All I've Ever Wanted - James & Lily escrita por IsaMultiboooks


Capítulo 26
Depois.


Notas iniciais do capítulo

Sem spoilers aqui.
Cap focado mais no que acontece depois da morte da Dorcas e tal, espero que gostem!
Aproveitem e boa leitura!



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POV Lily:

Ouvíamos Dorcas nos defendendo, enquanto Remus se contorcia, sendo segurado por James, Sirius e Peter. Conseguíamos escutá-la berrando ao ser torturada por uma Maldição Imperdoável.

Dorcas sendo queimada. Urrando de dor.

– Não.... – Murmurei, quando os gritos cessaram e ouvimos as pessoas saindo.

Lupin tombou no chão, lágrimas escorrendo de seus olhos, enquanto James e Sirius olharam para o chão, sem saber o que fazer. Eu simplesmente não podia pensar que ela, tão viva, alegre e feliz pudesse ser simplesmente reduzida à cinzas e pedaços. Não era possível.

Ninguém queria descer as escadas. Ninguém sabia o que fazer ou o que falar.

– Dory.... – Lupin murmurava, ajoelhado e com a cabeça escondida em suas mãos. Eu e Lenne permanecíamos abraçadas, e lágrimas não paravam de escorrer entre meus olhos. Minha boca estava seca, e não conseguia falar. Não conseguia parar de tremer, ou lembrar do rosto de Meadowes.

Esperando as horas passarem. Não sei quanto tempo ficamos lá, no quarto, sem coragem de descer aquelas escadas que nos levariam até o que sobrou de Dorcas. Estávamos quebrados, puramente. Por que vivíamos assim, por que ainda tentávamos?

– Lily, temos que sair daqui. Eles podem voltar. – James falou, passando um braço ao meu redor. Apoiei minha cabeça em seu peito, encolhendo os joelhos. A verdade é que eu não queria ver o que estava na sala. Queria preservar Dorcas como ela era viva.

– Eu não consigo. – Murmurei, secando as lágrimas.

– Nós temos que ser fortes. Por isso aqui. – Disse ele, apontando para minha barriga.

Frank ajudou Alice a se levantar, e foram para o lado de Remus, que balançava a cabeça negativamente.

Mas a verdade era: O que faríamos com Doe? A limparíamos, como se fosse apenas sujeira em nossa sala? Carregaríamos ela para fora?

Ninguém estava em condições, mas precisávamos lutar. Continuar.

Me levantei, enterrando o rosto na camisa de James enquanto ele passava a mão em minha cabeça.

Eu sabia que dali para frente seria assim.

POV James:

Dorcas.

Cara, era... A Dorcas.

Olhei ao redor, em nosso quarto. Ninguém sabia como agir, o que fazer. Olhei para Sirius e Frank, que eram os únicos de pé como eu e Lily, tentando ajudar os outros.

Com um olhar, concordamos que devíamos ir primeiro.

– Lily. – Murmurei, ainda correndo a mão por seu cabelo. – Sirius e Frank vão comigo. Ajude Remus. Seja forte. Seja corajosa, Evans.

Tínhamos que ser, não havia outra opção. Ela olhou para mim e concordou com a cabeça, subitamente determinada.

– Por Dorcas. – Terminei. Eu sabia que Meadowes jamais iria querer aquilo. Ela era uma das garotas mais fortes que eu já conhecera, e lutava por tudo que acreditava. Tínhamos que ser como ela. Por ela.

Remus olhou para mim, ouvindo o que eu dissera.

– Eu vou. – Ele disse, já se levantando. Eu sabia que ele estava tentando ser forte, mas coloquei a mão em seu ombro, parando-o. Ele não tinha que ver isso, ia ser demais para ele.

Lily olhou para Lupin, e deu um abraço nele. Marlenne se levantou, e se juntou a eles, assim como Alice.

– Vamos. – Frank disse, pesaroso enquanto fechava a porta do quarto atrás de si, silenciosamente. Ele foi na frente, devagar.

Cada degrau fazia meus pés formigarem, e parecia que estávamos caminhando para a morte. Chegamos ao pé da escada, e senti como se meu corpo todo fosse desabar. O corpo ali não lembrava a garota loira que conhecíamos em nenhum sentido. Preto, com ossos saltando em alguns pontos.

Não era Dorcas. Era simplesmente um corpo sem vida. E a minha ficha caiu, que ela morrera e jamais voltaria.

– Merda, Dorcs... – Frank sussurrou, colocando a mão na testa.

– E agora...? – Murmurou Sirius.

Eu não sabia. E falar qualquer coisa parecia tão... Errado.

– Ela merecia algo melhor... – Longbottom murmurou, ajoelhando-se. – Temos que fazer algo digno para ela.

A campina. Era cheia de flores, viva.

– Na campina. – Falei, baixo. Os dois concordaram com a cabeça.

– Deveríamos avisar os outros?

– Depois. – Eles não tinham que ver aquilo, o estado do corpo ou o enterro. Faríamos aquilo por eles.

POV Lily:

– Remus. Dorcas não iria querer ver isso. – Solucei, confortando Remus.

– Parece que tivemos tão pouco tempo juntos, sabe? E eu... Eu não acredito que terminei com ela, quando ela simplesmente....

– Eu sei. Ela te amava, você sabe. Lembre dela por isso, pelo que ela fez por você e por todos nós. Ela foi uma heroína, e não iria querer ver você assim. – Lenne disse, talvez mais para ela mesma. Ela perdera tanta coisa, Remus também. Todos nós.

– Por ela. – Ele falou.

– Por ela. – Concordamos.

.............................................

Dorcas não teve um funeral.

James, Sirius, Peter e Frank cavaram a cova. Ainda me doía pensar assim, a palavra cova parecia tão... Vazia. Enterraríamos naquela palavra a vida dela, e todas as lembranças que tínhamos com Dorcas. Estava tudo tão bagunçado, minha cabeça ainda girava.

Ficamos parados na campina, olhando a terra remexida. Aquilo era Dorcas Meadowes agora. Simples assim.

Peguei uma flor e coloquei ali, e Remus se ajoelhou e remexeu a terra, colocando uma folha de pergaminho enrolado ali. Cobriu novamente, deixando sua mão parar ali por um tempo. Coloquei a minha sobre a dele, olhando seus olhos cor de âmbar.

– Ela não ia querer isso.

Ele concordou com a cabeça, se levantando. Também saí, envolvendo James com os braços. Marlenne ainda chorava, e Alice também. Tínhamos que aguentar.

Peter era o único ali que não parecia surpreso. Tudo parecia parte de uma mera atuação, como se ele soubesse que alguém iria morrer.

POV Remus:

O tempo estava passando, mas eu parecia não saber. Lily e James ainda estavam morando naquela casa, e Marlenne e Sirius passaram a viver juntos. Alice e Frank também. Eu e Peter éramos os únicos sozinhos.

Eu nem sequer parecia conhecer a mim mesmo, ali. Pensei que estaria melhor àquela altura, que conseguiria esquecer ou deixar para trás.

Quanto mais eu tento forçar, mais percebo que tenho de abrir mão do controle, deixar acontecer. Dizem que o tempo cura as feridas.

Toda noite tento o meu melhor para sonhar, dormir.

Amanhã tornaria tudo melhor.

Acordo para a fria realidade de nada mudou. A guerra continuava, e Dorcas ainda estava morta.

Quando James falou para Lily, naquele quarto, que eles tinham que continuar pelo bebê, algo em mim pareceu acender. Era uma faísca apenas, mas era o suficiente para me manter vivo. Quando está escuro e ninguém está por perto, ela continua brilhante. Eu tinha que proteger quem eu amava, e tornar tudo melhor por eles. Seguir em frente por ela.

Eu conhecia Dorcas bem o suficiente para saber que ela não iria querer que todos definhassem por ela.

POV Lily:

Meses Depois....

– James! O jantar tá pronto! – Gritei da cozinha enquanto James tomava banho.

– Já desço! – Ele respondeu, desligando o chuveiro.

Fui deixando a mesa da cozinha pronta, mexendo a varinha para que os pratos se ajeitassem enquanto eu mexia a comida.

Ele chegou, de pijama. Me deu um beijo rápido e se sentou na mesa, enquanto colocávamos comida no prato.

– Espera. Essa é a mesma comida que a sua mãe fez quando eu fui na sua casa! – Ele disse, sorrindo.

– Eu lembrei que você gostou.

– Tá uma delícia, Lil’s! – Ele disse, com a boca cheia. Engoliu, enquanto eu agradecia, rindo. - Passa a manteiga?

– Qual é a palavra mágica? – Provoquei.

– O quê? – Ele inclinou a cabeça, confuso.

– A palavra mágica. – Eu disse, devagar. – Você tem que dizer antes de eu te dar a manteiga.

Accio manteiga? – Ele disse, confuso.

Comecei a gargalhar, vendo a expressão no rosto dele.

– Ei, o que tem de engraçado?

– Por favor, James. A palavra mágica é por favor. – Disse, entre risos. – Que tipo de infância você teve?

– As pessoas sabem disso?

– Trouxas, pelo menos...

James grunhiu, enquanto eu passava a manteiga para ele.

– Trouxas são esquisitos...

Eu ri, terminando de comer. Passei a mão nos cabelos dele, e ele riu junto.

– Ei, como anda o Remus? – Perguntei, mais séria. Tivemos indo visitar ele, e gradualmente, ele foi melhorando. Ele estava achando algo dentro dele, e fiquei muito feliz por ele.

– Muito bem, de verdade. Sério, estou orgulhoso dele. – Ele disse, levando o prato à pia e me abraçando.

..........................................

Era véspera de Natal, e James e eu estávamos começando a decorar a casa, com guirlandas e luzes lindas.

– Ei, e se fôssemos patinar? – James perguntou, subitamente. Ele se desconcentrou de seu feitiço e derrubou alguns enfeites.

– Não sei... É.... – Falei. Certo, eu não queria estragar o programa deles, mas...

– Espera. Você não sabe patinar?

– Não. Mas nada me impede de ver vocês, ou algo assim. Além disso, se eu cair, Sirius não vai me deixar em paz pelo resto da minha vida. – Eu ri, terminando a decoração. Levantei, admirando meu trabalho abraçada ao meu noivo. Como eu amava aquela palavra...

– Não com um professor lindo e talentoso como eu para te ensinar.

– Verdade.

..........................................

– Tem algo em que você não é bom, James? – Perguntei, amarrando meus patins enquanto ele patinava ao meu encontro.

– Vem, Evans. – Ele me puxou, segurando minha mão. Me desequilibrei, e ele me segurou, sorrindo. E assim ficamos até que eu conseguisse andar.

– Eu diria que está pronta para um giro.

– O qu....

Ele Levantou minha mão, e lentamente, me girou em meio aos meus protestos.

– Eu não caí. – Ele colocou a mão em minha cintura, eu coloquei a minha em seu peito.

– Não. – Ele murmurou, aproximando seu rosto do meu.

– AHHHHHH! – Sirius berrou, vindo descontrolavelmente ao nosso encontro. Bateu nas costas de James, fazendo nós três cairmos. Olhamos com reprovação para Sirius, enquanto eu via Marlenne dar um tapa na própria testa perto dali, e Frank e Alice se dobrando de rir. – Tomem mais cuidado por onde patinam, Merlin!

[ Cena baseada em um fanart da Julvett, no DeviantArt.]

Sirius... – Marlenne disse, em tom reprovador, sorrindo.

........................................

– Ora, por quê não faríamos uma festa de Natal? – Dumbledore disse, divertido. – A Ordem não é apenas para as coisas ruins do mundo, não?

Sorrimos, olhando para todos ao redor, e entregamos o presente que fizemos para ele.

– Uma torta de limão? – O homem sorriu, alegre. – Ora, muito obrigada!

Lembrei de uma das primeiras senhas do escritório dele que fiquei sabendo, e sorri. A Ordem da Fênix estava toda ali, celebrando o natal juntos. A ceia foi maravilhosa, e ajudei Molly a preparar tudo. Foi tudo muito maravilhoso, e não poderia ser melhor, nas atuais condições.

– Por Dorcas. – Propus, depois de todos os brindes.

– Por Dorcas. – Todos repetiram.




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Notas finais do capítulo

Gostaram?? Espero que sim



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