Eu tinha que cortar aquilo. Não me envolveria com James Potter, o menino mais cobiçado do meu ano para depois ter meu coração despedaçado quando ele disse que o que tivemos não foi “nada demais”. Eu não sou assim, e nunca serei. – Ah, e não se preocupe, seu segredo está a salvo comigo.

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POV Lily:

Acho que depois de ter descoberto o segredo dos meninos, algo mudou. Não consigo mais odiá-los como antes, sabendo o que fizeram por Lupin. Olho para eles e consigo até admirá-los, sorrir com as brincadeiras mais bobas deles e vê-los de outra forma. Ainda não gostava das provocações de James, mas isso não mudava o fato de que sim, ele era um bom amigo, apesar do que fez a Sev.

– Ei Evans! Sabia que se eu produzisse um Patrono, eu pensaria em você? – Pelas garras do Hipogrifo, até no corredor? Eu estou correndo para a aula de Flitwick, e Potter inventa isso? Apesar de um pouco surpresa por ele saber a teoria do feitiço do Patrono e um pouco irritada pelo fato de James me seguir até a aula, não consigo conter um riso. As maneiras dele de conquistar uma garota eram puramente bregas, e ele realmente achava que iriam funcionar? Mas, se ele tentava tanto, será que ele realmente... Não, não, não e não, não vou me iludir.

– Um riso? Estamos progredindo James! – Sirius chegou, erguendo a mão para um high-five.

– Ei Sirius, alguém vai perder dois galeões, não?

– OH NÃO, MERLIN! – Sirius realmente sabia ser discreto. Realmente.

Ri e segui meu caminho até a aula. Eles realmente merecem o nome Marotos.

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POV James:

Lembro de como Lupin ficou nervoso sobre Lily estar sabendo de nosso segredo, afinal, nós achávamos que ela nos odiava, e talvez até fosse querer algum tipo de vingança sobre o que aconteceu com Snape.

Faz o meu dia saber que Lily ri de minhas falhas tentativas de conquistá-la, e até sorri para nós.

Talvez não desejasse ser apenas amigo dela. Mas era um começo, e era o suficiente.

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POV Lily:

No fim das aulas do dia, já não me aguentava em pé. Tantos deveres a fazer, e as aulas tiveram vários conteúdos e feitiços novos para memorizar e praticar. Mal via a hora de ir até a biblioteca no final de semana ou até preparar algumas poções na sala de Slughorn quando não está sendo usada.

Deixei alguns livros que estavam pesando na mochila em minha cama no dormitório. Desci e disparei até a biblioteca, já que perto do horário do jantar ficava mais tranquila do que já era de costume. Cumprimentei madame Pince, e quando estava indo até a prateleira de feitiços, ouvi as vozes dos quatro animagos de Hogwarts.

– E então Pontas, o que rolou na floresta? – Merlin, a malícia na voz de Sirius era palpável sem ao mesmo olhar para ele.

– Na verdade, nada. Ela estava realmente nervosa, e eu só tentei acalmá-la e contar a verdade antes que ela entrasse em pânico. Ela ouviu e depois voltou para o castelo. Fim.

– James, sinto muito em lhe informar, mas está perdendo o jeito.- Lupin ria, tentando fazer uma voz formal.

– James é fantástico! Aposto que faz tudo parte de uma estratégia! Lily Evans não é a mais bonita da escola, ele com toda a certeza vai consegui-la!

– Sirius, pode desembolsar os galeões, porque talvez ele consiga mesmo. – Espere. Eu lembro de ter ouvido algo assim nos corredores. Então eu era uma aposta?

Era isso? Me fazendo como um objeto, um troféu? E até apostando com os amigos? E no fundo, eu acreditava que ele gostava de mim. Meu Merlin, como eu fui... estúpida! E eu me comovi com toda a verdade que ele me contou, da maneira com a qual ele se abriu... Mesmo se fosse tudo por Lupin, como ele pôde usar isso para me conquistar?

Vermelha de raiva, passei por eles pisando firme e com a expressão mais arrogante que pude arranjar. Peguei todos os livros que precisava e justo quando estava saindo daquela sessão, Potter segurou meu ombro.

– Ei Evans! Eu sei que não estamos na aula do Flitwick, mas você me enfeitiça de um jeito.... – Ah, claro. Não poderia faltar uma frase ridícula dessas para melhorar meu humor. Puxei meu ombro para trás.

– Ah, é? E que tal ir para a aula da McGonagall e se transfigurar em pó?

Saí marchando dali. Quanta petulância.

Eu NÃO iria ser o brinquedinho de James Potter. Jamais.

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POV James:

– Ai! Doeu em mim! – Sirius fez um sinal como se tivesse sido queimado.

Ainda não conseguia entender o humor louco de Lily. Havia alguns dias que ela estava rindo das nossas piadas e sorrindo para nós no café. Éramos colegas, quem sabe quase amigos. E assim, repentinamente ela volta a ser assim?

– O que aconteceu para ela ficar tão brava?

Essa era a questão. Eu simplesmente não sabia. Não sei se ela tinha notado, mas eu estava tentando melhorar, por ela. Não maltratava o Ranhoso havia dias, caso ela ainda se importasse com ele. Não havia dado em cima de nenhuma garota que não fosse ela, não que eu me importasse com qualquer garota que não fosse Lily. Não sabia o que era, se era a forma como ela me rejeitava sem medo nenhum, ou sua inteligência. Quem sabe sua beleza, ou o cheiro que eu simplesmente não sei descrever. Seus cachos perfeitamente desarrumados, e seus olhos verdes que carregam o mundo.

E eu fiquei perto de perdê-la (por causa do Seboso, diga-se de passagem), mas consegui conquistar sua confiança. E eu sei que consigo fazer isso novamente.

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POV Lily:

– Ei Lily! Você está da cor da Fênix do diretor! O que aconteceu? – Marlenne correu até mim, seguida por Dorcas, Alice e Molly. Como eu iria explicar para elas o que aconteceu na floresta? E a última coisa que quero no mundo é humilhar a mim mesma admitindo que achava que James realmente gostava de mim, ou admitir que fui usada como aposta.

– Eu.... Errei uma poção. Uma realmente fácil, e eu estava apenas treinando e errei. Não estou acostumada.

– Ah Lily, sem crise! Você não é perfeita, e ninguém aqui é, ok? Agora vem, vamos logo jantar!

As palavras de Dorcas martelavam em minha cabeça. Eu não era perfeita, e não seria perfeita por ele. Ele teria que encontrar outra.

Descemos até o salão, e o jantar estava simplesmente maravilhoso, como sempre. Eu estava até de bom humor, minhas amigas fazendo piadas, Alice doidinha pelo Frank e Molly de olho em um tal de Arthur, que eu não fazia a menor ideia de quem era. Eu, Dorcas e Marlenne apenas ríamos e opinávamos em cada caso.

– Lily, eu posso falar com você um minuto? – Ouvi a voz levemente rouca de Lupin atrás de mim. Ele nunca tinha feito nada para mim, e sempre foi o mais responsável dos quatro, além de ter uma calma realmente invejável. Quem sabe ele esteja apenas inseguro sobre seu problema e preocupado se eu havia contado para alguma das minhas amigas. Ele olhava para elas um tanto nervoso, procurando alguma reação estranha.

– Claro, Lupin. Meninas, eu já volto.

Quando olhei para trás, vi James me olhando. Sirius cochichou algo para Rabicho, que deu uma risada exageradamente alta.

– Escute... Eu vi o jeito que você nos tratou na biblioteca e, se for porque eu sou um lobisomem, eu sei que é um pouco estranho e até assustador, mas eu não sou perigoso para ninguém, nós temos um esconderijo e...

– Lupin, não é nada disso... Eu só não quero ser a aposta de vocês, a garota que o James olha e dispensa, ok?

Já ia me despedindo, quando ele falou:

– Não, Lily, espere! Isso é coisa do Sirius, minha e do Peter, o James não teve nada a ver... Mas, ei, eu apostei que você e ele ficariam juntos e realmente não quero perder meus galeões. – Ele deu uma piscadela, sorrindo. – Pense no.... abdômen do James.

Ele realmente disse “abdômen do James”? Merlin. Isso é apelativo.

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FLASHBACK (LUPIN):

– Um sapo de chocolate para cada vez que você mencionar o abdômen definido do Pontas. – Sussurrou Sirius, em uma voz formal.

– Fechado.