All I've Ever Wanted - James & Lily escrita por IsaMultiboooks


Capítulo 32
Flores.


Notas iniciais do capítulo

É isso, gente. O final. Vou deixar aqui o agradecimento a cada um de vocês que me aguentou até aqui, e que esperou cada capítulo. Aos que me apoiaram quando queria desistir de escrever, e a todo mundo que comentou nessa fic. Vocês fizeram isso, e obrigada



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POV Alice:

Neville crescia, mais lindo a cada dia.

Cresceria para ser um menino esperto, inteligente e corajoso. Me orgulharia dele, não importava o que acontecesse.

As palavras “meu filho” me lembravam de como eu o amava, e da minha maior felicidade.

Frank cozinhava o jantar, enquanto eu brincava com Neville, fazendo seus brinquedos flutuarem a seu redor enquanto ele agitava as pequenas mãos para pegá-los. Ouvi, de repente, um baque, e a porta da cozinha foi aberta na cabeça de meu marido, e gritei.

Sabia o que estava por vir, e escondi Neville no primeiro lugar que pude pensar, dando um beijo em sua testa.

Com um grito, fui arrancada para longe de meu filho e recebi uma pancada forte na cabeça.

A última coisa que vi foi o rosto de Neville, e então, a escuridão.

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Acordei em um lugar escuro, abrindo as pálpebras que me pesavam lentamente. Frank estava deitado ao meu lado, e me deu um sinal de que estava acordado com uma piscadela discreta. Fechei meus olhos e me deitei, imediatamente.

– Não são eles, Bella! O Lorde não nos mandou fazer nada disso! – Ouvi a voz feminina de Narcissa Black.

“Não são eles”?

– Não quer dizer que não podemos nos divertir um pouquinho. – Bellatrix Black, agora Lestrange, falou, rindo.

– Fale por você. Eu não vou me arriscar. – Ouvi Lucius puxando a esposa para longe, deixando apenas a morena conosco na caverna.

Pensei em Neville. Eu sabia, desde os tempos da escola, que algo de muito ruim acontecera com aquela menina e a deixara completamente quebrada por dentro. E pessoas assim não tendem a sentir pelos outros.

– Certo... Por onde eu deveria começar? Eu devo ter um motivo para matá-los, então... – Ponderou a morena, antes de dar um tapa em Frank, forçando-o a acordar. Abri meus olhos instintivamente ao som do gemido de dor de meu noivo. – Me pergunto onde essa Ordem de vocês se reúne.

Nenhum de nós respondeu. Ela jamais saberia disso, e eu nunca trairia meus amigos.

– Sabe... Aquele amiguinho Pettigrew de vocês? Nunca deu uma informação que prestasse. Só conseguimos matar seus amiguinhos. – A raiva tomou conta de todo o meu ser. Peter? O indefeso Peter? Nunca imaginaria que ele teria a coragem de fazer algo assim. Naquele momento, só conseguia pensar em não ser como aquele traidor. – Se bem que isso não foi uma total perda, não? Aquela menina Meadowes foi minha preferida.

– Você..... Sua.. Sua.. – Frank começou, antes de Bellatrix agitar a varinha, gritando a Maldição Cruciatus.

– Eu adoro esse feitiço. Vocês não? – Dessa vez a luz veio em minha direção, e segurei o grito conforme milhares de agulhas pareciam perfurar meu corpo. Não daria a satisfação a Bellatrix de saber que eu estava morrendo de dor.

– Adorei a ideia de vocês. Sabem, usar armas. Até adicionei uma faca ao meu estoque, acho muito útil. Acho que vocês deviam sentir a lâmina, vejam. – Subitamente, ela cravou a faca na perna de Frank, torcendo-a com uma expressão da mais pura alegria ao fazê-lo.

A alma dela estava, há tempos, perdida.

– Neville. – Eu murmurei, sentindo a faca vir na direção de minha mão dessa vez.

Eu sabia tudo o que tinha pela frente.

Era pelo meu filho. Ele estava a salvo.

– Vão demorar a falar, pelo que vejo. – Bellatrix deu de ombros, com indiferença e decepção. – Bom, teremos uma noite divertida hoje!

Feitiços, maldições. A cada nova dor, um pedaço de mim se esvaía. Nenhuma palavra sairia de minha boca, jamais.

Pouco a pouco, senti minha consciência berrar, implorando para morrer. Consegua sentir minha alma se despedaçando, sem emitir nada mais que um grito sufocado.

Me entreguei à um mundo diferente. A dor não me afetaria lá, na escuridão das profundezas de minha mente.

Sem emitir um som. Uma palavra.

Seria uma prisioneira de mim mesma. Mas a dor não me afetaria.

E eu não trairia ninguém se não a mim.

POV Lily:

Dumbledore andara estranho em alguns dias. Falava sozinho sobre alguma profecia, e enfrentar o mal três vezes. Não fazia ideia do que tudo aquilo significava, mas sabia que não era nada bom.

Alice e Frank não se protegeram, não se mudaram. Ninguém achava que seria perigoso, mas sumiram. Eu sempre nutri a esperança de que estivessem vivos, sempre pensava no melhor.

A cada dia, parecia que eu estava vivendo uma mentira.

– Eles os encontraram. – Lupin abriu a porta de nossa casa, com a chuva molhando-o. James passou um braço ao meu redor, sorrindo. – Estão no St. Mungus.

– Merlin! Vamos! – Não esperei, apenas segurei na mão de James e aparatei para o hospital bruxo, surpreendendo as secretárias ao aparecer ali. – Eu... Eu preciso ver Alice e Frank Longbottom.

Repeti sobrenome de ambos, devagar. A moça nos conduziu até a ala na qual eles estavam, e a ansiedade dentro de mim aumentava a cada segundo. Apertei a mão de James com força, ansiosa, e ele retribuiu com a mesma intensidade.

– Aqui estão. São da família? – A enfermeira perguntou, arrumando suas unhas extremamente compridas, mascando um Chiclete de Bola Explosiva.

– Não. Amigos. – Prendi a respiração ao ver os dois estirados na cama. Estavam de olhos vidrados, com cortes e perfurações enormes por todo o corpo.

– Eles estão assim mesmo. Acharam em um campo qualquer, não falam nem nada do gênero. Estão doidões. – Ela fez um gesto com a mão, e tive vontade de avançar naquela mulher, e quando estava prestes a ir, meu marido me segurou, fazendo que não com a cabeça. Seus olhos estavam perdidos, inconsoláveis.

Me virei para ele, segurando-o contra mim e chorando em sua camisa. Não conseguia ver meus amigos naquele estado. Toda a vivacidade dos olhos de Alice parecia ter simplesmente evaporado, e dentro dela, parecia jazer um vazio.

– Frank, você consegue me reconhecer? – Remus se aproximou da maca do amigo, e Alice pulou da cama, gritando. Ela parecia achar que Lupin era uma ameaça a seu noivo.

– Sinto muito, mas acho melhor vocês darem o fora. Esses dois aqui ainda terão muito o que recuperar até que seja seguro alguém os visitar. Sinto muito. – A mulher ruiva disse, estourando mais uma bolha do chiclete e fechando a cortina em nossa cara.

– Eu não acredito! Quem essa desgraçada pensa que é? Eles são meus amigos! Vem! Não vou permitir que essa mulher ainda trabalhe aqui! – James disse, indignado, e nos conduziu até a recepção.

Eu ainda não tinha reação.

Não era possível vê-los daquela maneira. Não conseguia.

Não sabia como. Mas eu tinha certeza, que uma vez que toda aquela vida que residia nos olhos deles desapareceu, jamais voltaria.

............................................

– J-James... Eu não posso mais. Não posso mais fazer isso. – Solucei, chorando no ombro dele em nossa sala. A imagem de Frank e Alice jamais deixaria minha cabeça. Como Neville cresceria, afinal? O que aconteceria com os dois?

Pelo que ambos haviam passado para terminar daquela maneira.

– Shh, ei. Lil’s. Olhe para mim. – Ele ergueu meu queixo, e em minha visão embaçada, conseguia ver apenas seu olhar de compaixão. Sua tentativa de ser forte. – Vamos superar. O que vier, vamos superar. Vamos ver Harry crescer, assim como Neville e Ronald. Juntos, ok?

– Ok. – Assenti com a cabeça, me sentindo perdida. Eu não sabia se valia a pena viver. Se sobrevivêssemos, o que as cicatrizes das perdas fariam conosco? Como Harry iria crescer em meio à isso tudo?

James me puxou para um abraço, embalando-me até que minhas lágrimas secassem e eventualmente parassem. Não era um silêncio desconfortável. Tudo foi se dissipando conforme ele corria a mão pelos fios embaraçados e arrepiados de meu cabelo.

– Eu vou ver se está tudo bem com Harry. – Meu marido subiu as escadas, e ouvi-o abrir cuidadosamente a porta do quarto, para então sair de fininho e voltar para a sala. – Ainda está dormindo.

Com um beijo suave, eu e ele adormecemos no sofá, o calor de cada um aquecendo o outro.

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– Oh, essa casa é realmente aconchegante... – Dumbledore divagou, quando abrimos a porta para ele. O homem havia enviado uma carta, afirmando que precisava comunicar algo de extrema importância. – Uma torta de limão... Realmente, um dos meus favoritos.

Eu o achava excêntrico, mas notei que sempre que estava prestes a soltar uma bomba, deixava essa excentricidade aparecer muito mais.

– Bom, acho que devemos nos sentar. É o protocolo, não?

– Suponho... – James riu, puxando uma cadeira para ele.

Nos sentamos na frente de Albus, que nos encarou com os seus enormes olhos azuis, escondidos por rugas e suas sobrancelhas. Seu rosto se tornou sombrio por um segundo, e eu e James nos entreolhamos, temendo o pior.

– Escutem. Eu sei que pareço um velho caduco na maior parte do tempo... – Eu tentei interromper, mas o homem ergueu um dedo, me impedindo. – Mas o que venho lhes falar é de extrema importância e peço que compreendam que estão em perigo, assim como Harry. Vocês precisam se esconder, e rápido. Há uma casa, em Godric’s Hollow, à espera.

Esperava que James fosse protestar, mas ele abaixou a cabeça na menção de nós e Harry, e nossa segurança.

– É seguro? – Ele sussurrou, encarando Dumbledore nos olhos, que assentiu com a cabeça. – Tudo bem. Nós vamos.

Ele já sabia que a minha resposta seria sim quando eu ouvira o nome de nosso filho. Subi as escadas e peguei o máximo de coisas que consegui: Roupas para nós três, as fotos que guardei da Ordem e dos tempos de escola e Harry. Desci correndo, com tudo em uma bolsa enfeitiçada para se expandir. Assenti com a cabeça para os dois homens em minha frente, e fui até eles com meu filho nos braços, que olhava confuso para todos nós com o verde forte de seus olhos. James apertou minha mão.

– Bom... Acho que deveríamos ir com vassouras por causa de Harry. Temo que a aparatação seria demais para ele. – Potter sorriu na mínima menção da palavra “vassoura”, e pegou Harry para seu primeiro vôo com o pai.

– É... Eu não sei muito bem como.... – Comecei, sem-jeito de dizer que não prestara atenção nas aulas de Madame Hooch no primeiro ano.

Dumbledore assentiu, e estendeu o braço, sorrindo. James acenou para nós com a cabeça, brincando com as mãos de Harry.

Aparatamos para onde seria nosso novo lar, e me despedi mentalmente de todas as boas lembranças que deixamos na casa.

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Plantamos flores no quintal e nas varandas, e decoramos tudo para o Halloween. Merlin, até vestimos Harry de abóbora!

Não imaginava que algum dia estaríamos assim, mas estávamos a salvo. E era o que importava.

– Acho que terminamos! Quem é a frutinha mais linda do mundo? Quem é? – James fez uma voz boba, brincando com Harry, que não largava por um segundo a vassoura que Sirius dera para ele.

Sirius e Remus vieram visitar a casa, e cada um trouxe um presente para nosso filho, que tentou colocar tudo na boca, sorrindo.

Peter não veio.

– O que é isso? – James abriu a janela, deixando uma coruja entrar. Amarrado à sua pata, estava enrolado um desenho meu e dele, escrito: “Desculpe” com letras coladas do Profeta Diário.

– Não faço a menor ideia. – Divaguei, tirando o cabo da vassourinha da boca de Harry com cuidado. – Merlin, ele está na fase de colocar tudo na boca... Eu li sobre isso em um livro da minha mãe, e tem algo a ver com o crescimento dos dentes, ou sei lá....

Brincamos com Harry por todo o dia, e sentados no sofá, ouvimos algo se aproximando.

James se levantou, abruptamente. Dumbledore nos avisara.

Era ele.

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(Narrador Observador)

James não tivera a chance de se despedir. Só conseguia pensar em salvar Harry. Eles poderiam quebrar sua alma. Tirar sua vida. Espancá-lo. Machucá-lo. Torturá-lo. Mas jamais encostariam em Lily ou Harry.

– Lily, pegue o Harry e vá! – Gritara, quando ouvira o primeiro sinal da chegada de Lord Voldemort. Ele sabia que não sobreviveria. Mas tinha de tentar.

A porta se abriu.

Uma maldição.

E o corpo de James Potter caíra com um baque surdo no chão.

Lily sabia que, não importava o que acontecesse, o amor de sua vida estava morto. Ela parou, nas escadas, por um momento, e a dor a consumiu nesses segundos.

Mas ela tinha de continuar, ou James teria morrido em vão. Tinha de salvar Harry.

Fechou a porta do quarto, vendo seu bebê a aguardando no berço, acordado.

“Seja forte. Seja corajosa, Evans.” Era o que uma vez James dissera a ela. Repetindo essas palavras a seu filho. Ele tinha de saber que seus pais o amavam.

A oferta de ser poupada não a atraiu. Lord Voldemort estava decidido a matar a criança, mas ela não deixaria. Implorara, mas já sem esperanças. Em um último ato de desespero, se jogou na frente do raio verde lançado contra seu filho, sentindo cada órgão de seu corpo simplesmente parar.

A vida se esvaíra dela lentamente, enquanto tombava no chão.

O tempo que passariam embaixo da terra seria maior do que todos os anos que tiveram juntos.

E as flores plantadas não seriam vistas por nenhum dos dois.


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Notas finais do capítulo

O forninho caiu, gente.
Acabou. Obrigada a todos vocês, de verdade. Espero que tenham gostado de acompanhar tanto quanto eu gostei de escrever. Se quiserem ler mais histórias minhas, eu estou escrevendo uma Scorose e em breve postarei uma Finnick/Annie.
Sentirei falta de vocês