POV Draco Malfoy

– Hermione, isso não estava no plano – Eu disse engolindo em seco.

– Pare de reclamar! – Ralhou ela – É só pegar na minha cintura e dançar.

Eu a conduzi, contra a minha vontade, para o meio do salão. Meu único alivio, era saber que Blás estava em uma roupa ridícula, bem atrás de mim. A melodia começou e Hermione suspirou:

– Essa música é tão linda – E se aproximou mais de mim, segurei a sua cintura com as duas mãos e ela mantinha as suas em meu pescoço – Ouça a letra Draco. – Ela sussurrou pra mim. Então fiz o que ela pediu e ouvi a letra.

“Eu não sou o tipo de tolo
Que vai sentar e cantar para você,
Sobre estrelas, garota.
Mas a noite passada eu olhei para
A metade escura do azul,
E elas já tinham ido embora.

Algo em seu magnetismo
Deve as ter irritado,
Forçando elas a dormirem mais cedo.”

Em parte, era verdade. Não sou do tipo de garoto que faz esses atos românticos, porém daqui a algumas horas eu estarei cantando, sob esse céu ‘estrelado’ para Hermione. Eu sorri, ela realmente me fazia fazer coisas, que eu jamais imaginaria. Hermione era assim, fazia quase tudo o que ela queria. Ela era uma força da natureza, linda e devastadora, podia irritar qualquer coisa ou faze-las agir como ela queria. E eu era uma dessas coisas que ela ‘domava’

”Eu estive procurando desde
A base até o topo,
Por tal visão
Como aquela que eu peguei quando eu vi os seus...
Dedos cobrindo as luzes
Como você está acostumada que te chamem de problema
E eu passei a noite toda
Preso no quebra-cabeça”

Me veio a mente aquela cena de Hermione, tentando tapar os raios do Sol. Aquele dia havia sido realmente mágico, acho que nunca teve um domingo tão brilhante em pleno dezembro. Talvez tenha sido pela Hermione, acho que ela pode fazer qualquer coisa. É muito difícil decifra-la e fácil se perder quando eu tento.

”Ninguém que eu perguntei
Sabia como ele veio a ser o único
Para quem você se rendeu
Qualquer homem que não foi levado
Para o outro quarto
Ficou fingindo
Mas alguma coisa em seu magnetismo
Não fez ele apenas cair
De quem quer que seja a mão que ele estava segurando.”

De novo a letra me fez pensar em Hermione e em como uma garota como ela se deixou ser levada pelo Weasley. Ela de longe era muita areia pra carroça dele, até hoje eu não entendo como eles ficaram juntos por tanto tempo. Como Hermione foi se apaixonar por ele? A única coisa que eu consigo pensar é em como o Weasley é um idiota. Não posso dizer que amo Hermione, mas sim que ela é uma mulher admirável e que eu estou gostando muito de -la ao meu lado.

”Eu estava procurando
Desde a base até o topo,
Por tal visão
Como a que eu peguei quando eu vi os seus...
Dedos cobrindo as luzes
Como você está acostumada que te chamem de problema
E eu passei a noite toda
Preso no quebra-cabeça
Eu tentei nadar para a margem,
Mas meus pés foram pegos no meio,
E eu pensei que tinha visto a luz,
Mas, oh, não.
Eu só estava preso no quebra-cabeça
Preso no quebra-cabeça”

Não há como fugir de Hermione, mesmo que eu não tivesse acorrentado a ela, ela mesmo assim teria me prendido em seu quebra cabeça. Eu já pensava antes na possibilidade de decifra-la, agora tão próximo a ela, era difícil não querer me jogar de cabeça em seu enigma.

A musica terminou e Hermione abriu um enorme sorriso:

– Linda não é? – Eu a fitei, e não pude evitar sorrir.

– Me lembrou muito você – Ela corou e olhou pra baixo

– Bem, você é o primeiro que diz algo assim – Eu sorri mais largamente.

– Eu vou ser o primeiro e o único em várias outras coisas também – Pisquei pra ela e ela me deu um tapa.

– Vamos beber algo – Ela disse.

Nos dirigimos a mesa de bebida, e eu aproveitei pra olhar ao redor. Muitos casais dançavam, outros estavam conversando ou se agarrando. Nenhuma confusão e nem garotas gritando, então a poção estava fazendo efeito.

– Ei casal – Ouvimos a voz de Luna antes de vê-la – Temos que pegar a corrente para a pulseira e bater a foto, já que a Minerva nem deixou nós entrarmos direito.

– É verdade – Hermione disse dando um gritinho. Revirei os olhos

Mulheres!

Deixei ela me guiar para a entrada novamente, então percebi que havia muitas pessoas e logo estaria cantado para todas elas. Sabia que Hermione ia estar no palco comigo, mas era a minha voz que eles ouviriam. Mas a minha maior preocupação era ela não entender o que eu queria dizer.

– Draco sorria – Ouvi Hermione dizer, antes de uma luz forte e uma fumaça bloquearem a minha visão.

– Distraído? – Ela me perguntou.

– Não, apenas um pouco nervoso por ter que cantar – Admiti, não era certo mentir pra ela, já que ela sentiria.

– Talvez isso o distraia – Ela me estendeu uma corrente – Quero todas as estrelas douradas! – Ela exigiu

– Me perdoe Milady, mas quem vai fazer essa pulseira sou eu, vai usar o que eu quiser – Dei um sorriso de triunfo, que ela respondeu com um olhar irritado.

– Será que eu posso interromper?

POV Hermione Malfoy.

A idéia de Draco, para eu me arrumar na Sala Precisa, foi o máximo! Aquela barbie entedia de moda, quer dizer era a obrigação dela entender! Quando eu sai do banheiro e vi Draco, eu fiquei deslumbrada ele estava lindo, a cor escura criava um contraste com a sua pele clara, seus cabelos bagunçados quase diziam ‘pós foda’, ele estava magnífico.

E logo eu estava em seus braços fortes e másculos, me deliciando com o seu perfume e me embalando com aquela musica perfeita! Draco era simplesmente tudo de bom, tenho muita pena das outras garotas do mundo que não podem tê-lo (N/A Em prantos).

O baile tinha começado perfeito, e eu rezava para que terminasse assim. Estava tentando me distrair ao máximo, para manter a cabeça longe do encontro ‘adorável’ com meus futuros sogros, que seria amanha. Porém Draco parecia ainda mais distraído que eu, só espero que ele não apronte comigo, pois não quis me dizer que música seria.

– Será que eu posso interromper? – Não precisava me virar para saber que era Ginny. E ela estava bem... Vadiamente linda!

– Oh meu Merlin Ginny! Você está espetacular! – Eu disse a abraçando.

– Eu sei! – Ela suspirou – Você também ta linda Mione, está muito fofa.

– E o Harry deixou você sair assim? – Eu perguntei, pois o vestido de Gina era meio indecente. Até olhei pra ver se Draco a encarava, mas ele olhava ao redor, acho que procurando os pingentes para a pulseira. Ela trajava um vestido super colado ao corpo, que ia até ao meio das suas coxas. O problema não era esse, o vestido era totalmente transparente até abaixo do umbigo, o que tapava os seios dela (sem sutiã), era duas estrelas douradas colocadas estrategicamente. E o vestido, é claro, vermelho ‘cheguei’.

– O Harry não tem que deixar nada – Ela disse abanando a mão, fazendo pouco caso.

– Hey, eu estou aqui – Ele disse entrando no nosso campo de visão.

– Oi Harry – Me estiquei para abraça-lo, o que atraiu a atenção de Draco.

– Potter – Ele o cumprimentou com a cabeça, depois ele começou a rir. No inicio eu não entendi o porquê, depois eu percebi. Harry estava com um terno preto, mas estava com uma gravata vermelha com estrelas douradas.

– Nossa Harry, você está lindo – Eu disse, segurando a risada

– Não enche Hermione. – Ele respondeu.

Ficamos conversando um pouco, e os dois não pouparam elogios quanto à festa. E realmente, estava tudo perfeito! A música rolava solta, e logo os dois foram dançar. Quando viu que estávamos a sós, Draco disse:

– Me lembre de nunca reclamar de algo que você me mandar usar. Potter e Blás estão ridículos. Fico imaginando o que a loura vai dizer pro Blás usar no casamento – Não pude evitar a risada. Apesar disso, Blás estava radiante, com Luna em seus braços, na pista de dança.

Fomos até a mesa de salgadinhos, e Draco achou várias estrelas pra pôr na pulseira, pedi para ver, mas ele não deixou. Avistei Parkinson se agarrando com um cara qualquer, e torci a cara. Essa vadia não tomava jeito.

– Vamos dançar Uón Uón – Eu ouvi próximo a mim e me virei pra ver a cena.

Brown estava com um vestido horroroso azul turquesa, com uma estrela na cintura, fazendo uma faixa. Rony estava com um terno atual e com uma estrela prateada na gravata. A loura mantinha suas mãos no pescoço dele, enquanto ele mantinha uma expressão de ‘me matem’. Eu gargalhei.

– Apreciando a desgraça dos outros – Draco sussurrou no meu ouvido, e eu me arrepiei toda. – Acho que a poção não está funcionando nele.

– E eu acho que a gente devia dançar – Eu disse o puxando.

Pra quem não gostava de bailes, Draco era um excelente dançarino. Ele dançava perfeitamente, da mais agitada a mais lenta. E eu só podia agradecer por ser eu em seus braços. Das poucas vezes que dancei com o Rony, foi péssimo, pois ele não sabia guiar. Draco era magnífico, e eu o adorava. Não posso dizer que o amo, mas sim que gosto muito dele. Em um pouco menos de dois meses, Draco me deixou encantada.

Dançamos, comemos, bebemos e conversamos bastante com nossos amigos. Todos ao redor se divertiam e vinham nos agradecer pela festa. A poção estava mantendo todos com seus respectivos pares, e nenhuma confusão havia acontecido, era um milagre. A musica parou, de repente, fazendo todos protestarem.

– Eu sei, eu sei. Me desculpem por isso – Disse o diretor com o seu traje completamente estrelado – Essa festa está realmente magnífica e agora vai ficar mais. Quero que vocês recebam com aplausos, o senhor Malfoy, que vai nos presentear cantando uma canção.

Garotas gritaram histéricas e todos começaram a bater palmas. Draco ficou nervoso na hora, e eu peguei a sua mão.

– Vamos! Não vou sair do seu lado – Falei irônica.

– Haha, engraçadinha – Ele disse, mas caminhou comigo até o palco. Logo subimos e o diretor passou um microfone mágico para Draco, suas mãos tremiam enquanto ele pegava.

– Boa noite – Ele disse, e as pessoas aplaudiram. Ouvi ao fundo Blás gritar ‘Manda ver loura!’. – Bom como o diretor disse, eu vou cantar. E espero que não se importem pela minha mulher está aqui em cima comigo, ela me mantém mais calmo – Muitos gargalharam, e eu senti uma onda de prazer pelas palavras dele. – Ceci est pour vous bébé (Essa é pra você querida) – Ele disse a mim e piscou.

Fez sinal pra banda, e assim que a música começou, eu quase caio pra trás. Era uma das minhas favoritas do Franz. Eu a sabia de cor, já havia analisado, então entendi por que era pra mim. Eu sorri.

“Você acrescenta uma palavra,

Eu sou seu vilão

Eu vejo a paixão emergir

Eu sou seu vilão

Mas sério

Você é tão séria

Como um garçom

Odiando os ricos

Mas aceitando as gorjetas dele”

Draco, sempre foi meu vilão. Até hoje ele é, com o seu jeito bad boy e tudo mais. Mas é impossível não se apaixonar por ele. Ele é incrível, não importa o quanto eu reclame dele ou diga que ele me irrita, eu sempre, a partir de agora, o aceitaria de bom grado.

“Se eu pudesse rir, eu te amaria

Se eu pudesse sorrir para qualquer coisa que você dissesse,

Nós poderíamos ser amantes felizes

Eu acho que você preferiria ser miserável ao invés disso

Se eu pudesse amar, eu te amaria

Se eu pudesse amar como todo mundo”

Entendo, perfeitamente, que ele nunca amou nenhuma garota. Acho que ele nunca amou ninguém de fora da família dele. E é reconfortante saber que ele quer aprender comigo, ou pelo menos, vai ter que aprender. E mesmo antes dessa corrente, sabia que era de mim que ele queria aprender a gostar. E ele está errado, eu não sou infeliz com a nossa situação, na verdade ela agora está se tornando algo que não me imaginaria sem.

“Eu sei o que eu sou

Eu sou seu vilão

Eu não dou a mínima se

Eu sou seu vilão

Porque sério

Você é tão séria

Mas eu tenho salgadinhos prontos

Prontos na sua barriga

Se você quiser se divertir”

Eu sei que as vezes eu era séria demais e organizada e responsável, coisas que Draco não era, ou pelo menos não nas coisas que eu achava importante, mas ele sabia me divertir e me relaxar. E era por esse e outros motivos, que ele era meu vilão e por isso eu estava desenvolvendo uma síndrome de estocolmo, mas isso era irrelevante! Era uma síndrome doentia por Draco, apenas ele, então eu pouco me importava.

Ele estava lindo cantando no palco, sua voz era extremamente perfeita e eu estava hipnotizada pelo balançar dos quadris dele que ia no ritmo da musica. Lá em baixo todos pulavam, dançavam e gritavam, conforme a musica se agitava mais, chegando ao seu ápice.

“Yeah

Te vejo mais tarde, amor, te vejo mais

Tarde (te vejo mais tarde)

Te vejo mais tarde, amor, te vejo mais

Tarde yeah

Te vejo mais tarde, amor, te vejo mais

Tarde (te vejo mais tarde)

Te vejo mais tarde, amor, te vejo mais

Tarde yeah

Te vejo mais tarde, amor, te vejo mais

Tarde (te vejo mais tarde)

Te vejo mais tarde, amor, te vejo mais

Tarde yeah”

Então Draco me puxou para dançar com ele as ultimas batidas da musica, e de novo eu me encontrava entre seus braços, sentindo seus músculos e me entontecendo com seu perfume. Mesmo com seu corpo suado, eu não me importava de me esfregar ainda mais nele. Quando a música chegou ao seu fim, eu o beijei. O beijei devotamente, invadindo-o com a minha língua, e tentando lhe transmitir toda a minha adoração e felicidade por aquele momento. Ele ficou assustado no inicio, mas logo retribuiu o meu beijo com entusiasmo, dividindo comigo toda aquela gama de sentimentos. Abaixo de nós todos gritavam e aplaudiam, e eu nunca havia me sentindo tão bem na minha vida.