POV Peter:

– M-m-m-milorde... A Ordem vai ser detida. Eu conseg-g-guirei isso. – Murmurei. Mostrar meu lado mais fraco se tornara uma ótima estratégia com a Ordem, mas com o Lorde das Trevas, não haviam segredos. Ele via tudo. Ouvia tudo.

E era verdade. Talvez eu tivesse deixado que meu lado covarde me ligasse ao lado vencedor, ou que meus antigos rancores sobre não ser o Maroto principal me jogassem para o extremo oposto...

Não importava agora.

– Você não conseguirá nada, fracote. – Bellatrix Black gargalhou, fazendo todos os outros à sua volta rirem.

– Milorde, até agora só os enfraquecemos. Duas mortes é um número muito baixo. – Lucius sussurrou, nervoso. – Acho que devemos, talvez Milorde, atacar mais violentamente. A Ordem da Fênix é a única resistência. Depois que for dissolvida, teremos o caminho completamente livre.

– Temos que atacar. Mais violentamente. As grávidas, talvez? – Narcissa Malfoy sugeriu, ainda um tanto nervosa. Tive que me concentrar para continuar tremendo como um fraco, pelo menos na frente dos outros Comensais.

– Silêncio. – O Lorde sibilou, calando qualquer murmúrio. Bellatrix o olhava com completa devoção, deixando de lado sua alma para se concentrar na do homem de pele pálida e olhos vermelhos. – O plano já foi decidido.

Eu mudara. Antes, tentava justificar meus atos alegando que era tudo por Emmeline Vance. Eu nunca amei aquela menina de verdade, vendo agora. Era apenas para acalmar minha consciência, que gritava que eu era um traidor.

Eu não me importava mais, honestamente. Eu precisava sobreviver. Mesmo que ficasse com o lado que todos consideravam mau. A coincidência era que todos aqui tinham uma história e um motivo. Eu nunca tive um, honestamente.

Eu só estava lutando para sobreviver.

Não ligava se era um covarde. Não ligava se era um traidor.

Eu tinha que focar em seus elos mais fracos, danificar as personalidades deles ao máximo. Eu tinha que sobreviver, à todo custo.

– Sim, milorde.

POV Lily:

– James, você vai usar terno. E o Sirius também.

– Ah, não podemos usar só a camisa? – Ele protestou do sofá. Várias fotos de casamentos trouxas e bruxos estavam espalhadas pela mesa da sala, assim como revistas trouxas de decoração que minha mãe me emprestara. Afinal, minha mãe e a mãe de James pareciam parceiras de crime: Se juntavam para organizar coisas que nós mesmos nem pensamos em planejar.

– Não, não e não. Pelo menos até a festa. – Eu ri, sentando ao seu lado e pegando uma revista qualquer. – Ok, agora, temos que decidir os arranjos, e enviar os convites.... Ah, o vestido eu já decidi, mas bom...

– Ei, Lil’s... Calma. Sério, calma. – Ele riu, desarrumando meu rabo de cavalo. Certo, eu estava no mínimo estressada. Íamos nos casar logo, e estava muito nervosa com tudo. Com o vestido, com o lugar, com tudo... Até mesmo com a Guerra. Era muita coisa. – Vem, vamos lá pra cima, ou comer alguma coisa, ou sei lá o que se faz para acalmar uma mulher grávida que vai casar.....

– James... Ainda tem muita coisa pra resolver... – Protestei, enquanto ele me empurrava escada acima. Eu estava com olheiras e estava sempre indo dormir tarde da noite.

– Deixe para amanhã. Ou melhor, deixe para as nossas mães. Tenho certeza que elas vão ficar extremamente felizes. – James sorriu, me carregando em seu colo. Quando olhei para ele reprovadoramente, ele apenas respondeu: - Tenho que treinar para o casamento.

Ele riu, abrindo a porta do quarto com as costas. Correu até a cama e me jogou ali de brincadeira, para depois pular ao meu lado. Gargalhei com a dor em minha língua, que eu havia mordido com o impacto.

– Mordeu a língua?

Fiz que sim com a cabeça, ainda sem conseguir tirar o sorriso do rosto. Era muito engraçado como James conseguia fazer meu humor melhorar de uma hora para a outra, com uma simples brincadeira, ou um sorriso.

Ouvimos alguém batendo na porta, e olhei para ele inquisitivamente. Eu não estava esperando ninguém. Ele fez que não com a cabeça. Foi o suficiente para me deixar aterrorizada. Mesmo com todos os feitiços de proteção em nossa casa, muitas coisas ainda me deixavam terrivelmente apavorada.

– Eu vou ver. – James sussurrou, dando um beijo em minha testa. Eu odiava ter que pensar que era nosso último momento juntos a cada hora que nos separávamos.

Cada passo que eu o ouvia dar nas escadas fazia meu coração ir um pouquinho mais rápido.

– Sirius! Você quase nos matou do coração! Lily! É só o Sirius! – Ouvi James, no andar de baixo. Ouvi a risada de Black enquanto ele entrava em casa. Desci, resolvendo ir preparar algo para a janta.

– Oi Sirius! – Disse, descendo correndo as escadas. – Não note a bagunça. Vou preparar algo para a janta, ok meninos?

– Claro, não vai deixar uma visita como eu passando fome, seria muita falta de etiqueta. – Sirius disse, em um tom exageradamente educado. Ele se jogou no sofá da sala, olhando todas as revistas e fotos espalhadas pela mesa de centro. – Pontas, olhe como esse vestido é fashion? Achei super tendência!

– Primeiro, são da Lily. E segundo, seu gosto para vestidos é péssimo, Almofadinhas.

– Claro. Geralmente eu prefiro garotas sem nada.

– Sirius! – Repreendi, da cozinha enquanto cortava os legumes. – Se vão ficar aí falando besteiras, é melhor pelo menos arrumar a mesa. Ou ajudar aqui.

– Você é quem manda, general.

Fizemos qualquer coisa que desse vontade, e Sirius acabou se provando um ótimo cozinheiro.

– Finalmente algo que você faz direito.... – James caçoou, olhando para uma frigideira com uma sobrancelha levantada.

Sentamos na mesa de jantar, em meio a risadas e brincadeiras.

– Tá, tá... Eu só me senti meio sozinho no apartamento e resolvi vir aqui. – Eu sabia que ele e James compartilhavam um vínculo muito forte, já que a mãe de James era praticamente a mãe de Sirius também, e ambos sempre se ajudavam. Eu admirava muito essa amizade entre eles.

Ele podia vir sempre que quisesse. E sabia disso.

No fim da noite, Sirius aparatou de volta para seu apartamento, muito mais feliz do que viera.

– Agora, eu vou enviar tudo isso aqui para nossas mães, e elas que cuidem disso. Sem stress a partir de agora. Ok? – James disse, pegando todas as revistas. Assenti com a cabeça, com um meio sorriso.

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Era o dia.

Acordei, na casa de Alice, já que ela me fizera dormir lá para que James não me visse antes do casamento. Eu, Molly e ela passamos o dia para fazer tudo, desde a maquiagem até as unhas. Me senti muito especial, com elas fazendo tudo. Claro que depois, ajudei-as a se arrumarem também.

Imaginei o que James estaria fazendo agora, e minhas entranhas se reviraram ao pensamento de que ele esqueceria de algo, ou apareceria com a camiseta amassada. Por Merlin, que Lupin coloque tudo nos eixos...

– Só falta isso aqui... E aqui... – Alice dava os últimos retoques na maquiagem, que ficara leve e maravilhosa.

– Agora, o vestido! – Molly disse, aos pulinhos.

Eu e Lice pulamos junto, felizes demais para conter. Coloquei o vestido, que se ajustava perfeitamente à minha figura. Um tomara-que-caia champagne, com uma fita na cintura e bordados no decote, além de vários detalhes em flor na saia. Era lindo.

Saí de trás da cortina e fiz uma pose exagerada, dando uma volta enquanto as meninas batiam palmas. Envolvi-as em um abraço em grupo, apertando-as. Rimos, e as meninas foram colocar os vestidos.

– Agora, James me passou o lugar. É uma surpresa dele. – A ruiva disse, pegando a minha mão e a da morena, conduzindo a aparatação. O desconforto habitual nem foi notado, tamanha a felicidade que reverberava em meu corpo.

Chegamos em uma trilha coberta por um tapete branco e iluminada por várias luzes nas bordas do caminho, que davam um ar verdadeiramente mágico àquilo tudo. Lupin sorria para mim de orelha à orelha, estendendo o braço para mim.

Na tradição trouxa, meu pai deveria me conduzir ao altar. Me perguntei se talvez Lupin ali fosse parte do casamento bruxo. Tomei seu braço, enquanto Alice e Molly caminharam atrás de nós, sorridentes.

O altar vinha logo atrás de árvores decoradas com cordões de flores enrolados entre si. Estava simples, mas lindo. Nos assentos, toda a Ordem estava ali, assim como seus parentes e os pais de meu futuro marido. Os Marotos estavam todos no altar, e James olhava para mim completamente maravilhado. Queria correr até ele, jogando as sandálias de salto baixo no chão e o buquê para trás.

– Lily... Você está.... Perfeita. – Ele sussurrou, quando cheguei até ele.

– Igualmente. – Disse, sorrindo. Seu terno estava perfeitamente passado, com um lírio na lapela.

Pedimos à Dumbledore que fizesse os votos e as promessas, e ele ficou extremamente lisonjeado e feliz. Só conseguia entender algumas palavras soltas que o bruxo dizia ao longo da cerimônia, ouvindo minha pulsação ecoar em minha orelha, e meu coração pular no peito.

– Aceito. – James disse, sorrindo.

– Aceito. – Pronunciei a palavra, apreciando cada sílaba que entrelaçaria meu destino e o do homem que eu amava para sempre.

Estava feito. Minha vida tinha, finalmente, um sentido.

James me tomou em um beijo, inclinando-me para trás como nos filmes e erguendo um braço em sinal de vitória, fazendo todos os presentes rirem, assim como eu.

– E agora, que se dê início à festa! – Dumbledore disse, sorrindo carinhosamente para nós.

[ N/A: Fotos do lugar do casamento e da festa:

http://data1.whicdn.com/images/142056258/large.jpg

http://indulgy.ccio.co/u8/t8/i1/162481499026313406M0fe8blSc.jpg

http://indulgy.ccio.co/u8/t8/i1/162481499026313406M0fe8blSc.jpg ]

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Dias depois.....

– Dumbledore não pode saber. Pensem, pessoal, ele é a nossa fonte de inspiração, o bruxo mais poderoso que conhecemos. Sem ele, o que será de Hogwarts, de nós? Esse ataque deve ser nosso. – Peter disse, enquanto todos trocávamos olhares na mesa de jantar de Alice e Frank.

Era verdade. Não podíamos perder Dumbledore. Ele era.... Albus Dumbledore, o que mais havia para se dizer?

Todos assentimos com a cabeça, e Pettigrew sorriu. Iríamos revidar todos os ataques de Comensais da Morte, com mais força do que eles jamais esperariam de nós.

– Lily, só me prometa que você, Alice e Molly ficarão dessa vez. Não podemos arriscar vocês, nem os bebês. – Peter suplicou, com um brilho no olhar. – Por favor. Vocês poderão ajudar daqui.

– Certo... – Alice disse.

– Eu quero ajudar. Posso fazer poções. Alguém aqui conhece os Coquetéis Molotov? – Pergunte, animada. Havia visto em filmes trouxas que eu assistia, e me parecia fácil de preparar. Poções explosivas bruxas, tudo.

– Não... Mas toda ajuda é bem-vinda, suponho! – Lupin concordou com a cabeça, animado.

– Gente... Eu não sei se as varinhas serão o suficiente. – Sirius disse.

Peter parecia assustado a cada sugestão nova. Ele se encolhia, vendo a força que estávamos tomando. Me perguntei se ele tinha medo da batalha.

– C-c-como assim?

– Punhais, facas. Eles jamais esperarão isso de nós. – Black disse, animado. – Seremos os fodões, e todos esses Comensais nunca vão esperar isso de nós. Fora que seria nossa prevenção contra feitiços que desarmam!

– Almofadinhas... Você é simplesmente genial! – James deu um soco de brincadeira no ombro de Sirius, que jogou os cabelos para trás em um gesto exagerado.

– Certo. Ao trabalho!

Molly e Alice me puxaram para um canto, respirando fundo.

– Certo Lily. Lembra do dia do casamento? - A morena começou, com um olhar preocupado no rosto. Assenti com a cabeça.

– Bom... Lupin te acompanhou ao altar. Seus pais desapareceram, Lily. Não queríamos te preocupar no dia, mas... Eles não voltaram até hoje. Não sabemos o que aconteceu.... Sentimos muito, mesmo. - Ela me abraçou, e eu fiquei sem reação. Parada, como uma tábua.

Não era possível.