POV Hermione Malfoy

Abri meus olhos e logo olhei às horas, eram 07h00min horas, então ainda dava para tomar café, se levantássemos agora. Retirei as cobertas e notei que estava só de calcinha, então à noite anterior inundou a minha cabeça. Eu e Draco resolvemos ir nos conhecendo e conhecendo o corpo um do outro, já que eu não queria ceder. Eu aceitei e foi incrível. Draco era do tipo gentil, mas logo ficava um tanto agressivo e eu só conseguia implorar por mais. Percebemos que a corrente duplicava a nossa sensação de jubilo, já que sentíamos por nós e pelo outro. E isso foi demais.

Enquanto relembrava dos beijos dele, notei o convite dourado no criado mudo, o que me fez pensar em duas coisas: a) quem Luna iria convidar, ou melhor, pedir em namoro e b) como convidar o Draco, sem que ele note que eu quero fazer isso, se ele vive ao meu lado? Percebi que a resposta para a questão ‘b’, era que tinha que fazer tudo mentalmente e agir na hora exata, já a questão ‘a’, só Luna poderia resolver.

Bocejei e resolvi chamar o Draco, antes que eu cochilasse e nós dois perdêssemos o café.

Já estávamos chegando ao Salão Principal, para o café, quando uma ruiva toda produzida passou por nós. Ela estava com um vestido vermelho curtíssimo, com o um enorme decote, que esmagava os seus seios, e nos meio deles havia um convite dourado. Calçava um salto 18cm vermelho e estava super maquiada. Seguimos a ruiva para dentro do Salão e sentamos com os sonserinos, esperando ver quem era ela e o que ela faria. Quando entramos, todos pararam de fazer o que estavam fazendo e olharam a mulher misteriosa. A ruiva rebolou até a mesa da Grifinória, então se dirigiu ao Harry. E eu percebi tudo, Gina era mesmo uma louca. Ela se sentou ao seu lado e se inclinou pra ele, fazendo seu colo ficar mais exposto, botou um dedo no canto da boca e disse:

– Eu sei que você tem uma namorada, espero que ela não seja ciumenta, então... Você quer ir ao baile comigo?

Harry quase engasgou com seu suco, arregalou os olhos pra ela e parecia realmente chocado. Não ia me impressionar se ele não a reconhecesse de cara, ela estava com uma maquiagem carregada. Ai ele abriu um sorriso, meio envergonhado, e disse:

– Minha namorada nunca vai ficar sabendo disso, então é claro que eu aceito ir ao baile com você.

– Ah é? – Gina se inclinou mais, e sorriu de uma forma sexy – Você pode então pegar o convite pra mim? É que ta meio apertado – Então ela apontou pros seus seios. Harry ficou vermelho, mais esticou a mão e puxou o convite delicadamente. Gina então pulou nele e lhe deu um beijão.

Eu comecei a rir e bati palmas, logo todos estavam batendo também. Então Gina se levantou e saiu correndo do salão, com certeza foi trocar de roupa.

– Essa sua amiga é maluca – Draco disse ao meu lado.

– Isso me faz pensar, o que as garotas daqui vão aprontar para convidarem os garotos – Blás disse rindo, mas sentia certo nervosismo dele.

– Que foi Blás? – Eu perguntei – Recebeu muitas propostas de forma esquisita? – Ele riu e olhou pros lados.

– Eu? Não, nenhum ainda.

Não falei mais nada, Luna e Blás estavam muito esquisitos ultimamente. Mas ainda descubro o que é. Por falar em Luna, a loura não estava em lugar nenhum, o que é esquisito, pois ultimamente nunca via ela sem a companhia do moreno. Perguntei a ele sobre ela, e ele disse que não sabia dela. Esquisito, esquisito, esquisito.

Fomos para as aulas, que sinceramente era uma perda de tempo, visto que o natal já estava chegando e os professores só estavam passando revisão. Então usei o período das aulas para pensar em três coisas: a)Luna e Blás, b) Covidar o Draco e c) Me preparar psicologicamente para conhecer a família de Draco.

Eu sei, que pela ordem devia me preocupar com os dois primeiros, mas essa coisa de baile tinha me tirado isso totalmente da cabeça e eu não havia pensado sobre o assunto. Draco disse que da família dele, havia apenas o pai, a mãe e a tia dele que morava com eles, e só. E isso me assustava bastante. Sabia que eles teriam que concordar com nosso enlace, de qualquer forma, mas não queria isso. Queria fazê-los ver que eu poderia me juntar a família e seria uma ótima companheira de Draco. Nenhuma outra mulher iria se encaixar melhor à família Malfoy, do que eu... Bem, era isso que eu queria provar. Sou orgulhosa demais para ser aceita apenas porque é uma situação irreversível.

– O que tanto pensa – Sussurrou Draco ao meu ouvido.

– Nada demais, Malfoy – Eu devolvi.

– Você está tensa Hermione – Ele me olhou cético.

– Tudo bem. Estou pensando em como convida-lo pro baile – Menti descaradamente. Ele bufou.

– Você não precisa fazer isso. Vamos juntos de qualquer jeito – E ele deu de ombros.

Não respondi, porque se respondesse iríamos brigar e bem... Estávamos em aula. O que Draco não entendia, era que eu tinha necessidade de convidá-lo, como qualquer garota normal. Não era só porque no fim, íamos juntos, que eu não queria fazer isso. Draco é muito preto no branco, sim, sim, não, não. Ele não tinha lá muita emoção e sensibilidade, mas eu sim! E ia fazer esse convite de qualquer jeito. E então a idéia me atingiu como um raio. Já sabia o que fazer!

Assisti às aulas pensando no que iria dizer ao Draco e pensando no que eu iria fazer, caso Lúcio Malfoy tente me menosprezar na frente do Draco. Quanto a esse ultimo, estava aprendendo uns truques com Draco, já que agora sentíamos um o outro e a convivência era constante, talvez eu conseguisse revidar. E o sobre o que iria dizer ao meu ‘noivinho’, eu ainda não conseguira montar algo que não seja tão frio e mecânico e nem soe falso e piegas, devido a nossa pseudo ‘pseudo relação’. Já que ela não era feita sentimentos românticos, apenas de atração, prazer e certa apreciação pela companhia um do outro. Ele era um intruso nos meus sentimentos, alguém que eu não havia planejado gostar, mas que tinha que gostar. Porém, ai daquela que tentasse chegar perto dele... Seja para amá-lo ou para odiá-lo, ele era meu agora, e eu gostava disso.

– Hermione, você já pode parar de pensar e comer – Draco dissera.

– Quê? – Olhei a volta, e estava o Salão Principal, sentada à mesa da Sonserina e me perguntando como eu havia parado aqui. – Ei, não era para almoçarmos com a Grifinória? – Draco me fitou irritado.

– Fiquei meia hora perguntando se você não preferia sentar na Sonserina, como você não respondeu, eu vim assim mesmo. O que está havendo? Você está avoada Hermione.

– Você foi um maldito Sonserino me fazendo sentar aqui – Disse fingindo birra – Sobre avoamento, não sei do que está falando.

Ele deu de ombros e voltou-se para o Blás, notei que Luna estava ali do lado dele e olhando o tempo todo pra cima e mordendo os lábios:

– O que houve Luna? Está nervosa? – Eu perguntei.

– Não é nada Mi, é só que... –Ela mordeu de novo os lábios – Você já vai saber.

Ela mal dissera essas palavras, e o salão foi invadido pelas corujas trazendo cartas e pacotes. Como eu sabia que não havia nada pra mim, me concentrei em me servir, mas uma coruja de igreja se aproximou demais do nosso grupo e eu olhei. Ela deixou um convite dourado encima do frango de Blás. Ele olhou o convite e lançou um olhar a Luna, a loura, porém, só sabia fitar o outro lado do Salão, morder os lábios e ficar vermelha. Meu cérebro fez um estalou, quando eu finalmente juntei as peças. Luna e Blás... Quem diria? Blás abriu o convite e arregalou os olhos, balançou a cabeça e leu de novo... Então ele fez uma coisa tão ‘Blás’, que eu até me espantei por ficar assustada:

– POR MIL DRAGÕES! SIM, SIM, MIL VEZES SIM! – Então ele se virou pra Luna e tascou-lhe um beijo na boca.

POV Draco Malfoy

A sessão de amassos com a Hermione, foi melhor que a anterior. Ela era fogosa e agressiva, realmente como uma leoa. Ela era adorável e totalmente bela. Meus sentimentos por ela, porém, ainda estavam nublados. Era recíproca a nossa atração física e o prazer que sentíamos, mas quanto à parte emocional... Bem, nos dávamos bem e às vezes eu realmente gostava de estar com ela. Por isso fazia de tudo para tentar deixar a nossa convivência amena, éramos muito temperamentais, porém eu conseguia me controlar, Hermione não, ela explodia! Apesar disso, gostava da idéia dela me pertencer... Na verdade eu amava a ideia de ser dono de Hermione Jane Malfoy!

Foi pensando nisso, que eu estava à busca da musica perfeita para cantar no baile. Ainda não acreditava que havia aceitado isso, com a pressão emocional, indireta, que Hermione fez, foi impossível negar. Mas quando passou me dei conta de que ia ter que cantar na frente do castelo inteiro. Agora não podia dar pra trás, Sonserinos não dão pra trás, muito menos Malfoy’s. Então usaria a oportunidade, para mostrar a Hermione meus dons, e quem sabe um pouco da minha confusão sentimental. Repassei mentalmente as músicas que conhecia e nenhuma parecia boa o suficiente.

A tensão que vinha de Hermione, me fez desligar dos meus pensamentos, então a fitei. Ela também estava pensativa, e pele sua expressão, pensava em algo desagradável.

– O que tanto pensa – Sussurrou para ela, a tensão dela estava me deixando nervoso.

– Nada demais, Malfoy – Ela disse

– Você está tensa Hermione – Às vezes eu acho que ela esquecia que estávamos conectados.

– Tudo bem. Estou pensando em como convida-lo pro baile.

– Você não precisa fazer isso. Vamos juntos de qualquer jeito – Dei de ombros, encerrando o assunto. Mas a tensão dela se transformou em irritação, Hermione estava mentido pra mim, mas resolvi não questiona-la.

Me concentrei na aula e deixei para o Draco futuro resolver que música cantar e o que fazer sobre as mentiras de Hermione. Passamos de aula em aula e estava plenamente ciente de que Hermione não ouvira nada. Mulheres! Sério antes ela não perdia uma palavra do professor, agora ignorava completamente, vai entender!

Quando a última aula acabou, eu tive que pegar as coisas de Hermione, pois a mesma estava em um estado de transe digno de um oráculo de Apolo. Peguei em sua mão e a guiei até o Salão.

– Hermione, vamos almoçar na mesa da Sonserina? – Ela não respondeu. Perguntei mais três vezes, e nada. Então Blás me chamou:

– Vêm cá Draco, vamos conversar – Como Hermione não respondeu, eu a guiei para lá.

– E ai cara! – Eu disse ao Blás, já me servindo.

– Bom, queria te pedir um conselho – Ele estava nervoso demais, o fitei e assenti. – Bem, eu queria uma opinião sobre...

Então Luna sentou-se ao nosso lado e ele parou de falar na hora. Estranhei o comportamento, mas nada comentei.

– Sim Blás, o que você queria saber? – Eu tentei faze-lo falar

– Ah sim, queria saber a sua opinião sobre que acessório de estrela devemos usar para entrar no baile? – Bufei e o ignorei. Olhei para o lado e vi que Hermione ainda estava parada e com o prato vazio.

Chamei a sua atenção e claro ela desmentiu o fato de estar no mundo da Luna... Quer dizer lua. Voltei-me para o Blás e respondi com palavras um tanto sujas, sobre o que eu achava de Malfoy’s usando acessórios de estrelas em bailes de natal. Então as corujas chegaram e desviei a atenção e quando olhei de novo Luna e Blás protagonizando um beijo de novela trouxa mexicana que a minha mãe adorava ver.

– O que deu neles? – Eu disse

– Como eu fui idiota! Eles estavam se gostando há muito tempo. Ela acabou de pedir ele em namoro. – Hermione falou rapidamente. – Parabéns ao casal! – Ela disse mais alto pra eles ouvirem.

Luna interrompeu o beijo e voltou-se pra nós totalmente vermelha, Blás exibia uma sorriso imenso.

– Obrigada Mione! – Ele disse – Agora vamos ser dois casais felizes. – Queria dizer a ele que não era bem assim, mas não quis quebrar o clima.

– Parabéns a vocês. – Eu disse

Hermione pediu os detalhes de tudo e eles contaram como se beijaram pela primeira e vez e outras coisas que eu não ouvi. Lembrei do convite da ruiva pela manhã, agora isso... O que mais as garotas dessa escola fariam? E o mais importante, o que Hermione estava tramando pra mim? Essa corrente bem que podia nos dar o poder de ler a mente do outro.

Depois do almoço fomos até a sala Dramione, trocar nossos livros. Percebi que Hermione pegou o convite no criado mudo e colocou em meio aos livros. Não a questionei, se ela insistia em fazer esse convite, eu a deixaria. E estava curioso sobre isso.

Chegamos cedo para a aula de transfiguração, a professora ainda nem havia chegado. Nos sentamos e aguardamos, então aconteceu. Um banner se abriu, com uma foto da Brown e do Weasel se beijando e depois corações explodiam e aparecia “Quer ir ao baile comigo?”. Então a loura se levantou e foi até ao Weasley com o convite na mão. O babaca tava vermelho, ele apenas assentiu e pegou o convite:

– Essa garota é mesmo brega – Hermione disse ao meu lado – Ridículo isso. Esses dois se merecem – Ela estava indignada

– Hermione, ignore-os. Se não estiverem no nosso caminho, nós ignoramos.

– Nós? – Ela arqueou uma sobrancelha.

– Bom é um bordão de meu antepassado.

A professora chegou e desfez o que Brown tinha feito e aula seguiu seu rumo. A tarde passou normal. Hermione agora parecia mais contente, como se tivesse chegado a alguma conclusão para um problema, mas ainda estava meio avoada. Não a perturbei, apenas cuidei para que ela não caísse e desse com a testa na parede. A mochila dela nem saia do meu braço, já que ela ignorava as aulas.

– Finalmente acabou! – Eu disse aliviado saindo da aula de poções.

– Ah é sim, finalmente acabou – Hermione disse e ela ficou ansiosa de repente – Vamos logo jantar.

– Parece que alguém acordou – Eu disse baixo, mas ela ouviu.

– O que quer dizer?

– Nada não. Vamos? – Peguei a mão dela e fomos conversando besteiras até o Salão Principal.

Enquanto segurava a mão de Hermione, notei que já era um gesto comum para nós. A mão dela era macia e eu gostava da sensação de andar de mãos dadas, era bom.

– Vamos comer na Sonserina, okay? – Ela disse

– Que estranho – Ela deu de ombros – Tudo bem!

Luna e Blás não estavam por lá, nos sentamos e começamos a nos servir. Toda hora Hermione olhava para o Salão, notando as pessoas. Logo o Salão estava lotado. Vimos que o casal ‘Bluna’ estava na mesa da Corvinal. Continuei a comer, quando senti um puxão no meu braço, levantei o olhar, e Hermione estava em pé em cima da mesa da Sonserina:

– O quê... – Eu comecei, mas Hermione me interrompeu com a sua voz magicamente ampliada.

– Eh bien, je voulais faire cet appel en français, mais je me présente et je veux que chacun comprenne ce que je veux vous dire. (Bom, eu queria fazer esse convite em frânces, mas sou exibida e quero que todos entendam o que eu quero te dizer.). – Eu sorri pra ela, essa garota é maluca – Draco, eu sei que nosso relacionamento indica que vamos juntos ao baile, mas mesmo assim queria lhe fazer esse convite. Querido Draco, rei da Sonserina, dono do meu corpo, intruso sexy do meu coração... Você aceita ir ao baile comigo?

O salão estava todo em silêncio, só se ouviam respirações. Eu a fitei nos olhos castanhos, eles estavam brilhantes e cheios de expectativas. Eu não respondi, apenas me levantei, subi na mesa, peguei o convite da sua mão e lhe dei um quente e desesperado beijo de língua.