POV Hermione Malfoy

Já faz dois dias que estamos na Mansão Malfoy, e eu confesso que nunca me diverti tanto. Draco me mostrou a imensa árvore da família, com seculos de membros em seus ramos, até chegar a ele. Ele disse que se eu for marcada, estarei lá também e fiquei super excitada com a expectativa. Draco aceitou pedir a marca para o pai dele, foi meio tenso, mas Lucius aceitou:

Flash Back On:

Saímos da sala secreta que ficava na biblioteca, era lá que estava a árvore da família, e demos de cara com Lucius:

– Estava mostrando a família a ela? - Ele disse com uma voz sem emoção.

– Sim, pai - Draco disse - E por sinal eu queria que você me marcasse com o brasão da família.- Lucius pareceu surpreso e um tanto admirado.

– E o que te fez mudar de ideia? - Ele questionou.

– Eu, senhor - Eu disse - Acho que é uma tradição bonita e que Draco deve seguir. - Ele me avaliou e pude ver uma pontinha de contentamento.

– Estou vendo que você já sabe o que isso implica - Ele me perguntou e eu apenas assenti. - Se é o que vocês querem, eu faço. Sua mãe sabe? - Draco ficou vermelho e negou - Vocês que se entendam com ela. - E ele deu um meio sorriso.

Então Draco esticou o braço esquerdo e Lucius sacou a varinha e apontado pro braço do meu louro, ele disse "Morsmordre". Uma luz prata penetrou na pele dele e Draco fez uma careta, cinco minutos depois o brasão apareceu em sua pele. O contraste da marca negra com a sua pele alva era gritante, mas eu gostei, ele parecia mais másculo.

Eu sorri para Draco e agradeci a Lucius. Ele deu de ombros e nada disse, senti que era, realmente, esse o caminho para conquistar a confiança dele.

Flash Back Off

Narcisa fez um escândalo, mas explicamos nossos motivos e ela ficou orgulhosa de mim. Bella gargalhava dizendo que não esperava menos que isso de mim. Depois todos estavam contentes. Os dias se passaram ótimos, com Narcisa e Bella planejando o natal e o noivado e eu e Draco nos curtindo. Conversávamos sobre nós, sobre a familia dele e outras coisas. Pela noite nós nos amávamos, cada noite se revelava melhor que a anterior, estávamos sintonizados de tal forma que nosso orgasmo sempre vinha no mesmo segundo. Era maravilhoso.

Porém o dia que eu tanto temia chegou, Draco ia conhecer meus pais.

Estávamos tomando café com Bella e Narcisa, notei que Lucius sempre evitava comer com a gente. Eu não me preocupei, sabia que quando aquela marca estivesse em meu braço, ele iria me respeitar.

– Então, vocês vão visitar os pais de Hermione? - Narcisa perguntou.

– É o que eu pretendo - Draco disse - Mas ela não está tão afim disso. Se fez a corajosa para conhecer vocês e está tremendo de medo da reação dos próprios pais.

– Continue debochando de mim, e você não vai ter o que mais quer hoje - Eu disse meio irritada, fazendo as duas mulheres rirem.

– É assim que as mulheres dos Malfoy's fazem Hermione - Narcisa disse piscando.

– Não ligue pra ele, querida - Bella disse - Pais são mesmo assustadores.

Depois disso acertamos algumas coisas. Eu e Draco visitaríamos meus pais e voltávamos para o almoço.

– Ah e não se esqueçam - Ciça disse - Amanha é véspera de Natal.

Quase caio para trás, o Natal fora quase apagado da minha mente. Ainda não tinha feito nenhuma compra e não fazia ideia do que dar de presente a Draco. Acho que meu pânico foi muito visível, pois Narcisa logo deu a ideia de irmos fazer compras depois do almoço, assim pude relaxar. Quer dizer... Não totalmente já que ainda não fazia ideia do que dar a Draco. O que dá para um namorado extremamente gato, que pode ter tudo o que quer? Não lembro de ter lido isso em algum livro. Além disso, estava levando Draco para conhecer meus pais, meus pais trouxas e caretas que iam surtar quando soubessem que eu estava noiva e que já estava tudo planejado. Porque eu sai da cama mesmo?

POV Draco Malfoy

Hermione se dera tão bem com a minha mãe e com a minha tia, que eu quase não acreditava. Nem Pansy e Austória conquistaram elas desse jeito, minha castanha é demais. Por sinal, ela vai pirar quando souber que as duas vem para o Natal, é quase uma tradição da família. E por falar em tradições, ainda não me acostumei com a marca em meu braço, mas Hermione está contente e isso que importa. Nossa, a felicidade dela já é mais importante que a minha, nossa to surpreso com isso.

Por falar na felicidade dela, já pensei em um presente de Natal perfeito, mas para que ela não desconfiasse de nada, pedi a minha tia Bella fazê-lo por mim, Hermione ia ter uma bela surpresa.

– Draco? - Hermione me chamou, estávamos saindo da mansão para ir a casa dos pais dela. - Meus pais são meio caretas, não sei como vão reagir - Ela estava muito tensa.

– Relaxe Hermione, vai dar tudo certo! - Ela fez uma careta e negou.

– Não vai não! Meus pais são muito legais, mas obtusos demais. Eles não vão entender. E por favor, nada de falar do feitiço! - Ela estava tão nervosa que suava.

– Hermione, olhe para mim. - Eu quase ordenei - Vai dar tudo certo! Você enfrentou o meu pai, que é um bruxo poderoso, enfrentou a minha tia que não tem nenhum remorso em usar as maldições proibidas e você está com medo do que os seus pais vão pensar? - Eu a encarei incrédulo. - Uma Malfoy nunca teme algo que não ameace seus objetivos, independente do que seus pais disser, nada vai mudar.

– Eu me importo com o que eles pensam - Ela disse irritada.

– Pois não deveria.

– Grrr... - Ela grunhiu - Eu esqueci o quanto você pode ser irritante! O que os meus pais pensam importa sim, quero que eles nos aceitem, Draco!

Suspirei, ela se importava muito com essa coisa de ser aceita, coisa que já estava me dando nos nervos.

– Caso eles não aceitem, você vai não casar comigo? - Eu perguntei tentando controlar a raiva

– Não, mas...

– Vai mudar alguma coisa?

– Não, mas...

– Está vendo Hermione? Nada vai mudar! Os Malfoy's não precisam ser aceitos, eles se impõem. - Foi só eu tocar no nome da família, que ela hesitou.

– Tudo bem! - Ela suspirou - Vamos ver meus pais.

Ela segurou a minha mão e aparatamos direto para casa dela. Me vi em um quarto lilás e branco, com uma cama de casal, uma escrivaninha e várias estantes com livros. Tudo estava arrumado e impecável, havia porta retratos espalhados e uma prateleira com boneca.

– Meu quarto - Ela sussurrou.

– Percebi, tem o seu jeito. - Eu disse e ela corou.

– Vem vamos. Meus pais devem estar na sala.

Descemos as escadas e saímos em um corredor, dobramos para esquerda e chegamos a sala. Um casal se encontrava sentado em frente a TV. A mulher era igualzinha a Hermione, exceto pelos olhos, que eram verdes. O pai dela tinha o mesmo cabelo e os mesmos olhos, Hermione era uma mistura dos dois.

– Mãe, pai - Ela chamou e ambos tomaram um susto.

– Meu Deus Hermione, eu já não disse para não fazer isso - A mãe dela exclamou com a mão no peito - Milha filha, você não toma jeito.

Hermione ficou vermelha de vergonha e eu sinceramente não gostei do modo como ela. falou.

– Sua mãe tem razão Hermione - O pai dela disse - Qual o problema dos bruxos? Eles não sabem bater?

– Não é respeitoso falar assim, senhor - Eu me pronunciei e só agora eles pareceram me notar

– E quem é você rapaz? - O pai dela disse.

– Desculpem-me, eu as vezes esqueço que não devo aparatar direto em casa - Hermione disse baixinho - Esse é o Draco, eu vim apresenta-lo a vocês.

– Senhor Granger - Eu disse indo até ele e apertando a sua mão - Senhora - A cumprimentei também.

– Bem, acho melhor sentarmos para conversar. Alguém quer chá? - Ofereceu a mãe dela.

Logo estávamos na cozinha sentados à mesa e servidos de chá verde. Enquanto comíamos a conversa era amena, sobre o que Hermione andara fazendo em Hogwarts e sobre quem era eu, o que eu fazia, cadê meus pais e essas coisas.

– Suponho que vocês não teriam vindo até aqui, apenas para nos dizer as novidades de Hogwarts e nos contar as riquezas da família Malfoy, não é? - John, o pai dela, perguntou.

– Não senhor, - Eu comecei - Eu e Hermione queríamos dizer que, em breve, vamos nos casar. Estamos noivos.

Hermione baixou a cabeça, como se fosse cúmplice de um assassinato, Jane Granger deu um gritinho de surpresa e John ficou muito vermelho.

– Como é? - Ele disse.

– Isso que o senhor ouviu. Estamos noivos - Apenas eu mantinha a seriedade ali, algo com que eu não estava acostumado.

– Você não está grávida, não é Hermione? - A mãe dela perguntou aflita.

– Não mãe - Ela disse - Claro que não, sou responsável - Hermione estava na defensiva.

– Então porque isso, já? Por qual outro motivo vocês estariam pensando em casamento? - Jane questionou.

– Mãe, porque as pessoas casam? Eu amo o Draco - Ela disse exasperada. Apesar de saber que ela disse isso apenas por causa da situação, uma pequena parte de mim queria que fosse verdade.

– Não crianças como vocês! - O pai dela gritou para nós.

– Desculpe-me John, mas não somos crianças - Eu intervir. - Somos de maior já, podemos ter empregos, aparatar, usar magia como quisermos e podemos principalmente casar. Somos capazes de tomar decisões.

– Besteira de bruxos! Onde crianças de 17 anos são de maior? - Ele questionou.

– Pai, sou de maior no nosso mundo também - Hermione falou exaltada. - Sou bem grandinha. E mais, vocês tem que enfiar na cabeça que eu sou uma bruxa, tenho que seguir as regras bruxas, e elas dizem que eu sou uma adulta!

– Hermione, nós entendemos que você é especial e tudo mais - Disse a mãe dela - Mas você ainda é a nossa filha e adolescentes normais não se casam aos 18 anos.

– Filha nós toleramos todos esses anos você indo para essa escola de magia e tudo mais, mas você é uma de nós - Disse o pai dela, como quem tem razão - Você não pode casar com esse rapaz, primeiro porque você é jovem, segundo porque ele é bruxo. Você deve terminar seus estudos de bruxaria, voltar para casa e fazer uma faculdade e trabalhar na nossa clínica. É isso que você têm que fazer! Já discutimos isso várias vezes Hermione e não vamos dar o braço a torcer.

Fitei Hermione chocado, ela chorava silenciosamente, então eu entendi porque ela não queria que eu viesse. Os pais dela até podiam aceitar que ela era bruxa e tudo mais, mas queriam que ela tivesse uma vida trouxa normal. Coisa que Hermione não queria, podia sentir a sua angústia e os seu desespero. Quantas coisas mais ela escondeu de mim? Fitei os pais dela que não aparentavam nenhum remorso.

– É para o seu bem filha - Jane disse baixinho. E essa foi a gota d'água para mim, eles não sabiam de nada.

– Me desculpem, mas não pedimos a opinião de vocês, viemos apenas informar que vamos nos casar. Hermione pode ser filha de vocês, mas ela é adulta e livre para tomar decisões, e ela não quer nada disso que vocês falaram. Hermione é uma bruxa, com poderes mágicos e talento para tal e ela tem que viver com os seus, no nosso mundo. Vocês deviam estar orgulhosos pela filha que tem, mas tem gente que nunca agradece a sorte que tem. Pois saibam que eu vou cuidar de Hermione e vamos ser muito felizes, obrigado. Não precisamos de ajuda e nem de aceitação de ninguém. Acho que essa conversa já deu, vamos Hermione.

Me levantei e a castanha, ainda atônita, se levantou aos tropeços. Seus pais me fitavam chocados e surpresos.

– Quem você pensa que é rapaz? Você sabe alguma coisa da vida? - O pai dela disse furioso.

– Sou um Malfoy, e basicamente tenho tudo que quero. - Disse irônico - Não vou dizer que foi um prazer conhecê-los, mas já estamos indo. - Olhei para Hermione, que ainda chorava, ela parecia inconsolável, eu a abracei - Vous voulez encore dire quelque chose? (Você ainda quer dizer alguma coisa?) - Perguntei baixinho a ela.

– Il suffit de me sortir de là... (Só me tire daqui)

– Bon, petit. (Tudo bem, pequena). - Beijei a sua testa e virei para meus futuros sogros - Se vocês quiserem se desculpar, mandem um recado. Até lá deixem Hermione em paz.

Acho que eles iam dizer alguma coisa, mas eu aparatei. Logo estávamos de nos terrenos de minha família e notei que o choro de Hermione piorava. Com a adrenalina e a raiva fora de meu sistema, as emoções dela me invadiram em cheio. Uma mistura de decepção, com culpa, raiva, tristeza, frustração... Me pergunto como alguém consegue sentir tudo isso, aparentemente Hermione conseguia.

– Shi, Hermione, shi. Calma, querida, acabou - Eu sussurrei, tentando tranquilizá-la.

– Não acabou Draco, você não entende!

– Tudo bem, tudo bem. Só tente se acalmar, vamos entrar e você me conta o que é - Caminhamos lentamente até o portão da mansão. Tia Bella estava pelo jardim, e assim que nos viu veio saltitando até nós, mas quando chegou mais perto percebeu que havia algo errado.

– Porque a Mione tá chorando? - Ela disse fazendo biquinho - Não foi você, foi? - Ela arreganhou os dentes, ameaçadoramente, para mim.

– Não tia, não. Só me deixe entrar, temos que conversar.

Tia Bella nos escoltou até o meu quarto.

– Quando ela tiver melhor, me avise - Titia disse antes de ir. Eu agradeci e entramos, fechei a porta e me virei para ela

– Agora me conte o que foi aquilo. - Hermione suspirou e me fitou com os olhos úmidos.

– É uma longa história.

– Temos tempo.

Então, ela me contou que os pais nem sempre apoiaram o fato de ela ser bruxa, mas com tanta insistência dela e de Dumbledore ela continuou a estudar. Quando o namoro com o Weasley começou, ela nunca contou aos pais e esse era um dos motivos da briga dos dois, ela só queria falar se ficasse sério. Mas o relacionamento dos dois foi evoluindo e quando ela ia contar, os pais resolveram que ela tinha que fazer uma faculdade e arranjar um emprego, Hermione argumentou que queria ser bruxa e viver como tal, porém os pais surtaram. Disseram que não iam perder a filha e nem iam ficar mentindo para família, já que ninguém sabia que ela era bruxa. Foi o caos, ela tentando convencê-los e eles firmes nessa decisão, ela quase não volta para fazer o sétimo ano:

– Pensando bem, não ter voltado esse ano ia ser uma boa - A sua declaração meio sem pensar, me atingiu em cheio.

– Porque diz isso? - Eu disse tentando não transparecer magoado. Ela me olhou meio alarmada.

– Não Draco, não estou falando de nós, e que... Você não viu o que aconteceu hoje?

– Hermione - Tentei acalmá-la - Seus pais não merecem o seu pesar, nem a sua culpa ou qualquer sentimento do tipo. Você ia ser infeliz, lá.

– Eu sei... - Ela suspirou, parecia cansada - Acho que só preciso pensar.

Então nos deitamos e ficamos abraçados, cada um perdido nos próprios pensamentos. Tia Bella e mamãe vieram ver se estávamos bem, eu apenas as dispensei e pedi para servir nosso almoço no quarto.

– Tudo bem querido - Disse a minha mãe na porta - Sobre as compras, vamos deixar para amanhã. Eu e a sua tia temos, realmente que ajeitar umas coisas aqui.

Hermione quis protestar, disse que não queria atrapalhar, então a tia Bella chegou e disse que se ela não deitasse ela ia lançar Crucio em nós dois. Hermione quis enfrentá-la assim mesmo, então a titia nos empurrou na cama e disse:

– É pro bem de vocês e não ousem sair.

– Obrigada Bella - Hermione disse sorrindo - Vou arrumar um presentão de Natal pra você.

– Duvido que você adivinhe o que eu quero - Minha tia respondeu e trancou a porta.

– Bem já que estamos sozinhos e presos aqui... - Ela começou e eu lhe lancei um sorriso malicioso - Que tal nós pensarmos nos presentes que vamos dar aos nossos amigos?

Ela sabe mesmo quebrar o clima.