P.O.V. Renné.

A minha netinha é uma vidente? Ai que empolgante!

–Você é mesmo uma vidente?

–Sou.

–Adivinhe meu futuro.

–Tá. Mas, até eu posso errar.

–Eu entendo.

Ofereci-lhe minha mão, mas ela não pegou. Notei que seus olhos estavam perdidos e um sorriso nasceu no seu rosto.

–Vovó, você vai ter um neném!

–Jura?

–Juro.

–Eu acho que não estou preparada pra ter outro filho.

–Bom, você pode dá-lo para adoção. Tem tanta gente por ai que quer ter um filho e não consegue.

–Tem razão.

–Claro vovó.

–Você é inteligente como um atum.

–Um atum?

–Sim. É cientificamente comprovado que os atuns são muito inteligentes.

–Tá bem. Acredito em você.

–Aquele seu namorado é meio esquisito. Cuidado ein filha, fica de olho nele.

–Porque vovó? O Alec é um cara legal.

–Sei lá querida, sinto uma escuridão vinda dele. Igual a que eu senti no seu pai quando o conheci só que maior.

–Olha só quem voltou da feirinha. Tinha muitas coisas bonitas lá?

–Tinha. Olha, comprei um colar de conchas pra mim e um de sementes pra você.

–Muito lindo, obrigado.

–Vem, deixa eu colocar em você.

Notei que um dos olhos do menino tinha as íris vermelhas.

–Jesus! O que há com os seus olhos menino?

–Alec!

Ele correu se olhar no espelho e foi ao banheiro.

–Pronto. Problema resolvido.

–Como foi que os seus olhos ficaram vermelhos?

–Esqueci de tirar a lente de contato colorida.

–Ah! Então pode colocar de volta filho, eu entendo essa juventude de hoje. Vocês querem se destacar na multidão.

–Obrigado senhora, com licença.

P.O.V. Alec.

Fiquei aliviado de poder tirar aquelas lentes de contato horríveis. Aquilo incomoda muito.

–Pronto.

–Devo admitir que ficou um pouco assustador, mas se isso o faz feliz então tudo bem.

–A senhora é mesmo uma pessoa bem liberal.

–Claro. Ser feliz é o importante e o resto que se dane!

Tive que rir. A senhora Dryer é mesmo uma pessoa bem doidinha.

–Tudo bem Renesmee?

–Estou com fome.

–Vou pegar algo pra você comer.

–Não vovó. Deixa que o Alec vai.

–Porque eu?

–Alec vai! Eu estou com FOME!

–Ah, entendi. Eu já venho.

A senhora Dreyer ficou desconfiada, mas eu trouxe pra minha linda noiva. Sim estamos noivos! Um copo cheio de sangue.

–Aqui amor.

–Obrigado.

Ela me deu um beijo.

–Vocês formam um lindo casal. São literalmente Yin e Yang.

–Como assim vovó?

–O seu namorado Alec é todo... qual era mesmo aquela palavra? Gotham?

–Não, não era isso não.

–Você quer dizer gótico?

–Isso! Esse negócio ai. E você é tão delicadinha, gosta de vestidos floridos e de rosa.

–E o que que tem?

–Vocês dois são totalmente opostos e os opostos se atraem.

A senhora Drawyer é mesmo uma figura. Confunde Gotham com Gótico.

–Mas afinal o que diabos é essa coisa de Gotham?

–É a cidade do Batman vovó.

–Ah! Sabia que já tinha escutado isso em algum lugar.

Quando finalmente pudemos ir pra casa ela chorou horrores.

–Venham mais vezes.

–Claro vovó. Você é bem vinda pra ir pra Forks.

–Eu vou prometo.

–Tchau.

–Tchau.

Me senti aliviado quando pude sair outra vez.

–Desculpe. Não queria que você tivesse que ficar preso lá, te falei que não precisava me acompanhar.

–Tudo Bem Ness.

Nós fomos caminhar pela cidade. E ela estava toda encapotada.

–Nossa Nes, você está com tanto frio assim?

–Estou.

–Isso é mesmo incrível.

–Você não sente frio. Está morto.

Ela deu um tapa na testa.

–Desculpe. Isso foi muito rude da minha parte.

–Tudo bem. Eu estou mesmo morto.

–Mas, mesmo assim é muito rude. Muita falta de consideração.

–Não se preocupe.

–Tem certeza que está bem? Não ficou ofendido?

–Não meu amor, não fiquei ofendido.

–Ainda bem, porque a última coisa que eu quero é ferir os seus sentimentos.