – Eu disse e puxei o meu braço e pus as mãos na cintura – O que quer Malfoy? – Disse deixando vazar um pouco de nojo para a minha voz.

– Só me desculpe Granger, não queria ter dito aquelas coisas! – Ele parecia estar sendo sincero, mas não liguei.

– Nossa Draco Malfoy pedindo desculpas? Essa é nova! – Eu disse altamente sarcástica e ele revirou os olhos.

– Somos bem grandinhos para ficar brigando como criancinhas da 1ª série. E eu realmente tenho me esforçado esse ano para suportar a sua personalidade. Bom, eu já pedi as desculpas, agora faça o que quiser com elas! – Ele se virou e voltou pelo caminho rumo ao nosso Salão Comunal.

– Okay Malfoy, tudo bem! Aceito as suas desculpas – Mas se ele acha que eu não vou mais xinga-lo, ou irrita-lo para sempre, ele está muito enganado – Ah Malfoy, deixa eu dormir da Dramione hoje?

– Dormi aonde? – Ele disse assustado e virou para mim com a boca escancarada e os olhos arregalados.

Merda! A Gina me paga!

Fingi que não tinha ouvido ele e repeti a pergunta:

– Deixa eu dormir no salão Comunal dos Monitores de Grifinória e Sonserina?

Caramba! Que nome grande!

– O que você disse antes disso?

– Deixa eu dormir...

– Na Dramione – Ele completou – O que é isso?

Gemi frustrada.

– A Ginevra inventou esse nome para designar nosso Salão Comunal. “Dra” de Draco, “Mione” de Hermione. Satisfeito? – ele arqueou uma sobrancelha:

– Ginevra?

– Gina.

– Nosso?

– Você entendeu o que eu quis dizer – Disse com raiva. Estava sem paciência.

– Tudo bem, pode dormir lá – Ele disse por fim – Mas porque você quer dormir lá? Por que...

– CHEGA! – Falei um pouquinho alto demais (leia-se gritando) – Desculpe por gritar – Suspirei – Mas isso não interessa a você. Boa noite Malfoy.

– Noite Granger! – Escutei ele dizer antes de eu virar o corredor.

Fui para o salão Dramione (pronto, agora pegou). Troquei de roupa e me enrolei em uma manta quente, estava muito frio.

Nossa esse ano está muito estranho! Eu e o Malfoy conseguimos conversar civilizadamente hoje de manhã! PQP eu o chamei de gostoso. Se bem que esse ano ele estava menos irritante, no inicio quando nos botaram juntos na monitoria achei que ia dar merda. Mas ele cumpre os deveres e às vezes me deixava chorar sozinha, sem perguntas. Ou às vezes dizia “seja o que for não merece seu tempo Granger”. Esse ano estava saindo do normal. PQP eu disse a palavra proibida ‘Dramione’!

“Até que ficou bonitinho a junção dos nossos nomes”

“Bonitinho? Você só fala merda!”

Pronto, a minha lógica e minha emoção começaram a brigar.

“Ah para, até o chamamos de gostoso”.

“VOCÊ o chamou de gostoso! Eu não disse nada”.

– CALA A BOCA! – Eu gritei para as duas.

Tentei dormir... Mas nada de o sono vir! Bufei irritada. Quer saber? Vou à biblioteca para ver se eu consigo dormir... Pelo menos ler até dá sono. Já li todos os que estão aqui, uma leitura nova vai forçar meu cérebro a pensar e me distrair.

Me levantei, me enrolei em meu robe e sai:

– Lumus – Eu disse, e a ponta da minha varinha acendeu.

– Granger?

– AAAAAAAAAAHHHHH!! – Eu gritei até não ter mais fôlego... Na verdade foi até tamparem a minha boca.

– Oh sua louca, quer acordar o castelo inteiro? – Ele falou no meu ouvido, com a voz rouca, e eu involuntariamente me arrepiei.

– Malfoy? – eu disse quase em um suspiro, depois que ele tirou a mão da minha boca - O que está fazendo aqui?

– Não consegui dormir também! E vim ver se você não estava transando com alguém. – Ele disse malicioso

– Aff Malfoy, estou sem saco para suas piadinhas de mau gosto – Eu disse entediada e segui meu caminho para biblioteca. E ele me seguiu.

– Malfoy eu sou tão gostosa assim para você me seguir até de madrugada? – Disse sarcástica, não virei para ver a reação dele.

– Só estou curioso sabe. Para saber que tipo de coisas a santinha da Granger faz de noite – Grunhi – Tudo bem Granger, desculpa! Só não quero ver você sozinha andando por esse castelo de madrugada!

Vacilei um pouco, nem o Rony havia me dito algo assim antes. Mas é claro que não ia demonstrar nada:

– Tanto faz Malfoy! – Respondi calmamente.

– Você está indo aonde posso saber?

– Biblioteca.

– Porque tão tarde? Não me diga que... – E já vinha ironia

– Insônia, Malfoy – O cortei – E, por favor, cale a boca e me deixe ler em paz.

Nessa hora já estávamos na biblioteca. Eu estava em casa! Ou não, já que tinha um louro aguado me fitando!

“Vai ver que na sua casa de verdade, ele vá estar lá!”

“Cê enlouqueceu? Isso está fora de cogitação!”

Ignorei a confusão em minha cabeça e voltei a ler. Quando finalmente eu me concentro em na leitura, uma voz vinda do além (do meu lado ¬¬’) me tira da concentração:

– GRANGER!

– O que é Malfoy? – Falei controlada

– Acho que tem alguém vindo! – Olhei para ele e parecia realmente alarmado. Apurei os ouvidos e ouvi passos e miados.

– Filch!

Sem pensar direito, peguei a mão do Malfoy, e senti uma estranha queimação me perpassar. Fitei seus olhos, ele parecia assustado. Não tinha tempo parar isso, o puxei até a seção reservada:

– Quem está ai? – Ouvimos a voz do aborto.

Nos abraçamos de medo e nos encolhemos até o canto da sala. Os passos de Filch já se afastavam, mas madame Nor-r-r-ra miava alto. A gata conseguiu entrar lá e nos fitava!

FODEU!

POV Draco Malfoy

Depois da ronda com a Hermione, fui direto para as masmorras me deitar. Na verdade eu fui pensar. Meu plano de conquistar a Granger não estava indo muito bem, algo lá no fundo de mim, diz que para esse plano dá certo eu tenho que me deixar envolver também, mas, cara, isso é meio impossível!

O lance da conversa pela manhã, foi até bom, pela primeira vez conversamos civilizadamente. O resto do dia também não foi um total desperdício, o problema dela é que ela se irrita muito fácil e eu não tenho paciência. Desde o inicio do ano eu mudei um pouco o meu comportamento com relação aos outros, claro eu ainda sou superior a eles, mas resolvi deixa-los de lado. Depois que meu avô morreu, ano passado, nossa familia toda conseguiu respirar. Todas as convicções radicalistas vinham dele e nós tínhamos que obedecer, claro nenhum de nós se sente muito à vontade com o assunto, mas éramos felizes daquele jeito. Hoje a minha familia até que está melhor, e esse foi o motivo da minha mudança de comportamento. Mas é claro, tirando o que vem da familia, eu amo irritar a Granger, simples!

Pensar na Granger me faz lembrar o quanto esse meu plano de possuí-la é uma furada. Primeiro, além da atração física há poucas coisas que suporto nela e segundo eu realmente acho que ela me detesta. Há uns três anos atrás eu podia jurar que ela era afim de mim, hoje não. Não saber o motivo que a fez terminar com o Weasel pobretão é outra pedra no meu sapado. Será que foi ela que terminou? Ou ele a deixou? Eles já chegaram às vias de fato? Ela era feliz nesse relacionamento? Sinceramente, eu acho que não. Pelo menos não nos últimos meses, ela chorava muito nas rondas. E outra coisa que está me matando é o porquê de ela não dormir no Salão Comunal dela, e pedir para dormir no dos monitores. Ela iria aprontar? Ia reatar com o Weasley? Ou apenas queria ficar sozinha?

Bufei irritado, me revirando na cama.

Seja o que for eu não gosto, todas essas opções são ruins para o que eu quero. Foi pensando nisso, que me fez levantar e ir vê-la no meio da madrugada e segui-la até a biblioteca.

E foi uma péssima idéia. A pior que eu já tive.

Aquela gata dos diabos tinha que aparecer?

– O que foi gatinha? – Aquele aborto imbecil perguntava – Tem algum danadinho fora da cama?

Ele se aproximava, mas que merda!

A Granger parecia paralisada ao meu lado (é o meu efeito). Fitei aquela sala em busca de uma saída, foi ai que eu vi... A nossa salvação! Uma porta! Arrastei a garota para lá, ela apareceu acordar de um transe e me seguiu. Depois de uns minutos ouvimos os passos se afastarem.

Suspirei aliviado!

A Granger estremeceu, foi ai que eu percebi que ainda estávamos agarrados. Ela me empurrou:

– Seu tarado! Tira as mãos de mim! – Ela disse irritada. Ah?

– O que? Eu te agarrando Granger? Foi você que me agarrou! Medrosa!

– Medrosa? Eu queria vir sozinha, foi você que me seguiu!

– Foi a pior idéia que eu já tive na minha vida inteira! – Eu estava ficando com raiva.

–Seu cretino! Idiota! Imbecil! – Ela começou a me bater, eu só me defendia, nem doía. Depois ela cansou e se apoiou na parede:

– Ah Malfoy seu filho... – Ela parou de falar de repente, e eu entendi por que.

O azulejo onde ela se apoiou começou a brilhar, depois a sala inteira foi tomada por uma fumaça verde e uma luz bruxuleante de cor azul brilhou no alto.

– Mas que merda você fez? – Eu disse apavorado. Hermione estava petrificada. Para piorar a situação, uma voz feminina começou a falar.

– Ora, ora, ora, veja Salazar o que temos aqui. Dois adoráveis jovens que aparentemente se detestam.

Agora me deu medo, ela estava falando da gente, mas eu ainda nem tinha visto, ou melhor, ouvido tudo. Uma voz grossa de homem começou a falar:

– Diria que é um pouco mais que isso, eles quase se odeiam. É como nós Rowena, quando nos conhecemos.

PARA TUDO!!!! Salazar e Rowena? Tipo assim, os fundadores de Sonserina e Corvinal?

Eles voltaram a falar.

– Mas eu vejo querido, que ele está tentando se aproximar dela! – Mas o que aquela louca está dizendo? Eu imediatamente fiquei vermelho e olhei para a Granger... E Merlin existe, ela parecia que não ouvia nada do que eles diziam.

– E ela querendo ou não, precisa dele! – Salazar disse. O que? A Granger precisa de mim? Só se for como saco de pancadas u.u

Falando nela, ela pareceu sair do transe, bom ai eu fiquei com medão.

A fumaça ficou meio densa e com um cheiro sufocante. Hermione foi empurrada na minha direção e eu na dela. Às vozes que ates até pareciam amigáveis, se misturaram e se transformaram em uma grossa e agourenta, e o pior de tudo foi o que disseram:

– Vocês precisam um do outro. Seus joguinhos, irritações e ironias só bloqueiam o que poderá ser um grande sentimento. Vocês vão aprender a se amar. Vão conviver juntos e se conhecer a fundo. Não vão mais ter intimidades e nem segredos entre si. Vocês vão aprender a confiar um no outro e a se admirarem. Vocês vão se tornar um só corpo e uma só alma. A cada acréscimo de amor mutuo o feitiço vai cedendo, e ele só poderá ser totalmente quebrado, quando ambos aprenderem a amar o verdadeiro amor!

Puta merda! O que será que eles quiseram dizer com isso? Eu e a Granger nos amando? Só pode ser maldição, e das bem pesadas! Do nada a sala afundou em um breu apavorante. Intistivamente passei os braços ao redor da castanha e ela em mim.

Nossa que perfume! Ela era muito cheirosa, tinha um perfume adocicado meio apimentado... Super exótico. E a pela dela era macia como veludo. O incrível foi que identifiquei o perfume e a textura dela, rapidamente.

Depois de uns segundos de escuridão total, uma luz brilhou no meu pulso esquerdo, era como uma pulseira, e onde deveria estar o fecho, cresceu uma corda. Corda essa que foi direto para o pulso direito da Hermione, então a luz brilhou mais forte, quase cegando-nos e depois... Parou!

Tudo voltou ao normal, não havia mais luz cegante, nem corda, nem fumaça, nem voz e muito menos breu total. A única luz que havia na sala era da lua, que entrava através de um vitral que tinha ali.

Senti a Granger se remexer entre os meus braços.

– Ora Malfoy, largue-me – Antes que eu pudesse solta-la, ela me empurrou com força. Surpreso, bati na parede oposta da sala, quando ergo a minha cabeça para encará-la, ela se joga para mim, batendo com força em meu corpo.

Como assim ela se jogou para mim?

– Está louca Granger? Manda eu te largar e depois se joga em cima de mim! – Eu esbravejei para ela;

Eu esperava que ela respondesse, berrasse ou me batesse... Mas nada disso aconteceu. Fitei-a, ela estava pálida e assustada.

– Granger? O que foi? – Eu disse um pouquinho preocupado. Nos levantamos.

– Malfoy, fique parado ai – Ela disse para mim meio assustada. Pensei que ela ia embora, mas ela apenas deu cinco pequenos passos, e não pode mais prosseguir. Ela estava de frente para mim e quando tentou virar de costas não conseguiu, e eu percebi que meu braço esquerdo se mexeu como se tivesse atraído para ela. Ela deu um puxão com o braço direito e o meu esquerdo foi também.

A corda! Estava ligando eu e a Granger! MEU MERLIN O QUE ESTÁ ACONTECENDO? ISSO SÓ PODE SER UM PESADELO!