Alguns dias depois

POV Draco Malfoy.

Quase 20 dias se passaram desde o meu primeiro e ultimo beijo com a Hermione. Quando eu achava que as coisas iam mudar, elas só pioravam. Não exatamente entre eu e ela, pois depois do beijo, Hermione ficou tímida e confusa quando estávamos a sós, então eu não a pressionei, nem a questionei. O problema era outro, ela ficara extremamente ciumenta, nenhuma garota podia dirigir o olhar para mim e nem pronunciar o meu nome. Claro, que como estamos ligados, esse ciúme passou um pouco para mim, mas sabia me controlar, era um Malfoy. Mas ela estava indomável, uma verdadeira força arrasadora da natureza. Ela enfeitiçou a Austória, apenas por estar fofocando sobre mim. Eu tentei conte-la, então ela dizia que estava do lado das outras, então parei.

Além de ela ter enlouquecido, ainda havia esse baile para planejar. Passávamos as noites inteiras planejando, mas até agora não há nada concreto, pois as opiniões divergem. Enquanto eles estavam na biblioteca, procurando livros para idéias e decorações para festa, eu lia mais sobre a maldição que nos acorrentara. Não havia muita coisa, obvio, mas havia algumas coisas sobre pessoas que passaram por algo parecido. O ciúme doentio da Hermione podia ser explicado por algumas coisas, como: a) o feitiço forçando nela algum sentimento que não sabe administrar, b) a falta de compreensão do que ela sente por nossa situação e c) ela já ter tendência a esse sentimento, o feitiço apenas está aumentando ele. Eu acreditava nesse ultimo, somado ao fato do trauma de o Weasley tê-la traído, ela com certeza não era a mesma antes desse acontecimento. Alguma coisa que ele disse tinha a deixado assim.

Era de manha, estávamos indo para o Salão tomar café e eu ia me arrastando atrás dela:

– Draco quer andar depressa? Luna disse que tinha tido uma idéia.

– Não me culpe por não dormir direito, essa droga de baile ta nos deixando acordado a madrugada toda.

– Pare de reclamar você nem faz nada! – Ela retrucou com o nariz em pé.

– É porque não posso simplesmente deixar a sala e ir dormir.

Eu havia falado alto demais, ela parou de andar e me fitou aborrecida. Percebi que as pessoas pararam para ver a nossa discussão. Nem liguei, continuei fitando Hermione. Ela arqueou a sobrancelha e deu um sorriso:

– Sei que é dureza me esperar para ir para cama, mas também sei que adora dormir de conchinha. – Por essa eu não esperava e tive que rir também. Peguei a mão dela e disse.

– Venez avec moi chéri, allons manger. (Venha querida, vamos comer).

Hermione gargalhou e me acompanhou.

Sentamos à mesa da Sonserina ao lado de Blás.

– Como estamos? Algum ataque doentio esta manhã? – Ele disse

– Blás você devia ter mais cuidado – Eu o alertei. Ela apenas sorriu, mostrando todos os dentes e disse.

– Você tem sorte de eu gostar da Luna.

– Nossa, agora você ta parecendo a tia Bella. – Ele retrucou. Ela deu de ombros e voltou pro seu café.

O inicio da manha fora tranquilo, percebi que as garotas mantinham certa distancia de nós. Acho que elas entenderam o sutil recado de Hermione. Estávamos indo para terceira aula do dia, quando um garotinho da sonserina, veio até nós:

– Senhor Malfoy? – Ele falava firme, porém era evidente o seu medo.

– Sim, sou eu.

– Me mandaram entregar isso. – Ele estendeu um bilhete em minha direção, porém Hermione foi mais rápida e o pegou.

– Pode ir – Ela disse e o garoto saiu correndo.

– Que eu saiba ele disse, “Senhor Malfoy” e não senhora. – Disse sorrindo

– Tenho direito de saber o que é – Ela abriu e leu. Logo ficou irritada e contendo o que seria um grito, disse – Leia!

No bilhete estava escrito:

“Me encontre no sétimo andar, na primeira sala vazia, no horário do almoço.

Vá sozinho”

– Mas o que diabos é isso? – Ela exigiu.

– Eu sei lá! Acabei de receber, junto a você! Depois vamos ver o que é, está bem?

– Claro, como se você pudesse realmente me deixar e ir sozinho!

Não respondi, ela estava impossível.

POV Hermione Malfoy

Eu sabia que na ultima semana, eu estava impossível! Mas não conseguia controlar. O feitiço em conjunto com o meu ciúme, já era uma junção explosiva! Mas junto com a insegurança piorava! Sei que Draco acha que eu sou a única mulher, fisicamente, enlouquecedora, mas a minha experiência dizia que não. Ronald havia deixado bem claro que eu não era atraente e que não servia para isso. Então ainda resta duvidas em mim, e o fato de Draco ser o cara mais gato de Hogwarts, não ajudava EM NADA!

Aquele bilhete misterioso abalou ainda mais a minha estrutura, sabia que havia sido uma garota. A letra era caprichada demais, a única coisa que me impedia de surtar, era que tinha certeza que Draco não sabia de nada. Passei a aula inteira imersa em pensamentos sobre isso e sobre o beijo que havia trocado com ele na semana anterior.

Depois do beijo, morri de vergonha por ter sido a primeira a dar o passo. Bem, não um passo, eu praticamente pulei nele. Então fiquei tão envergonhada que nem dei mais abertura. Sei que o Draco ia adorar se nos envolvêssemos sexualmente, mas eu ainda não tenho certeza. Não só por achar que posso decepcioná-lo, mas também por não saber como vou reagir a ele. A minha libido era uma coisa ainda não explorada por mim e sinceramente ela se alvoroçava na presença dele. Mas ultimamente ando querendo muito me render a ela, não só para nos satisfazer, mas para melhorar a nossa interação... É uma droga banhar de biquíni.

A aula terminou, e eu só percebi quando senti a movimentação de Draco, levantei-me e guardei as minhas coisas:

– Vamos estudar pra isso – Ele sussurrou

– Ham...? O que? – Nossa que inteligente!

– Hermione, você não prestou atenção em nada!

– Afs, é verdade! A culpa é daquele bilhete! E vamos logo, quero ver qual era a safada que queria te agarrar.

– Primeiro como você sabe que é uma garota? E segundo como você sabe que ela quer me agarrar?

– Vocês garotos, são tão bobinhos!

– Ainda não me respondeu!

– Intuição feminina!

Sinceramente não entendo como garotos são tão idiotas às vezes! Por que outra razão, o tal ser ‘desconhecido e de sexo indefinido’, ia querer encontrá-lo na hora do almoço e no sétimo andar?

Chegamos ao local do encontro, estávamos de frente para a única porta entreaberta. Eu hesitei antes de abri-la, eu sim, porque apesar do chamado ser para Draco, tinha sérias desconfianças. Finalmente abri. Estava escuro lá dentro, então meus olhos tiveram que se acostumar. Abri mais a porta, deixando um pouco de claridade entrar... O que foi um erro extremamente horroroso, pois a luz incidiu direto em uma Pansy, totalmente, nua!

–AAAAAAHHHH – ela gritou – O QUE VOCÊ ESTÁ FAZENDO AQUI VADIA?

– Draco, por favor, vira para lá se não quer perder os olhos. – Eu sussurrei pra ele.

– Nem precisa pedir – Ele devolveu. Virei-me para puta na minha frente.

– Vadia? Dobre a língua para falar comigo! Vadia é você que está se oferecendo a um cara quase casado!

– E quem é você já? Uma sem sal, sem graça, que não tem nada! Acha que ele vai querer seu corpo pro resto da...

– CHEGA! – A interrompi – Se você não quiser ficar amaldiçoada aqui, até algum professor te achar, CALA ESSA BOCA! Ele já te rejeitou uma vez e pode fazer de novo. E pro seu governo ele é meu!

– Ah, e você acha que é até quando? Mesmo que ele te ature, tia Ciça não vai ficar nenhum pouco content...

– Travalíngua! Petrificus Totallus! Eu avisei piranha!

Sai de lá deixando aquela mal amada ali. Meu sangue fervia, era tanto ódio que até meus ouvidos zumbiam e a minha visão ficou vermelha! Ela não tinha direito de falar assim de mim! Podia não ser uma Angelina Jolie da vida, mas era muito mais que ela! Sei que era. Acho que Draco me dizia alguma coisa, mas eu não ouvia! A única coisa que eu ouvia era voz daquela vaca no meu ouvido.

Sem perceber, estava em frente ao nosso Salão, entrei e me joguei no sofá:

– Quer me dizer o que foi aquilo? Pansy é uma vaca, mas não precisava fazer isso com ela.

– Vai defender ela agora meu amor? Também acha que ela tem razão? – Estava fora de mim. Draco agachou-se na minha frente e me fitou nos olhos.

– Isso tem que parar Hermione! Sei que a Parkinson não presta e tudo mais, mas você está fora de controle! Não foi a primeira vez, e realmente não será a última que alguma garota vai tentar dar em cima de mim ou te menosprezar! Mesmo que estivéssemos envolvidos de verdade, isso ia acontecer e você ia ter que se controlar! Você sabe que não é nada do que ela disse! Você não tem idéia da sua beleza. Sabe quantos caras eu já vi te olhar com desejo? Quantos caras me encararam feio ao nos verem juntos? Você se reserva demais, é verdade, mas mesmo assim há marmanjos querendo a minha morte – Ele deu um sorriso irônico lindo, tive que sorrir de volta – E você sabe que pra mim, você é a mais bela de todas – E ele piscou!

– Me desculpe! – Eu disse suspirando – Rony foi cruel comigo quando terminamos. Disse que eu não o atraia e que não era bonita, que não podia satisfaze-lo – Eu não consegui evitar as lagrimas.

Fiquei encantada com o que o Draco disse a meu respeito, eu realmente nunca percebi que chamava atenção. E parecia que Draco tinha ciúme dessa atenção que outros caras me davam, o que me fez ficar contente. Ele me achava tão bela quanto eu o achava incrível.

– Weasley é um idiota! Não devia ligar pra o que ele diz!

Eu o fitei quando senti a verdade das suas palavras, ele estava tão perto. Me inclinei, inconsciente, para ele. Seus olhos tão claros, tão cinzas com matizes azuis. Seus olhos eram como um mar glacial e eu estava pronta para me jogar neles...

– Mione? – Nos separamos rapidamente ao ouvir a voz de Blás – Hum, ta rolando química não é?

Draco se levantou e se sentou ao meu lado, pegou um travesseiro e tacou em Blás.

– Não enche!

– Se vocês quiserem voltamos outra hora – Disse Luna meio pervertida. A convivência com Blás, estava minando a minha amiga.

– Não precisam. Vocês já quebraram o clima mesmo – Eu disse tentando fazer uma brincadeira.

– Sei – Disse Blás malicioso.

– Enfim, vocês não vieram aqui apenas para certificar se ainda não tínhamos transado, certo? – Draco disse irônico, mas pude senti uma certa agonia.

– Não, não – Respondeu Luna – Eu e Blás, pensamos em um tema para o baile. – Bati palmas comemorando.

– E qual seria?

– Estrelas!